O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

AS PRINCIPAIS VERDADES DA FÉ A RESPEITO DE MARIA

As principais Verdades da Fé professadas pela Igreja a respeito de Maria, também denominadas como Dogmas Marianos, são quatro: sua maternidade divina, a virgindade perpétua, sua imaculada conceição e sua gloriosa assunção.

Maternidade Divina: Este Dogma foi definido pelo Concílio de Éfeso, no ano de 451 para combater os erros de Nestório que ensinava que Maria não podia ser chamada a Mãe de Deus, pois seria somente mãe de Jesus enquanto homem. Maria é aclamada sob o impulso do Espírito Santo, como "Mãe de meu Senhor" (Lc 1,43), desde antes do nascimento do seu filho. Ora, se Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, pois Ele não deixou de ser Deus, mas assumiu, enquanto Deus, a nossa humanidade, como poderia Maria ser mãe de apenas parte de Jesus, se ele não é metade Deus e metade homem. Isto seria algo no mínimo ilógico. Sendo assim, Maria é a mãe de Jesus, e como Jesus é Deus, então, Maria é mãe de Deus.

Virgindade Perpétua: A conceição virginal de Maria ultrapassa toda compreensão e possibilidade humana, pois o que foi gerado nela é obra do espírito Santo (Mt 1,20), em cumprimento à profecia em Is 7,14.
Maria foi virgem antes, durante e depois do parto (Lc 1,26-28; Mt 27,55-56; Jo 19,25-27). Isto não deve ser compreendido como uma diminuição do valor da vida conjugal, mas compreendido como reflexo do ardente desejo de Maria de se dedicar total e inteiramente a seu único filho.
Santo Agostinho nos ensina que Jesus ao ser concebido a encontrou virgem e uma vez nascido a deixa virgem, lhe concedendo a fecundidade sem privá-la da sua integridade. Dessa forma, Ele tomou de Maria um corpo real e autêntico tendo sua mãe permanecido virgem. E este mesmo santo nos ensina ainda que aquele que é admirável nasceu admiravelmente. "Nosso Senhor entrou por sua livre vontade no seio da Virgem... Engravidou sua Mãe, todavia sem privá-la da sua virgindade. Tendo-se formado a si mesmo, saiu e manteve íntegra as entranhas da mãe. Desta maneira, revestiu aquela de quem se dignou nascer, com a honra de mãe e com a santidade de virgem..." (Santo Agostinho).

Imaculada Conceição: Esta verdade de fé foi proclamada pelo Papa Pio IX no dia 8 de dezembro de 1854. Por meio da bula "Ineffabilis Deus": "Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a bem-aventurada Virgem Maria foi, desde o primeiro instante de sua concepção, preservada e imunizada de toda mancha do pecado original por uma graça e favor de Deus Todo Poderoso em vista dos méritos de Jesus Cristo, salvador do gênero humano, é uma doutrina revelada por Deus e, como tal, deve ser aceita firme e constantemente por todos os fiéis."
O fundamente bíblico dessa verdade está, basicamente, na saudação do anjo à Maria (Lc 1,28). Para ser a Mãe do Salvador, Maria foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função. No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como cheia de graça. Quando se diz que alo está cheio, significa que não há espaço para mais nada por já estar repleto, pleno. Sendo assim, Maria é cheia, plena, repleta de graça; e ela é plena da graça, não há nela espaço para o pecado. Ela nasceu sem o pecado original.
Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, cumulada de graças por Deus, foi redimida desde a sua concepção. Essa remissão vem inteiramente de Cristo, pois em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime. Como poderia Deus habitar no ventre de alguém para dalí formar sua própria carne a partir de uma carne pecadora? Se assim o fosse, Ele também nasceria com uma carne manchada, e não poderia nos libertar (era necessário que alguém "não-escravo" libertasse os escravos), por herdar uma carne marcada pelo pecado de sua mãe.
A respeito da Imaculada Conceição um grande santo da Igreja diz: "Que arquiteto, erguendo uma casa de moradia, consentiria que seu inimigo a possuísse inteiramente e habitasse?" (São Cirilo de Jerusalém).

Assunção ao Céu: Esta Verdade de Fé foi definida pelo Papa Pio XII em 1950. Assim foi a proclamação: "... a glória de Deus onipotente que concedeu a Maria sua especial benevolência para honra de Seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte para maior glória de sua augusta mãe e para a alegria e júbilo de toda a Igreja, pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos santos apóstolos Pedro e Paulo e a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma revelado por Deus que: a Imaculada Mãe de Deus sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi assunta à glória celeste em corpo e alma".
Maria foi a primeira a aceitar Jesus, e deste modo, foi a primeira cristã a participar do triunfo sobre a morte, que atinge todo o nosso ser, corpo e alma. A finalidade deste dogma e despertar os homens para o futuro feliz reservado a todos os que obedecem à Palavra de Deus.

MARIA NO PLANO DA SALVAÇÃO

"O Espírito do Senhor descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso, o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus" (Lc 1,35).

MARIA, ÍCONE ESCATOLÓGICO DA IGREJA

O fato de Maria ter sido escolhida para ser a Mãe d'Aquele que veio para resgatar a humanidade é o ponto fundamental para compreendermos a sua importância no Plano da Salvação. A Anunciação a Maria inaugura a "plenitude dos tempos", ou seja, o cumprimento das promessas e preparações realizadas no Antigo Testamento.

Deus enviou Seu Filho, mas para formar-lhe um corpo quis a livre cooperação de uma criatura (Gl 4,4; Hb 10,5). Por esse motivo, desde toda a eternidade Deus escolheu Maria para ser a Mãe de Seu Filho. "Quis o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida" (LG 56).

Após a Anunciação, o Espírito Santo é enviado para santificar o seio da Virgem Maria e fecundá-la divinamente, fazendo com que ela conceba o Filho Eterno do Pai em uma humanidade proveniente da sua.

A Igreja ao prestar culto filial à Maria, dá testemunho de reverência à Mãe de nosso Senhor e cumpre fielmente as palavras de Lc 1,48, pois o que a fé católica crê em relação a Maria se fundamenta naquilo que ela crê acerca de Cristo, e o que a fé ensina sobre Maria ilumina, por sua vez, sua fé em Cristo.

Também são importantes as últimas palavras de Jesus na cruz (Jo 19,26-27). "Mulher, eis aí teu filho!", "Eis tua Mãe!". A conclusão é evidente: Maria é apresentada como modelo de vida para a Igreja e entregue aos cuidados amorosos de todos os cristãos (Jo 19,27).

As principais Verdades da fé professadas pela Igreja a respeito de Maria, também denominadas como Dogmas Marianos, são quatro: sua maternidade divina, a virgindade perpétua, sua imaculada conceição e sua gloriosa assunção. 
(para estes dogmas, vou abrir uma postagem à parte).

Maria, mãe de Jesus e nossa. Devido a sua total adesão à vontade do pai, à obra redentora de seu Filho, a cada moção do espírito Santo, a Virgem é para a Igreja o modelo da fé e da caridade. De modo totalmente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça. (CIC, § 968).

A devoção Mariana deve ter sempre a finalidade de glorificar a Deus. Maria quis sempre mostrar Jesus. Ela nunca quis e não quer nunca glória para ela mesma. "Fazei tudo que Ele vos disser", (cf.Jo 2,5).

Podemos encontrar na Sagrada Escritura várias passagens que nos fazem, a cada dia amar mais a Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe:

O "Sim" de Maria - Lc 1,26-38;
Maria, vivência de paz pela oração. Mulher orante - At 1,14;
Maria, a intercessora - Jo 2,1-5;
Maria, aquela que se põe a serviço - Lc 1,39-45;
Maria, bem-aventurada - Lc 1,46-50;
Maria, aquela que aceita - Jo 19,26-27;
Maria na comunidade - At 2,1;
Maria, a mulher - Gn 3,14-16;
Maria, a arca da nova aliança - Ex 25,10
Maria, a aurora - Ct 6,10;
Maria, o sinal - Is 7,14;
Maria carismática - Lc 1,28-29;
Maria nossa mãe - Jo 19,25-27;
Maria melhor aluna - Lc 2,43-51;
Maria, melhor mestra - Jo 2,1-12.

Através de várias passagens nas Sagradas Escrituras e doctos da Igreja, podemos refletir sobre as dores e as alegrias de Nossa Senhora:
Maria - As sete dores - Lc 2,34-35; Mt 2,13-14; Lc 2,43b-45; Lc 23,26-27; Jo 19,15-27a; Mc 15,42; Jo 19,40-42a.

Maria - As sete alegrias - Lc 1,26-33.38; Lc 1,39-45; Lc 2,6-7; Mt 2,1-2.10-11; Lc 2,41-50; Mc 16,1-7; 
"Dogma da Assunção de Nossa Senhora", pelo papa Pio X, em 01.11.1950. 

Maria, filha de Deus Pai, Maria, esposa de Deus Espírito Santo, Maria, mãe de Deus Filho.

O MISTÉRIO DA REDENÇÃO

Via Sacra
Através de sua Paixão e Morte de cruz, Jesus Cristo se ofereceu em nosso lugar ao Pai, fazendo seu aquilo que era nosso: o pecado. Seu sofrimento na cruz é parte do projeto de Deus. Este projeto divino de salvação já havia sido anunciado, antecipadamente, na Escritura como um Mistério da redenção Universal. Cumpriu-se a profecia (Is 53,5).

Ele assumiu para si as nossas iniquidades, sofrendo e sendo castigado por nossos pecados para nos libertar e conduzir-nos à salvação, em cumprimento à promessa do Pai. Ele nos redimiu do pecado instaurado por Adão restituindo-nos a comunhão com Deus. Quem confirma esta certeza da obra da cruz são as palavras de 1Pd 2,24.

"Assim, no sofrimento e na morte, sua humanidade se tornou instrumento livre e perfeito de seu amor divino, que quer a salvação dos homens. Com efeito, aceitou livremente sua Paixão e sua morte por amor de seu Pai e dos homens, que o Pai quer salvar: 'Ninguém me tira a vida, mas eu a dou livremente' (Jo 10,18). Daí a liberdade soberana do Filho de Deus quando Ele mesmo vai ao encontro da morte" (CIC § 609).

O sacrifício de Cristo é único. "o amor até o fim" que confere o valor de redenção, de expiação e de satisfação ao sacrifício de Jesus. Ao enviar seu próprio Filho na condição de escravo, condição estas de uma humanidade decaída e fadada à morte devido ao pecado, "Aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nos tornássemos justiça de Deus" (2Cor 5,21). O Concílio de Quiercy, no ano de 835, nos ensina que não há, não houve e não haverá nenhum homem pelo qual Cristo não tenha sofrido.
Ao nos redimir do pecado instaurado com Adão, Jesus nos restitui a comunhão com Deus, inaugurando, assim, uma nova criação através da remissão dos nossos pecados, gerando um novo começo para a existência do homem (Rm 1,12-17). "Como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim, pela obediência de um só, todos se tornarão justos" (Rm 5,19).

Embora Cristo tenha redimido toda a humanidade, é necessário que o homem acolha a obra da Redenção e para isso são necessárias duas atitudes fundamentais:

Fé em Jesus Cristo como Salvador e Redentor, depositando n'Ele toda confiança e crendo na eficácia de seu sacrifício. (At 16,30-31).

Arrependimento. Que significa uma completa mudança de direção para nossa vida; pelo arrependimento, reconhecendo o próprio pecado, lamentando tê-lo praticado e tomando a decisão de não mais cometê-lo, com o auxílio da Graça de Deus.(At 2,37-38).

Reflexão:

O que é Mistério da Redenção?
O que é necessário para acolher a obra da Redenção?

O MISTÉRIO DA ENCARNAÇÃO

A Encarnação de Jesus no seio da Virgem Maria.
A Igreja denomina Encarnação o fato do Filho de Deus ter assumido a natureza humana para realizar nela a nossa salvação. O Mistério da Encarnação significa que o "Verbo de fez carne" (Jo 1,14), ou seja, que a segunda pessoa da Santíssima Trindade (o Verbo = Palavra) se fez homem e manifestou-se na pessoa de Jesus Cristo.

O verbo se fez carne para nos alvar e nos reconciliar com Deus, visto que o homem, pelo pecado original, havia perdido a graça e a santidade originais. O homem não era capaz de, por si mesmo, restituir esta graça, somente Deus poderia fazer isso. "Doente nossa natureza, precisava ser curada; decaída, ser reerguida; morta ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador; prisioneiros um socorro; escravos, um libertador..." (CIC, § 457).

O Verbo se fez carne para que assim conhecêssemos o amor de Deus, para que nele nos tornássemos "participantes da natureza divina" (2Pd 1,4); para que o homem, entrando em comunhão como o Verbo e recebendo a filiação divina se torne filho de Deus. Jesus significa "Deus salva" e Cristo quer dizer "Messias", que também significa ungido (Sl 97). Assim, o nome de Jesus exprime ao mesmo tempo a sua identidade e sua missão. Jesus por ser a segunda pessoa da Santíssima Trindade, compartilha de uma mesma divindade com o Pai e o Espírito Santo.

Jesus ao se encarnar assume a natureza humana sem deixar de ser Deus. Desta forma, Jesus possui duas naturezas: a divina e a humana, unidas em uma mesma e única pessoa divina (Fl 2,6s). Com isso, Jesus é Deus e homem. É importante compreendermos que Ele não é metade homem e metade Deus. Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Ele sendo Deus se fez plenamente homem sem deixar de ser Deus. Ele assumiu a natureza humana para que nela pudesse se realizar a nossa salvação nos tornando participantes da natureza divina, "é para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo, assim, a filiação divina, se torna filho de Deus" (CIC, § 460).

Reflexão:

O que é o Mistério da Encarnação?
Por que o Verbo se fez carne?
O que significa dizer que Jesus é Deus e homem?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

CATEQUESE - HISTÓRIA DA SALVAÇÃO

"Deus disse ainda a Abraão: 'Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu e a tua posteridade nas gerações futuras." (Gn 17,9).

A História da Salvação vai desde a Criação até a Parusia. Porém os fatos narrados nos primeiros onze capítulos da Bíblia, advêm de uma linguagem simbólica da qual a Santa Igreja Católica retira ensinos fundamentais para nossa vida cristã.

A História da Salvação com personagens, lugares e tempos bem definidos começa por volta do ano de 1800 antes de Cristo (a.C.), onde Deus intervém em nossa história para salvar o homem.

Podemos fazer nossa reflexão através dos textos bíblicos demonstrados abaixo:

- A Aliança no Paraíso: pacto e violação com suas consequências (Gn 1-11). Pré-História Bíblica.
- A escolha gratuita: a promessa. Abraão, Isaac e Jacó (Gn 12-50).
- Lei e Aliança provisória: Moisés, Josué, Juízes e Samuel (1240 a.C.); êxodo, Números, Levítico,   Deuteronômio, Juízes, Samuel, 1-16.
- A Monarquia: Saul, Davi e Salomão (1030 a 931 a.C.); (1Sm 8-31; 2Sm 1-24; 1Rs 1-11)
- Cisma das Dez tribos: Roboão de Judá e Jeroboão da Samaria (931 a.C.); (1Rs 12).
- Queda da Samaria: O rei Oséias e os Assírios (721 a.C.); (2Sm 17,1-23).
- Queda de Judá: o rei Sedecias e Nabucodenosor da Babilônia (587 a.C.); 2Rs 25,1-30).
- Exílio da Babilônia: Profeta Ezequiel (587 a.C.); (Livro de Ezequiel.)
- A comunidade religiosa (início do Judaísmo): Esdras e Neemias (538 a.C.); (Livros de Esdras, Neemias, Ageu e Malaquias)
- Os Macabeus (165 a 134 a.C.); (1 e 2 Macabeus).
- Grande, Nova e Eterna Aliança: O Segundo Adão e Reino Messiânico (Século I à consumação da história); (Os escritos do Novo Testamento).

Datas Importantes:
Anos 30 d.C.: Morte de Jesus; Páscoa e Pentecostes.
Conversão de São Paulo no ano 36 (At 9,22-26).
Martírio de Pedro e Paulo (67 d.C)
Queda de Jerusalém (70 d.C.)
Morte de São João (100 d.C.)
História da Igreja (a partir do século II).

A Bíblia e a nossa história.

A história é a dimensão de tempo em que se realiza a nossa vida. Todos nós temos uma história pessoal e, ao mesmo tempo, fazemos parte de uma história maior: a história do nosso povo e também a história da humanidade. A Bíblia também é uma história. Contudo, que relação existe entre a história que a Bíblia conta e a nossa história hoje? Se olharmos profundamente, descobrimos que a Bíblia é a nossa história, a história da nossa vida. E isso por dois motivos:

1- A Bíblia é a história do nosso passado: Desde que fomos batizados em nome da Trindade, tornamo-nos participantes da Aliança que Deus fez com os homens e começamos a fazer parte do povo de Deus. A Bíblia conta a história dessa aliança; primeiro a aliança antiga, realizada com o povo de Israel Antigo Testamento; depois a aliança nova e definitiva, realizada com todos os homens através de Jesus Cristo Novo Testamento. Entretanto, para essa aliança, todos e cada um de nós herdamos a Bíblia como nossa história, a história do nosso passado como família de Deus, irmãos de Jesus Cristo e descendentes do povo do Antigo Testamento.

2- A Bíblia é também a história do nosso presente: Nela temos uma análise tão profunda da vida, que também a nossa história pessoal, a história do nosso povo e a da humanidade de hoje podem ser analisadas pelos modelos que nela encontramos a cada passo. A Bíblia, na verdade, é um grande espelho que reflete nossos problemas, perguntas, dúvidas, lutas, buscas e esperanças, que são as mesmas de sempre. Desse modo a Bíblia nos ajuda a descobrir a presença de Deus em nossa história e a ouvir os apelos que ele nos dirige para vivermos como povo de Deus.

Para nosso Crescimento: procurar, ler e refletir:
1Reis (1Rs 8); At 13; Mc 16.

1-Quando começa e termina a História da Salvação?
2-Qual foi o maior sacrifício que Deus pediu a Abraão?
3-Como surgiu e quais são as doze tribos de Israel?
4-Qual foi a causa pela qual o rei Salomão se afastou de Deus?
5-Até quando se celebrará a Ceia do Senhor e como Ela é chamada hoje?
6-Refletir sobre o Evangelho, Fazer um Relato, Dê um Título ao relato, segundo a ordem abaixo:
Gn 17,9; Lc 1,26-27; Is 7,14; Gl 4,4-7; Lc 2,12; At 13,23; Lc 8,1; At 10,38; Mt 20,19; At 2,24; Mc 16,9.14-17; Lc 24,51; Mt 16,19; 1Cor 1,23; 1Jo 2,1b-2; Jo 6, 51; 2Cor 4,5; 1Cor 1,18;

"Tudo procede do amor, tudo está ordenado à salvação do homem, Deus não faz nada que não seja para esta finalidade" (Santa Catarina de Sena)

O PECADO ORIGINAL - UMA VERDADE ESSENCIAL DA FÉ

É preciso conhecer a Cristo como fonte da graça para conhecer Adão como fonte do pecado.

O pecado de Adão se tornou o pecado e todos os homens. São Paulo afirma que pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores (Rm 5,19). "Como por meio de um só homem o pecado entrou no mundo e, pelo pecado, a morte, assim a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram..." (Rm 5,12). Porém, "Assim como pela falta de um só resultou a condenação de todos os homens, do mesmo modo, pela obra da justiça de um só (a de Cristo) resultou para todos os homens a justificação que traz a vida" (Rm 5,18).

Todo o gênero humano é um Adão um só corpo de um só homem. "... Em virtude destas 'unidade do gênero humano', todos os homens estão implicados no pecado de Adão, como todos estão implicados na justiça de Cristo. Contudo, a transmissão do pecado original é um mistério que não somos capazes de compreender plenamente. Sabemos, porém, pela Revelação, que Adão havia recebido a santidade e a justiça originais não exclusivamente para si, mas para toda a natureza humana: ao ceder ao tentador, Adão e Eva cometem um pecado pessoal, mas este pecado afeta a natureza humana, que vão transmitir em um estado decaído. É um pecado que será transmitido por propagação à humanidade inteira, isto é, pela transmissão de uma natureza humana privada da santidade e da justiça originais. E é por isso que o pecado original é denominado "pecado" de maneira analógica: um pecado 'contraído' e não 'cometido', um estado e não um ato." (CIC, § 404).

O pecado de Adão deu origem a todos os pecados e males da humanidade. Todos os homens nascem com as gravíssimas consequências do pecado original: privados da graça e, portanto, em estado de pecado e inclinado ao mal. A esta inclinação ao pecado denominamos concupiscência, que se manifesta na ânsia desordenada das coisas terrenas como de gozos, bens, honras entre outras coisas mais. Passamos também a viver em meio à inumeráveis penas e calamidades e, finalmente, a morte.

Pelo pecado original, o demônio adquiriu influência sobre o mundo. Com isso, a natureza humana é lesada em suas próprias forças naturais, submetida à ignorância, ao sofrimento e ao império da morte, e também inclinada ao pecado.
Sendo assim, por ser Adão princípio e cabeça do gênero humano, ao ter perdido a graça e os dons que o acompanhavam, os perdeu também para seus descendentes. Isto significa que ao recebermos de nossos primeiros pais (Adão e Eva) a natureza, nós a recebemos manchada com aquela culpa e, portanto, privados da graça e de justiça originais.

Contudo, depois da queda, Deus não abandonou o homem, mas o chama e já anuncia de modo misterioso a vitória sobre o mal e o soerguimento da queda: "Porei ódio entre ti e a mulher, entre tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3,15). Esta passagem do Gênesis foi chamada "proto-evangelho" por ser o primeiro anúncio do Messias redentor, do combate entre a serpente e a Mulher, e a vitória final de um descendente desta Mulher.

A Tradição Cristã vê nesta passagem o anúncio do "Novo Adão" que por sua "obediência até a morte de cruz" (Fl 2,8) repara com superabundância a desobediência de Adão. Assim como numerosos Padres e Doutores da Igreja veem na mulher anunciada a mãe de Cristo, que é Maria, como a "Nova Eva".

Por fim, se ainda assim restar a pergunta: Por que Deus, que é bom, e sabe de todas as coisas não impediu que o primeiro homem pecasse? A resposta é simples: Deus permite que os males aconteçam para tirar deles um bem maior: "Onde abundou o pecado superabundou a graça" (Rm 5,20).

"Ó feliz culpa que nos mereceu tão grande Salvador". (Sto Agostinho)

Para reflexão:
Por que só Deus é Criador?
O que é pecado original?
Qual foi o pecado de Adão e Eva?
Por que o pecado de Adão reflete para toda a humanidade?
Por que Jesus é novo Adão?

CONSEQUÊNCIAS DO PECADO ORIGINAL E QUEDA DO HOMEM

A QUEDA.

O homem, que inicialmente, foi constituído em um estado de santidade e que estava destinado a ser plenamente "divinizado" por Deus, ao se deixar seduzir pelo demônio, quis ser como Deus, mas sem Deus (Gn 3,5). Como consequência Adão e Eva perdem imediatamente a graça da santidade original (Gn 3,7); sentem medo de Deus, pois fizeram Dele uma falsa imagem (a de um Deus enciumado de suas prerrogativas) e com isso, foi gerada uma inimizade com Deus (Gn 3,8) e também com o semelhante (Gn 3,12).

A harmonia na qual estavam, estabelecida graças à justiça original, está destruída; o domínio das faculdades espirituais da alma sobre o corpo é rompido; a união entre o homem e a mulher é submetida à tensões (Gn 3,11-13); suas relações serão marcadas pela cupidez e pela dominação (Gn 3,16). A harmonia com a criação está rompida: a criação visível tornou-se para o homem estranha e hostil (Gn 3,17.19). Por causa do homem, a criação está submetida à "servidão da corrupção" (Rm 8,20). Finalmente, vai realizar-se a consequência explicitamente anunciada para o caso da desobediência (Gn 2,17): o homem "voltará ao pó do qual é formado" (Gn 3,19). E, com isso, a morte entra na história da humanidade. (CIC, § 400).

Além de tudo isso, o homem perde a felicidade eterna, pois o Senhor o põe para fora do paraíso. "O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, para que ele cultivasse a terra de onde tinha sido tirado" (Gn 3,23).

O ALASTRAMENTO DO PECADO

A partir de então, acontece um verdadeiro alastramento do pecado que inunda o mundo. Caim mata seu irmão Abel (Gn 4); a humanidade se corrompe totalmente e a maldade sobre a terra é tão grande que chega a ponto de o Senhor decidir exterminar a face da terra (Gn 6,1-7). Entretanto, um homem encontrou graça aos olhos do Senhor: Noé. Este homem era justo em meio aos de sua geração, por isso Deus o preservou; deu-lhe uma ordem para construir uma arca, na qual ele e sua família ficariam abrigados e a salvo do Dilúvio que vivia sobre a terra. Nesta arca ficaria também um casal de cada espécie de animal, para que as espécies tivessem uma continuidade.

Após o fim do Dilúvio, Deus fez uma aliança com Noé e sua posteridade na qual promete não mais mandar um dilúvio para destruir a terra (Gn 9,8-17).
Naquela época toda a terra possuía uma única língua, porém alguns homens quiseram fazer uma torre que tocasse o céu, para que seus nomes fossem lembrados para sempre. Então o Senhor decidiu confundir suas línguas para que não mais levassem adiante  aquele projeto e a partir daí os dispersou pela face da terra. (Gn 11,1-9). Neste acontecimento podemos perceber mais uma vez o homem esquecendo que Deus é o Criador e o Soberano e não ele enquanto simples criatura.

Algumas consequências do pecado original e queda do homem como nos vem relatados na bíblia:
Gn 3,1-17; 4,11.

OBS: Próxima postagem: O pecado original: Uma verdade essencial da fé.

ASPECTOS DO SIGNIFICADO DO HOMEM SER CRIADO À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS.

A dignidade da pessoa humana - por ter sido criado à imagem de Deus, o ser humano tem dignidade de PESSOA. O homem é a única criatura da terra à qual Deus amou por si mesma. Só ele está chamado a participar, pelo conhecimento e pelo amor, na vida de Deus. Para este fim foi criado e esta é a razão fundamental de sua dignidade;

O homem é um ser inteligente - Os animais não pensam, mas o homem pode pensar e expressar seu pensamento com palavras. Sabe calcular, contar, medir, fabricar motores, descobrir a eletricidade... Enfim, distingue-se dos demais seres por sua razão ou inteligência, que é um reflexo da inteligência de Deus. Os animais louvam a Deus sem o saber; o homem o faz sabendo;

O homem é um ser livre - Os animais se governam por instintos e não podem agir de outra maneira; as plantas regem-se por leis às quais obedecem cegamente. O homem pode escolher, pode fazer uma coisa ou outra, pode fazer o bem e o mal, pode cumprir ou não as leis que o Senhor lhe deu. Deus lhe concedeu a faculdade de escolher livremente. Deus quis o homem livre;

O homem é rei e senhor do universo - Deus entregou o mundo ao homem para que o submetesse e transformasse (Gn 1,26-38). O homem pode domesticar os animais selvagens, desviar os rios, fazer saltar as pedras, cortar as árvores etc. Deus o quis assim. Sendo Deus o Dono e Senhor de tudo, porque tudo criou e tudo lhe pertence, colocou tudo nas mãos do homem, para que este seja o senhor e domine a terra. Nisto também se parece o homem com Deus, que lhes fez participar do dom de poder dominar sobre os animais, as plantas... Enfim, todo o universo;

O homem é imagem de Deus, sobretudo, pela graça - Entre todos os benefícios que Deus deu ao homem, o que se assemelha mais a Deus é a graça santificante, que se recebe no momento do batismo. A graça nos faz participantes da natureza divina, elevando-nos à dignidade de filhos de Deus.

Deus criou o mundo ordenado e tudo aquilo que Ele criou é muito bom (Gn 1,31). Logo, naturalmente, o homem não poderia se perder nem pecar. Sendo assim, por que existe o sofrimento? Por que existe o mal? Por que existe a morte e as guerras? A resposta para estes questionamentos é uma só: o pecado, que tem sua raiz na culpa original.

Após terminar a obra da criação, Deus submeteu a natureza ao homem (Gn 1,26-30), contudo, proibiu-o de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2,17). Esta proibição simbolicamente significa o limite intransponível que o homem deve livremente se recolher como criatura e respeitar com confiança em Deus que sabe o que é bom para nós. O homem depende do Criador, está submetido às leis da Criação e também às normas morais que regem o uso da liberdade. Ao ser tentado pelo diabo, o homem deixa morrer em seu coração a confiança em seu Criador, abusando da sua liberdade através da desobediência, que constitui o primeiro pecado do homem. A partir daí, todo pecado passa a ser uma desobediência a Deus, bem como uma falta de confiança em sua bondade.

Deus é infinitamente bom e todas as suas obras são boas. Todavia, ninguém escapa à experiência do sofrimento, dos males existentes na natureza - que aparecem como ligados às limitações próprias das criaturas,  sobretudo à questão do mal moral.

O pecado está presente na história do Homem: seria inútil tentar ignorá-lo ou dar a esta realidade obscura outros nomes.

A permissão divina do mal físico e do mal moral é um mistério que Deus ilumina pelo Seu Filho, Jesus Cristo, morto e ressuscitado para vencer o mal. A fé nos dá a certeza de que Deus não permitiria o mal se o próprio mal não tivesse o bem, por caminhos que só conheceremos plenamente na vida eterna.

Para tentarmos compreender o que é pecado, é preciso antes de tudo reconhecer a ligação profunda do homem com Deus, pois fora desta relação o mal do pecado não é desmascarado na sua verdadeira identidade de recusa e de oposição face a Deus, embora continue a pesar sobre a vida do homem e sobre a história.

OBS: Esta postagem deve ser estudada junto com a catequese com o título "Deus Pai Criador". (postagem anterior).

Segue: Consequências do pecado original e quedado homem (próxima postagem)

DEUS PAI CRIADOR

"No princípio, Deus criou o céu e a terra" (Gn 1,1)

São com essas palavras que se inicia a Sagrada Escritura. Este no princípio significa que não havia nenhum ser sobre a terra, nem homem nem mulher, não existia planta, animal ou pedra. Não havia sequer um raio de sol para anunciar o dia, ou uma estrela para brilhar na noite, porque não existia o dia nem a noite.
Não havia altura nem profundidade, nem direita nem esquerda. No princípio existia Deus. Foi Ele que pôs um começo a tudo que existe, que está expresso na fórmula céu e terra". É importante ter consciência que, embora a obra da criação seja particularmente atribuída a Deus Pai, é igualmente verdade de fé que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são o único e indivisível princípio da Criação. (CIC § 316).

Deus criou o mundo do nada. O homem necessita de tempo e esforço para construir um edifício ou fabricar um objeto, além, é claro, de um material preexistente. Dizemos que Deus criou o mundo, e não que Deus fabricou o mundo. Criar quer dizer fazer que exista algo que antes não existia, tirando-o a partir do nada. O homem não pode criar, mas sim modificar e transformar, como por exemplo: o curso de um rio, fabricar um tecido usando para isto a matéria prima do algodão ou fibras sintéticas, montar um carro usando peças previamente fabricadas etc. "Cremos que Deus não precisa de nada preexistente nem de nenhuma ajuda para criar. A criação também não é uma emanação necessária da substância divina."

O mundo foi criado para a glória de Deus. Ele criou todas as coisas para manifestá-la e comunicá-la, pois Deus não tem outra razão para criar, a não ser por sua bondade e por seu amor. O mundo não é produto do acaso, de um destino cego ou de uma necessidade qualquer  "... O mundo procede da vontade livre de Deus, que quis fazer as criaturas participarem de seu ser, de sua sabedoria e de sua bondade: 'Pois tu criaste todas as coisas; por sua vontade é que elas existiram e foram criadas'. (Ap 4,11)". (CIC,§295).

A criação é o fundamento de "todos os desígnios salvíficos de Deus", "o começo da história da salvação" que culmina em Cristo.
Na criação do mundo e dos homens, deus colocou o primeiro e universal testemunho do seu amor Todo-Poderoso e da sua Sabedoria, o primeiro anúncio do seu "desígnio benevolente", o qual encontra sua meta na nova criação em Cristo.

Dentro da obra da criação, o homem ocupa um lugar único, pois "Deus criou o homem à sua imagem, criou o homem e a mulher" (Gn 1,27). Estes são criados por Deus, ou seja, são queridos por Ele, tanto no que se refere a sua perfeita igualdade como pessoas, quanto em seu ser respectivo de homem e de mulher. São criados em idêntica dignidade, "à imagem de Deus". Entretanto, não podemos nos deixar confundir achando que Deus é à imagem do homem. Deus não é nem homem nem mulher. Deus é puro Espírito, não havendo nele lugar para a diferença entre os sexos. As "perfeições do homem e da mulher são reflexo da infinita perfeição de Deus, que são as de uma mãe, as de um pai e de um esposo. (CIC, §370).

Deus, que criou o universo, o mantém na existência pelo seu Verbo, "este Filho que sustenta o universo com o poder de sua palavra" e pelo seu Espírito Criador que dá a vida.

A Divina Providência são as disposições pelas quais Deus conduz com sabedoria e amor todas as criaturas até seu fim último. Cristo convida-nos à entrega filial, à Providência de nosso Pai Celeste.

A Providência Divina age também através da ação das criaturas. Aos seres humanos Deus concede cooperar livremente para os seus desígnios.

OBS: Próxima Postagem, (Alguns aspectos do significado do homem ser criado à imagem e semelhança de Deus.

No Novo Testamento: Existência da Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo

Mt 3,16-17; Jo 14,26; 2Cor 13,13; Gl 4,6.

O envio do Espírito Santo em Pentecostes, após a glorificação do Filho, revela em plenitude o Mistério da Santíssima Trindade em cumprimento à promessa e fidelidade ao Pai. Neste dia é revelada plenamente a Santíssima Trindade. A partir desse dia, o Reino anunciado por Cristo está aberto aos que creem Nele; na humildade da carne e na fé, eles participam já da comunhão da Santíssima Trindade. Por sua vinda - e ela não cessa -, o Espírito Santo faz o mundo entrar nos "últimos tempos", o tempo da igreja, o Reino já conhecido em herança, mas ainda não consumado". (CIC, § 732).

Existe uma unidade entre as três pessoas, por serem da mesma natureza, uma pessoa não é mais nem menos importante que a outra, pois trata-se de um único Deus. O Pai está todo inteiro no Filho e no Espírito Santo está todo inteiro no Pai e no Filho. Poderíamos aqui buscar elucidar um pouco melhor através do exemplo da água que possui três estados: sólido, líquido e gasoso. Embora em três estados diferentes são a mesma substância, ou seja, não deixa de ser água.

Pela razão natural só provamos a existência de um Deus, criador e perfeitíssimo. Sobre sua natureza íntima somente Ele nos pode revelar, comunicando-se a nós aqui na terra, pela obscuridade da fé, e depois da morte, na luz beatífica do céu (1Cor 13,12).

Este Mistério, só o compreenderemos na luz beatífica de céu, pois "Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido." (1Cor 13,12).

Santo Agostinho, 'Doutor da Graça' foi um grande estudioso do Mistério da Santíssima Trindade. Certa vez, já cansado, foi passear à beira-mar. Sempre pensando: "Como é que três pessoas podem ser um só Deus? De repente viu um menino levando uma concha com água do mar para encher um pequeno buraco. o bispo olhou para o menino e perguntou: "O que está fazendo aí?" o menino respondeu: "eu vou trazer todo o mar para dentro deste buraquinho". Santo Agostinho sorriu e disse: "Ora, menino, esse mar não cabe neste pequeno buraco..." E a criança lhe respondeu: "Pois sim, o grande mar não cabe neste poço. Mas então o grande mistério de Deus não cabe também na vossa pequena cabeça". A partir daí, Santo Agostinho entendeu que ninguém pode compreender o grande mistério de um só Deus em Três pessoas. Devemos crer, sem compreender totalmente.

A IGREJA DESDE O PRINCÍPIO DEFINIU

"Acreditamos num só Deus, Pai Todo-Poderoso. E num só Senhor Jesus Cristo, Filgo Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos. Luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai; por Ele todas as coisas foram feitas.
E no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, que procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho á adorado e glorificado. Ele que falou pelos Profetas" (Credo do Primeiro Concílio de Constantinopla - ano 381).

"Eis a fé católica: veneramos o Deus Uno na Trindade e a Trindade na Unidade, sem confusão de Pessoas e sem divisão da substância" (Símbolo de Atanásio - do IV ao VI século).

"Há apenas um Deus e Pai que tudo criou, e um Senhor Jesus Cristo, pelo qual tudo foi criado, e um Espírito Santo, no qual tudo foi criado" (II Concílio Ecumênico de Constantinopla - ano 553).

"Estas Pessoas são um só Deus, não três deuses. Pois estas três Pessoas ´possuem uma essência, uma substância, uma natureza, uma divindade, uma imensidade, uma eternidade, e tudo e UM, com exceção de que, quanto às relações, se opõem entre si" (Concílio Ecumênico de Florença - ano 1442).

Para Reflexão:
Por que Deus é Uno e Trino?
Dê dois exemplos de passagens bíblicas que falam da Santíssima Trindade.
O que significa consubstancial e qual a relação desta palavra com o Mistério da Santíssima Trindade.
Em (Pentecostes) se dá plenamente a revelação da Santíssima Trindade.

O Mistério da Santíssima Trindade - Deus Uno e Trino

 9ª Catequese com Adultos

"Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras" (Jo 14,10).

Este é o Mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo. É, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina (CIC, §234).
É o mistério pelo qual professamos a fé em um só Deus em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Assim, a fé de todos os cristãos consiste na Trindade, e estes ao serem batizados são chamados a compartilhar da vida da Trindade, expressa sobretudo na doutrina e na fé da Igreja, que desde o princípio professava: "Creio em um só Deus, Pai todo-Poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis... (Credo Niceno-Constantinopolitano).

No Antigo Testamento não se encontra claramente este ensino, provavelmente porque os judeus viviam num mundo cercado pelo politeísmo (crença em vários deuses), daí o perigo de se considerar esta revelação como se fossem três deuses diferentes e não apenas um único Deus. Contudo, apesar disso, pode-se perceber a Santíssima Trindade no Antigo Testamento de forma "velada", como por exemplo, no uso do plural para se referir a Deus: "Façamos o homem a nossa imagem e semelhança" (Gn 1,26). Logo, desde a criação já se afirma a indivisibilidade da Trindade. E ao longo do AT encontramos passagens que nos revelam, desde o princípio, a existência da trindade, como por exemplo: Gn 1,1; 3,22; 11,7; Jz 14,6. É de São Gregório Nazianzeno a seguinte frase: "Não teria sido prudente proclamar abertamente a divindade do Filho antes que fosse reconhecida a divindade do Pai, ou impor a função do Espírito Santo - se é lícito expressar-mo-nos numa forma tão ousada - quando ainda a divindade do Filho ainda não era reconhecida".

A Encarnação do Verbo (Jesus Cristo) é também uma revelação da Trindade, pois "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus" (Jo 1,1).

No curso de sua vida, Jesus nos deu a conhecer abertamente a doutrina da Trindade pelo seu testemunho e palavra quando:

Revelou Deus como pai: Mt 6,9;
No uso do plural para se referir a Deus: Gn 1,26; Gn 3,22; Gn 11,7;
Apresentou-se como Filho igual ao pai: Mt 11,27; Jo 10,30;
Ordena aos seus apóstolos a batizarem em nome da Trindade: Mt 28,19;
No uso das palavras para descrever a forma de uma pessoa agir. Destacam-se principalmente três palavras: Sabedoria, Palavra e Espírito de Deus. São como preparação antecipada da revelação do Verbo (Jesus Cristo) e do Espírito Santo.

Sabedoria: AT - Eclo 24,1-5; Sb 7,25; Bar 3,38. No Novo Testamento, esta sabedoria é interpretada como sendo o próprio Jesus Cristo - 1Cor 1,23-24; Hb 1,3.

Palavra: Estamos diante do conceito bíblico visto por excelência como apresentação da Segunda pessoa da Trindade. Essa associação entre Palavra e Jesus Cristo é evidente nos escritos de São João. Em Jo 1,1 somos levados a retornar a Gn 1,1. A revelação de São João nos faz entender que a Palavra pela qual Deus criou tudo é o próprio Jesus Cristo, o Verbo Encarnado.

Espírito Santo: Uma leitura cristã do Antigo Testamento nos faz reconhecer também a terceira pessoa da Trindade presente desde o início da criação - Gn 1,2.

Entre as outras inúmeras passagens destacamos três pela força como transmitem a realidade do Espírito. Aprendemos que o Espírito Santo:

É visto como o princípio ativo capaz de produzir vida: Gn 2,7;
Força que capacita o homem para realizar grandes obras: Jz 14,6;
Promessa de poder espiritual para todos os homens: Ez 11,19.

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No NT existem outras provas da existência da Trindade...