O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Reflexão - Evangelhos Mt 9,14-17; Mc 6,1-6; Mt 9,18-26; Mt 9,32-38; Mt 10,7-15

Mt 9,14-17: “PODEM OS AMIGOS DO NOIVO ESTAR DE LUTO?” 

O jejum é uma prática válida para os cristãos? Sim, mas com novo conteúdo de motivação. Jejuamos por Cristo, com Cristo e em Cristo, como modo de nos dispormos como oferenda agradável ao Pai pelo Espírito. A limitação da nossa experiência da novidade realizada por Jesus Cristo exige que crucifiquemos nosso homem velho. Aqui entra nosso jejum: dispormo-nos para que o Homem Novo nos tome e vá de plenitude em plenitude formatando nossa mente, pensamentos e afetos. Vivamos a penitência, mas com um rasgo de sorriso no canto da boca, pois o Esposo nos espera. Mantenhamos acesas as lâmpadas da fé, esperança e caridade. Obrigado, Senhor, por este tempo de graça. Quero que todo fermento de pecado seja tirado da minha vida para celebrar os ázimos da vida nova convosco na Páscoa. Amém!

Mc 6,1-6: “ELE SE TORNOU PARA ELES UMA PEDRA DE TROPEÇO.” 

O modo de Deus agir pode também ser escandaloso para nós, não preenchendo nossas expectativas superficiais. A mente formada pela cultura da eficiência e do resultado poderá não entender a vinda de uma dor, um fracasso, uma perda. Precisamos de um coração simples (sin plex = sem dobraduras), contemplativo para acolhermos as surpresas do agir de Deus; o esvaziamento disponível para vivermos o sim a Deus, sobretudo quando o projeto dEle não couber em nossa mente carnal. Senhor, dá a mim e aos meus amigos uma mente e um coração onde caiba Tua novidade. Amém!

Mt 9,18-26
"Naquele tempo, estava Jesus a falar aos seus discípulos, quando um chefe se aproximou e se prostrou diante d’Ele, dizendo: «A minha filha acaba de falecer. Mas vem impor a mão sobre ela e viverá». 
Jesus levantou-Se e acompanhou-o com os discípulos. 
Entretanto, uma mulher que sofria um fluxo de sangue havia doze anos, aproximou-se por detrás d’Ele e tocou-Lhe na fímbria do manto, 
pensando consigo: «Se eu ao menos Lhe tocar no manto, ficarei curada». 
Mas Jesus voltou-Se e, ao vê-la, disse-lhe: «Tem confiança, minha filha. A tua fé te salvou». E a partir daquele momento a mulher ficou curada. 
Ao chegar a casa do chefe e ao ver os tocadores de flauta e a multidão em grande alvoroço, 
Jesus disse-lhes: «Retirai-vos, porque a menina não morreu; está a dormir». Riram-se d’Ele. 
Mas quando mandou sair a multidão, Jesus entrou, tomou a menina pela mão e ela levantou-se. 
E a notícia divulgou-se por toda aquela terra."

Mt 9,18-26: “BASTA QUE EU TOQUE A SUA VESTE E FICAREI CURADA.” 

Quem crê realmente vive um nível de certeza que chega a parecer ridículo. Santa Terezinha era certa de que Deus se ocupava com suas “coisinhas”. Para São Francisco, Deus aprovava suas “excentricidades”. Segundo essa mulher do Evangelho, bastava que ela LHE tocasse o manto. O que faz com que essas pessoas se relacionem com Deus como alguém que faz parte de seu cotidiano? É um entendimento espiritual tão profundo que a verdade da vida delas requer Alguém que as sustente em todo o momento, que Deus não é alguém distante, mas alguém em quem somos nós mesmos e em quem existimos. Realmente, a fé nos salva da toupeirice de nos resignarmos diante da morte ou da perda da vida. Nas leis que regem a vida, está a lei do amor mais forte que a morte.

MATEUS 9,32-38

"Apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio. Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar. As multidões ficaram admiradas e diziam: “Nunca se viu coisa igual em Israel”. Os fariseus, porém, diziam: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”. 
Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”

Mt 9,32-38: “QUANDO FOI EXPULSO O DEMÔNIO, O MUNDO FALOU”. 

A mudez não permite o louvor nem a resposta. Jesus retira o que se entrepõe entre nós e o Pai, pois não podemos viver sem louvá-lO e sem responder à Sua Palavra. Como seria Abrão mudo quando oSenhor o chamou? E Samuel? Paulo ainda seria incrédulo se fosse mudo. O que pode nos impedir de louvar a Deus? Se o louvor nasce da gratidão, somente a não percepção da graça na vida é que nos fecha ao louvor. Tudo é graça! Que importa o resto? Por outro lado, a mudez nos impede da resposta a Deus. A vida se move pelo diálogo com Deus: ela fala, nós a escutamos e respondemos. É simples assim! A vida se reduz a dizer “sim” ou “não” a Deus. Não há inércia santa. Ficar em silêncio quando devemos dizer uma palavra é fazermos o mal.

Mt 10,7-15: “PROCLAMAI QUE O REINO DOS CÉUS SE APROXIMOU”

Deus está celebrando a festa de casamento com Sua criatura. Na encarnação do Logos em Jesus de Nazaré, o Reino de Deus se fez presente. A nós cabe andar aos gritos convidando a todos para a festa. Nosso convite é chancelado pela força libertadora até de ressuscitar mortos. No ouvido de quem chega o convite, deve ele fazer ecoar o chamado a outros. A alegria que invade o coração de quem vive a mística união com Deus é irradiada gratuitamente até que todos tenham as lâmpadas acesas. Para isso não temos muito dinheiro à disposição, não nos são assegurados meios extraordinários; aliás os discípulos são desaconselhados de fazer uso desses meios. O que temos para podermos cumprir nossa missão? A autoridade espiritual que a obediência acolhe, o sustento que a Palavra enviada nos assegura: recebemos de graça, de graça devemos compartilhar.

Fonte: Pe. José Otácio O. Guedes.

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