O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Mistagogia - Do visível ao Invisível

A mistagogia é a arte de sermos iniciados no mistério da Páscoa de Cristo, do qual ganha sentido todos os atos salvadores de sua vida e que são atualizados na celebração da liturgia. A mistagogia promove a unidade entre o anúncio da Palavra, a celebração do Sacramento e a vivência da fé. Leva o batizado a fazer a experiência dos símbolos e gestos celebrados não apenas como elementos pertencentes a este mundo, mas, aos olhos da fé, como realidades divinas.

É necessário ajudar o catequizando a entrar neste mundo de sinais para descobrir o universo simbólico em que se move a liturgia. O método parte do sentido cotidiano do símbolo e, em um segundo nível aponta como este aparece na Bíblia e em seguida mostra como o mesmo é empregado na celebração. Assim, chega-se ao quarto nível: o compromisso cristão que o rito suscita na vida.

Não se trata de explicar, mas de experienciar o símbolo, por isso o livro propõe a celebração de vivências que facilitam uma melhor assimilação do acontecimento de graça que se dá na liturgia.

Fonte: http://www.paulinas.org.br/loja/mistagogia


QUERIGMA - A força do Anúncio


Querigma significa o primeiro anúncio da Boa-Nova do acontecimento Jesus de Nazaré realizado na força do Espírito Santo, baseado no testemunho pessoal dos apóstolos. O anúncio demonstra a urgência da salvação de forma imperiosa por meio do diálogo e do testemunho. O convite e a decisão da acolhida da fé tornam-se inadiáveis e intransferíveis.

A perda do sentido da fé na sociedade anima a recuperar o primeiro anúncio dirigido aos batizados não evangelizados, às famílias e às crianças como forma de promover o encontro com Jesus Cristo. 
Estejamos atentos ao sofrimento, às indagações e às situações que envolvem as pessoas como ocasião de praticar o primeiro anúncio. Hoje, comunicar a boa notícia com alegria e confiança tornou-se uma forma essencial de fazer pastoral!

O objetivo deste livro não é de especificar detalhadamente os aspectos doutrinais, mas de capacitar o agente, especialmente o(a) catequista, para anunciar o querigma e estimular as pessoas a estabelecerem uma relação de fé na perspectiva da revelação de Deus para nós.

Fonte: www.paulinas.org.br/loja/querigma


Reflexão do Evangelho de Mateus Mt 12,46-50; Mt 13,10-17; Mt 13,18-23; Mt 13,36-43

Mt 12,46-50: “TODO AQUELE QUE FAZ A VONTADE DO MEU PAI... ESSE É MEU IRMÃO.” 

Não é a pertença a um grupo que nos fará ‘irmãos’ de Jesus, mas se o nosso alimento for o mesmo dele: fazer a vontade do Pai. Qual é a vontade do Pai? Que vivamos como Jesus, pois Ele é a regra da vida cristã. Quaisquer mandamentos ou leis deverão ser submetidos ao Espírito de Jesus. Daí a necessidade que temos de diariamente escutarmos atentamente o Evangelho para colhermos nele os critérios de Jesus. Hoje, Jesus nos pede para quebrarmos toda pretensão que venha de algum privilégio recebido ou adquirido, fazendo-nos dispostos à obediência total, radical. Essa é a obediência crente, aquela que nos coloca em comunhão com Jesus que se esvaziou, fazendo-se obediente. A Virgem Maria viveu essa obediência crente. Peço essa graça para mim e para meus irmãos. Amém!

Mt 13,10-17: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado". 

As parábolas revelam e escondem: revelam a quem não tem o 'coração insensível' e escondem aos que "ouvem com má vontade". As parábolas falam do Reino de Deus, dos seus mistérios, revelados aos pequeninos. Essa palavra de Jesus deve nos inquietar: o Reino é conhecido por nós, ou estamos no grupo dos que não conhecem? Que não seja uma mera especulação, está o fato de que tal conhecimento "é dado". O que depende de nós? Ouvir o que Jesus falou e fala na Igreja, olhar os sinais do Reino entre nós, mas sobretudo, compreender com o coração para distinguir o que vem de Jesus do que lhe é estranho. As parábolas foram contadas para desconcertar os ouvintes, mostrar uma lógica nova nas relações, mostrar o que realmente interessa a Deus e ao seu reinado e o que deve ser matéria de mudança da nossa mente carnal, cheia de conveniências.

Mt 13,18-23: “OS CUIDADOS DO MUNDO E A SEDUÇÃO DA RIQUEZA SUFOCAM A PALAVRA.” 

Jesus explica a parábola do semeador. Com qual desses terrenos você se identifica? Cada pessoa tem seu ponto fraco, seu calcanhar de Aquiles. Cada um deverá estar atento de que terreno pode retirar o tesouro da fé, o primado de Deus na própria vida. Seja o maligno, sejam as preocupações, seja nossa superficialidade, todas essas situações podem sobrevir a nós. O que fazer para guardar a Palavra recebida? Os santos nos ensinam que a primeira missão é procurar estar na vontade de Deus. Ali está nosso abrigo seguro. Outro ponto ensinado pela Virgem Maria é aprendermos a meditar no coração as “coisas” de Deus, a não viver superficialmente. Finalmente, a disposição de recomeçar, de voltar quantas vezes forem necessárias, pois o divino Semeador plantará com Seu perdão a Palavra em nós.

Mt 13,36-43: “O QUE SEMEIA A BOA SEMENTE É O FILHO DO HOMEM.” 

Como a erva recolhida e queimada é a vida de quem abriu mão de ser trigo e viveu como joio: parecendo, mas não sendo. Estamos diante de uma Palavra de promessa e de juízo: ou permanecer ‘no Reino’ ou dele ser tirado. É uma palavra que chama à responsabilidade cada ser humano sobre o modo como administra sua própria vida. Somos livres e podemos fazer o que quisermos com a vida, sabendo, porém, que ela nos foi dada como ‘talento’ do qual deveremos prestar contas. Do administrador se espera que seja fiel. Como ser fiel ao dom da vida? Não vivendo somente para si mesmo, mas gastando-a pelo próximo, indo às “periferias existenciais”, como nos convidou nosso Papa Francisco.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Reflexão Evangelho Mateus 10,16-23 até 12,38-42

Mt 10,16-23: “SEDE PRUDENTES COMO AS SERPENTES E SEM MALÍCIA COMO AS POMBAS.” 

Essa é a atitude que o Senhor nos exorta a ter diante de tempos de perseguição. Aqui tem uma tensão que em cada situação deverá ser discernida. O que se deve fazer? A prudência da serpente indica uma esperteza evangélica, aquela atitude da razão que não permite resignar-se diante das falácias da reflexão e do agir ambíguo. A ausência da malícia das pombas é a atitude de decidir não enfrentar o malvado, a escolha da não violência como critério de ação. Nunca podemos esquecer que Jesus venceu perdendo e perdoando. Quando não pudermos enfrentar o mal com o bem, devemos fugir. Seríamos vencidos se aceitássemos atacar com as armas com que nos atacam. Deus é o juiz a quem confiamos nossa causa. Todos nós queremos um mundo novo, uma Igreja renovada, uma família convertida; mas quanto em oblação estamos dispostos a pagar por isso? Quem quiser amar esteja disposto a sofrer! Como velas que, para manterem a chama acesa consomem-se, esse é o preço do amor. É assim que acontece a páscoa: a passagem da vida para a morte. Anunciemos Jesus, em tempo e fora de tempo. O Grande Pastor cuidará de nós, Suas ovelhas; dEle esperamos consolação, força renovada e presença sustentadora.

Mt 10,24-33: “NÃO TEMAIS OS QUE MATAM O CORPO, MAS NÃO PODEM MATAR A ALMA”

Essa palavra nos coloca diante de uma decisão: ou viver em função de sobreviver ou escolher a vida que nos vem da relação com Jesus, estando dispostos a perder a vida. A dureza dessa palavra é que Jesus nos pede para apostar no invisível, naquilo que não temos evidência. Quem ele acha que é pra nos pedir que amemos mais a Ele que a vida? Nada mais desconcertante que crer! Nada mais empenhativo que viver na forma crente! Essa palavra é dita a discípulos cuja escolha por Jesus os coloca direto no martírio. Estamos aqui diante da vida e da morte. Escolhamos a vida, mas não aquela que pode ser morta, mas aquela que vem do amor, amor mais forte que a morte. A existência cristã não é uma filosofia para bem viver, mas uma decisão pelo que vale a pena viver. Senhor, sustenta minha fraqueza, minha tentação de escolher sobreviver!

Mt 10,34 - 11,1 “Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada"

Como assim!? Não é Jesus o 'príncipe da paz'? Sim, ele é. Colocar Jesus no grupo dos Zelotas - estilo força de libertação de Israel - é ceder à tentação de catalogar o que nos escapa. Jesus está além das classificações. No sermão da montanha Jesus pedirá a seus discípulos: 'não enfrenteis o malvado'. O conjunto do evangelho não nos autoriza ver em Jesus um amotinador. Por outro lado, palavra como essa de hoje desautoriza projetar sobre Jesus a tese da manutenção das coisas como estão. O evangelho sempre deverá causar no discípulo aquela sensação de inadequação com as coisas como estão. Enquanto os valores do Reino não regerem as relações, haverá espaço para a 'espada' trazida por Jesus. Que essa espada não seja uma arma, se conclui pelo conjunto da ação de Jesus. Reflitamos!

Mt 12,1-8: “O FILHO DO HOMEM É SENHOR DO SÁBADO.” 

O sábado foi demarcado como espaço de liberdade para o ser humano. Ao longo da história, o ser humano conseguiu desvirtuar esse dia em lei, em peso para si. Jesus interpreta as Escrituras com autoridade, a autoridade de Filho de Deus. Jesus nos ensina que, quando está em jogo a vida, as instituições são relativizadas, porque não há nada mais importante a fazer do que amar a vida; amá-la em nós e nos outros. Esse princípio permanece na Igreja As leis na Igreja estão subordinadas à salvação das pessoas. O Cristianismo trouxe consigo a grande liberdade, aquela que se realiza quando faz gerar vida, traz fecundidade e mais felicidade. Somos mais livres quanto mais vivemos a verdade do nosso ser e promovemos a vida verdadeira para os outros. Se formos espirituais, no sentido de sermos guiados pelo Espírito, saberemos colher nas leis o Espírito e a não sermos escravos da letra que mata. Que a pretensão não tome conta de nós, mas que a simplicidade de Deus nos faça sábios, com a sabedoria da cruz. Somente assim teremos a mente de Cristo.

Mt 12,14-21: “ELE NÃO QUEBRARÁ O CANIÇO RACHADO.” 

Deus não desistiu nem desiste de nós. Jesus veio nos recuperar. Nós, “caniços rachados”, rachados por querermos bastar-nos a nós mesmos, abandonando a comunhão com a fonte da vida, buscando-a em fontes furadas que não podem conter vida. Jesus é o Filho que se fez servo para fazer de nós, que não queríamos servir a Deus, filhos. O amor só mostra toda sua amorosidade quando se mantém diante da rejeição. Amar a um ingrato, renunciando à reciprocidade, eis o distintivo do amor verdadeiro! Foi assim que Deus nos amou. Quando pecadores, Ele nos deu Jesus, presente que a bondade de todas as pessoas de todos os tempos não pode merecer. O amor tem sempre algo de desproporcional, de inesperado, porque gratuito. Esse é o amor que redime o mundo!

Mt 12,38-42: “NENHUM SINAL LHES SERÁ DADO, EXCETO O SINAL DO PROFETA JONAS.” 

As pessoas viram algo extraordinário no anúncio do profeta estrangeiro Jonas e se converteram. A rainha veio atraída pela sabedoria de Salomão, rei de um desconhecido reino. O que Jesus poderia fazer para ser reconhecido? “Um sinal!” Jesus se nega a atender às exigências. O sinal de Jesus é sua Morte e Ressurreição. Mas esse sinal só pode ser acolhido na fé. Deus não é alguém que está “ao lado”; misteriosamente ele está dentro. O homem é livre e Jesus quer que ele continue livre para aderir a Deus, sem algo que o obrigue de fora. Deus não obriga ninguém a aceitar esse misterioso Cristianismo. Muitos dos milagres pedidos não passam de fugas da aceitação de viver de fé, não de fatos que tolhem nossa honrada liberdade, pois nos colocariam forçosamente de joelhos. Deus espera que nos ajoelhemos diante dEle livremente, movidos somente pela fé.
Fonte Pe. José Otácio O. Guedes

Reflexão Evangelho de Marcos 6,7-13 (Recomendou-lhes que nada levassem para o caminho); 6,30-34 (Estavam como ovelhas sem pastor)

Mc 6,7-13: “RECOMENDOU-LHES QUE NADA LEVASSEM PARA O CAMINHO.” 

Jesus lhes dá Sua “autoridade” e a eles pede confiança. Essa confiança é manifestada em abrir mão das humanas seguranças. Esta autoridade de Jesus continua na Igreja, de modo diferente nos diversos ministérios. Na autoridade de Jesus, seus discípulos transmitem uma Palavra que muda a vida, ações que transmitem uma unção espiritual. Os discípulos se apresentam como plenipotenciários da Boa Nova: não acolhê-los é fechar-se a Deus. Que mistério e que responsabilidade! Estamos todos envolvidos nessa responsabilidade de fazer a autoridade de Jesus vencer o Mal, chegando até as enfermidades das pessoas. Outrora Pedro, Paulo, Tiago; hoje, cabe a nós a mesma missão: ir e pregar o arrependimento, que é a saída das pessoas da confiança em si para voltarem para Deus.

Mc 6,30-34: “ESTAVAM COMO OVELHAS SEM PASTOR.” 

Deus nos coloca uns perto dos outros para que nos ajudemos. Há pessoas das quais, pela função delas, de modo especial, se espera esse cuidado com os mais frágeis. A imagem de ‘ovelhas sem pastor’ indica que alguém deveria estar lá cuidando delas, mas está negligenciando sua missão. Nada exclui também que as pessoas não se deixem ajudar, sendo ovelhas rebeldes. A Palavra de hoje mostra Jesus e os apóstolos se desdobrando para atenderem as pessoas. Diante dessa Palavra, somos chamados a verificar de quanto do nosso tempo estamos dispostos a abrir mão para dedicá-lo a alguém. Sinto, como Jesus, compaixão pelas pessoas sofridas? Realmente, não dá para amarmos as pessoas sem que assumamos uma parcela de chateação, de “perda” de tempo e de uma possível dose de ingratidão. O que fazer? Onde mais se precisa de amor é onde ele está ausente. Vamos ficar atentos para consolarmos as pessoas com palavras e gestos. Não está excluído que, um dia, sejamos nós a precisar deste cuidado.
Fonte: Pe. José Otácio O. Guedes.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Reflexão - Evangelhos Mt 9,14-17; Mc 6,1-6; Mt 9,18-26; Mt 9,32-38; Mt 10,7-15

Mt 9,14-17: “PODEM OS AMIGOS DO NOIVO ESTAR DE LUTO?” 

O jejum é uma prática válida para os cristãos? Sim, mas com novo conteúdo de motivação. Jejuamos por Cristo, com Cristo e em Cristo, como modo de nos dispormos como oferenda agradável ao Pai pelo Espírito. A limitação da nossa experiência da novidade realizada por Jesus Cristo exige que crucifiquemos nosso homem velho. Aqui entra nosso jejum: dispormo-nos para que o Homem Novo nos tome e vá de plenitude em plenitude formatando nossa mente, pensamentos e afetos. Vivamos a penitência, mas com um rasgo de sorriso no canto da boca, pois o Esposo nos espera. Mantenhamos acesas as lâmpadas da fé, esperança e caridade. Obrigado, Senhor, por este tempo de graça. Quero que todo fermento de pecado seja tirado da minha vida para celebrar os ázimos da vida nova convosco na Páscoa. Amém!

Mc 6,1-6: “ELE SE TORNOU PARA ELES UMA PEDRA DE TROPEÇO.” 

O modo de Deus agir pode também ser escandaloso para nós, não preenchendo nossas expectativas superficiais. A mente formada pela cultura da eficiência e do resultado poderá não entender a vinda de uma dor, um fracasso, uma perda. Precisamos de um coração simples (sin plex = sem dobraduras), contemplativo para acolhermos as surpresas do agir de Deus; o esvaziamento disponível para vivermos o sim a Deus, sobretudo quando o projeto dEle não couber em nossa mente carnal. Senhor, dá a mim e aos meus amigos uma mente e um coração onde caiba Tua novidade. Amém!

Mt 9,18-26
"Naquele tempo, estava Jesus a falar aos seus discípulos, quando um chefe se aproximou e se prostrou diante d’Ele, dizendo: «A minha filha acaba de falecer. Mas vem impor a mão sobre ela e viverá». 
Jesus levantou-Se e acompanhou-o com os discípulos. 
Entretanto, uma mulher que sofria um fluxo de sangue havia doze anos, aproximou-se por detrás d’Ele e tocou-Lhe na fímbria do manto, 
pensando consigo: «Se eu ao menos Lhe tocar no manto, ficarei curada». 
Mas Jesus voltou-Se e, ao vê-la, disse-lhe: «Tem confiança, minha filha. A tua fé te salvou». E a partir daquele momento a mulher ficou curada. 
Ao chegar a casa do chefe e ao ver os tocadores de flauta e a multidão em grande alvoroço, 
Jesus disse-lhes: «Retirai-vos, porque a menina não morreu; está a dormir». Riram-se d’Ele. 
Mas quando mandou sair a multidão, Jesus entrou, tomou a menina pela mão e ela levantou-se. 
E a notícia divulgou-se por toda aquela terra."

Mt 9,18-26: “BASTA QUE EU TOQUE A SUA VESTE E FICAREI CURADA.” 

Quem crê realmente vive um nível de certeza que chega a parecer ridículo. Santa Terezinha era certa de que Deus se ocupava com suas “coisinhas”. Para São Francisco, Deus aprovava suas “excentricidades”. Segundo essa mulher do Evangelho, bastava que ela LHE tocasse o manto. O que faz com que essas pessoas se relacionem com Deus como alguém que faz parte de seu cotidiano? É um entendimento espiritual tão profundo que a verdade da vida delas requer Alguém que as sustente em todo o momento, que Deus não é alguém distante, mas alguém em quem somos nós mesmos e em quem existimos. Realmente, a fé nos salva da toupeirice de nos resignarmos diante da morte ou da perda da vida. Nas leis que regem a vida, está a lei do amor mais forte que a morte.

MATEUS 9,32-38

"Apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio. Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar. As multidões ficaram admiradas e diziam: “Nunca se viu coisa igual em Israel”. Os fariseus, porém, diziam: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”. 
Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”

Mt 9,32-38: “QUANDO FOI EXPULSO O DEMÔNIO, O MUNDO FALOU”. 

A mudez não permite o louvor nem a resposta. Jesus retira o que se entrepõe entre nós e o Pai, pois não podemos viver sem louvá-lO e sem responder à Sua Palavra. Como seria Abrão mudo quando oSenhor o chamou? E Samuel? Paulo ainda seria incrédulo se fosse mudo. O que pode nos impedir de louvar a Deus? Se o louvor nasce da gratidão, somente a não percepção da graça na vida é que nos fecha ao louvor. Tudo é graça! Que importa o resto? Por outro lado, a mudez nos impede da resposta a Deus. A vida se move pelo diálogo com Deus: ela fala, nós a escutamos e respondemos. É simples assim! A vida se reduz a dizer “sim” ou “não” a Deus. Não há inércia santa. Ficar em silêncio quando devemos dizer uma palavra é fazermos o mal.

Mt 10,7-15: “PROCLAMAI QUE O REINO DOS CÉUS SE APROXIMOU”

Deus está celebrando a festa de casamento com Sua criatura. Na encarnação do Logos em Jesus de Nazaré, o Reino de Deus se fez presente. A nós cabe andar aos gritos convidando a todos para a festa. Nosso convite é chancelado pela força libertadora até de ressuscitar mortos. No ouvido de quem chega o convite, deve ele fazer ecoar o chamado a outros. A alegria que invade o coração de quem vive a mística união com Deus é irradiada gratuitamente até que todos tenham as lâmpadas acesas. Para isso não temos muito dinheiro à disposição, não nos são assegurados meios extraordinários; aliás os discípulos são desaconselhados de fazer uso desses meios. O que temos para podermos cumprir nossa missão? A autoridade espiritual que a obediência acolhe, o sustento que a Palavra enviada nos assegura: recebemos de graça, de graça devemos compartilhar.

Fonte: Pe. José Otácio O. Guedes.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Reflexão Evangelho Mt 8,23-37 ; Mt 8,28-34; Mt 9,1-8

São Mateus
Mt 8,23-37: “POR QUE TENDES MEDO, HOMENS FRACOS NA FÉ?” 

Há um medo paralisante que não deve ter lugar no coração de um crente. Esse é o medo diante da instabilidade da vida, quando perdemos o controle da situação. Mas, quem disse que nós devemos ficar no controle da situação? Essa Palavra de hoje mostra, plasticamente, os discípulos em uma situação em que lhes está fugindo o controle. Jesus lhes mostra sua “pouca fé”, pouca confiança em Deus. Como agimos em semelhantes situações? Ninguém pode se achar maduro na fé até que tenha passado pela provação da tempestade. Ela vem em momento inesperado, quando o mar parece calmo e aí, eis que, repentinamente, nós nos vemos desafiados na confiança em Deus. A preparação para os momentos difíceis é feita no dia-a-dia, na busca da escuta e obediência a Deus. Desse modo, se, algum dia, a vontade dEle for a de nos desestabilizar – e isso acontece em algum momento da nossa vida – estaremos treinados para dizer: “Eis-me aqui, Senhor! A Tua vontade, não a minha”.

Mt 8,28-34: “NINGUÉM PODIA PASSAR POR AQUELE CAMINHO.” 

Essa Palavra enfatiza que o mal pode tomar espaço na vida de uma pessoa até o ponto de que sua agressividade se torne desmedida. Vemos, nessa Palavra, que as pessoas daquela região, quando veem a Jesus e tomam conhecimento do acontecido, pedem a Ele que saia, que vá embora dali. Não está aqui também a ação do Maligno? O que Ele fez para ser mandado embora? O prejuízo dos porcos? Não se justifica. Aquele homem andava entre os túmulos. Isso não nos admira, pois seus compatriotas acabavam de rejeitar a Vida. O ambiente não determina as pessoas, mas exerce grande influência. Que tipo de ambiente criamos em torno a nós? Há agressividade desmesurada? Como são minhas palavras com as pessoas, meu olhar, meus gestos? Uma das ações demoníacas é tornar descontrolada nossa agressividade, sobretudo o uso dela em situações em que deveríamos agir com mansidão; e em situações que deveríamos arder de ira santa, como Jesus no templo, somos omissos. Peçamos a graça do discernimento, para que, através de nós, o bem prevaleça sobre o mal.

Mt 9,1-8: “LEVANTA-TE, PEGA TUA MACA E VAI PARA CASA.” 

Que atitude poderosa e transformadora dizer a um paralítico: ‘Levanta-te!’ O verbo ressuscitar quer dizer levantar: o Pai encheu o corpo morto de Jesus com Seu Espírito e O levantou do sepulcro. Jesus com o mesmo Espírito tem o poder de nos levantar do sepulcro. O pecado é a grande tumba que nos retém na morte, na paralisia. Escutemos novamente de Jesus: ‘Levanta-te’. Tudo o que estava na humanidade de Jesus foi passado para os sacramentos da Igreja: Ele deu “tal autoridade aos seres humanos”, por isso glorifiquemos também nós a Deus. Senhor, que essa Tua palavra seja eficaz na minha vida e na vida de meus amigos. Amém!
Fonte: José Otácio O. Guedes