O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

VIGÍLIA DE PENTECOSTES - PLENIFICAÇÃO DA PÁSCOA

O Espírito derramou em nós o amor de Deus.

Textos Bíblicos:
Gn 11, 1-9 - A confusão das línguas em Babel
Ex 19,3-8a.16-20b - A proclamação da Lei no Sinai
Ez 37,1-14 - Os ossos revivificados
Jl 3,1-5 - Efusão escatológica do Espírito sobre todos os homens.
Sl 104(103) - "Envia teu Espírito e renova a face da terra".

Rm 8,22-27 - Temos as primícias do Espírito, que vem em socorro da nossa fraqueza. Somos salvos, mas ainda não é manifesta nossa salvação. O que vemos é ainda fraqueza, pecado, morte, mas a Palavra de Deus nos revela nossa salvação, e o Espírito que recebemos é apoio para nossa fé, esperança e oração. Ele reza em nós, conhecendo melhor do que nós a nossa carência.

Jo 7,37-39 - " Quem tem sede, venha a mim..." - O lado aberto de Cristo, fonte do Espírito. - Na festa dos Tabernáculos, festa de luz e água, Jesus se revela como fonte de água viva (cf. Jo 4,10). A água é força, Espirito de Deus. Elevado na cruz, Jesus derrama esta água de seu lado aberto (Jo 19,34; cf.1Jo 5,6-8). Quem acredita no Cristo, recebe dele o Espírito e a comunhão da vida divina. (cf. 1Cor 15,45; 2Cor 4,11).

A vigília de Pentecostes é uma das celebrações privilegiadas da nossa tradição. Como na vigília Pascal, administra-se o Batismo, unido à Crisma. Se a noite pascal dava mais ensejo para acentuar o Batismo - morrer e ressuscitar com Cristo -, o tema pentecostes refere-se, antes, ao dom do Espírito Santo, relacionado com a Crisma. Por isso, esta vigília é uma oportunidade ideal para a Crisma ou pelo menos, para um retiro dos crismandos que conscientemente vão assumir a vida no Espírito do Cristo.

Os textos em destaque acima, Gn 11 a confusão das línguas por ocasião da construção de Babel (pois o milagre das línguas, em Pentecostes e, considerado a reparação dessa confusão);
Outro texto é Ex 19, a promulgação da Lei no Sinai: na tradição judaica, Pentecostes comemora este fato, e a proclamação do Querigma cristão pelos apóstolos parece nele prefigurado;
Ez 37: a vivificação dos ossos ressequidos (o povo exilado) pelo espírito (a força) de Deus (pense-se nos apóstolos, que se reanimaram e só no ímpeto do Espírito superaram seu medo);
Jl 3: a efusão escatológica e universal do Espírito sobre o povo (texto citado por Pedro no seu discurso de Pentecostes, At 2,16ss)

Todos esses textos ilustram alguma dimensão daquilo que realizou plenamente no primeiro Pentecostes cristão, 50 dias depois da ressurreição de Cristo. Descrevem a "tipologia veterotestamentária" do Pentecostes cristão. Seriam a matéria adequada para um estudo bíblico sobre Pentecostes.

O Sl 104(103) canta a contínua "re-criação" do universo pelo "Espírito de Deus", princípio de vida divina na criação e na história (cf. Gn 2,7; 6,17), inspiração divina da vida, presença ativa de Deus em tudo o que acontece. Sem a participação de Deus, a criação nem sequer pode existir, e a história torna-se uma história de morte. O Espírito de Deus não é alheio à matéria, mas serve para animar tanto a matéria biológica como a "matéria histórica" - nossa sociedade. O oposto do espírito não é a matéria, mas a "carne", é a autossuficiência do homem. O espírito do amor de Deus deve transformar nossa história de "carnal" (autossuficiente, opressora) em "espiritual".

João 7,37-39, nos ensina que podemos aliviar nossa sede com o Espírito que sai do lado aberto de Cristo, como as águas salvadoras que saem do templo utópico de Ez 47. Enquanto Cristo  não era glorificado, ainda não havia o Espírito. A glorificação de Jesus, na maneira de ver de João, é sua exaltação na cruz, que é a glória de seu amor e fonte do Espírito que ele nos dá. Na sequela da Páscoa e da Ascensão (=glorificação) do Senhor, celebramos o dom do Espírito, que torna a glorificação do Cristo fecunda para os seus.

Pentecostes é a consumação do mistério Pascal. Na vigília, em espírito de recolhimento, cabe recapitular interiormente toda a riqueza deste mistério, pois é ele o conteúdo da mensagem que os apóstolos, recriados pelo Espírito, proclamaram pelo mundo afora, na manhã de Pentecostes.



ASCENSÃO DO SENHOR - Mt 28,16-20 - 01.06.2014

Subiu por entre aclamações, o Senhor, ao som das trombetas (Salmo 46(47),6

Como celebração litúrgica a Festa da Ascensão do Senhor teve seu início no século IV, no Oriente, instituída por São Gregório de Nissa e posteriormente por São João Crisóstomo.

Na festa da Ascensão do Senhor, celebramos a partida de Jesus para o Pai. Contudo, ele não se afastou de nós, o sentimos sempre presente em nosso meio, pois ele é o nosso Deus-conosco. Cabe a nós mostrá-lo presente mediante nosso testemunho.
O evangelho de Mt 28,16-20, inicia falando dos onze discípulos que se dirigem à Galileia, ao monte que Jesus havia indicado. Foi na galileia que Jesus iniciou sua missão da Boa-Notícia da libertação, e foi sobre o monte que ele anunciou seu programa: as bem-aventuranças.
Durante sua vida eterna, Jesus agia como aquele homem ao qual Deus dera seu poder, fazendo com que as pessoas glorificassem a Deus. Agora, ressuscitado, possui "toda a autoridade no céu e sobre a terra". Essa autoridade plena lhe foi dada pelo Pai.
Jesus diz ainda aos discípulos: "Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos". A Galileia é o ponto de partida, e a meta é fazer com que a justiça do Reino alcance a todos, tornando-os discípulos de Jesus.
Os meios para fazer com que todos os povos se tornem discípulos do Mestre da Justiça são dois: o batismo em nome da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo e a catequese ou evangelização, que leva a observar tudo o que Jesus ensinou.
Jesus promete: "Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo". Subindo ao céu, Jesus abre para os que nele crêem a possibilidade de viverem uma nova forma de presença.
O Deus-conosco do povo eleito agora é Jesus, o Emanuel, e estará com os seus "todos os dias", até o fim do mundo.
O Deus em quem cremos não é um Deus distante, mesmo habitando na luz inacessível. Por isso tantas vezes repetimos na liturgia da missa: "Ele está no meio de nós".

A Ascensão concretiza a etapa final da revelação do plano de amor de Deus, em favor do homem. É um ato salvífico de Deus, que integra à Páscoa definitiva da humanidade em Cristo, iniciada com a anunciação do anjo a Maria.
As leituras At 1,1-11; Ef 1,17-23; Sl 47(47,6 e Mt 28,16-20 desta solenidade de hoje acentuam muito a missão da Igreja do que o próprio fato da Ascensão. Isso nos leva a pensar que, entre a missão apostólica da Igreja e a ascensão do Senhor, existe um nexo lógico e profundo.
O texto do evangelho de hoje tem como tema central a missão, e há um esquema bem claro disso, com três elementos: envio, julgamento e sinais.
O envio é Universal (isso aparece bem claro em Mt 28,16-20 "a todas as nações".
Estamos aqui num contexto universal, do tipo cósmico. Desaparecem os povos enquanto distintos e surge uma nova humanidade, emerge o cosmos como campo aberto à palavra dos missionários. Essa missão é a de proclamar o Evangelho a toda criatura, um Evangelho que obrigue a tomar uma postura, que se transforme ineludivelmente em juízo de salvação ou de condenação e que já a partir de agora manifesta a sua eficácia em quem o acolhe com fé.
Depois do envio vem o julgamento. A referência a Jesus (fé) e a identificação eclesial (Batismo) são agora meios fundamentais de salvação. A salvação está ligada à fé/Batismo; a condenação acontece pela não aceitação do Jesus Ressuscitado, presente e vivo entre nós.
E por fim, os sinais eclesiais, e de um modo especial, o poder dos missionários. Trata-se de gestos de poder transformador.
Agora, ressuscitado, ele vai continuar a sua obra, permanecendo presente na Igreja e investindo-a com a sua missão. A presença e a ação de Jesus vão continuar por meio da presença e da ação da Igreja.

PARA REFLETIR:
... eu estou convosco todos os dias. Jesus afirma que está conosco todos os dias. E nós? Lembramos de estar com ele sempre? Como podemos estar junto com Deus todo dia?

ORAÇÃO:
É Deus, Pai de ternura, a ascensão de vosso Filho aos céus é certeza de vitória da humanidade contra todo o mal e injustiça. Concede-nos a graça de continuarmos a missão que ele começou. Amém!
Fonte: O evangelho dominical - Diário Bíblico.


VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA A ISABEL - Lc 1,39-56 - 31.05.2014

Exposição Bíblica 2010 - Catequese da Paróquia São Gonçalo de Amarante.
Maria é a rainha do amor, da comunicação e da hospitalidade. Deus comunicou-lhe que era ela a escolhida, a cheia de graça. Reconhecendo o amor infinito do Pai, que se voltou para a humanidade, sai apressadamente ao encontro de Isabel. Duas mães que acolhem o desígnio divino, e lembram o Senhor que volveu seu olhar aos pobres e oprimidos. Maria traz em seu seio o Filho bendito de Deus, e Isabel o reconhece, pois em Jesus vai se cumprir tudo o que Deus havia prometido. Construamos, pois, nossa vida na força do amor e da esperança em nosso Senhor. (fonte: Deus Conosco, Ano 13-n.149).

Exposição Bíblica 2010 - PSGA - SG - RJ.
"Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre."
O mês de maio é dedicado ao culto filial a Maria. A festa revela um modelo de vida cristã.
A grandeza de Maria está no fato de ter sido escolhida por Deus e acreditado na sua palavra.
A resposta de Maria revela um projeto de liberdade.
O encontro de Maria e Isabel é um dos exemplos mais belos no Evangelho, de amor recíproco, cada uma se alegra com a alegria da outra.

Nesse episódio, pela primeira vez uma pessoa humana, Maria, leva Cristo aos homens e lhe torna possível a sua obra de santificação. É a primeira missão de Maria, é a sua nova tarefa em relação a Cristo.

O exemplo de Maria que visita Isabel nos ensina que o amor é um gesto concreto, eficaz, oportuno. Trata-se mais do que um sentimento, de uma decisão de ir ao encontro do outro e compartilhar as suas alegrias e dores.
fonte: Diário Bíblico 2014.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

6º DOMINGO DA PÁSCOA - Evangelho João 14,15-21

A Despedida
Jesus promete o seu Espírito e revela a alegria de sua Ressurreição para que possamos ser portadores deste anúncio por onde andarmos.

Jesus insiste em guardar os seus mandamentos, isto é, no grande mandamento do amor, o amor uns aos outros "como eu vos amo". O amor que Jesus nos pede é parecido com o dele: amor-doação. A retribuição que ele quer não é para ele, mas para os outros. O trecho contém o testamento que Jesus deixa à sua comunidade antes de partir. Os discípulos estão tristes porque Jesus havia dito que um deles o iria trair e Pedro o teria negado três vezes.

Este relato do Evangelho de hoje indica-nos maneiras concretas de vivenciar essa realidade: o amor gera a própria vida e mostra-nos forte, produz frutos.

Portanto, o mistério do amor é: Deus amou-nos antes que o conhecêssemos e o amássemos. E aqui vão dois importantes pensamentos sobre este tema do amor.

Primeiro, se aceitamos o amor gratuito de Deus (o que não é tão fácil por causa do nosso orgulho), só podemos também amar gratuitamente os nossos irmãos e irmãs.

Segundo, o nosso amor pelos outros nada mais é do que o Amor de Deus em atividade nos nossos corações.

Jesus escolheu-nos para seus amigos. para Cristo, a amizade é a expressão máxima do amor. Sem a amizade, mesmo o casamento e a vida matrimonial não duram muito.

Ser amigo de Jesus é o resumo da espiritualidade cristã. Essa amizade nos leva à oração e à ação. As pessoas amigas precisam cultivar sua amizade; com Jesus, isto é feito por meio da oração e das obras que o emitam.
A amizade engloba lealdade e fidelidade. Isso implica partilha e segurança; estamos certos de que nossos amigos responderão se precisarmos deles; implica também capacidade de "começar tudo de novo" nos casos de crise, de desentendimento.

Jesus fala aos discípulos mostrando que existe uma forma de superar o medo, a separação e a morte. Essa forma é o amor: "Se vocês me amam, observarão os meus mandamentos". Pouco antes, Jesus havia deixado aos discípulos a regra de ouro, o segredo da felicidade: "Eu dou a vocês um mandamento novo: amen-se uns aos outros, assim como eu amei vocês".

Esta é a síntese dos mandamentos de Jesus. Vivendo no amor, nós estaremos amando a Jesus e observando seus mandamentos. Portanto, o critério para saber se somos seguidores de Jesus é ver se temos a capacidade de amor mútuo dentro e fora da comunidade, sem egoísmo.

Jesus diz ainda: "Quem me ama, será amado por meu Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele." Hoje Deus se manifesta no cristão que ama a Jesus.

Jesus fala do Espírito Santo e o apresenta como "o Defensor". Ele sustentará o cristão nos momentos de dificuldades e lutas, e permanece para sempre na vida de cada um. É chamado de Espírito e Verdade, ou seja, aquele que estará presente em todas as ações dos cristãos em defesa da liberdade e da vida, como fex Jesus.

A exemplo do Mestre, os cristãos enfrentam o mundo hostil, o mundo da mentira e da corrupção, que se opõe ao Espírito da Verdade. Eles o enfrentam para transformá-lo; esta força vem do Espírito Santo, que abre caminhos para a prática de Jesus no meio dos cristãos.

Jesus garante aos discípulos, e também a nós, que não nos deixará órfãos, mas estará sempre presente através de seu Espírito.

Reflexão:
Qual é o sentido da presença do Espírito Santo em nossas Vidas?
Quando nos colocamos em oração pedimos a presença do Santo Espírito, reconhecendo nele a presença do próprio Deus?

Oração:
Ó Deus de compaixão, que sempre nos acompanhas, manda teu Espírito da Verdade, o Defensor, para nos ensinar a viver a tua misericórdia para com todos. Assim seremos, em qualquer lugar, testemunhas da ressurreição de teu Filho, Jesus. Amém!


CATEQUESE - DOM DA CIÊNCIA


Entre os dons do Espírito Santo, ciência é um dom que nos leva a captar a grandeza e o amor de Deus, presentes na criação. Este dom suscita em nós uma profunda sintonia com o Criador, que permite perceber, em cada pessoa humana e demais realidades criadas, a marca da grandeza e do amor de Deus. 
Desse modo, a ciência nos ajuda a não cair no risco de nos considerarmos senhores da criação: esta nos foi entregue por Deus para que cuidemos dela e a utilizemos para benefício de todos, com respeito e gratidão. 

O dom da ciência nos ajuda ainda a olhar as pessoas e as realidades que nos circundam sem as absolutizar, mas sabendo reconhecer os seus limites e a sua orientação para Deus. Tudo isto é motivo de serenidade e de paz, fazendo de nós jubilosas testemunhas de Deus que, maravilhadas com a Sua obra, louvam o Criador, cheias de gratidão pelo seu amor.
PAPA FRANCISCO -AUDIÊNCIA GERAL - Praça de São Pedro - Quarta-feira, 21 de Maio de 2014

Jardim da Boa Nova: Encontro de Catequese - Tema: Títulos de Nossa Sen...

Jardim da Boa Nova: Encontro de Catequese - Tema: Títulos de Nossa Sen...: O mês de maio está chegando e muitos catequistas já estão em busca de ideias para seus encontros sobre Nossa Senhora. Quero partilhar u...



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quarta-feira, 14 de maio de 2014

CATEQUESE: DONS DO ESPÍRITO SANTO - FORTALEZA

O dom da Fortaleza, o Espírito Santo vem em auxílio das nossas fraquezas e limitações. 
No Evangelho, Jesus fala-nos do Pai do Céu que, à semelhança do semeador, lança a semente da sua Palavra no nosso coração; muitas vezes, porém, este coração é terra árida na qual a Palavra, mesmo acolhida, corre o risco de ficar estéril. Com o dom da Fortaleza, o Espírito Santo liberta o terreno do nosso coração da tibieza, de incertezas e medos que impedem a Palavra divina de frutificar. 
Hoje não faltam situações de perseguição, nas quais os cristãos continuam a celebrar e testemunhar a sua fé a preço da própria vida; isto é inexplicável humanamente. Só se explica com a ajuda do Espírito Santo que infunde fortaleza e confiança mesmo nas circunstâncias mais difíceis da nossa vida. Mas faz isso só nestas situações extraordinárias? Não! O dom da Fortaleza alimenta a nossa santidade na vida ordinária de cada dia. Para vencermos a preguiça ou o desânimo que nos assaltam, invoquemos o Espírito Santo que sempre comunica nova força e entusiasmo à nossa existência vivida seguindo os passos de Jesus.
Fonte: PAPA FRANCISCO -AUDIÊNCIA GERAL - Praça de São Pedro - Quarta-feira, 14 de Maio de 2014

CATEQUESE: DONS DO ESPÍRITO SANTO - CONSELHO

Ouvimos na leitura o trecho do livro dos Salmos que diz: «Bendito o Senhor que me aconselha; durante a noite a minha consciência me adverte» (Sl 16, 7). 
Este é outro dom do Espírito Santo: o dom do conselho. Sabemos como é importante nos momentos mais delicados, poder contar com sugestões de pessoas sábias e que nos amam. Através do conselho é o próprio Deus, com o seu Espírito, que ilumina o nosso coração, fazendo com que compreendamos o modo justo de falar e de nos comportarmos, e o caminho que devemos seguir. Mas como age este dom em nós?
No momento em que o recebemos e o hospedamos no nosso coração, o Espírito Santo começa imediatamente a tornar-nos sensíveis à sua voz e a orientar os nossos pensamentos, sentimentos e intenções segundo o coração de Deus. Ao mesmo tempo, leva-nos cada vez mais a dirigir o olhar interior para Jesus, como modelo do nosso modo de agir e de nos relacionar com Deus Pai e com os irmãos. Portanto, o conselho é o dom com o qual o Espírito Santo torna a nossa consciência capaz de fazer uma escolha concreta em comunhão com Deus, segundo a lógica de Jesus e do seu Evangelho. Desta maneira, o Espírito faz-nos crescer interior e positivamente, faz-nos crescer na comunidade e ajuda-nos a não cair na armadilha do egoísmo e do próprio modo de ver as coisas. O Espírito ajuda-nos a crescer e a viver em comunidade. A condição essencial para conservar este dom é a oração. Voltamos sempre ao mesmo tema: a oração! Mas o tipo de oração não é tão importante. Podemos rezar com as preces que todos sabemos desde crianças, mas também com as nossas palavras. Pedir ao Senhor: «Senhor, ajudai-me, aconselhai-me, o que devo fazer agora?». E com a oração damos espaço para que o Espírito venha e nos ajude naquele momento, nos aconselhe sobre o que devemos fazer. A oração! Nunca esquecer a oração. Nunca! Ninguém nota quando rezamos no autocarro, pelas ruas: rezamos em silêncio com o coração. Aproveitemos estes momentos para rezar a fim de que o Espírito nos conceda o dom do conselho.
Na intimidade com Deus e na escuta da sua Palavra, começamos gradualmente a abandonar a nossa lógica pessoal, ditada muitas vezes pelos nossos fechamentos, preconceitos e ambições, e aprendemos a perguntar ao Senhor: qual é o teu desejo? Qual é a tua vontade? O que te agrada? Deste modo, amadurece em nós uma sintonia profunda, quase conatural no Espírito e podemos experimentar como são verdadeiras as palavras de Jesus apresentadas no Evangelho de Mateus: «Não vos preocupeis com o que haveis de falar nem com o que haveis de dizer; ser-vos-á inspirado o que tiverdes de dizer. Não sereis vós a falar, é o Espírito do vosso Pai que falará por vós» (10, 19-20). É o Espírito que vos aconselha, mas devemos dar espaço ao Espírito, para que possa aconselhar. E dar espaço é rezar para que Ele venha e nos ajude sempre.
Como todos os outros dons do Espírito também o conselho constitui um tesouro para toda a comunidade cristã. O Senhor não nos fala só na intimidade do coração, fala-nos sim mas não só ali, fala-nos também através da voz e do testemunho dos irmãos. É deveras um dom importante poder encontrar homens e mulheres de fé que, sobretudo nos momentos mais complicados e importantes da nossa vida, nos ajudam a iluminar o nosso coração e a reconhecer a vontade do Senhor!
Recordo-me que uma vez no santuário de Luján, estava no confessionário, diante do qual havia uma fila longa. Tinha também um jovem muito moderno, com brincos, tatuagens, todas estas coisas... Veio para me dizer o que lhe acontecia. Era um problema grave, difícil. E disse-me: contei tudo à minha mãe e ela disse-me: conta isto a Nossa Senhora e Ela dir-te-á o que deves fazer. Eis uma mulher que tinha o dom do conselho. Não sabia como resolver o problema do filho, mas indicou a estrada justa: vai ter com Nossa Senhora e Ela dirá. Este é o dom do conselho. Aquela mulher humilde, simples, deu ao filho o conselho mais verdadeiro. De facto, o jovem disse-me: olhei para Nossa Senhora e sinto que devo fazer isto, isto e isto... Nem precisei de falar, já tinham falado tudo a sua mãe e o próprio jovem. Este é o dom do conselho. Vós mães tendes este dom, pedi-o para os vossos filhos, o dom de aconselhar os filhos é um dom de Deus.
Queridos amigos, o Salmo 16, que acabamos de ouvir, convida-nos a rezar com estas palavras: «Bendito o Senhor que me aconselha; durante a noite a minha consciência me adverte. Tenho sempre o Senhor diante dos meus olhos, está à minha direita e jamais vacilarei» (vv. 7-8). Que o Espírito possa infundir sempre no nosso coração esta certeza e encher-nos da sua consolação e paz! Pedi sempre o dom do conselho.
Fonte: PAPA FRANCISCO AUDIÊNCIA GERAL Praça de São Pedro Quarta-feira, 7 de Maio de 2014

CATEQUESE: DONS DO ESPÍRITO SANTO - ENTENDIMENTO

Depois de ter meditado sobre a sabedoria, como primeiro dos sete dons do Espírito Santo, gostaria hoje de chamar a atenção para o segundo dom, ou seja, o entendimento

Aqui, não se trata da inteligência humana, da capacidade intelectual de que podemos ser mais ou menos dotados. Ao contrário, é uma graça que só o Espírito Santo pode infundir e que suscita no cristão a capacidade de ir além do aspecto externo da realidade e perscrutar as profundidades do pensamento de Deus e do seu desígnio de salvação.
Dirigindo-se à comunidade de Corinto, o apóstolo Paulo descreve bem os efeitos deste dom — ou seja, como age em nós o dom do entendimento — e Paulo diz o seguinte: «Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus preparou para aqueles que o amam. 
Todavia, Deus no-los revelou pelo seu Espírito» (1 Cor 2, 9-10). Obviamente, isto não significa que o cristão pode compreender tudo e ter um conhecimento completo dos desígnios de Deus: tudo isto permanece à espera de se manifestar em toda a sua limpidez, quando nos encontrarmos na presença de Deus e formos verdadeiramente um só com Ele. No entanto, como sugere a própria palavra, a inteligência permite «intus legere», ou seja, «ler dentro»: esta dádiva faz-nos compreender a realidade como o próprio Deus a entende, isto é, com a inteligência de Deus. 
Porque podemos compreender uma situação com a inteligência humana, com prudência, e isto é um bem. Contudo, compreender uma situação em profundidade, como Deus a entende, é o efeito deste dom. E Jesus quis enviar-nos o Espírito Santo para que também nós tenhamos este dom, para que todos nós consigamos entender a realidade como Deus a compreende, com a inteligência de Deus. Trata-se de um bonito presente que o Senhor concedeu a todos nós. É o dom com que o Espírito Santo nos introduz na intimidade com Deus, tornando-nos partícipes do desígnio de amor que Ele tem em relação a nós.
Então, é claro que o dom do entendimento está intimamente ligado à fé. Quando o Espírito Santo habita o nosso coração e ilumina a nossa mente, faz-nos crescer dia após dia na compreensão daquilo que o Senhor disse e levou a cabo. O próprio Jesus disse aos seus discípulos: enviar-vos-ei o Espírito Santo e Ele far-vos-á entender tudo o que vos ensinei. Compreender os ensinamentos de Jesus, entender a sua Palavra, compreender o Evangelho, entender a Palavra de Deus. Podemos ler o Evangelho e entender algo, mas se lermos o Evangelho com este dom do Espírito Santo conseguiremos compreender a profundidade das palavras de Deus. Este é um grande dom, uma dádiva enorme que todos nós devemos pedir, e pedir juntos: concedei-nos, ó Senhor, o dom do entendimento!
Há um episódio do Evangelho de Lucas que explica muito bem a profundidade e a força deste dom. Depois de ter assistido à morte na Cruz e à sepultura de Jesus, dois dos seus discípulos, desiludidos e amargurados, deixam Jerusalém e voltam para o seu povoado chamado Emaús. 
Enquanto caminham, Jesus ressuscitado aproxima-se deles e começa a falar-lhes mas os seus olhos, velados pela tristeza e até pelo desespero, não são capazes de o reconhecer. Jesus caminha ao seu lado, mas eles sentem-se tão tristes, tão desesperados, que não o reconhecem. Contudo, quando o Senhor lhes explica as Escrituras para que compreendam que Ele devia ter sofrido e morrido para depois ressuscitar, as suas mentes abriram-se e nos seus corações voltou a acender-se a esperança (cf. Lc 24, 13-27). 
E é isto que nos faz o Espírito Santo: abre-nos a mente, abre-nos para nos fazer entender melhor, para nos levar a compreender melhor as disposições de Deus, as realidades humanas, as situações, tudo. O dom do entendimento é importante para a nossa vida cristã. Peçamos ao Senhor que nos conceda a todos este dom, a fim de nos fazer compreender, como Ele mesmo entende, as situações que acontecem e para que compreendamos, sobretudo, a Palavra de Deus no Evangelho. Obrigado!
Fonte: Papa Francisco (AUDIÊNCIA GERAL - Praça de São Pedro - Quarta-feira, 30 de Abril de 2014)

5º Domingo da Páscoa - Cristo Ressuscitado: Caminho, Verdade e Vida! - Jo 14,1-12

" Na casa de meu Pai, há muitas moradas"

Muitas moradas há na casa do Pai, ou seja, em nossas comunidades. Não devemos, porém, julgar os outros. Vemos as aparências, só Deus vê o coração. O fato de uma pessoa não fazer parte de nenhuma associação ou pastoral não significa estar desagradando o Senhor.

Há muitos serviços a fazer na casa do Pai, a começar pelos afazeres domésticos. Quem também assiste um doente, em casa ou em um hospital, atende uma criança ou um idoso, está construindo um edifício espiritual de excepcional valor diante de Deus.

O caminho que conduz a Deus será sempre o do dom de si que se concretiza no serviço prestado aos irmãos. Jesus falou muitas vezes sobre o "dom da vida", o doar-se aos irmãos, mas os discípulos sempre manifestaram dificuldades para entender. Ele ensinou que o melhor lugar é aquele em que se pode servir o irmão, mais e melhor.

Jesus diz no texto: "Eu sou o caminho a verdade e a vida". Nele o Pai revelou seu amor e renova, hoje, com todos os povos, a sua Aliança. O Senhor nos convida a renovar nossa adesão a ele e nosso desejo de comunhão e solidariedade com os outros.
Será que temos convicção nessa afirmação e buscamos vivê-la de modo pleno?

Este texto pertence ao discurso de despedida de Jesus. Os discípulos sentem-se perturbados, desanimados e sem clareza no caminho a ser seguido. Além do mais, Jesus anuncia que vai partir. "Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, credes também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas...".

A resposta de Jesus visa o encorajamento. O importante é conservar-se firme na adesão a Jesus. O próprio Deus é íntimo dos discípulos, pois possui um lar cheio de lugares para todos. As palavras de Jesus são enigmáticas para os discípulos.
A pergunta de Tomé: "Não sabemos para onde vais, como podemos conhecer o caminho?, provoca a declaração de Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim".

Jesus é o caminho para a vida, através da morte-ressurreição. Por meio delas, ele chega ao Pai. Seguindo o caminho, que é Jesus, nós realizaremos integralmente o projeto de Deus. Jesus é o caminho em dois sentidos: Jesus vem do Pai e volta a ele. Vindo do Pai, mostra, com palavras e ações, o rosto do Pai. Voltando para ele, abre o caminho de acesso para todo ser humano.

Jesus é verdade. Verdade significa fidelidade plena, estabilidade. Proclamando-se a verdade, Jesus nos diz que é a revelação autêntica do Projeto de Deus, a manifestação visível e encarnada do amor do Pai.

Jesus é vida. Nós recebemos de Jesus a vida em plenitude, e a nossa função é apontar para essa vida que está em Jesus e vivê-la profundamente mediante o mandamento do amor.

O Pai age em Jesus e este, pelo Espírito Santo, vai agir na comunidade. Ela está capacitada a fazer obras maiores do que as realizadas por Jesus, fazendo o projeto de Deus alcançar o mundo inteiro.

ORAÇÃO:
Deus de todos os povos, guarda-nos com carinho em teu amor para que, ressuscitados em Cristo, tenhamos verdadeira liberdade e vida em plenitude.

REFLEXÃO:
Acreditamos realmente que Jesus e o Pai são um?
Jesus diz de maneira clara no Evangelho: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida". Temos convicção nessa afirmação e buscamos vivê-la de modo completo?
Fontes: Diário Bíblico; Bíblia Jerusalém; Evangelho Dominical.