O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

quarta-feira, 20 de março de 2013

AS VIRTUDES: VIRTUDES CARDEAIS E VIRTUDES TEOLOGAIS

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que Virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem, que permite à pessoa não só a praticar atos bons, mas dar o melhor de si. Com todas as suas forças sensíveis e espirituais, a pessoa virtuosa tende ao bem, procura-o e escolhe-o na prática.

As virtudes humanas são atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais da inteligência e da vontade que regulam nossos atos, ordenando nossas paixões e guiando-nos segundo a razão e a fé. Estas propiciam facilidade, domínio e alegria para levar uma vida normalmente boa. A pessoa virtuosa é aquela que pratica livremente o bem.
"O objetivo da vida virtuosa é tornar-se semelhante a Deus", diz-nos São Gregório de Nissa.

Virtudes Cardeais: PRUDÊNCIA, JUSTIÇA, FORTALEZA E TEMPERANÇA.

Prudência: É a virtude que leva a discernir o bem e os meios para realizá-lo. Ela conduz as outras virtudes indicando-lhes a regra e a medida. Ela guia imediatamente o juízo da consciência. O homem prudente decide e ordena sua conduta seguindo este juízo. Graças a esta virtude, aplicamos sem erro os princípios morais aos casos particulares e superamos as dúvidas sobre o bem a praticar e o mal a evitar. A prudência é a regra certa da ação (cf. 1Pd 4,7 e CIC, § 1806).

Justiça: É a Virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido. A justiça para com Deus chama-se "virtude da religião". para com os homens, ela nos conduz a respeitar os direitos de cada um e a estabelecer nas relações humanas harmonia, promovendo a equidade em favor das pessoas e do bem comum. (cf. Lv 19,15; Cl 4,1 e CIC, § 1807).

Fortaleza: É a virtude moral que dá segurança nas dificuldades, firmeza e constância na prática do bem. Firma a resolução de resistir às tentações e superar os obstáculos na vida moral. Ela torna o homem capaz de vencer os medos, suportar as provações e perseguições, e, até mesmo a aceitar a renúncia e o sacrifício de sua própria vida para defender uma causa justa. (cf. Sl 118,4; Jo 16,33 e CIC, §1807).

Temperança: É a virtude moral que modera, no homem, a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade
sobre os instintos e mantém os desejos sob os limites da honestidade, orientando seus apetites sensíveis para o bem e guardando uma santa discrição. A pessoa temperante "não se deixa levar pelas paixões do coração" (cf. Eclo 5,2 e CIC, § 1808).

As virtudes morais crescem pela educação, pelos atos deliberados e pela perseverança no esforço. A graça divina as purifica e as eleva.
Cada um deve sempre pedir esta graça a Deus, recorrer aos sacramentos, cooperar com o Espírito Santo, seguir seus apelos de amar o bem e evitar o mal.

Virtudes Teologais: FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE.

Fé: É a virtude teologal pela qual nós cremos em Deus e em tudo o que Ele nos revelou e que a Santa Igreja nos propõe crer. Ela conduz a uma entrega total a Deus. O dom da fé permanece naquele que não pecou contra ela. Mas a fé sem obras é morta (Tg 2,26): pois somente a fé sem a esperança e o amor, não une plenamente o fiel a Cristo e faz dele um membro vivo de seu Corpo. A fé viva "age pela caridade" (Gl 5,6). O cristão, além de guardar e viver na fé deve, também, professá-la, testemunhá-la com firmeza e difundi-la. (Mt 10,32-33 e CIC, § 1816).

Esperança: É a virtude teologal pela qual nós desejamos e aguardamos de Deus com firme confiança, a vida eterna e as graças para merecê-la (Hb 10,23; Tt 3,6-7; 1Ts 4,13-18). A esperança cristã se manifesta nas bem-aventuranças anunciadas por Jesus. As bem-aventuranças purificam as esperanças do homem, ordenando-as ao reino dos Céus vence o desânimo, o esmorecimento, o egoísmo e conduz a caridade trazendo alegria mesmo na tribulação (Rm 12,12). Traçam o caminho através das provações reservadas aos discípulos de Jesus. Mas pelos méritos de Jesus Cristo e de sua Paixão, Deus nos guarda na "esperança que não decepciona" (Rm 5,5; Hb 6; 19-20; 1Ts 5,8). A esperança se exprime e se alimenta na oração, especialmente no "Pai-Nosso", que é o resumo de tudo que a esperança nos faz desejar. (cf. CIC, § 1821).
Podemos esperar, pois, a glória de céu prometida por Deus aos que o amam e fazem sua vontade.

Caridade: é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos. A caridade é o novo mandamento de Jesus. Ele manifesta o amor que recebeu do Pai amando os seus até o fim" (Jo 13,1). E ainda: "Este é o meu preceito: Amai-vos uns aos outros como eu também vos amei" (Jo 15,12). Os seus discípulos imitam o seu amor, amando-se uns aos outros. Assim como Cristo nos amou quando ainda éramos "inimigos" (Rm 5,10), também nós devemos amar nossos inimigos (Mt 5,44); O Senhor quer que nos tornemos o próximo do mais afastado (Lc 10,27-37), que amemos como Ele (Mt 25, 40-45) as crianças e os pobres (Mc 9,37).

A caridade tem como "frutos" a alegria, a paz e a misericórdia; exige a beneficência e a correção fraterna; é benevolente; suscita a reciprocidade; é desinteressada e liberal; é amizade e comunhão. A caridade é a primeira das virtudes teologais: " Permanecem fé, esperança e caridade, estas três coisas". A caridade é superior a todas as virtudes (1Cor 13,1-3.13), pois eleva a capacidade humana de amar à perfeição sobrenatural do amor divino. (CIC, § 1829).

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