O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

"Desde quando perguntareis, não credes mais na Eucaristia? Mas vem a graça a despertá-los - a simples graça da volta - e seu primeiro movimento o levará instintivamente à Eucaristia.

"Aquele que crê em Mim tem a vida eterna" (Jo 6,47).

Quão felizes seríamos se tivéssemos uma fé viva no Santíssimo sacramento, pois a Eucaristia é a verdade régia da fé; a virtude, o ato soberano do amor, é toda a religião em movimento. Ah! se conhecêssemos o dom de Deus!
A fé na Eucaristia é um tesouro que devemos procurar pela submissão, guardar pela piedade, defender por todos os sacrifícios. Não ter fé no Santíssimo Sacramento é a pior das desgraças.

Será possível que alguém, que acreditou e comungou, venha a perder de todo a fé no santíssimo Sacramento? Ah! penso que não. O filho poderá desprezar o pai, insultar a mãe, mas não os conhecer, isto nunca! Assim também o cristão não poderá negar que comungou, nem esquecer que um dia foi feliz!

A incredulidade para com a Eucaristia jamais proveio da evidência das razões em contrário. Tal homem e tal mulher está entorpecido pelos afazeres do mundo e sua fé adormece: ele, ela esqueceu. Mas vem a graça a despertá-los - a simples graça da volta - e seu primeiro movimento o levará instintivamente à Eucaristia.

A incredulidade pode ainda provir das paixões que dominam o coração - e aquela paixão que quer reinar é cruel. Não satisfeita, é desdenhosa; atacada, nega. "Desde quando, perguntareis, não credes mais na Eucaristia?" E, volvendo à fonte da incredulidade, ver-se-á uma fraqueza, uma tentação às quais não se teve a coragem de resistir.

A incredulidade provém também de uma fé, por muito tempo, fraca e duvidosa. Ao ver tantos indiferentes, tantos incrédulos praticamente, ao ouvir as razões artificiais da falsa ciência, a alma se escandalizou. Tanta gente honesta que, no entanto, nunca crê!
Eis a fé duvidosa que leva a não mais crer na Eucaristia. Afastam-se então, como os habitantes de Cafarnaum, daquele cujas palavras são Verdade e a Vida!

A que consequências se expõe quem não crê e zomba da Eucaristia? Começa por negar o Poder Divino. Será possível que Deus esteja nessa ínfima aparência? Nunca! Quem o poderia crer? Jesus Cristo, o Salvador afirmou: "Isto é meu Corpo, isto é meu Sangue". E despreza a Bondade Divina, quais os discípulos que, ao ouvir a promessa eucarística, se retiraram e abandonaram o Mestre. E pouco a pouco, a fé nos outros Mistérios se abalará até se dissipar. Quem não crê neste mistério Vivo, que se afirma por um fato presente, não há de crer em nada. Sua virtude, em breve, se tornará estéril, perderá seu alimento natural, cortará as relações com Jesus Cristo, de quem extraía toda a sua força. E, não olhando mais para seu modelo, dele se esquecerá.

Devemos crer, portanto, na Eucaristia e repetir sempre: "Creio, Senhor, mas ajuda minha fé cambaleante". Nada é mais glorioso para Nosso Senhor do que esse ato de fé na sua presença eucarística.
É honrar de modo eminente sua Veracidade Divina. A maior honra que podemos prestar a alguém é crer na sua palavra, e a maior injúria, é suspeitá-lo de mentira, pôr em dúvida sua Palavra, pedir-lhe provas, garantias.
Ora, se o filho crê na palavra do pai, o servo na do amo, o súdito na do rei, por que não crer na Palavra de Jesus Cristo, afirmando-nos solenemente que está no Santíssimo Sacramento?

O ato de fé simples e absoluto na sua palavra é para Ele mais glorioso também por reconhecê-lo e adorá-lo o seu estado velado. A honra que se presta ao amigo disfarçado, ao rei simplesmente vestido, excede a qualquer outra; então honra-se na verdade, a pessoa, e não o hábito!

O mesmo se dá com Jesus no Santíssimo Sacramento. Honrá-lo, crer que é Deus apesar do véu da fraqueza que o cobre, é honrar sua Pessoa Divina, respeitar o Mistério em que se envolve. E nosso mérito é bem maior. Com Pedro confessando a Divindade do Filho do Homem, e o bom ladrão a inocência do Crucificado, afirmamos ser Jesus Cristo mesmo, embora aparente o Pão.
Mais ainda, é crer o contrário do que nos dizem os sentidos, apoiando-nos unicamente na certeza de sua palavra infalível. Ah! Devemos crer na presença real de Jesus na Eucaristia. Que o respeito se apodere de nós ao entrarmos na Igreja, pois Jesus Cristo aí está; respeito todo de fé e de amor em presença do próprio Jesus Cristo de quem nos aproximamos. Seja este nosso apostolado, nosso discipulado, nossa missão.

Jesus Eucarístico: Nenhum mais eloquente para conquistar os ímpios e os incrédulos.

Fonte: A Divina Eucaristia; São Pedro Julião Eymard. Vl1.

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