DIRETÓRIO GERAL DOCUMENTOS DO MAGISTÉRIO AA: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre o
apostolado dos leigos, Apostolicam Actuositatem (18 de
novembro de 1965) AG: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre a atividade
missionária da Igreja Ad Gentes (7 de dezembro
de 1965) CA: João Paulo II, Carta encíclica Centesimus
Annus (1° de maio de 1991): AAS 83 (1991), pp. 793-867 CD: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre o
ofício pastoral dos Bispos na Igreja Christus Dominus (28 de
outubro de 1965) CaIC: Catecismo da Igreja Católica (11
de outubro de 1992) CCL: Corpus Christianorum, Series
Latina (Turnholti 1953 ss.) CIC: Codex Iuris Canonici (25 de
janeiro de 1983) ChL: João Paulo II, Exortação apostólica
pós-sinodal Christifideles Laici (30 de dezembro de 1988):
AAS 81 (1989), pp. 393-521 COINCAT: Conselho Internacional para a Catequese,
Orientações A catequese dos adultos na comunidade cristã,
Libreria Editrice Vaticana 1990 CSEL: Corpus Scriptorum Ecclesiasticorum
Latinorum (Wn 1866 ss.) CT: João Paulo II, Exortação apostólica Catechesi
Tradendae (16 de outubro de 1979): AAS 71 (1979), pp. 1277-1340. DCG (1971): Sagrada Congregação para o Clero,
Directorium Catechisticum Generale Ad normam decreti (11 de
abril de 1971): AAS 64 (1972), pp. 97-176 DH: Conc. Ecum. Vaticano II, Declaração sobre a
liberdade religiosa Dignitatis Humanae (7 de dezembro de
1965) DM: João Paulo II, Carta encíclica Dives
in Misericordia (30 de novembro de 1980): AAS 72 (1980), pp.
1177-1232 DS: H. Denzinger - A. Schönmetzer, Enchiridion
Symbolorum, Definitionum et Declarationum de Rebus Fidei et Morum, Editio
XXXV emendata, Romae 1973 DV: Conc. Ecum. Vaticano II, Constituição
dogmática sobre a revelação divina Dei Verbum (18 de
novembro de 1965) EA: João Paulo II, Exortação apostólica
pós-sinodal Ecclesia in Africa (14 de setembro de 1995): AAS
88 (1996) pp. 5-82 EN: Paulo VI, Exortação apostólica Evangelii
Nuntiandi (8 de dezembro de 1975): AAS 58 (1976), pp. 5-76 EV: João Paulo II, Carta encíclica Evangelium
Vitae (25 de março de 1995): AAS 87 (1995), pp. 401-522 FC: João Paulo II, Exortação apostólica
pós-sinodal Familiaris Consortio (22 de novembro
de 1981): AAS 73 (1981), pp. 81-191 FD: João Paulo II, Constituição apostólica Fidei Depositum (11
de outubro de 1992): AAS 86 (1994), pp. 113-118 GCM: Congregação para a Evangelização dos
Povos, Guia para os catequistas. Documento de orientação em
vista da vocação, da formação e da promoção dos catequistas nos territórios
de missão que dependem da Congregação para a Evangelização dos povos (3 de
dezembro de 1993), Cidade do Vaticano 1993 GE: Conc. Ecum. Vaticano II, Declaração sobre a
educação Gravissimum Educationis (28 de outubro de 1965) GS: Conc. Ecum. Vaticano II, Constituição
pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et Spes (7
de dezembro de 1965) LC: Congregação para a Doutrina da fé,
Instrução Libertatis Conscientia (22 de março de 1986): AAS
79 (1987), pp. 554-599 LE: João Paulo II, Carta encíclica Laborem
Exercens (14 de setembro de 1981): AAS 73 (1981), pp. 577-647 LG: Conc. Ecum. Vaticano II Constituição
dogmática sobre a Igreja Lumen Gentium (21 de novembro de
1964) MM: João XXIII, Carta encíclica Mater et
Magistra (15 de maio de 1961): AAS 53 (1961), pp. 401-464 MPD: Sínodo dos Bispos, Mensagem ao Povo de
Deus Cum iam ad exitum sobre a catequese no nosso tempo (28
de outubro de 1977), Typis Polyglottis Vaticanis 1977 NA: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre as
relações da Igreja com as Religiões não cristãs Nostra Aetate (28
de outubro de 1965) PB: João Paulo II, Constituição apostólica Pastor
Bonus (28 de junho de 1988): AAS 80 (1988), pp. 841-930 PG: Patrologiae Cursus completus, Series
Graeca, ed. Jacques P. Migne, Parisiis 1857 ss. PL: Patrologiae Cursus completus, Series
Latina, ed. Jacques P. Migne, Parisiis 1844 ss. PO: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre o
ministério e a vida dos presbíteros Presbyterorum Ordinis (7
de dezembro de 1965) PP: Paulo VI, Carta encíclica Populorum
Progressio (26 de março de 1967): AAS 59 (1967), pp. 257-299 RH: João Paulo II, Carta encíclica Redemptor
Hominis (4 de março de 1979): AAS 71 (1979), pp. 257-324 OICA: Ordo Initiationis Christianae
Adultorum, Editio Typica, Typis Polyglottis Vaticanis 1972 RM: João Paulo II, Carta encíclica Redemptoris
Missio (7 de dezembro de 1990): AAS 83 (1991), pp. 249-340 SC: Conc. Ecum. Vaticano II, Constituição sobre a
Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium (4 de dezembro de
1963) SINODO 1985: Sínodo dos Bispos (reunião
extraordinária de 1985), Relatório final Ecclesia sub verbo Dei
mysteria Christi celebrans pro salute mundi (7 de dezembro de 1985),
Cidade do Vaticano 1985 SCh: Sources
Chrétiennes, Collection, Paris 1946 ss. SRS: João Paulo II, Exortação apostólicaSollicitudo
Rei Socialis (30 de dezembro de 1987): AAS 80 (1988), pp. 513-586 TMA: João Paulo II, Exortação apostólica Tertio
Millennio Adveniente (10 de novembro de 1994): AAS 87 (1995), pp.
5-41 UR: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre o
Ecumenismo Unitatis Redintegratio (21 de novembro de 1964) UUS: João Paulo II, Carta encíclica Ut
Unum Sint (25 de maio de 1995): AAS 87 (1995), pp. 921-982 VS: João Paulo II, Carta encíclica Veritatis
Splendor (6 de agosto de 1993): AAS 85 (1993), pp. 1133-1228 PREFÁCIO 1. O Concílio Vaticano II prescreveu a redação de
um « Diretório para a instrução catequética do povo ».(1) Em obediência a
este mandato conciliar, a Congregação para o Clero valeu-se de uma especial
Comissão de especialistas e consultou as Conferências Episcopais do mundo, as
quais enviaram numerosas sugestões e observações em propósito. O texto
preparado foi revisto por uma Comissão teológica ad hoc e
pela Congregação para a Doutrina da Fé. No dia 18 de março de 1971 foi
definitivamente aprovado por Paulo VI e promulgado no dia 11 de abril do
mesmo ano, com o título Diretório Catequético Geral. 2. Os trinta anos transcorridos da conclusão do
Concílio Vaticano II aos umbrais do terceiro milênio, constituem, sem dúvida,
um tempo extremamente rico de orientações e promoções da catequese. Foi um
tempo que, de qualquer modo, repropôs a vitalidade evangelizadora da primeira
comunidade eclesial e que relançou oportunamente o ensinamento dos Padres e
favoreceu a redescoberta do antigo catecumenato. Desde 1971, o Diretório
Catequético Geral tem orientado as Igrejas particulares no longo caminho de
renovação da catequese, propondo-se como válido ponto de referência tanto no
que diz respeito aos conteúdos, quanto no que concerne à pedagogia e aos
métodos a serem empregados. O itinerário percorrido pela catequese neste
período foi caracterizado, em todas as partes, por uma generosa dedicação de
muitas pessoas, por iniciativas admiráveis e por frutos muito positivos para
a educação e o amadurecimento na fé, de crianças, jovens e adultos. Todavia, não
faltaram, contemporaneamente, crises, insuficiências doutrinais e
experiências que empobreceram a qualidade da catequese, devidas, em grande
parte, à evolução do contexto cultural mundial e a questões eclesiais de
matriz não catequética. 3. O Magistério da Igreja não deixou jamais,
nestes anos, de exercitar a sua solicitude pastoral em favor da catequese.
Numerosos Bispos e Conferências dos Bispos, em todos os continentes, deram um
notável impulso à ação catequética também através da publicação de válidos
Catecismos e orientações pastorais, promovendo a formação de peritos e
favorecendo a pesquisa catequética. Estes esforços foram fecundos e
repercutiram favoravelmente na praxe catequética das Igrejas particulares.
Uma particular riqueza para a renovação catequética é constituída pelo Ritual
para a Iniciação Cristã dos Adultos, promulgado no dia 6 de janeiro de
1972, pela Congregação para o Culto Divino. É indispensável recordar, de modo especial, o
ministério de Paulo VI, o Pontífice que guiou a Igreja durante o primeiro
período do pós-Concílio. A seu respeito, João Paulo II disse: « Com os seus
gestos, com a sua pregação e com a sua interpretação autorizada do Concílio
Vaticano II — que ele considerava como o grande catecismo dos tempos modernos
— e ainda com toda a sua vida, o meu venerando Predecessor Paulo VI serviu a
catequese da Igreja de modo particularmente exemplar ».(2) 4. Uma decisiva pedra miliária para a catequese
foi a reflexão iniciada por ocasião da Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos
sobre a evangelização do mundo contemporâneo, que se celebrou em
outubro de 1974. As proposições de tal encontro foram apresentadas ao Papa
Paulo VI, o qual promulgou a Exortação Apostólica pós-sinodal Evangelii
Nuntiandi, de 8 de Dezembro de 1975. Este documento apresenta —
entre outras coisas — um princípio de particular relevo: a catequese como
ação evangelizadora no âmbito da grande missão da Igreja. A atividade
catequética, de agora em diante, deverá ser considerada como permanentemente
partícipe das urgências e das ânsias próprias do mandato missionário para o
nosso tempo. Também a última Assembléia Sinodal convocada por
Paulo VI, em outubro de 1977, escolheu a catequese como tema de análise e de
reflexão episcopal. Este Sínodo viu « na renovação catequética um dom
precioso do Espírito Santo à Igreja nos dias de hoje ».(3) 5. João Paulo II assumiu esta herança em 1978 e
formulou as suas primeiras orientações na Exortação Apostólica Catechesi
Tradendae, datada de 16 de outubro de 1979. Tal Exortação forma uma
unidade totalmente coerente com a Exortação Evangelii Nuntiandi e
repõe plenamente a catequese no quadro da evangelização. Durante todo o seu pontificado, João Paulo II
ofereceu um magistério constante de altíssimo valor catequético. Entre os discursos,
as cartas e os ensinamentos escritos, emergem as doze Encíclicas: da Redemptor
Hominis à Ut Unum Sint. Estas Encíclicas constituem, por si mesmas, um
corpo de doutrina sintético e orgânico, em vista da realização da renovação
da vida eclesial, postulada pelo Concílio Vaticano II. Quanto ao valor
catequético destes Documentos do magistério de João Paulo II, distinguem-se:
a Redemptor Hominis (4 de março de 1979), a Dives in
Misericordia (30 de novembro de 1980), a Dominum et
Vivificantem (18 de maio de 1986), e, para a reafirmação da
permanente validez do mandato missionário, a Redemptoris Missio (7
de dezembro de 1990). 6. Por outro lado, as Assembléias Gerais,
ordinárias e extraordinárias, do Sínodo dos Bispos, tiveram uma particular
incidência no campo eclesial da catequese. Por sua particular importância,
devem ser destacadas as Assembléias Sinodais de 1980 e 1987, relativas
respectivamente à missão da família e à vocação dos leigos batizados. Os
trabalhos sinodais foram seguidos das correspondentes Exortações Apostólicas
de João Paulo II, Familiaris Consortio (22 de novembro de
1981) e Christifideles Laici (30 de dezembro de 1988). O
próprio Sínodo Extraordinário dos Bispos, de 1985, influiu também, de maneira
decisiva, sobre o presente e sobre o futuro da catequese do nosso tempo.
Naquela ocasião, foi feito um balanço dos 20 anos de aplicação do Concílio
Vaticano II e os Padres sinodais propuseram ao Santo Padre a elaboração de um
Catecismo universal para a Igreja Católica. A proposta da Assembléia sinodal
extraordinária de 1985 foi acolhida favoravelmente e assumida por João Paulo
II. Terminado o paciente e complexo processo de sua elaboração, o Catecismo
da Igreja Católica foi entregue aos Bispos e às Igrejas particulares
mediante a Constituição Apostólica Fidei Depositum, do dia 11 de
outubro de 1992. 7. Este evento, de tão profundo significado, e o
conjunto dos fatos e das intervenções magisteriais precedentemente indicados,
impunham o dever de uma revisão do Diretório Catequético Geral, com a finalidade
de adaptar este precioso instrumento teológico-pastoral à nova situação e
necessidade. Receber tal herança e organizá-la sinteticamente, em função da
atividade catequética, sempre na perspectiva da atual etapa da vida da
Igreja, é um serviço da Sé Apostólica para todos. O trabalho para a nova elaboração do Diretório
Geral para a Catequese, promovido pela Congregação para o Clero, foi
realizado por um grupo de Bispos e por especialistas em teologia e em
catequese. Foi, sucessivamente, submetido à consulta das Conferências dos
Bispos e dos principais Institutos ou Centros de estudos catequéticos, e foi
feito respeitando substancialmente a inspiração e os conteúdos do texto de
1971. Evidentemente, a nova redação do Diretório Geral para a Catequese teve
que balancear duas exigências principais: – de um lado, a contextualização da catequese na
evangelização, postulada pelas Exortações Evangelii Nuntiandie Catechesi
Tradendae – por outro lado, a assunção dos conteúdos da fé
propostos pelo Catecismo da Igreja Católica. 8. O Diretório Geral para a Catequese, embora
conservando a estrutura de fundo do texto de 1971, articula-se do seguinte
modo: – Uma Exposição Introdutiva, na qual
se oferecem orientações fundamentais para a interpretação e a compreensão das
situações humanas e das situações eclesiais, a partir da fé e da confiança na
força da semente do Evangelho. São breves diagnósticos em vista da missão. – A Primeira Parte (4) é
articulada em três capítulos e enraíza de forma mais acentuada a catequese na
Constituição conciliar Dei Verbum, colocando-a no quadro da
evangelização presente em Evangelii Nuntiandi e Catechesi
Tradendae. Propõe, além disso, um esclarecimento da natureza da
catequese. – A Segunda Parte(5) consta de dois
capítulos. No primeiro, sob o título « Normas e critérios para a
apresentação da mensagem evangélica na catequese », com nova articulação
e numa perspectiva enriquecida, reúnem-se, em sua totalidade, os conteúdos do
capítulo correspondente do texto anterior. O segundo capítulo, completamente
novo, serve à apresentação do Catecismo da Igreja Católica como texto de
referência para a transmissão da fé na catequese e para a redação dos
Catecismos locais. O texto oferece também princípios básicos em vista da
elaboração dos Catecismos para as Igrejas particulares e locais. – A Terceira Parte(6) mostra-se
suficientemente renovada, formulando também as linhas essenciais de uma
pedagogia da fé, inspirada à pedagogia divina; uma questão, esta, que diz
respeito tanto à teologia como às ciências humanas. – A Quarta Parte(7) tem por título «
Os destinatários da catequese ». Em cinco breves capítulos, se presta atenção
às situações bastante diferentes das pessoas às quais se dirige a catequese,
aos aspectos relativos à situação sócio-religiosa e, de modo especial, à
questão da inculturação. – A Quinta Parte(8) coloca como
centro de gravitação a Igreja particular, que tem o dever primordial de
promover, programar, supervisionar e coordenar toda a atividade catequética.
Adquire um particular relevo a descrição dos respectivos papéis dos diversos
agentes (que têm o seu ponto de referência sempre no Pastor da Igreja
particular) e das exigências formativas em cada caso. – A Conclusão, que exorta a uma
intensificação da ação catequética no nosso tempo, coroa a reflexão e as
orientações com um apelo à confiança na ação do Espírito Santo e na eficácia
da palavra de Deus semeada no amor. 9. A finalidade do presente Diretório é,
obviamente, a mesma que norteava o texto de 1971. Propõe-se, efetivamente,
fornecer « os princípios teológico-pastorais fundamentais, inspirados no
Concílio Ecumênico Vaticano II e no Magistério da Igreja, aptos a poder
orientar e coordenar a ação pastoral do ministério da palavra » e, de forma
concreta, a catequese.(9) O intuito fundamental era e é o de oferecer
reflexões e princípios, mais do que aplicações imediatas ou diretrizes
práticas. Tal caminho e método é adotado sobretudo pelas seguintes razões:
somente se desde o início se compreendem corretamente a natureza e os fins da
catequese, assim como as verdades e os valores que devem ser transmitidos,
poderão ser evitados defeitos e erros em matéria catequética.(10) Cabe à competência específica dos Episcopados a
aplicação mais concreta desses princípios e enunciados, através de orientações
e Diretórios nacionais, regionais ou diocesanos, catecismos e todo outro meio
considerado idôneo a promover eficazmente a catequese. 10. É evidente que nem todas as partes do
Diretório têm a mesma importância. Aquelas que tratam da revelação divina, da
natureza da catequese e dos critérios que presidem o anúncio cristão, têm
valor para todos. As partes, ao invés, que se referem à presente situação, à
metodologia e ao modo de adaptar a catequese às diferentes situações de idade
ou de contexto cultural, devem ser acolhidas mais como indicações e como
orientações fundamentais.(11) 11. Os destinatários do Diretório são
principalmente os Bispos, as Conferências dos Bispos e, de modo geral, todos
aqueles que, sob o mandato ou presidência dos primeiros, têm
responsabilidades no campo catequético. É óbvio que o Diretório pode ser um
válido instrumento para a formação dos candidatos ao sacerdócio, para a
formação permanente dos presbíteros e para a formação dos catequistas. Uma finalidade imediata do Diretório é ajudar a
redação dos Diretórios Catequéticos e catecismos. Conforme sugestão recebida
de muitos Bispos, incluem-se numerosas notas e referências que podem ser de
grande utilidade para a elaboração dos mencionados instrumentos. 12. Uma vez que o Diretório é endereçado às
Igrejas particulares, cujas situações e necessidades pastorais são muito
variadas, é evidente que se pôde levar em consideração unicamente as
situações comuns ou intermediárias. Isto acontece, igualmente, quando se
descreve a organização da catequese nos diversos níveis. Na utilização do
Diretório, deve-se ter presente esta observação. Como já se ressaltava no
texto de 1971, o que será insuficiente naquelas regiões onde a catequese pôde
alcançar um alto nível de qualidade e de meios, talvez poderá parecer
excessivo naqueles lugares onde a catequese não pôde ainda experimentar tal
progresso. 13. Ao publicar este texto, novo testemunho da
solicitude da Sé Apostólica para com o ministério catequético, exprimem-se os
votos de que ele seja acolhido, examinado e estudado com grande atenção,
levando em consideração as necessidades pastorais de cada Igreja particular;
e que ele possa também estimular, para o futuro, estudos e pesquisas mais
profundas, que respondam às necessidades da catequese e às normas e
orientações do Magistério da Igreja. Que a Virgem Maria, Estrela da nova
evangelização, nos conduza ao conhecimento pleno de Jesus Cristo, Mestre e
Senhor. « Quanto ao mais, irmãos, orai por nós, para que
a palavra do Senhor continue o seu caminho e seja glorificada, como aconteceu
entre vós » (2 Ts 3, 1). Do Vaticano, 15 de agosto de 1997 Solenidade da Assunção de Nossa Senhora Darío Castrillón Hoyos Crescenzio Sepe EXPOSIÇÃO INTRODUTIVA O anúncio do Evangelho no mundo
contemporâneo « Escutai: Eis que o semeador saiu a semear. E ao
semear, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a
comeram. 14. Esta exposição introdutiva pretende estimular
os pastores e os agentes da catequese a tomarem consciência da necessidade de
olhar sempre para o campo semeado, e a fazê-lo a partir de uma perspectiva de
fé e de misericórdia. A interpretação do mundo contemporâneo, aqui
apresentada, tem, obviamente, um caráter de provisoriedade, próprio da
contingência histórica. « Saiu o semeador a semear » (Mc 4,3) 15. Esta parábola é fonte inspiradora para a
evangelização. « A semente é a palavra de Deus » (Lc 8,11). O
semeador é Jesus Cristo. Ele anunciou o Evangelho na Palestina há dois mil
anos e enviou os seus discípulos a semeá-lo pelo mundo. Jesus Cristo hoje,
presente na Igreja por meio do Seu Espírito, continua a divulgar amplamente a
palavra do Pai no campo do mundo. A qualidade do terreno é sempre muito variada. O
Evangelho cai « à beira do caminho » (Mc 4,4), quando não é
realmente escutado; cai « em solo pedregoso » (Mc 4,5), sem
penetrar profundamente na terra; ou « entre os espinhos » (Mc 4,7),
e é imediatamente sufocado no coração dos homens, distraídos por muitas
preocupações. Mas uma parte cai « em terra boa » (Mc 4,8), isto
é, em homens e mulheres abertos à relação pessoal com Deus e solidários com o
próximo, e produz frutos abundantes. Jesus, na parábola, comunica a boa notícia de que
o Reino de Deus chega, não obstante as dificuldades do terreno, as tensões,
os conflitos e os problemas do mundo. A semente do Evangelho fecunda a
história dos homens e preanuncia uma colheita abundante. Jesus faz também uma
advertência: somente no coração bem disposto a palavra de Deus germina. Um olhar ao mundo, a partir da fé 16. A Igreja continua a semear o Evangelho de
Jesus no grande campo de Deus. Os cristãos, inseridos nos mais variados
contextos sociais, olham o mundo com os mesmos olhos com que Jesus
contemplava a sociedade do seu tempo. O discípulo de Jesus Cristo, de fato,
participa, de seu interior, « das alegrias e das esperanças, das tristezas e
das angústias dos homens de hoje »,(12) olha para a história humana,
participa dela, não apenas com a razão, mas também com a fé. À luz desta, o
mundo se mostra ao mesmo tempo « criado e conservado pelo amor do Criador,
reduzido à servidão do pecado, e libertado por Cristo crucificado e
ressuscitado, com a derrota do Maligno... ».(13) O cristão sabe que a cada realidade e evento
humano subjazem ao mesmo tempo: – a ação criadora de Deus, que comunica a cada ser
a sua bondade; – a força que deriva do pecado, o qual limita e
entorpece o homem; – o dinamismo que nasce da Páscoa de Cristo, qual
germe de renovação que confere ao crente a esperança de uma « consumação
»(14) definitiva. Um olhar ao mundo, que prescindisse de um desses
três aspectos, não seria autenticamente cristão. É importante, portanto, que
a catequese saiba iniciar os catecúmenos e os catequizandos a uma « leitura
teológica dos problemas modernos ».(15) O campo do mundo 17. Mãe dos homens, a Igreja, antes de mais nada,
vê, com profunda dor, « uma multidão inumerável de homens e de mu- lheres, crianças, adultos e anciãos, isto é, de
pessoas humanas concretas e irrepetíveis, que sofrem sob o peso intolerável
da miséria ».(16) Por meio da catequese, na qual o ensinamento social da
Igreja ocupe o seu lugar,(17) ela deseja suscitar no coração dos cristãos « o
empenho pela justiça »(18) e a « opção ou amor preferencial pelos pobres
»,(19) de modo que a sua presença seja realmente luz que ilumina e sal que transforma. Os direitos humanos 18. A Igreja, ao analisar o campo do mundo, é
muito sensível a tudo aquilo que ofende a dignidade da pessoa humana. Ela
sabe que desta dignidade nascem os direitos humanos,(20) objeto constante da
preocupação e do empenho dos cristãos. Por isso, o seu olhar não abrange
somente os indicadores econômicos e sociais,(21) mas também, sobretudo, os
culturais e religiosos. O que ela busca é o progresso integral das pessoas e
dos povos.(22) A Igreja percebe, com alegria, que « uma corrente
benéfica já se alastra e permeia todos os povos da terra, tornando-os cada
vez mais conscientes da dignidade do homem ».(23) Esta consciência se exprime
na viva preocupação pelo respeito dos direitos humanos e no mais decidido
rechaço de suas violações. O direito à vida, ao trabalho, à educação, à
criação de uma família, à participação na vida pública e à liberdade
religiosa são hoje particularmente reivindicados. 19. Em numerosos lugares, todavia, e em aparente
contradição com a sensibilidade pela dignidade da pessoa, os direitos humanos
são claramente violados.(24) Dessa maneira, alimentam-se outras formas de
pobreza, que não se colocam no plano material: trata-se de uma pobreza
cultural e religiosa, que preocupa igualmente a comunidade eclesial. A negação ou a limitação
dos direitos humanos, de fato, empobrece a pessoa e os povos, tanto ou mais
do que a privação dos bens materiais.(25) A obra evangelizadora da Igreja, neste vasto
campo dos direitos humanos, tem uma tarefa irrenunciável: promover a descoberta
da dignidade inviolável de cada pessoa humana. « Em certo sentido, é a tarefa
central e unificadora do serviço que a Igreja, e nela os fiéis leigos, são
chamados a prestar à família dos homens ».(26) A catequese deve prepará-los
para esta tarefa. A cultura e as culturas 20. O semeador sabe que a semente penetra em
terrenos concretos e tem necessidade de absorver todos os elementos
necessários para frutificar.(27) Sabe também que, às vezes, alguns desses
elementos podem prejudicar a germinação e a colheita. A Constituição Gaudium et Spes sublinha
a grande importância da ciência e da técnica na gestação e no desenvolvimento
da cultura moderna. A mentalidade científica que delas emana, « modifica
profundamente a cultura e os modos de pensamento », (28) com grandes
repercussões humanas e religiosas. A racionalidade científica e experimental
é profundamente enraizada no homem de hoje. Todavia, a consciência de que este tipo de
racionalidade não pode explicar todas as coisas, ganha sempre mais terreno.
Os próprios homens da ciência constatam que, paralelamente ao rigor da
experimentação, é necessário outro tipo de saber, para poder compreender em
profundidade o ser humano. A reflexão filosófica sobre a linguagem mostra,
por exemplo, que o pensamento simbólico é uma forma de acesso ao mistério da
pessoa humana, contrariamente inacessível. Torna-se indispensável assim, uma
racionalidade que não cinda o ser humano, que integre a sua afetividade, que
o unifique, dando um sentido mais pleno à sua vida. 21. Juntamente com esta « forma mais universal de
cultura »,(29) hoje se constata também um desejo crescente de revalorizar as
culturas autóctones. A pergunta do Concílio é viva ainda: « Como se deve
favorecer o dinamismo e a expansão duma nova cultura, sem que pereça a
fidelidade viva para com a herança das tradições? ».(30) – Em muitos lugares, se toma viva consciência de
que as culturas tradicionais são agredidas por influências externas
dominantes e por imitações alienantes de formas de vida importadas. Corroem-se
assim, gradualmente, a identidade e os valores próprios dos povos. – Constata-se também a enorme influência dos
meios de comunicação, os quais, muitas vezes, em virtude de interesses
econômicos ou ideológicos, impõem uma visão da vida que não respeita a
fisionomia cultural dos povos aos quais se dirigem. A evangelização encontra assim, na inculturação,
um de seus maiores desafios. A Igreja, à luz do Evangelho, deve assumir todos
os valores positivos da cultura e das culturas (31) e rejeitar aqueles elementos
que impedem as pessoas e os povos de alcançarem o desenvolvimento de suas
autênticas potencialidades. A situação religiosa e moral 22. Entre os elementos que compõem o patrimônio
cultural de um povo, o fator religioso-moral tem, para o semeador, um
particular relevo. Na cultura atual existe uma persistente difusão da
indiferença religiosa: « Muitos de nossos contemporâneos ... não percebem de
modo algum esta união íntima e vital com Deus ou explicitamente a rejeitam
».(32) O ateísmo, como negação de Deus, « conta entre os
gravíssimos problemas de nosso tempo ».(33) Ele adota formas diversas, mas
aparece hoje especialmente sob a forma do secularismo, que consiste numa
visão autonomista do homem e do mundo « segundo a qual esse mundo se
explicaria por si mesmo, sem ser necessário recorrer a Deus ».(34) No âmbito
especificamente religioso, existem sinais de um « retorno ao sagrado »,(35)
de uma nova sede de realidades transcendentes e divinas. O mundo atual
atesta, de modo mais amplo e vital, « o despertar da procura religiosa ».(36)
Certamente este fenômeno « não deixa de ser ambíguo ».(37) O amplo
desenvolvimento das seitas e de novos movimentos religiosos e o redespertar
do « fundamentalismo »(38) são dados que interpelam seriamente a Igreja e que
devem ser atentamente analisados. 23. A atual situação moral procede de pari
passu com a religiosa. Efetivamente, percebe-se um obscurecimento da
verdade ontológica da pessoa humana. E isto acontece como se a rejeição de
Deus quisesse significar a ruptura interior das aspirações do ser humano.(39)
Assiste-se, assim, em muitos lugares, a um « relativismo ético que tira à
convivência civil qualquer ponto seguro de referência moral ».(40) A evangelização encontra no terreno
religioso-moral um ambiente de atuação privilegiado. A missão primordial da
Igreja, de fato, é anunciar Deus, testemunhá-Lo diante do mundo. Trata-se de
fazer conhecer as verdadeiras feições de Deus e o Seu desígnio de amor e de
salvação em favor dos homens, assim como Jesus o revelou. Para preparar tais testemunhos, é necessário que
a Igreja desenvolva uma catequese que propicie o encontro com Deus e
fortaleça um vínculo permanente de comunhão com Ele. A Igreja no campo do mundo A fé dos cristãos 24. Os discípulos de Jesus estão imersos no mundo
como o fermento mas, como em todos os tempos, não estão imunes de sofrer a
influência das situações humanas. É, por isso, necessário, interrogar-se sobre a
atual situação da fé dos cristãos. A renovação catequética, desenvolvida na Igreja
durante as últimas décadas, está dando frutos muito positivos.(41) A
catequese das crianças, dos jovens e dos adultos, nesses anos, deu origem a
uma tipologia de cristão verdadeiramente consciente de sua fé e coerente com
esta em sua vida. De fato, favoreceu neles: – uma nova experiência vital de Deus, como Pai
misericordioso; – uma redescoberta mais profunda de Jesus Cristo,
não apenas na sua divindade, mas também na sua verdadeira humanidade; – o sentir-se, todos, co-responsáveis pela missão
da Igreja no mundo; – a tomada de consciência das exigências sociais
da fé. 25. Todavia, diante do atual panorama religioso,
os filhos da Igreja devem se examinar: « em que medida são tocados, também
eles, pela atmosfera de secularismo e de relativismo ético? ».(42) Uma primeira categoria configura-se naquela «
multidão de homens que receberam o Batismo, mas vivem fora de toda a vida
cristã ».(43) Trata-se, de fato, de uma multidão de cristãos « não
praticantes », (44) ainda que, no fundo do coração de muitos, o sentimento
religioso não tenha desaparecido de todo. Redespertá-los para a fé é um
verdadeiro desafio para a Igreja. Além desses, há ainda as « pessoas simples »,(45)
que se exprimem, às vezes, com sentimentos religiosos muito sinceros e com
uma « religiosidade popular » (46) muito enraizada. Possuem uma certa fé, mas
« conhecem mal os fundamentos dessa mesma fé ».(47) Além disso, existem
também numerosos cristãos, muito cultos, mas com uma formação religiosa
recebida apenas na infância, e que necessitam reposicionar e amadurecer a sua
fé « sob uma luz diversa ».(48) 26. Não falta, além disso, um certo número de
cristãos batizados que, infelizmente, escondem a própria identidade cristã,
ou por causa de uma errônea forma de diálogo inter-religioso ou por uma certa
reticência em testemunhar a própria fé em Jesus Cristo na sociedade
contemporânea. Estas situações da fé dos cristãos reclamam do
semeador, com urgência, o desenvolvimento de uma nova evangelização,(49)
sobretudo naquelas Igrejas de antiga tradição cristã, onde o secularismo
penetrou mais. Nesta nova situação necessitada de evangelização, o anúncio
missionário e a catequese, sobretudo aos jovens e aos adultos, constituem uma
clara prioridade. A vida interna da comunidade eclesial 27. É importante considerar também a própria vida
da comunidade eclesial, a sua íntima qualidade. Uma primeira consideração é descobrir como, na
Igreja, tenha sido acolhido e tenha dado frutos o Concílio Vaticano II. Os
grandes documentos conciliares não permaneceram letra morta: constatam-se os
seus efeitos. As quatro constituições — Sacrosanctum Concilium, Lumen
Gentium, Dei Verbum e Gaudium et Spes — fecundaram
a Igreja. De fato: – A vida litúrgica é compreendida mais
profundamente como fonte e vértice da vida eclesial; – O povo de Deus adquiriu uma consciência mais
viva do « sacerdócio comum », (50) radicado no Batismo. Ao mesmo tempo,
redescobre sempre mais a vocação universal à santidade e um sentido mais
profundo do serviço à caridade. – A comunidade eclesial adquiriu um sentido mais
vivo da Palavra de Deus. A Sagrada Escritura, por exemplo, é lida, saboreada
e meditada de modo mais intenso. – A missão da Igreja no mundo é sentida de
maneira nova. Com base numa renovação interior, o Concílio abriu os católicos
à exigência de uma evangelização ligada necessariamente com a promoção
humana, à necessidade do diálogo com o mundo, com as diversas culturas e
religiões e à urgente busca da união entre os cristãos. 28. Mas em meio a esta fecundidade, devem-se
reconhecer também os « defeitos e dificuldades no acolhimento do Concílio
».(51) Malgrado uma doutrina eclesiológica tão ampla e profunda,
enfraqueceu-se o sentido da pertença eclesial; constata-se freqüentemente uma
« desafeição para com a Igreja »; (52) ela é contemplada, muitas vezes, de
modo unilateral, como mera instituição, despojada do seu mistério. Em algumas ocasiões, foram tomadas posições
parciais e opostas na interpretação e na aplicação da renovação solicitada à
Igreja pelo Concílio Vaticano II. Tais ideologias e comportamentos conduziram
a fragmentações e a prejudicar o testemunho de comunhão, indispensável para a
evangelização. A ação evangelizadora da Igreja, e nesta a
catequese, deve buscar mais decididamente uma sólida coesão eclesial. Para
isso, é urgente promover e aprofundar uma autêntica eclesiologia de comunhão,
(53) para gerar nos cristãos, uma profunda espiritualidade eclesial. Situação da catequese: a sua vitalidade e os seus
problemas 29. Muitos são os aspectos positivos da catequese
nestes últimos anos, que mostram a sua vitalidade. Entre outros, devem ser
destacados: – O grande número de sacerdotes, religiosos e
leigos que se consagram à catequese com grande entusiasmo e perseverança. É uma
das ações eclesiais mais relevantes. – Deve ser sublinhado também o caráter
missionário da atual catequese e a sua propensão em assegurar a adesão à fé,
dos catecúmenos e dos catequizandos, num mundo no qual o sentido religioso se
obscura. Nesta dinâmica, tem-se uma clara consciência de que a catequese deve
adquirir o estilo de formação integral e não reduzir-se a simples
ensinamento: deverá esforçar-se, de fato, para suscitar uma verdadeira
conversão. (54) – Em sintonia com tudo o que já foi dito, assume
extraordinária importância o incremento que vai adquirindo a catequese dos
adultos (55) no projeto de catequese de muitas Igrejas particulares. Esta
opção aparece como prioritária nos planos pastorais de muitas dioceses.
Também em alguns movimentos e grupos eclesiais ela ocupa um lugar central. – Favorecido, sem dúvida, pelas recentes
orientações do Magistério, o pensamento catequético ganhou, nos nossos dias,
uma maior densidade e profundidade. Neste sentido, muitas Igrejas locais já
dispõem de idôneas e oportunas orientações pastorais. 30. Todavia, é necessário examinar, com
particular atenção, alguns problemas, buscando encontrar uma solução para os
mesmos: – O primeiro diz respeito ao próprio conceito de
catequese como escola da fé, como aprendizado e tirocínio de toda a vida
cristã, que ainda não penetrou plenamente na consciência dos catequistas. – No que concerne à orientação de fundo, o
conceito de « Revelação » impregna ordinariamente a atividade catequética;
todavia, o conceito conciliar de « Tradição » tem uma menor influência como
elemento realmente inspirador. De fato, em muitas catequeses, a referência à
Sagrada Escritura é quase que exclusiva, sem que a reflexão e a vida
bimilenar da Igreja (56) acompanhem tal referência, de modo suficiente. A
natureza eclesial da catequese se mostra, neste caso, menos clara. A
inter-relação entre Sagrada Escritura, Tradição e Magistério, « cada qual
segundo seu próprio modo »,(57) ainda não fecunda harmoniosamente a
transmissão catequética da fé. – No que diz respeito à finalidade da catequese,
que visa promover a comunhão com Jesus Cristo, é necessária uma apresentação
mais equilibrada de toda a verdade do mistério de Cristo. Às vezes, se
insiste somente na sua humanidade, sem fazer explícita referência à sua
divindade; em outras ocasiões, menos freqüentes nos nossos dias, a sua
divindade é tão acentuada, que não se percebe mais a realidade do mistério da
Encarnação do Verbo. (58) – Em relação ao conteúdo da catequese, subsistem
vários problemas. Há algumas lacunas doutrinais no que concerne à verdade
sobre Deus e sobre o homem, sobre o pecado e a graça e sobre os Novíssimos.
Há a necessidade de uma formação moral mais sólida; constata-se uma
apresentação inadequada da história da Igreja e um escassa importância dada à
sua Doutrina Social. Em algumas regiões, proliferam catecismos e textos de
iniciativa particular, com tendências seletivas e acentuações tão diferentes,
que prejudicam a necessária convergência na unidade da fé.(59) – « A catequese é intrinsecamente ligada com toda
a ação litúrgica e sacramental ».(60) Muitas vezes, porém, a praxe
catequética apresenta uma ligação fraca e fragmentária com a liturgia:
atenção limitada aos sinais e ritos litúrgicos, pouca valorização das fontes
litúrgicas, percursos catequéticos que pouco ou nada têm a ver com o ano
litúrgico, presença marginal de celebrações nos itinerários da catequese. – No que concerne à pedagogia, após uma excessiva
acentuação do valor do método e das técnicas, por parte de alguns, ainda não
se presta a devida atenção às exigências e à originalidade da pedagogia
própria da fé.(61) Cai-se facilmente no dualismo « conteúdo-método », com
reducionismos num sentido ou no outro. No que diz respeito à dimensão
pedagógica, não se exercitou sempre o necessário discernimento teológico. – No que concerne à diferença das culturas em
relação ao serviço da fé, constitui um problema saber transmitir o Evangelho
no limite do horizonte cultural dos povos aos quais se dirige, de modo que
ele possa ser apreendido realmente como uma grande notícia para a vida das
pessoas e da sociedade. (62) – A formação para o apostolado e para a missão é
uma das tarefas principais da catequese. No entanto, enquanto na atividade
catequética cresce uma nova sensibilidade em formar os fiéis leigos para o
testemunho cristão, para o diálogo inter-religioso e para o compromisso
secular, a educação para a dimensão missionária ad gentes mostra-se
ainda fraca e inadequada. Com freqüência, a catequese ordinária reserva às
missões uma atenção marginal e não constante. A semeadura do Evangelho 31. Depois de ter analisado o terreno, o semeador
envia os seus operários para anunciar o Evangelho por todo o mundo,
comunicando-lhes a força do seu Espírito. Ao mesmo tempo, mostra-lhes como
ler os sinais dos tempos e lhes pede uma preparação muito acurada para
realizar a semeadura. Como ler os sinais dos tempos 32. A voz do Espírito que Jesus, por parte do
Pai, enviou a Seus discípulos ressoa também nos acontecimentos da história.
(63) Por trás dos dados mutáveis da situação atual e nas profundas motivações
dos desafios que se apresentam à evangelização, é necessário descobrir « os
sinais da presença e do desígnio de Deus ». (64) Trata-se de uma análise que
se deve fazer à luz da fé, com uma atitude de compaixão. Valendo-se das
ciências humanas, (65) sempre necessárias, a Igreja busca descobrir o sentido
da situação atual, no âmbito da história da salvação. Os seus juízos sobre a
realidade são sempre diagnósticos para a missão. Alguns desafios para a catequese 33. Para poder exprimir a sua vitalidade e a sua
eficácia, a catequese, hoje, deveria assumir os seguintes desafios e
orientações: – antes de tudo, ela deve se apresentar como um
válido serviço à evangelização da Igreja, com uma acentuada característica
missionária; – ela deve se dirigir aos seus destinatários
privilegiados, como foram e continuam a ser as crianças, os adolescentes, os
jovens e os adultos a partir, sobretudo, dos primeiros; – seguindo o exemplo da catequese patrística, ela
deve plasmar a personalidade daquele que crê e, portanto, deve ser uma
verdadeira e própria escola de pedagogia cristã; – deve anunciar os mistérios essenciais do
cristianismo, promovendo a experiência trinitária da vida em Cristo como
centro da vida de fé; – deve considerar como tarefa prioritária a
preparação e a formação de catequistas de fé profunda. I PARTE A CATEQUESE NA MISSÃO
EVANGELIZADORA DA IGREJA A catequese na missão
evangelizadora da Igreja « Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a
toda criatura » (Mc 16,15) O mandato missionário de Jesus 34. Jesus, após a sua ressurreição, enviou por
parte do Pai o Espírito Santo para que realizasse, a partir de dentro, a obra
da salvação e estimulasse os discípulos a continuarem a sua própria missão no
mundo inteiro, como ele mesmo fora enviado pelo Pai. Ele foi o primeiro e o
maior evangelizador. Anunciou o Reino de Deus,(66) como nova e definitiva
intervenção divina na história e definiu este anúncio como « o
Evangelho », ou seja, a boa nova. A este dedicou toda a sua existência
terrena: deu a conhecer a alegria de pertencer ao Reino,(67) as suas
exigências e a sua magna carta,(68) os mistérios que encerra,(69) a vida
fraterna daqueles que nele entram,(70) e a sua plenitude futura.(71) Significado e finalidade desta parte 35. Esta primeira parte pretende definir o
caráter próprio da catequese. O primeiro capítulo, relativo à estrutura
teológica, recorda brevemente o conceito de Revelação exposto no Documento
conciliar Dei Verbum. Ele determina, de maneira específica, o
modo de conceber o ministério da Palavra. Os conceitos palavra de
Deus, Evangelho, Reino de Deus e Tradição, presentes nessa Constituição
dogmática, fundam o significado de catequese. Junto a esses, é referencial
obrigatório para a catequese o conceito de evangelização. A sua
dinâmica e os seus elementos são expostos com uma precisão nova e profunda,
na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi. O segundo capítulo situa a catequese no quadro da
evangelização e a coloca em relação com as demais formas de ministério da
palavra de Deus. Graças a essa relação, descobre-se mais facilmente o caráter
próprio da catequese. O terceiro capítulo analisa mais diretamente a
catequese enquanto tal: a sua natureza eclesial, a sua finalidade vinculativa
de comunhão com Jesus Cristo, os seus deveres, e a inspiração catecumenal que
a anima. A concepção que se tem da catequese condiciona
profundamente a seleção e a organização dos seus conteúdos (cognitivos,
experienciais e comportamentais), precisa os seus destinatários e define
a pedagogia que se exige para alcançar os seus objetivos. O termo catequese sofreu uma evolução semântica
durante os vinte séculos de história da Igreja. Neste Diretório, o conceito
de catequese inspira-se nos Documentos do Magistério Pontifício pósconciliar
e, sobretudo, na Evangelii Nuntiandi, na Catechesi
Tradendae e na Redemptoris Missio. I CAPÍTULO A Revelação e a sua transmissão
mediante a evangelização « Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, que nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais, nos céus,
em Cristo. (...) dando-nos a conhecer o mistério da sua vontade, conforme
decisão prévia que lhe aprouve tomar para levar o tempo à sua plenitude: a de
em Cristo encabeçar todas as coisas... » (Ef 1,3-10). A Revelação do desígnio providencial de Deus 36. « Deus, que cria e conserva todas as coisas
por meio do Verbo, oferece aos homens, na criação, um perene testemunho de si
mesmo ». (72) O homem, que por sua natureza e vocação é « capaz de Deus »,
quando ouve a mensagem das criaturas, pode atingir a certeza da existência de
Deus como causa e fim de tudo e que Ele pode se revelar ao homem. A constituição Dei Verbum do
Concílio Vaticano II descreveu a Revelação como o ato mediante o qual Deus se
manifesta pessoalmente aos homens. Deus se mostra, de fato, como Aquele que
quer comunicar a Si mesmo, tornando a pessoa humana partícipe de sua natureza
divina. (73) Dessa maneira, Ele realiza o seu desígnio de amor. « Aprouve a Deus, em sua bondade e sabedoria,
revelar-Se a Si mesmo e tornar conhecido o mistério de Sua vontade, pelo qual
os homens... têm acesso ao Pai e se tornam participantes da natureza divina
». (74) 37. Este desígnio providencial (75) do Pai, revelado
plenamente em Jesus Cristo, realiza-se com a força do Espírito Santo. Ele comporta: – a revelação de Deus, da sua « verdade íntima
»,(76) do seu « segredo », (77) da verdadeira vocação e dignidade do homem;
(78) – a oferta da salvação a todos os homens, como
dom da graça e da misericórdia de Deus, (79) que implica a libertação do mal,
do pecado e da morte; (80) – o definitivo chamado para reunir na família de
Deus todos os filhos dispersos, realizando assim a união fraterna entre os
homens. (81) A Revelação: fatos e palavras 38. Deus, na sua imensidão, para se revelar à
pessoa humana, utiliza uma pedagogia: (82) serve-se de eventos e de palavras
humanas para comunicar o seu desígnio; e o faz progressivamente e por etapas,
(83) para se aproximar melhor dos homens. Deus, de fato, age de maneira tal,
que os homens cheguem ao conhecimento do seu plano salvífico através dos
eventos da história da salvação e mediante as palavras divinamente inspiradas
que os acompanham e os explicam. « Este plano da Revelação se concretiza através
de acontecimentos e palavras intimamente conexos entre si, de forma que – as obras realizadas por Deus
na história da salvação manifestam e corroboram os ensinamentos e as
realidades significadas pelas palavras, – enquanto as palavras, por sua vez,
proclamam as obras e elucidam o mistério nelas contido ».(84) 39. Também a evangelização, que transmite ao
mundo a Revelação, realiza-se com obras e palavras. Ela é, ao mesmo tempo,
testemunho e anúncio, palavra e sacramento, ensinamento e empenho. A catequese, por sua vez, transmite os fatos e as
palavras da Revelação: deve proclamá-los e narrá-los e, ao mesmo tempo,
explicar os profundos mistérios que estes encerram. Além disso, sendo a
Revelação fonte de luz para a pessoa humana, a catequese não apenas recorda
as maravilhas de Deus operadas no passado mas, à luz da mesma Revelação,
interpreta os sinais dos tempos e a vida presente dos homens e das mulheres,
uma vez que, neles, realiza-se o desígnio de Deus para a salvação do mundo. (85) Jesus Cristo, mediador e plenitude da Revelação 40. Deus revelou-se progressivamente aos homens,
por meio dos profetas e dos eventos salvíficos, até à plenitude da Revelação
com o envio de seu próprio Filho: (86) « Jesus Cristo, pela plena presença e manifestação
de Si mesmo, por palavras e obras, sinais e milagres, e especialmente por sua
morte e gloriosa ressurreição dentre os mortos, enviado finalmente o Espírito
de verdade, aperfeiçoa e completa a Revelação ».(87) Jesus Cristo não é somente o maior dos profetas,
mas é o Filho eterno de Deus, feito homem. Ele é, portanto, o evento último
para o qual convergem todos os eventos da história da salvação.(88) Ele é, de
fato, « a Palavra única, perfeita e insuperável do Pai ». (89) 41. O ministério da Palavra deve ressaltar esta
admirável característica, própria da economia da Revelação: o Filho de Deus
entra na história dos homens, assume a vida e a morte humanas e realiza a
nova e definitiva aliança entre Deus e os homens. É dever próprio da
catequese mostrar quem é Jesus Cristo: a sua vida e o seu mistério, e
apresentar a fé cristã como seqüela da sua pessoa.(90) Por isso, deve
basear-se constantemente nos Evangelhos, os quais « são o coração de todas as
Escrituras, uma vez que constituem o principal testemunho sobre a vida e a
doutrina do Verbo encarnado, nosso Salvador.(91) O fato que Jesus Cristo seja a plenitude da
Revelação é o fundamento do « cristocentrismo » (92) da catequese: o mistério
de Cristo, na mensagem revelada, não é um elemento a mais, junto aos demais,
mas sim o centro a partir do qual todos os demais elementos se hierarquizam e
se iluminam. A transmissão da Revelação por meio da Igreja,
obra do Espírito Santo 42. A revelação de Deus, culminada em Jesus
Cristo, é destinada a toda a humanidade: « Deus quer que todos os homens se
salvem e cheguem ao conhecimento da verdade » (1 Tm 2,4). Em
virtude dessa vontade salvífica universal, Deus dispôs que a Revelação se
transmitisse a todos os povos e a todas as gerações e permanecesse íntegra.
(93) 43. Para cumprir este desígnio divino, Jesus
Cristo instituiu a Igreja com fundamento nos apóstolos e, mandando sobre eles
o Espírito Santo, por parte do Pai, enviou-os a pregar o Evangelho em todo o
mundo. Os apóstolos, com palavras, obras e por escrito, executaram fielmente
tal mandato.(94) Esta Tradição apostólica perpetua-se na Igreja e
por meio da Igreja. E esta, no seu todo, pastores e fiéis, vigia por sua
conservação e transmissão. O Evangelho, de fato, conserva-se íntegro e vivo
na Igreja: os discípulos de Jesus o contemplam e o meditam incessantemente,
vivem-no na existência cotidiana e o anunciam na missão. O Espírito Santo
fecunda constantemente a Igreja enquanto ela vive o Evangelho; faz com que
ela cresça continuamente na compreensão do mesmo, e a impulsiona e sustenta
na tarefa de anunciá-lo em todos os recantos do mundo.(95) 44. A conservação íntegra da Revelação, palavra
de Deus contida na Tradição e na Escritura, assim como a sua contínua
transmissão, são garantidas na sua autenticidade. O Magistério da Igreja,
sustentado pelo Espírito Santo e dotado do « carisma da verdade », exercita a
função de « interpretar autenticamente a Palavra de Deus ».(96) 45. A Igreja, « sacramento universal de salvação
»,(97) movida pelo Espírito Santo, transmite a Revelação por meio da
evangelização: anuncia a boa nova do desígnio salvífico do Pai e, nos
sacramentos, comunica os dons divinos. A Deus, que se revela, é devida a obediência da
fé, pela qual o homem adere livremente ao « Evangelho da graça de Deus » (At 20,24),
com pleno assentimento do intelecto e da vontade. Guiado pela fé, dom do
Espírito, o homem chega à contemplar e a saborear o Deus do amor, que em
Cristo revelou as riquezas da sua glória.(98) A evangelização(99) 46. A Igreja « existe para evangelizar », (100)
isto é, para « levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em
qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transformá-las a partir de
dentro e tornar nova a própria humanidade ». (101) O mandato missionário de Jesus comporta vários aspectos
intimamente conexos entre si: « proclamai » (Mc 16,15), « fazei
discípulos e ensinai », (102) « sereis minhas testemunhas », (103) « batizai
», (104) « fazei isto em minha memória » (Lc 22,19), « amai-vos
uns aos outros » (Jo 15,12). Anúncio, testemunho, ensinamento,
sacramentos, amor ao próximo, fazer discípulos: todos estes aspectos são via
e meios para a transmissão do único Evangelho, e constituem os elementos da
evangelização. Alguns deles se revestem de uma importância tão
grande que, às vezes, se tende a identificá-los com a ação evangelizadora.
Todavia, « nenhuma definição parcial e fragmentária, porém, chegará a dar
razão da realidade rica, complexa e dinâmica que é a evangelização ». (105)
Corre-se o risco de empobrecê-la e até mesmo de mutilá-la. Ao contrário, ela
deve desenvolver a « sua totalidade » (106) e incorporar as suas intrínsecas
bipolaridades: testemunho e anúncio, (107) palavra e sacramento, (108)
mudança interior e transformação social. (109) Os agentes da evangelização
devem saber agir com uma « visão global » (110) da mesma e identificá-la com
o conjunto da missão da Igreja. (111) O processo da evangelização 47. A Igreja, embora contendo em si,
permanentemente, a plenitude dos meios da salvação, opera sempre de modo
gradual. (112) O decreto conciliar Ad Gentes esclareceu bem
a dinâmica do processo evangelizador: testemunho cristão, diálogo e presença
da caridade (11-12), anúncio do Evangelho e chamado à conversão (13),
catecumenato e iniciação cristã (14), formação da comunidade cristã por meio
dos sacramentos e dos ministérios (15-18). (113) Este é o dinamismo da
implantação e da edificação da Igreja. 48. De acordo com isso, é necessário conceber a
evangelização como o processo através do qual a Igreja, movida pelo Espírito,
anuncia e difunde o Evangelho em todo o mundo. Ela: – impulsionada pela caridade,
impregna e transforma toda a ordem temporal, assumindo e renovando as
culturas; (114) – dá testemunho, (115) entre os
povos, do novo modo de ser e de viver que caracteriza os cristãos; – proclama explicitamente o Evangelho, mediante
o « primeiro anúncio », (116) chamando à conversão; (117) – inicia na fé e na vida cristã, mediante a «catequese
» (118) e os « sacramentos de iniciação », (119) aqueles
que se convertem a Jesus Cristo, ou aqueles que retomam o caminho de sua
seqüela, incorporando os primeiros na comunidade cristã e a ela reconduzindo
os demais; (120) – alimenta constantemente o dom da comunhão (121)
nos fiéis, mediante a educação permanente da fé (homilia, outras formas do
ministério da Palavra), os sacramentos e o exercício da caridade; – suscita continuamente a missão,
(122) enviando todos os discípulos de Cristo a anunciarem o Evangelho, com
palavras e obras, em todo o mundo. 49. O processo evangelizador, (123) conseqüentemente,
é estruturado em etapas ou « momentos essenciais »: (124) a ação missionária
para os não crentes e para aqueles que vivem na indiferença religiosa; a ação
catequética e de iniciação para aqueles que optam pelo Evangelho e para
aqueles que necessitam completar ou reestruturar a sua iniciação; e a ação
pastoral para os fiéis cristãos já maduros, no seio da comunidade cristã.
(125) Esses momentos, no entanto, não são etapas concluídas: reiteram-se, se
necessário, uma vez que darão o alimento evangélico mais adequado ao
crescimento espiritual de cada pessoa ou da própria comunidade. O ministério da Palavra de Deus na evangelização 50. O ministério da Palavra (126) é elemento
fundamental da evangelização. A presença cristã, em meio aos diferentes grupos
humanos, e o testemunho de vida precisam ser esclarecidos e justificados pelo
anúncio explícito de Jesus Cristo, o Senhor. « Não há verdadeira
evangelização se o nome, o ensinamento, a vida e as promessas, o Reino, o
mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus, não forem proclamados ». (127)
Mesmo aqueles que já são discípulos de Cristo têm necessidade de ser
alimentados constantemente com a palavra de Deus, para crescerem na sua vida
cristã. (128) O ministério da Palavra, no interior da
evangelização, transmite a Revelação por meio da Igreja, valendo-se das «
palavras » humanas. Estas, porém, são sempre em referência às « obras »:
àquelas que Deus realizou e continua a realizar, especialmente nos
sacramentos; ao testemunho de vida dos cristãos; à ação transformadora que
estes, unidos a tantos homens de boa vontade, realizam no mundo. Esta palavra
humana da Igreja é o meio de que o Espírito Santo se serve, para continuar o
diálogo com a humanidade. Ele é, de fato, o principal agente do ministério da
Palavra, aquele por meio do qual « a viva voz do Evangelho ressoa na Igreja,
e por meio desta, no mundo ». (129) O ministério da Palavra exercita-se « de muitas
formas ». (130) A Igreja, desde a época apostólica, (131) no seu desejo de
oferecer a palavra de Deus da maneira mais apropriada, tem realizado este
ministério através das mais variadas formas. (132) Todas elas servem para
veicular aquelas funções basilares que o ministério da Palavra é chamado a
desempenhar. Funções e formas do ministério da Palavra 51. As principais funções do ministério da
Palavra são as seguintes: – Convocação e chamado à fé É a função que mais imediatamente se deduz do
mandato missionário de Jesus. Realiza-se mediante o « primeiro anúncio »,
dirigido aos não crentes: aqueles que fizeram uma opção de nãocrença, os
batizados que vivem às margens da vida cristã, os praticantes de outras
religiões... (133) O despertar religioso das crianças, nas famílias cristãs,
é também uma forma eminente desta função. – A iniciação Aqueles que, movidos pela graça, decidem seguir
Jesus, são « introduzidos na vida religiosa, litúrgica e caritativa do Povo
de Deus ». (134) A Igreja realiza esta função, fundamentalmente por meio da
catequese, em estreita relação com os sacramentos da iniciação, tanto se
estes devem ser ainda recebidos quanto se já o foram. Formas importantes são:
a catequese dos adultos não batizados, no catecumenato; a catequese dos
adultos batizados que desejam retornar à fé, ou daqueles que têm necessidade
de completar a sua iniciação; a catequese das crianças e dos mais jovens, que
por si só, já tem um caráter de iniciação. Também a educação cristã familiar
e o ensino escolar da religião exercem uma função de iniciação. – A educação permanente à fé Em diversas regiões, ela é chamada também de «
catequese permanente ». (135) Dirige-se aos cristãos iniciados nos elementos de
base, que têm necessidade de alimentar e amadurecer constantemente a sua fé,
durante toda a vida. É uma função que se realiza através de formas muito
variadas: « sistemáticas e ocasionais, individuais e comunitárias,
organizadas e espontâneas, etc. ». (136) – A função litúrgica O ministério da Palavra compreende também uma
função litúrgica, uma vez que, quando ele se realiza no âmbito de uma ação
sacra, é parte integrante da mesma. (137) Ele se exprime de maneira eminente
através da homilia. Outras formas são as intervenções e as exortações durante
as celebrações da palavra. É preciso também fazer referência à preparação
imediata aos diversos sacramentos, às celebrações sacramentais e, sobretudo,
à participação dos fiéis na Eucaristia, como forma fundamental da educação da
fé. – A função teológica Ela busca desenvolver a compreensão da fé,
colocando-se na dinâmica da « fides quaerens intellectum », ou seja, da fé que
procura entender. (138) A teologia, para cumprir esta função, precisa
confrontar-se ou dialogar com as formas filosóficas do pensamento, com os
humanismos que conotam a cultura e com as ciências do homem. Articula-se em
formas que promovem « a abordagem sistemática e a pesquisa científica das
verdades da fé ». (139) 52. São formas importantes do ministério da
Palavra: o primeiro anúncio ou pregação missionária, a catequese pré e
pós-batismal, a forma litúrgica e a forma teológica. Acontece, com freqüência,
que tais formas, por circunstâncias pastorais, devam assumir mais de uma
função. A catequese, por exemplo, junto à sua função de iniciação, deve
exercitar, freqüentemente, tarefas missionárias. A própria homilia, de acordo
com as circunstâncias, será conveniente que assuma as funções de convocação e
de iniciação orgânica. A conversão e a fé 53. Ao anunciar ao mundo a Boa Nova da Revelação,
a evangelização convida homens e mulheres à conversão e à fé. 140 O chamado
de Jesus, « arrependei-vos e crede no Evangelho » (Mc 1,15),
continua a ressoar hoje, mediante a evangelização da Igreja. A fé cristã é,
antes de mais nada, conversão a Jesus Cristo, (141) adesão plena e sincera à
sua pessoa, e decisão de caminhar na sua seqüela. (142) A fé é um encontro
pessoal com Jesus Cristo, é tornar-se seu discípulo. Isso exige o empenho
permanente de pensar como Ele, de julgar como Ele e de viver como Ele viveu.
(143) Assim, o crente se une à comunidade dos discípulos e assume, como sua,
a fé da Igreja. (144) 54. Este « sim » a Jesus Cristo, plenitude da
Revelação do Pai, encerra em si uma dupla dimensão: o confiante abandono em
Deus e a amorosa adesão a tudo aquilo que Ele nos revelou. Isto é possível
somente mediante a ação do Espírito Santo: (145) « Com a fé, o homem livremente se entrega todo a
Deus, prestando ao Deus revelador, um obséquio pleno do intelecto e da
vontade, e dando voluntário assentimento à revelação feita por Ele ». (146) « Crer, portanto, tem uma dupla referência: à
pessoa e à verdade; à verdade por confiança na pessoa que a atesta ». (147) 55. A fé comporta uma transformação de vida, uma
« metanóia », (148) ou seja, uma profunda transformação da mente e do
coração; faz com que o crente viva aquela « nova maneira de ser, de viver, de
estar junto com os outros que o Evangelho inaugura ». (149) Esta
transformação de vida manifesta-se em todos os níveis da existência do
cristão: na sua vida interior de adoração e de acolhimento da vontade divina;
na sua participação ativa na missão da Igreja; na sua vida matrimonial e
familiar; no exercício da vida profissional; no cumprimento das atividades
econômicas e sociais. A fé e a conversão brotam do « coração »,
isto é, do mais profundo da pessoa humana, envolvendo-a inteira. Encontrando
Jesus e aderindo a Ele, o ser humano vê realizadas as suas mais profundas
aspirações; encontra tudo aquilo que sempre buscou e o encontra
abundantemente. (150) A fé responde àquela « ânsia », (151) freqüentemente
inconsciente e sempre limitada, de conhecer a verdade sobre Deus, sobre o
próprio homem e sobre o destino que o espera. É como uma água pura (152) que
reaviva o caminho do homem, peregrino em busca de seu lar. A fé é um dom de Deus. Pode nascer do íntimo do
coração humano somente como fruto da « graça prévia e adjuvante » (153) e
como resposta, completamente livre, à moção do Espírito Santo, que move o
coração e o dirige a Deus, dando-lhe « suavidade no consentir e crer na
verdade ». (154) A Virgem Maria viveu, no modo mais perfeito,
estas dimensões da fé. A Igreja venera n'Ela, « a mais pura realização da fé
». (155) O processo da conversão permanente 56. A fé é um dom destinado a crescer no coração
dos crentes. (156) A adesão a Jesus Cristo, de fato, inicia um processo de
conversão permanente, que dura toda a vida. (157) Quem acede à fé é como uma
criança recém-nascida (158) que, pouco a pouco, crescerá e se converterá num
ser adulto que tende ao « estado de homem feito », (159) à maturidade da
plenitude em Cristo. No processo de fé e de conversão podem-se
revelar, do ponto de vista teológico, diversos momentos importantes: a) O interesse pelo Evangelho. O
primeiro momento é aquele em que, no coração do não crente, do indiferente ou
do praticante de outra religião, nasce, como conseqüência do primeiro
anúncio, um interesse pelo Evangelho, sem ser ainda uma decisão firme. Aquele
primeiro movimento do espírito humano para a fé, que já é fruto da graça,
recebe diversos nomes: « propensão à fé », (160) « preparação evangélica »,
(161) inclinação a crer, « procura religiosa ». (162) A Igreja denomina «
simpatizantes » (163) aqueles que mostram essa inquietação. b) A conversão. Este
primeiro interesse pelo Evangelho necessita de um tempo de busca (164) para
poder-se transformar em uma opção sólida. A decisão para a fé deve ser
avaliada e amadurecida. Tal busca, movida pelo Espírito Santo e pelo anúncio
do kerigma, prepara a conversão que será — certamente — « inicial
», (165) mas que já traz consigo a adesão a Jesus Cristo e a vontade de
caminhar na sua seqüela. Esta « opção fundamental » funda toda a vida cristã
do discípulo do Senhor. (166) c) A profissão de fé. O
abandonar-se a Jesus Cristo gera nos crentes o desejo de conhecê-Lo mais
profundamente e de identificar-se com Ele. A catequese os inicia no
conhecimento da fé e no aprendizado da vida cristã, favorecendo um caminho
espiritual que provoca uma « progressiva transformação de mentalidade e
costumes », (167) feita de renúncias e de lutas, mas também de alegrias que
Deus concede sem medida. O discípulo de Jesus Cristo torna-se, então, idôneo
a fazer uma viva, explícita e operante profissão de fé. (168) d) O caminho rumo à perfeição. Esta
maturidade de base, da qual nasce a profissão de fé, não é o ponto final no
processo permanente de conversão. A profissão de fé batismal coloca-se como
fundamento de um edifício espiritual destinado a crescer. O batizado,
impulsionado sempre pelo Espírito Santo, alimentado pelos sacramentos, pela
oração e pelo exercício da caridade, e ajudado pelas múltiplas formas de
educação permanente da fé, procura tornar seu o desejo de Cristo: « Sede
perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito ». (169) É o chamado à
plenitude que se dirige a cada batizado. 57. O ministério da Palavra está a serviço deste
processo de conversão plena. O primeiro anúncio tem a característica de
chamar à fé; a catequese, a de dar um fundamento à conversão e uma estrutura
de base à vida cristã; e a educação permanente à fé, na qual se distingue a
homilia, a de ser o nutrimento constante do qual cada organismo adulto
necessita para viver. (170) Diversas situações sócio-religiosas diante da
evangelização 58. A evangelização do mundo tem diante de si um
panorama religioso muito diversificado e mutável, no qual se podem distinguir
fundamentalmente « três situações » (171) que requerem respostas adequadas e
diferenciadas. a) A situação daqueles « povos,
grupos humanos, contextos socioculturais onde Cristo e o seu Evangelho não são
conhecidos, onde faltam comunidades cristãs suficientemente amadurecidas para
poderem encarnar a fé no próprio ambiente e anunciá-la a outros grupos ».
(172) Esta situação postula a « missão ad gentes » (173) com
uma ação evangelizadora centrada, preferivelmente, nos jovens e adultos. A
sua peculiaridade consiste no fato de que se dirige aos não cristãos,
convidando-os à conversão. A catequese, nesta situação, desenvolve-se
ordinariamente no interior do Catecumenato batismal. b) Existem, além disso, situações
nas quais, num determinado contexto sociocultural, estão presentes, de
maneira muito significativa, « comunidades cristãs que possuem sólidas e
adequadas estruturas eclesiais, são fermento de fé e de vida, irradiando o
testemunho do Evangelho no seu ambiente, e sentindo o compromisso da missão
universal ». (174) Estas comunidades necessitam de uma intensa « ação
pastoral da Igreja », visto que são constituídas por pessoas e famílias
com um profundo senso cristão. Em tal contexto, é necessário que a catequese
às crianças, adolescentes e jovens desenvolva verdadeiros processos de
iniciação cristã bem articulados, que lhes permitam aceder à idade adulta com
uma fé madura que, de evangelizados, os transforme em evangelizadores. Mesmo
nessas situações, os adultos são destinatários de modalidades diversas de
formação cristã. c) Em muitos países de tradição
cristã e, às vezes, também nas Igrejas mais jovens, existe uma « situação
intermédia », (175) onde « grupos inteiros de batizados perderam o sentido
vivo da fé, não se reconhecendo já como membros da Igreja e conduzindo uma
vida distante de Cristo e do Seu Evangelho ». (176) Esta situação requer
uma « nova evangelização ». A sua peculiaridade consiste no fato
de que a ação missionária se dirige aos batizados de todas as idades, que
vivem num contexto religioso de referências cristãs, percebidos apenas
exteriormente. Nesta situação, o primeiro anúncio e uma catequese de base
constituem a opção prioritária. Mútua conexão entre as ações evangelizadoras correspondentes
a estas situações 59. Estas situações sócio-religiosas são,
obviamente, diferentes e não é justo equipará-las. Tal diversidade, que
sempre existiu na missão da Igreja, adquire hoje, neste mundo em constante
transformação, uma novidade. De fato, com freqüência, diversas situações
convivem num mesmo território. Em muitas cidades grandes, por exemplo,
coexistem simultaneamente a situação que postula uma « missão ad
gentes » e outra que requer uma « nova evangelização ». Junto a
estas, estão dinamicamente presentes comunidades cristãs missionárias,
alimentadas por uma adequada « ação pastoral ». Hoje ocorre freqüentemente
que, no território de uma Igreja particular, seja preciso enfrentar o
conjunto dessas situações. « Os confins entre o cuidado pastoral dos fiéis, a
nova evangelização e a atividade missionária específica não são facilmente
identificáveis, e não se deve pensar em criar entre esses âmbitos barreiras
ou compartimentos estanques ». (177) De fato, « cada uma influi sobre a
outra, estimula e a ajuda ». (178) Por isso, em vista do mútuo enriquecimento das
ações evangelizadoras que convivem juntas, convém levar em consideração que: – A missão ad gentes, qualquer que
seja a área ou âmbito em que se realiza, é a responsabilidade missionária
mais específica que Jesus confiou à Sua Igreja e, portanto, é o modelo
exemplar do conjunto da ação missionária da Igreja. A « nova evangelização »
não pode suplantar ou substituir a « missão ad gentes », que
continua a ser a atividade missionária específica e a tarefa primária. (179) – « O modelo de toda catequese é o Catecumenato
batismal , que é formação específica, mediante a qual o adulto convertido à
fé é levado à confissão da fé batismal, durante a vigília pascal ». (180)
Esta formação catecumenal deve inspirar as outras formas de catequese, nos
seus objetivos e no seu dinamismo. – « A catequese dos adultos, uma vez que é
dirigida a pessoas capazes de uma adesão e de um empenho realmente
responsáveis, deve ser considerada como a principal forma de catequese, para
qual todas as demais, não por isso menos necessárias, estão orientadas ».
(181) Isso implica que a catequese das demais idades deve tê-la como ponto de
referência e deve articular-se com ela, num projeto catequético de pastoral
diocesana, que seja coerente. Desse modo, a catequese, situada no âmbito da
missão evangelizadora da Igreja como « momento » essencial da mesma, recebe
da evangelização, um dinamismo missionário que a fecunda interiormente e a
configura na sua identidade. O ministério da catequese mostra-se, assim, como
um serviço eclesial fundamental na realização do mandato missionário de
Jesus. II CAPÍTULO A catequese no processo da
evangelização « O que nós ouvimos e conhecemos, o que nos
contaram nossos pais, não o esconderemos a seus filhos; nós o contaremos à
geração seguinte os louvores de Iahweh e seu poder, e as maravilhas que
realizou » (Sl 78,34). 60. Neste capítulo, mostra-se a relação da
catequese com os demais elementos da evangelização, da qual ela é parte
integrante. Neste sentido, descreve-se, em primeiro lugar, a
relação da catequese com o primeiro anúncio, que se realiza na
missão. Mostra-se depois a íntima conexão entre a catequese e os sacramentos
da iniciação cristã. Explica-se, a seguir, o papel fundamental da
catequese na vida ordinária da Igreja no seu papel de educar
permanentemente à fé. Uma consideração especial é reservada à relação
que existe entre a catequese e o ensino escolar da Religião, uma
vez que ambas as ações são profundamente interligadas e, juntamente com a
educação familiar cristã, mostram ser basilares para a formação da infância e
da juventude. Primeiro anúncio e catequese 61. O primeiro anúncio se dirige
aos não crentes e àqueles que, de fato, vivem na indiferença religiosa. Ele
tem a função de anunciar o Evangelho e de chamar à conversão. A catequese, «
distinta do primeiro anúncio do Evangelho » (182) promove e faz amadurecer
esta conversão inicial, educando à fé o convertido e incorporando-o na
comunidade cristã. A relação entre estas duas formas do ministério da Palavra
é, portanto, uma relação de distinção na complementariedade. O primeiro anúncio, que cada cristão é chamado a
realizar, participa do « ide » (183) que Jesus propôs a seus discípulos:
implica, portanto, o sair, o apressar-se, o propor. A catequese, ao invés,
parte da condição que o próprio Jesus indicou, « aquele que crer », (184)
aquele que se converter, aquele que se decidir. As duas ações são essenciais
e se atraem mutuamente: ir e acolher, anunciar e educar, chamar e incorporar. 62. Na prática pastoral, todavia, as fronteiras
entre as duas ações não são facilmente delimitáveis. Freqüentemente, as
pessoas que acedem à catequese, necessitam, de fato, de uma verdadeira
conversão. Por isso, a Igreja deseja que, ordinariamente, uma primeira etapa
do processo catequético seja dedicada a assegurar a conversão. (185) Na «
missão ad gentes », esta tarefa se realiza no «
pré-catecumenato ». (186) Na situação requerida pela « nova evangelização »
esta tarefa se realiza por meio da « catequese kerigmática », que alguns
chamam de « pré-catequese », (187) porque, inspirada no pré-catecumenato, é
uma proposta da Boa Nova em ordem a uma sólida opção de fé. Somente a partir
da conversão, isto é, apostando na atitude interior « daquele que crer », a
catequese propriamente dita poderá desenvolver a sua tarefa específica de
educação da fé. (188) O fato de que a catequese, num primeiro momento,
assuma estas tarefas missionárias, não dispensa a Igreja particular de
promover uma intervenção institucionalizada de primeiro anúncio, como atuação
mais direta do mandato missionário de Jesus. A renovação catequética deve
basear-se nesta evangelização missionária prévia. A Catequese a serviço da iniciação cristã A catequese, « momento » essencial do processo de
evangelização 63. A Exortação apostólica Catechesi
Tradendae, colocando a catequese no âmbito da missão da Igreja, recorda
que a evangelização é uma realidade rica, complexa e dinâmica, que compreende
« momentos » essenciais e diferentes entre si. E acrescenta: « A catequese
é... um desses momentos — e quanto ele há-de ser tido em conta! — de todo o
processo da evangelização ». (189) Isto significa que há ações que « preparam
» (190) a catequese, e ações que « derivam » (191) da catequese. O « momento » da catequese é aquele que
corresponde ao período em que se estrutura a conversão a Jesus Cristo,
oferecendo as bases para aquela primeira adesão. Os convertidos, mediante «
um ensinamento e um aprendizado devidamente prolongado no decorrer de toda a
vida cristã », (192) são iniciados no mistério da salvação e num estilo de
vida evangélico. Trata-se, de fato, de « iniciá-los na plenitude da vida
cristã ». (193) 64. Ao realizar, de diferentes formas, esta
função de iniciação do ministério da Palavra, a catequese lança os
fundamentos do edifício da fé. (194) Outras funções deste ministério
construirão depois os diferentes andares desse mesmo edifício. A catequese de iniciação é, assim, o elo
necessário entre a ação missionária, que chama à fé, e a ação pastoral, que
alimenta continuamente a comunidade cristã. Não é, portanto, uma ação
facultativa, mas sim uma ação basilar e fundamental para a construção, tanto
da personalidade do discípulo, quanto da comunidade. Sem ela, a ação
missionária não teria continuidade e seria estéril. Sem ela, a ação pastoral
não teria raízes e seria superficial e confusa: qualquer tempestade faria
desmoronar todo o edifício. (195) Na verdade, « o crescimento interior da Igreja, a
sua correspondência aos desígnios de Deus, dependem essencialmente da
catequese ». (196) Neste sentido, a catequese deve ser considerada como
momento prioritário na evangelização. A catequese a serviço da iniciação cristã 65. A fé, mediante a qual o homem responde ao
anúncio do Evangelho, exige o Batismo. A íntima relação entre as duas
realidades tem sua raiz na vontade do próprio Cristo, que ordenou aos seus
apóstolos que fizessem discípulos em todas as nações e os batizassem. « A
missão de batizar, portanto, a missão sacramental, está implícita na missão
de evangelizar ». (197) Aqueles que se converteram a Jesus Cristo e foram
educados à fé por meio da catequese, ao receberem os sacramentos da iniciação
cristã, o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia, são « libertados do poder
das trevas; mortos com Cristo, con-sepultados e coressuscitados com Ele,
recebem o Espírito da adoção de filhos e com todo o Povo de Deus celebram o
memorial da morte e da ressurreição do Senhor ». (198) 66. A catequese é, assim, elemento fundamental da
iniciação cristã e é estreitamente ligada com os sacramentos de iniciação, de
modo particular com o Batismo, « sacramento da fé ». (199) O elo que une a
catequese com o Batismo é a profissão de fé que é, ao mesmo tempo, o elemento
interior a este sacramento e a meta da catequese. A finalidade da ação
catequética consiste precisamente nisso: em favorecer uma viva, explícita e
operosa profissão de fé. (200) A Igreja, para alcançar esta finalidade,
transmite aos catecúmenos e aos catequizandos, a viva experiência que ela tem
do Evangelho, e a sua fé, a fim de que estes a façam própria, ao professá-la.
Por isso, « a catequese autêntica é sempre iniciação ordenada e sistemática à
revelação que Deus fez de Si mesmo ao homem, em Jesus Cristo; revelação esta
conservada na memória profunda da Igreja e nas Sagradas Escrituras, e
constantemente comunicada, por uma « traditio » (tradição) viva e ativa, de
uma geração para a outra ». (201) Características fundamentais da catequese de
iniciação 67. O fato de ser « momento essencial » do
processo evangelizador, a serviço da iniciação cristã, confere à catequese
algumas características. (202) Ela é: – uma formação orgânica e sistemática da fé. O
Sínodo de 1977 sublinhou a necessidade de uma catequese « orgânica e bem
ordenada », (203) uma vez que o aprofundamento vital e orgânico do mistério
de Cristo é aquilo que principalmente distingue a catequese de todas as
demais formas de apresentação da Palavra de Deus. – Esta formação orgânica é mais do que um ensino:
é um aprendizado de toda a vida cristã, « uma iniciação cristã integral »,
(204) que favorece uma autêntica seqüela de Cristo, centrada na Sua Pessoa.
Trata-se, de fato, de educar ao conhecimento e à vida de fé, de tal maneira
que o homem no seu todo, nas suas experiências mais profundas, se sinta
fecundado pela Palavra de Deus. Ajudar-se-á, assim, o discípulo de Cristo, a
transformar o homem velho, a assumir os seus compromissos batismais e a
professar a fé a partir do « coração ». (205) – É uma formação de base, essencial, (206)
centrada naquilo que constitui o núcleo da experiência cristã, nas certezas
mais fundamentais da fé e nos mais basilares valores evangélicos. A catequese
lança os fundamentos do edifício espiritual do cristão, alimenta as raízes da
sua vida de fé, habilitando-o a receber o sucessivo alimento sólido, na vida
ordinária da comunidade cristã. 68. Em síntese: a catequese de iniciação, sendo
orgânica e sistemática, não se reduz ao meramente circunstancial ou
ocasional; (207) sendo formação para a vida cristã, supera — incluindo-o — o
mero ensino; (208) e sendo essencial, visa àquilo que é « comum » para o
cristão, sem entrar em questões disputadas, nem transformar-se em pesquisa
teológica. Enfim, sendo iniciação, incorpora na comunidade que vive, celebra
e testemunha a fé. Realiza, portanto, ao mesmo tempo, tarefas de iniciação,
de educação e de instrução. (209) Esta riqueza, inerente ao Catecumenato dos
adultos não batizados, deve inspirar as demais formas de catequese. A Catequese a serviço da educação permanente da
fé A educação permanente da fé na comunidade cristã 69. A educação permanente à fé segue a educação
de base e a supõe. Ambas atualizam duas funções do ministério da Palavra,
distintas e complementares, a serviço do processo permanente de conversão. A catequese de iniciação lança as bases da vida
cristã naqueles que seguem Jesus. O processo permanente de conversão vai além
daquilo que fornece a catequese de base. Para favorecer tal processo, é
necessária uma comunidade cristã que acolha os iniciados para sustentá-los e
formá-los na fé. « A catequese corre o risco de se tornar estéril se uma
comunidade de fé e de vida cristã não acolher o catecúmeno num certo estágio
da sua catequização ». (210) O acompanhamento que a comunidade exercita em
favor do iniciado, transforma-se em plena integração do mesmo na comunidade. 70. Na comunidade cristã, os discípulos de Jesus
Cristo se alimentam em uma dúplice mesa: « da Palavra de Deus e do Corpo de
Cristo ». (211) O Evangelho e a Eucaristia são alimento constante na
peregrinação rumo à casa do Pai. A ação do Espírito Santo faz com que o dom
da « comunhão » e o empenho da « missão » sejam aprofundados e vividos de
maneira sempre mais intensa. A educação permanente da fé se dirige não apenas
a cada cristão, para acompanhá-lo no seu caminho rumo à santidade, mas também
à comunidade cristã enquanto tal, para que amadureça tanto na sua vida
interior de amor a Deus e aos irmãos, quanto na sua abertura ao mundo como
comunidade missionária. O desejo e a oração de Jesus ao Pai são um incessante
apelo: « a fim de que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti,
que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste ». (212)
Aproximar-se, pouco a pouco, desse ideal, exige, na comunidade, uma grande
fidelidade à ação do Espírito Santo, um constante alimentar-se do Corpo e
Sangue do Senhor e uma permanente educação na fé, na escuta da Palavra. Nesta mesa da Palavra de Deus, a homilia ocupa um
lugar privilegiado, uma vez que « retoma o itinerário de fé proposto pela
catequese e o leva ao seu complemento natural; ao mesmo tempo, ela impulsiona
os discípulos do Senhor a retomarem cada dia o seu itinerário espiritual, na
verdade, na adoração e na ação de graças ». (213) Múltiplas formas de catequese permanente 71. Para a educação permanente à fé, o ministério
da Palavra conta com muitas formas de catequese. Entre estas, podem ser
evidenciadas as seguintes: – O estudo e o aprofundamento da Sagrada
Escritura, lida não somente na Igreja, mas com a Igreja e a sua fé sempre
viva. Isto ajuda a descobrir a verdade divina, de modo a suscitar uma
resposta de fé. A chamada « lectio divina » é forma eminente deste vital
estudo das Escrituras. (214) – A leitura cristã dos eventos, que é requerida
pela vocação missionária da comunidade cristã. A este respeito, o estudo da
doutrina social da Igreja é indispensável, visto que « sua finalidade
principal é interpretar estas realidades (as complexas realidades da
existência do homem, na sociedade e no contexto internacional), examinando a
sua conformidade ou desconformidade com as linhas do ensinamento do Evangelho
». (215) – A catequese litúrgica, que prepara aos
sacramentos e favorece uma compreensão e uma experiência mais profunda da
liturgia. Ela explica o conteúdo das orações, o sentido dos gestos e dos
sinais, educa à participação ativa, à contemplação e ao silêncio. Deve ser
considerada como « uma eminente forma de catequese ». (216) – A catequese ocasional, que em determinadas
circunstâncias da vida pessoal, familiar, social e eclesial, busca ajudar a
interpretar e viver tais circunstâncias, a partir da perspectiva da fé. (217) – As iniciativas de formação espiritual, que
fortalecem as convicções, abrem a novas perspectivas e fazem perseverar na
oração e no compromisso da seqüela de Cristo. O aprofundamento sistemático da mensagem cristã,
por meio de um ensino teológico que eduque verdadeiramente à fé, faça crescer
na compreensão da mesma e torne o cristão capaz de dar razões da sua
esperança, no mundo atual. (218) Num certo sentido, é apropriado denominar
tal ensino como « catequese de aperfeiçoamento ». 72. É de fundamental importância que a catequese
de iniciação para adultos, batizados ou não, a catequese de iniciação para
crianças e jovens e a catequese permanente sejam bem conexas no projeto
catequético da comunidade cristã, a fim de que a Igreja particular cresça
harmoniosamente e a sua atividade evangelizadora nasça de fontes autênticas.
« É importante também que a catequese das crianças e dos jovens, a catequese
permanente e a catequese dos adultos não sejam domínios estanques e sem
comunicação... é necessário favorecer a sua perfeita complementaridade ».
(219) Catequese e ensino escolar da Religião O caráter próprio do ensino escolar da Religião 73. Uma consideração especial merece — no âmbito
do ministério da Palavra — o caráter próprio do ensino religioso na escola e
a sua relação com a catequese das crianças e dos jovens. A relação entre o ensino religioso na escola e a
catequese é uma relação de distinção e de complementaridade: « Há um nexo
indivisível e, ao mesmo tempo, uma clara distinção entre o ensino da religião
e a catequese ». (220) O que confere ao ensino religioso escolar a sua
peculiar característica, é o fato de ser chamado a penetrar no âmbito da
cultura e de relacionar-se com outras formas do saber. Como forma original do
ministério da Palavra, de fato, o ensino religioso escolar torna presente o
Evangelho no processo pessoal de assimilação, sistemática e crítica, da
cultura. (221) No universo cultural, que é interiorizado pelos
alunos e que é definido pelas formas de saber e pelos valores oferecidos
pelas demais disciplinas escolares, o ensino religioso escolar deposita o
fermento dinâmico do Evangelho e busca « abranger realmente os outros
elementos do saber e da educação, para que o Evangelho impregne a mentalidade
dos alunos no ambiente da sua formação e para que a harmonização da sua
cultura se faça à luz da fé ». (222) É necessário, portanto, que o ensino religioso
escolar se mostre como uma disciplina escolar, com a mesma exigência de
sistema e rigor que requerem as demais disciplinas. Deve apresentar a
mensagem e o evento cristão com a mesma seriedade e profundidade com a qual
as demais disciplinas apresentam seus ensinamentos. Junto a estas, todavia, o
ensino religioso escolar não se situa como algo acessório, mas sim no âmbito
de um necessário diálogo interdisciplinar. Este diálogo deve ser instituído,
antes de mais nada, naquele nível no qual cada disciplina plasma a
personalidade do aluno. Assim, a apresentação da mensagem cristã incidirá na
maneira com que se concebe a origem do mundo e o sentido da história, o
fundamento dos valores éticos, a função da religião na cultura, o destino do
homem, a relação com a natureza. O ensino religioso escolar, mediante este
diálogo interdisciplinar, funda, potencia, desenvolve e completa a ação
educadora da escola. (223) O contexto escolar e os destinatários do ensino escolar
da Religião 74. O ensino escolar da Religião desenvolve-se em
contextos escolares diversos, o que faz com que este, embora mantendo o seu
caráter próprio, adquira acentuações diversas. Estas dependem das condições
legais e de organização, da concepção didática, dos pressupostos pessoais dos
professores e dos alunos e da relação do ensino religioso escolar com a
catequese familiar e paroquial. Não é possível reduzir à uma única forma todos os
modelos de ensinamento religioso escolar, desenvolvidas historicamente em
seguida a Acordos com os Estados e às deliberações de cada Conferência dos
Bispos. Todavia, é necessário esforçar-se para que, segundo os relativos
pressupostos, o ensino religioso escolar responda às suas finalidades e
características peculiares. (224) Os alunos « têm o direito de aprender, de modo
verdadeiro e com certeza, a religião à qual pertencem. Não pode ser
desatendido este seu direito a conhecer mais profundamente a pessoa de Cristo
e a totalidade do anúncio salvífico que Ele trouxe. O caráter confessional do
ensino religioso escolar, realizado pela Igreja segundo modos e formas
estabelecidas em cada País, é, portanto, uma garantia indispensável,
oferecida às famílias e aos alunos que escolhem tal ensino ». (225) Para a escola católica, o ensino religioso
escolar, assim qualificado e completado com outras formas do ministério da
Palavra (catequese, celebrações litúrgicas, etc.), é parte indispensável da
sua tarefa pedagógica e fundamento da sua existência. (226) O ensino religioso escolar, no contexto da escola
pública e no da não confessional, lá onde as autoridades civis ou outras
circunstâncias impõem um ensino religioso comum aos católicos e nãocatólicos,
(227) terá uma característica mais ecumênica e de conhecimento inter-religioso
comum. Em outras ocasiões, o ensinamento religioso
escolar poderá ter um caráter mais cultural, orientado para o conhecimento
das religiões, apresentando, com o necessário realce, a religião católica.
(228) Também neste caso, sobretudo se administrado por um professor
sinceramente respeitoso, o ensino religioso escolar mantém uma dimensão de
verdadeira « preparação evangélica ». 75. A situação de vida e de fé dos alunos que
freqüentam o ensino religioso escolar é caracterizada por uma constante e
notável transformação. O ensino religioso escolar deve levar em conta este
dado, para poder atingir as próprias finalidades. O ensino religioso escolar ajuda os alunos que
têm fé a compreender melhor a mensagem cristã, em relação com os grandes
problemas existenciais comuns às religiões e característicos de todo ser
humano, com as visões da vida mais presentes na cultura, e com os principais
problemas morais nos quais, hoje, a humanidade se encontra envolvida. Os alunos, ao invés, que se encontram em uma
situação de busca ou diante de dúvidas religiosas, poderão descobrir no
ensino religioso escolar o que é, exatamente, a fé em Jesus Cristo, quais são
as respostas que a Igreja oferece aos seus interrogativos, dando-lhes a
oportunidade de perscrutar melhor a própria decisão. Finalmente, quando os alunos não têm fé, o ensino
religioso escolar assume as características de um anúncio missionário do
Evangelho, em vista de uma decisão de fé, que a catequese, por sua parte, em
um contexto comunitário, poderá em seguida fazer crescer e amadurecer. A educação cristã familiar: catequese e ensino
religioso escolar a serviço da educação na fé 76. A educação cristã na família, a catequese e o
ensino da religião na escola, cada qual segundo as próprias características
peculiares, são intimamente correlacionados com o serviço da educação cristã
das crianças, adolescentes e jovens. Na prática, porém, é preciso levar em
consideração diferentes variáveis que geralmente se apresentam, com o intuito
de agir com realismo e prudência pastoral, na aplicação das orientações
gerais. Portanto, cabe a cada diocese ou região pastoral
distinguir as diversas circunstâncias que intervêm, tanto no que concerne à
existência ou não da iniciação cristã no âmbito das famílias, para os
próprios filhos, quanto no que diz respeito às incumbências formativas que,
na tradição ou situação locais, exercitam as paróquias, as escolas, etc... E, conseqüentemente, a Igreja particular e a
Conferência dos Bispos estabelecerão as orientações próprias para os diversos
âmbitos, estimulando atividades que são distintas e complementares. III CAPÍTULO Natureza, finalidade e tarefas
da catequese « Para a glória de Deus, o Pai, toda língua
confesse: Jesus Cristo é o Senhor » (Fl 2,11). 77. Depois de ter delineado o lugar da catequese
no âmbito da missão evangelizadora da Igreja, as suas relações com os vários
elementos da evangelização e com as outras formas do ministério da Palavra,
neste capítulo se pretende refletir de modo específico sobre: – a natureza eclesial da catequese, ou seja, o
sujeito agente da catequese, a Igreja animada pelo Espírito; – a finalidade que ela busca fundamentalmente, ao
catequizar; – as tarefas com as quais realiza esta
finalidade, e que constituem os seus objetivos mais imediatos; – as fases internas do processo catequético e a
inspiração catecumenal que o anima. Além disso, neste capítulo, aprofundar-se-á mais
o caráter próprio da catequese, já descrito no capítulo precedente, onde
foram especificadas as relações que ela estabelece com as demais ações
eclesiais. A catequese: ação de natureza eclesial 78. A catequese é um ato essencialmente eclesial.
(229) O verdadeiro sujeito da catequese é a Igreja que, continuadora da
missão de Jesus Mestre, e animada pelo Espírito, foi enviada para ser mestra
da fé. Portanto, a Igreja, imitando a Mãe do Senhor, conserva fielmente o
Evangelho no seu coração, (230) anuncia-o, celebra-o, vive-o e o transmite na
catequese, a todos aqueles que decidiram seguir Jesus Cristo. Esta transmissão do Evangelho é um ato vivo de
tradição eclesial: (231) – A Igreja, de fato, transmite a fé que ela mesma
vive: a sua compreensão do mistério de Deus e do seu desígnio salvífico; a
sua visão da altíssima vocação do homem; o estilo de vida evangélico que
comunica a alegria do Reino; a esperança que a invade; o amor que sente pelos
homens. – A Igreja transmite a fé de modo ativo, semeia-a
nos corações dos catecúmenos e catequizandos, para fecundar as suas
experiências mais profundas. (232) A profissão de fé recebida da Igreja (traditio),
germinando e crescendo durante o processo catequético, é restituída (redditio),
enriquecida com os valores das diferentes culturas. (233) O catecumenato se
transforma, assim, num centro fundamental de incremento da catolicidade, e
fermento de renovação eclesial. 79. A Igreja, ao transmitir a fé e a vida nova —
através da iniciação cristã — age como mãe dos homens, que gera filhos
concebidos por obra do Espírito Santo e nascidos de Deus. (234) Precisamente,
« por ser nossa mãe, a Igreja é também a educadora da nossa fé »; (235) é mãe
e mestra ao mesmo tempo. Através da catequese, alimenta os seus filhos com a
sua própria fé e os incorpora, como membros, na família eclesial. Como boa
mãe, oferece-lhes o Evangelho em toda a sua autenticidade e pureza, o qual,
ao mesmo tempo, lhes é dado como alimento adaptado, culturalmente enriquecido
e como resposta às aspirações mais profundas do coração humano. Finalidade da catequese: a comunhão com Jesus
Cristo 80. « A finalidade definitiva da catequese é a de
fazer com que alguém se ponha, não apenas em contato, mas em comunhão, em
intimidade com Jesus Cristo ». (236) Toda a ação evangelizadora tem o objetivo de
favorecer a comunhão com Jesus Cristo. A partir da conversão « inicial »
(237) de uma pessoa ao Senhor, suscitada pelo Espírito Santo, mediante o
primeiro anúncio, a catequese se propõe dar um fundamento e fazer amadurecer
esta primeira adesão. Trata-se, então, de ajudar aquele que acaba de ser
converter a « ...melhor conhecer o mesmo Jesus Cristo ao qual se entregou:
conhecer o seu « mistério », o Reino de Deus que Ele anunciou, as exigências
e as promessas contidas na Sua mensagem evangélica e os caminhos que Ele
traçou para todos aqueles que O querem seguir ». (238) O Batismo, sacramento
mediante o qual « configuramo-nos com Cristo », (239) sustenta, com a sua
graça, esta obra da catequese. 81. A comunhão com Jesus Cristo, por sua própria
dinâmica, impulsiona o discípulo a se unir com tudo aquilo com que o próprio
Jesus Cristo sentiu-se profundamente unido: com Deus, seu Pai, que o enviara
ao mundo, e com o Espírito Santo, que lhe dava impulso para a missão; com a
Igreja, seu corpo, pela qual se doou, e com os homens, seus irmãos, cuja
sorte quis compartilhar. A finalidade da catequese se exprime na profissão
de fé no único Deus: Pai, Filho e Espírito Santo 82. A catequese é aquela forma particular do
ministério da Palavra, que faz amadurecer a conversão inicial, até fazer dela
uma viva, explícita e operativa confissão de fé: « A catequese tem a sua
origem na confissão de fé e leva à confissão de fé ». (240) A profissão de fé, intrínseca ao Batismo, (241) é
eminentemente trinitária. A Igreja batiza « em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo » (Mt 28,19), (242) Deus uno e trino, ao qual o
cristão confia a sua vida. A catequese de iniciação prepara — antes ou após o
recebimento do Batismo — para este decisivo empenho. A catequese permanente
ajudará a amadurecer continuamente esta profissão de fé, a proclamá-la na
Eucaristia e a renovar os compromissos que ela implica. É importante que a
catequese saiba unir bem a confissão de fé cristológica, « Jesus é o
Senhor », com a confissão trinitária, « Creio no Pai, no Filho e
no Espírito Santo », uma vez que são tão somente duas modalidades para se
exprimir a mesma fé cristã. Aquele que, pelo primeiro anúncio, se converte a
Jesus Cristo e O reconhece como Senhor, inicia um processo, ajudado pela
catequese, que desemboca necessariamente na confissão explícita da Trindade. Com a confissão de fé no único Deus, o cristão
renuncia a servir qualquer absoluto humano: poder, prazer, raça,
antepassados, Estado, dinheiro..., (243) libertando-se de qualquer ídolo que
o escravize. É a proclamação da sua vontade de servir a Deus e aos homens,
sem nenhum laço. Proclamando a fé na Trindade, comunhão de pessoas, o
discípulo de Jesus Cristo manifesta contemporaneamente que o amor a Deus e ao
próximo é o princípio que informa o seu ser e o seu agir. 83. A confissão de fé é completa somente se é em
referência à Igreja. Cada batizado proclama individualmente o Credo, uma vez
que não há ação mais pessoal do que esta. Mas o recita na Igreja e através
dela, já que o faz como seu membro. O « creio » e o « cremos » se implicam
mutuamente. (244) Ao fundir a sua confissão com a confissão da Igreja, o cristão
é incorporado à sua missão: ser « sacramento de salvação » para a vida do
mundo. Quem proclama a profissão de fé, assume compromissos que, não poucas
vezes, atrairão a perseguição. Na história cristã, os mártires são os
anunciadores e as testemunhas por excelência. (245) As tarefas da catequese realizam a sua finalidade 84. A finalidade da catequese realiza-se através
de diversas tarefas, mutuamente relacionadas. (246) Para realizá-las, a
catequese se inspirará certamente no modo mediante o qual Jesus formava os
Seus discípulos: fazia-os conhecer as diversas dimensões do Reino de
Deus (« a vós é dado compreender os mistérios do Reino dos céus », Mt 13,11),
(247) ensinava-os a rezar (« Quando orardes, dizei: Pai... », Lc 11,2),
(248) inculcava-lhes atitudes evangélicas (« ...aprendei de mim,
porque sou manso e humilde de coração », Mt 11,29) e os
iniciava na missão (« ...e os enviou dois a dois... », Lc 10,1).
(249) As tarefas da catequese correspondem à educação
das diversas dimensões da fé, uma vez que a catequese é uma formação cristã
integral, « aberta a todas as outras componentes da vida cristã ». (250) Em
virtude da sua própria dinâmica interna, a fé exige ser conhecida, celebrada,
vivida e traduzida em oração. A catequese deve cultivar cada uma dessas
dimensões. A fé, porém, se vive na comunidade cristã e se anuncia na missão:
é uma fé compartilhada e anunciada. Também estas dimensões devem ser
favorecidas pela catequese. O Concílio Vaticano II assim se expressou sobre
essas tarefas: « A formação catequética, que ilumina e fortifica a fé, nutre
a vida segundo o espírito de Cristo, leva a uma participação consciente e
ativa no mistério litúrgico e desperta para a atividade apostólica ». (251) As tarefas fundamentais da catequese: ajudar a
conhecer, celebrar, viver e contemplar o mistério de Cristo 85. As tarefas fundamentais da catequese são: – Favorecer o conhecimento da fé Aquele que encontrou Cristo deseja conhecê-Lo o
mais possível, assim como deseja conhecer o desígnio do Pai, que Ele revelou.
O conhecimento da fé (fides quae) é exigência da adesão à fé (fides
qua). (252) Já na ordem humana, o amor por uma pessoa leva a desejar
conhecê-la sempre mais. A catequese deve levar, portanto, a « compreender
progressivamente toda a verdade do projeto divino », (253) introduzindo os
discípulos de Jesus Cristo no conhecimento da Tradição e da Escritura, a qual
é a « eminente ciência de Jesus Cristo » (Fil 3,8). (254) O aprofundamento no conhecimento da fé ilumina
cristãmente a existência humana, alimenta a vida de fé e habilita também a
prestar razão dela no mundo. A entrega do símbolo, compêndio da
Escritura e da fé da Igreja, exprime a realização desta tarefa. – A educação litúrgica De fato, « Cristo está sempre presente em Sua
Igreja, sobretudo nas ações litúrgicas ». (255) A comunhão com Jesus Cristo
leva a celebrar a sua presença salvífica nos sacramentos e, particularmente,
na Eucaristia. A Igreja deseja ardentemente que todos os fiéis cristãos sejam
levados àquela participação plena, consciente e ativa, que exigem a própria
natureza da Liturgia e a dignidade do seu sacerdócio batismal. (256) Por
isso, a catequese, além de favorecer o conhecimento do significado da
liturgia e dos sacramentos, deve educar os discípulos de Jesus Cristo « à
oração, à gratidão, à penitência, à solicitação confiante, ao sentido
comunitário, à linguagem simbólica... », (257) uma vez que tudo isso é
necessário, a fim de que exista uma verdadeira vida litúrgica. – A formação moral A conversão a Jesus Cristo implica o caminhar na
sua seqüela. A catequese deve, portanto, transmitir aos discípulos as
atitudes próprias do Mestre. Eles empreendem assim, um caminho de
transformação interior, no qual, participando do mistério pascal do Senhor, «
passam do velho para o novo homem aperfeiçoado em Cristo ». (258) O Sermão da
Montanha, no qual Jesus retoma o decálogo e o imprime com o espírito das
bem-aventuranças, (259) é uma referência indispensável na formação moral,
hoje tão necessária. A evangelização, « que comporta também o anúncio e a
proposta moral », (260) difunde toda a sua força interpeladora quando,
juntamente com a palavra anunciada, sabe oferecer também a palavra vivida.
Este testemunho moral, para o qual a catequese prepara, deve saber mostrar as
conseqüências sociais das exigências evangélicas. (261) – Ensinar a rezar A comunhão com Jesus Cristo conduz os discípulos
a assumirem a atitude orante e contemplativa que adotou o Mestre. Aprender a
rezar com Jesus é rezar com os mesmos sentimentos com os quais Ele se dirigia
ao Pai: a adoração, o louvor, o agradecimento, a confiança filial, a súplica
e a contemplação da sua glória. Estes sentimentos se refletem no Pai
Nosso, a oração que Jesus ensinou aos discípulos e que é modelo de toda
oração cristã. A «entrega do Pai Nosso », (262) resumo de todo o
Evangelho, (263) é, portanto, verdadeira expressão da realização desta
tarefa. Quando a catequese é permeada por um clima de oração, o aprendizado
de toda a vida cristã alcança a sua profundidade. Este clima se faz
particularmente necessário quando o catecúmeno e os catequizandos
encontram-se diante dos aspectos mais exigentes do Evangelho e se sentem
fracos, ou quando descobrem, admirados, a ação de Deus na sua vida. Outras tarefas fundamentais da catequese:
iniciação e educação à vida comunitária e à missão 86. A catequese torna o cristão idôneo a viver em
comunidade e a participar ativamente da vida e da missão da Igreja. O
Concílio Vaticano II aponta a necessidade, para os pastores, de « desenvolver
devidamente o espírito de comunidade » (264) e para os catecúmenos, de «
aprender a cooperar ativamente na evangelização e na edificação da Igreja ».
(265) – A educação para a vida comunitária a) A vida cristã em comunidade
não se improvisa e é preciso educar para ela, com cuidado. Para esta
aprendizagem, o ensinamento de Jesus sobre a vida comunitária, narrado pelo
Evangelho de Mateus, requer algumas atitudes que a catequese deverá inculcar:
o espírito de simplicidade e de humildade (« se não vos converterdes e não
vos tornardes como as crianças... », Mt 18,3); a
solicitude pelos pequeninos (« Caso alguém escandalize um desses
pequeninos que crêem em mim... », Mt 18,6); a atenção
especial para com aqueles que se afastaram (« vai à procura da ovelha
extraviada... », Mt 18,12); a correção fraterna («
... vai corrigi-lo a sós », Mt 18,12); a oração em comum
(« se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que
queiram pedir... », Mt 18,19); o perdão mútuo (« até
setenta e sete vezes... », Mt 18,22). O amor fraterno
unifica todas estas atitudes: « Amai-vos uns aos outros como eu vos
amei » (Jo 13,34). b) Ao educar para este sentido
comunitário, a catequese dará uma especial atenção à dimensão ecumênica, e
encorajará atitudes fraternas para com os membros de outras Igrejas cristãs e
comunidades eclesiais. Por isso, a catequese, ao procurar atingir esta meta,
exporá com clareza toda a doutrina da Igreja Católica, evitando expressões
que possam induzir ao erro. Favorecerá, além disso, « um bom conhecimento das
outras confissões », (266) com as quais existem bens comuns, tais como: « a
Palavra escrita de Deus, a vida da graça, a fé, a esperança, a caridade e
outros dons interiores do Espírito Santo ». (267) A catequese terá uma
dimensão ecumênica, na medida em que saberá suscitar e alimentar « um
verdadeiro desejo de unidade », (268) feito não em vista de um fácil
irenismo, mas em vista da unidade perfeita, quando o Senhor assim o desejar e
através das vias que Ele escolher. – A iniciação à missão a) A catequese é igualmente
aberta ao dinamismo missionário. (269) Ela se esforça por habilitar os
discípulos de Jesus a se fazerem presentes, como cristãos, na sociedade e na
vida profissional, cultural e social. Prepara-os também a prestarem a sua
cooperação nos diferentes serviços eclesiais, segundo a vocação de cada um.
Este empenho evangelizador origina-se, para os fiéis leigos, dos sacramentos
da iniciação cristã e do caráter secular de sua vocação. (270) É também
importante usar todos os meios disponíveis para suscitar vocações sacerdotais
e de particular consagração a Deus, nas diversas formas de vida religiosa e
apostólica e para acender no coração de cada um a vocação especial
missionária. As atitudes evangélicas que Jesus sugeriu aos
seus discípulos, quando os iniciou na missão, são aquelas que a catequese
deve alimentar: ir em busca da ovelha perdida; anunciar e curar ao mesmo
tempo; apresentar-se pobres, sem posses nem mochila; saber assumir a rejeição
e a perseguição; pôr a própria confiança no Pai e no amparo do Espírito
Santo; não esperar outra recompensa senão a alegria de trabalhar pelo Reino.
(271) b) Ao educar para este sentido
missionário, a catequese formará ao diálogo inter-religioso, que pode tornar
os fiéis idôneos a uma comunicação fecunda com os homens e mulheres de outras
religiões. (272) A catequese mostrará que os laços entre a Igreja e as outras
religiões não cristãs são, em primeiro lugar, aqueles da origem comum e do
fim comum do gênero humano, assim como também aqueles das múltiplas «
sementes da Palavra », que Deus depôs naquelas religiões. A catequese ajudará
também a saber conciliar e, ao mesmo tempo, a saber distinguir o « anúncio de
Cristo » do « diálogo inter-religioso ». Estes dois elementos, embora
conservem a sua íntima relação, não devem ser confundidos nem considerados
equivalentes. (273) Com efeito,« o diálogo não dispensa da evangelização ».
(274) Algumas considerações sobre o conjunto destas
tarefas 87. As tarefas da catequese constituem,
conseqüentemente, um rico e variado conjunto de aspectos. Sobre este
conjunto, é oportuno tecer algumas considerações: – Todas as tarefas são necessárias. Assim como
para a vitalidade de um organismo humano, é necessário que funcionem todos os
seus órgãos, também para o amadurecimento da vida cristã, é preciso que sejam
cultivadas todas as suas dimensões: o conhecimento da fé, a vida litúrgica, a
formação moral, a oração, a pertença comunitária, o espírito missionário. Se
a catequese transcurar uma dessas dimensões, a fé cristã não alcançará todo o
seu desenvolvimento. – Cada tarefa, à sua maneira, realiza a
finalidade da catequese. A formação moral, por exemplo, é essencialmente
cristológica e trinitária, plena de senso eclesial e aberta à dimensão
social. O mesmo acontece com a educação litúrgica, essencialmente religiosa e
eclesial, mas também muito exigente no seu empenho evangelizador em favor do
mundo. – As tarefas se implicam mutuamente e se
desenvolvem conjuntamente. Cada grande tema catequético, por exemplo, a
catequese sobre Deus Pai, tem uma dimensão cognoscitiva e implicações morais;
interioriza-se na oração e se assume no testemunho. Uma tarefa chama outra: o
conhecimento da fé torna idôneos à missão; a vida sacramental dá força para a
transformação moral. – Para realizar as suas tarefas, a catequese se
vale de dois grandes meios: a transmissão da mensagem evangélica e a
experiência da vida cristã. (275) A educação litúrgica, por exemplo,
necessita explicar o que é a liturgia cristã e o que são os sacramentos;
porém deve também fazer experimentar os diversos tipos de celebração, fazer
descobrir e amar os símbolos, o sentido dos gestos corporais, etc... A
formação moral não apenas transmite o conteúdo da moral cristã, mas cultiva
também, ativamente, as atitudes evangélicas e os valores cristãos. – As diferentes dimensões da fé são objeto de
educação, tanto no seu aspecto de « dom » quanto no seu aspecto de «
compromisso ». O conhecimento da fé, a vida litúrgica e a seqüela de Cristo
são, cada uma, um dom do Espírito, que se recebe na oração e, ao mesmo tempo,
um compromisso de estudo, espiritual, moral e testemunhal. Ambos os aspectos
devem ser cultivados. (276) – Cada dimensão da fé, assim como a fé no seu
conjunto, deve enraizar-se na experiência humana, sem permanecer na pessoa
como algo de postiço ou de isolado. O conhecimento da fé é significativo,
ilumina toda a existência e dialoga com a cultura; na liturgia, toda a vida
pessoal é uma oferta espiritual; a moral evangélica assume e eleva os valores
humanos; a oração é aberta a todos os problemas pessoais e sociais. (277) Como indicava o Diretório de 1971, « é muito
importante que a catequese conserve esta riqueza de diversidade de aspectos,
de forma que nenhum aspecto seja isolado, em detrimento dos demais ». O catecumenato batismal: estrutura e fases 88. A fé, impulsionada pela graça divina e
cultivada pela ação da Igreja, experimenta um processo de amadurecimento. A
catequese, a serviço desse crescimento, é uma ação gradual. Uma oportuna
catequese é disposta por graus. (278) No catecumenato batismal, a formação se
desenvolve em quatro etapas: – o pré-catecumenato, (279)
caracterizado pelo fato que nele se realiza a primeira evangelização, em
vista da conversão, e se explicita o « kerigma » do primeiro anúncio; – o catecumenato (280)
propriamente dito, destinado à catequese integral e em cujo início tem lugar
a « entrega dos Evangelhos »; (281) – o tempo da purificação e iluminação, (282)
que fornece uma preparação mais intensa aos sacramentos da iniciação, e no
qual tem lugar a « entrega do Símbolo » (283) e a « entrega da Oração do
Senhor »; (284) – o tempo da mistagogia, (285) caracterizado pela
experiência dos sacramentos e pelo ingresso na comunidade. 89. Estas etapas da grande tradição catecumenal,
repletas de sabedoria, inspiram as fases da catequese. (286) Na época dos
Padres da Igreja, de fato, a formação propriamente catecumenal se realizava
mediante a catequese bíblica, centrada na narração de História da
salvação; a preparação imediata ao Batismo, por meio da catequese
doutrinal, que explicava o Símbolo e o Pai Nosso, recém entregues, com
suas implicações morais; e a etapa que sucedia os sacramentos de iniciação,
mediante a catequese mistagógica, que ajudava a interiorizar tais
sacramentos e a incorporar-se na comunidade. Esta concepção patrística
continua a ser uma fonte de luz para o Catecumenato atual e para a própria
catequese de iniciação. Esta, uma vez que é acompanhamento do processo de
conversão, é essencialmente gradual; e uma vez que está a serviço daquele que
decidiu seguir Cristo, é eminentemente cristocêntrica. O Catecumenato batismal, inspirador da catequese
na Igreja 90. Dado que a missão ad gentes é
o paradigma de toda a missão evangelizadora da Igreja, o Catecumenato
batismal, que lhe é inerente, é o modelo inspirador da sua ação
catequizadora. (287) Por isso, é oportuno sublinhar os elementos do
Catecumenato que devem inspirar a catequese atual e o significado
metodológico dos mesmos. É preciso, todavia, colocar a premissa que entre os
catequizandos e os catecúmenos, (288) e entre catequese pós-batismal e catequese
pré-batismal, que lhes é respectivamente administrada, existe uma
diferença fundamental. Ela provém dos sacramentos de iniciação recebido pelos
primeiros, os quais « já foram introduzidos na Igreja e já foram feitos
filhos de Deus por meio do Batismo. Portanto, o fundamento da sua conversão é
o Batismo já recebido, cuja força devem desenvolver ». (289) 91. Diante desta substancial diferença,
consideram-se a seguir alguns elementos do Catecumenato batismal, que devem
ser fonte de inspiração para a catequese pós-batismal: – O Catecumenato batismal recorda constantemente
a toda a Igreja, a importância fundamental da função da iniciação,
com os basilares fatores que a constituem: a catequese e os sacramentos do
Batismo, da Confirmação e da Eucaristia. A pastoral de iniciação cristã é
vital para toda Igreja particular. – O Catecumenato batismal é responsabilidade
de toda a comunidade cristã. De fato, « tal iniciação cristã
não deve ser apenas obra dos catequistas e dos sacerdotes, mas de toda a
comunidade de fiéis, e sobretudo dos padrinhos ». (290) A instituição
catecumenal incrementa assim, na Igreja, a consciência da maternidade
espiritual que ela exerce em toda forma de educação na fé. (291) – O Catecumenato batismal é todo impregnado
pelo mistério da Páscoa de Cristo. Por isso, « toda iniciação
deve relevar claramente o seu caráter pascal ». (292) A Vigília pascal,
centro da liturgia cristã, e a sua espiritualidade batismal, são inspiração
para toda a catequese. – O Catecumenato batismal é também, lugar
privilegiado de inculturação. Seguindo o exemplo da Encarnação do
Filho de Deus, feito homem num momento histórico concreto, a Igreja acolhe os
catecúmenos integralmente, com os seus vínculos culturais. Toda a ação
catequizadora participa desta função de incorporar na catolicidade da Igreja,
as autênticas « sementes da Palavra » disseminadas nos indivíduos e nos
povos. (293) – Finalmente, a concepção do Catecumenato batismal,
como processo formativo e verdadeira escola de fé, oferece
à catequese pós-batismal uma dinâmica e algumas notas qualificativas: a
intensidade e a integridade da formação; o seu caráter gradual, com etapas
definidas; a sua vinculação com ritos, símbolos e sinais, especialmente
bíblicos e litúrgicos; a sua constante referência à comunidade cristã... A catequese pós-batismal, sem dever reproduzir
mimeticamente a configuração do Catecumenato batismal, e reconhecendo aos
catequizandos a sua realidade de batizados, deverá inspirar-se nesta « escola
preparatória à vida cristã », (294) deixando-se fecundar pelos seus
principais elementos caracterizadores. II PARTE A MENSAGEM EVANGÉLICA A mensagem evangélica « Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam
a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo » (Jo
17,3). Significado e finalidade desta parte 92. A fé cristã, mediante a qual uma pessoa
pronuncia o seu « sim » a Jesus Cristo, pode ser considerada sob um dúplice
aspecto: – como adesão a Deus que se revela, dada sob a
influência da graça. Neste caso, a fé consiste em confiar na palavra de Deus
e em abandonar-se a esta (fides qua); – como conteúdo da Revelação e da mensagem
evangélica. A fé, neste sentido, exprime-se no empenho em conhecer sempre
melhor o sentido profundo daquela Palavra (fides quae). Estes dois aspectos não podem, por sua própria
natureza, ser separados. O amadurecimento e o crescimento da fé exigem o seu orgânico e coerente desenvolvimento. Todavia,
por razões de ordem metodológica, os dois aspectos podem ser considerados
separadamente. (295) 93. Nesta segunda parte, abordar-se-á o conteúdo
da mensagem evangélica (fides quae). – No primeiro capítulo, serão indicadas as normas
e os critérios que a catequese deve seguir para fundar, formular e expor os
seus conteúdos. Toda forma de ministério da Palavra, de fato, ordena e
apresenta a mensagem evangélica segundo o seu caráter próprio. – No segundo capítulo, tratar-se-á do conteúdo da
fé, assim como se encontra exposto no Catecismo da Igreja Católica, que é
texto de referência doutrinal para a catequese. São apresentadas, por isso,
algumas indicações que poderão ajudar a assimilar e a interiorizar o
Catecismo, assim como a situá-lo no âmbito da ação catequizadora da Igreja.
Além disso, são oferecidos alguns critérios, para que, em referência ao
Catecismo da Igreja Católica, sejam elaborados, nas Igrejas particulares,
Catecismos locais que, conservando a unidade da fé, levem na devida
consideração, as diferentes situações e culturas. I CAPÍTULO Normas e critérios para a
apresentação da mensagem evangélica na catequese « Ouve, ó Israel: Iahweh nosso Deus é o único
Deus. Portanto, amarás a Iahweh teu Deus com todo o teu coração, com toda a
tua alma e com toda a tua força. Que estas palavras que hoje te ordeno
estejam em teu coração! Tu as inculcarás aos teus filhos, e delas falarás
sentado em tua casa e andando em teu caminho, deitado e de pé. Tu as atarás
também à tua mão como um sinal, e serão como um frontal entre os teus olhos;
tu as escreverás nos umbrais da tua casa, e nas tuas portas » (Dt 6,4-9). A Palavra de Deus, fonte da catequese 94. A fonte na qual a catequese haure a sua
mensagem é a Palavra de Deus: « A catequese há-de haurir sempre o seu conteúdo
na fonte viva da Palavra de Deus, transmitida na Tradição e da Escritura,
porque "a Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só
depósito inviolável da Palavra de Deus, confiada à Igreja" ». (296) Este « depósito da fé » (297) é como o tesouro do
dono da casa, confiado à Igreja, família de Deus, do qual ela extrai
continuamente coisas novas e coisas antigas. (298) Todos os filhos do Pai,
animados pelo Seu Espírito, nutrem-se deste tesouro da Palavra. Eles sabem
que a Palavra é Jesus Cristo, o Verbo feito homem, e que a Sua voz continua a
ressoar por meio do Espírito Santo, na Igreja e no mundo. A Palavra de Deus, por admirável «
condescendência » (299) divina nos é dirigida e chega a nós por meio de «
obras e palavras » humanas, « tal como outrora o Verbo do Pai Eterno, havendo
assumido a carne da fraqueza humana, se fez semelhante aos homens ». (300)
Sem deixar de ser Palavra de Deus, exprime-se na palavra humana. Embora
próxima, ela permanece porém velada, em estado « kenótico ». Por isso, a
Igreja, guiada pelo Espírito, precisa interpretá-la continuamente e, enquanto
a contempla com profundo espírito de fé, « piamente ausculta aquela palavra,
santamente a guarda e fielmente a expõe ». (301) A fonte e « as fontes » da mensagem da catequese (302) 95. A Palavra de Deus contida na Sagrada Tradição
e na Sagrada Escritura: – é meditada e compreendida sempre mais
profundamente, por meio do senso de fé de todo o Povo de Deus, sob a
orientação do Magistério, que a ensina com autoridade; – é celebrada na liturgia onde, constantemente, é
proclamada, ouvida, interiorizada e comentada; – resplende na vida da Igreja, na sua história
bimilenar, sobretudo no testemunho dos cristãos e particularmente dos santos; – é aprofundada na pesquisa teológica, que ajuda
os crentes a progredirem na compreensão vital dos mistérios da fé; – manifesta-se nos genuínos valores religiosos e
morais que, como sementes da Palavra, estão disseminados na sociedade humana
e nas diversas culturas. 96. Todas estas são as fontes, principais ou
subsidiárias, da catequese, as quais, de modo algum, devem ser entendidas em
sentido unívoco. (303) A Sagrada Escritura « é a Palavra de Deus enquanto é
redigida sob a moção do Espírito Santo »; (304) e a Sagrada Tradição «
transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos, a Palavra de Deus
confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo ». (305) O Magistério tem a
tarefa de « interpretar autenticamente a Palavra de Deus », (306) cumprindo,
em nome de Jesus Cristo, um serviço eclesial fundamental. Tradição, Escritura
e Magistério, intimamente conexos e unidos, são, « cada qual a seu modo »,
(307) as fontes essenciais da catequese. As « fontes » da catequese têm, cada uma, uma
linguagem própria, à qual se dá forma através de uma rica variedade de «
documentos da fé ». A catequese é tradição viva de tais documentos: (308)
perícopes bíblicas, textos litúrgicos, escritos dos Padres da Igreja,
formulações do Magistério, símbolos da fé, testemunhos dos santos e reflexões
teológicas. A fonte viva da Palavra de Deus e as «
fontes » que dela derivam e nas quais ela se exprime, fornecem à
catequese os critérios para transmitir a sua mensagem a todos aqueles que
amadureceram a decisão de seguir Jesus Cristo. Os critérios para a apresentação da mensagem 97. Os critérios para apresentar a mensagem
evangélica na catequese são intimamente correlacionados entre si, uma vez que
brotam de uma única fonte. – A mensagem centrada na pessoa de Jesus Cristo (cristocentrismo),
por sua dinâmica interna, introduz à dimensão trinitária da
mesma mensagem. – O anúncio da Boa Nova do Reino de Deus,
centrado no dom da salvação, implica uma mensagem de libertação. O caráter eclesial da mensagem
remete ao seu caráter histórico, uma vez que a catequese, como o
conjunto da evangelização, realiza-se no « tempo da Igreja ». – A mensagem evangélica, uma vez que é Boa Nova
destinada a todos os povos, busca a inculturação, a qual poderá
ser atuada em profundidade, somente se a mensagem for apresentada em toda a
sua integridade e pureza. – A mensagem evangélica é necessariamente
uma mensagem orgânica, com uma própria hierarquia de verdade. É
esta visão harmoniosa do Evangelho que o converte em evento
profundamente significativo para a pessoa humana. Ainda que estes critérios sejam válidos para todo
o ministério da Palavra, eles serão agora desenvolvidos em relação à
catequese. O cristocentrismo da mensagem evangélica 98. Jesus Cristo não apenas transmite a Palavra
de Deus: Ele é a Palavra de Deus. Por isso, a catequese,
toda ela,diz respeito a Ele. Neste sentido, o que caracteriza a mensagem
transmitida pela catequese é, antes de mais nada, o « cristocentrismo »,
(309) que deve ser entendido em vários sentidos: – Ele significa, em primeiro lugar que, no centro
da catequese nós encontramos essencialmente uma Pessoa: é a Pessoa de Jesus
de Nazaré, « Filho único do Pai, cheio de graça e de verdade ». (310) Na
realidade, a tarefa fundamental da catequese é apresentar Cristo: todo o
resto, em referência a Ele. Aquilo que, de forma definitiva, ela favorece, é
a seqüela de Cristo, a comunhão com Ele: todo elemento da mensagem tende a
isto. – O cristocentrismo, em segundo lugar, significa
que Jesus está no « centro da história da salvação », (311) apresentada pela
catequese. Ele, de fato, é o evento último, para o qual converge toda a
história sagrada. Ele, vindo na « plenitude dos tempos » (Gal 4,4),
é « a chave, o centro e o fim da história humana ». (312) A mensagem
catequética ajuda o cristão a situar-se na história e a inserir-se ativamente
nesta, mostrando como Cristo é o sentido último desta história. – O cristocentrismo significa, além disso, que a
mensagem evangélica não provém do homem, mas é Palavra de Deus. A Igreja e,
em seu nome, todo catequista, pode dizer, sem medo de errar: « Minha doutrina
não é minha, mas daquele que me enviou » (Jo 7,16). Por isso,
tudo aquilo que a catequese transmite, são « os ensinamentos de Jesus Cristo,
a Verdade que Ele comunica, ou, mais precisamente, a Verdade que Ele é ».
(313) O cristocentrismo obriga a catequese a transmitir aquilo que Jesus
ensina a propósito de Deus, do homem, da felicidade, da vida mortal, da
morte... sem permitir-se mudar em nada o seu pensamento. (314) Os Evangelhos, que narram a vida de Jesus, estão
no centro da mensagem catequética. Dotados, eles próprios, de uma « estrutura
catequética », (315) exprimem o ensinamento que se propunha às primeiras
comunidades cristãs e que transmitia a vida de Jesus, a sua mensagem e as
suas ações salvíficas. Na catequese, « os quatro Evangelhos ocupam um lugar
central, já que Cristo Jesus é o centro deles ». (316) O cristocentrismo trinitário da mensagem
evangélica 99. A Palavra de Deus, encarnada em Jesus de
Nazaré, Filho da Virgem Maria, é a Palavra do Pai, que fala ao mundo por meio
do seu Espírito. Jesus remete constantemente ao Pai, de quem se sabe Filho
Único, e ao Espírito Santo, do qual se sabe Ungido. Ele é o « caminho » que
introduz no mistério íntimo de Deus. (317) O cristocentrismo da catequese, em virtude da sua
dinâmica interna, conduz à confissão da fé em Deus: Pai, Filho e Espírito
Santo. É um cristocentrismo essencialmente trinitário. Os cristãos, no
Batismo, são configurados a Cristo, « Um da Trindade », (318) e esta
configuração põe os batizados, « filhos no Filho », em comunhão com o Pai e
com o Espírito Santo. Por isso, a sua fé é radicalmente trinitária. « O
mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã
». (319) 100. O cristocentrismo trinitário da mensagem
evangélica induz a catequese a estar atenta, entre outras coisas, ao
seguintes aspectos: – A estrutura interna da catequese; toda
modalidade de apresentação será sempre cristocêntrica e trinitária: « Por
Cristo, ao Pai, no Espírito ». (320) Uma catequese que omitisse uma destas
dimensões, ou desconhecesse a orgânica ligação das mesmas, correria o risco
de trair da originalidade da mensagem cristã. (321) – Seguindo a mesma pedagogia de Jesus, na sua
Revelação do Pai, de Si mesmo como Filho, e do Espírito Santo, a catequese
mostrará a vida íntima de Deus, a partir das obras salvíficas em favor da
humanidade. (322) As obras de Deus revelam quem Ele é em Si mesmo, enquanto o
mistério do seu ser íntimo ilumina a inteligência de todas as suas obras.
Analogicamente, assim sucede nas relações humanas: as pessoas mostram-se
através de suas ações e, quanto mais as conhecemos, tanto mais mais
compreendemos suas ações. (323) – A apresentação do ser íntimo de Deus revelado
por Jesus, uno na essência e trino nas pessoas, mostrará as implicações
vitais para a vida dos seres humanos. Confessar um único Deus significa que «
o homem não deve submeter a própria liberdade pessoal, de maneira absoluta, a
nenhum poder terreno ». (324) Significa, além disso, que a humanidade, criada
à imagem de um Deus que é « comunhão de pessoas », é chamada a ser uma
sociedade fraterna, composta de filhos de um mesmo Pai, iguais em dignidade
pessoal. (325) As implicações humanas e sociais da concepção cristã de Deus
são imensas. A Igreja, ao professar a fé na Trindade e ao anunciá-la ao
mundo, se autocompreende como « um povo agregado na unidade do Pai, do Filho
e do Espírito Santo ». (326) Uma mensagem que anuncia a salvação 101. A mensagem de Jesus sobre Deus é uma boa
nova para a humanidade. Jesus, de fato, anunciou o Reino de Deus: (327) uma
nova e definitiva intervenção de Deus, com um poder transformador tão grande
e até mesmo superior àquele que utilizou na criação do mundo. (328) Neste
sentido, « como núcleo e centro da sua Boa Nova, Cristo anuncia a salvação,
esse grande dom de Deus que é não somente libertação de tudo aquilo que
oprime o homem, mas é sobretudo libertação do pecado e do Maligno, na alegria
de conhecer a Deus e de ser por Ele conhecido, de vê-Lo e de se entregar a
Ele ». (329) A catequese transmite esta mensagem do Reino,
central na pregação de Jesus. E ao fazê-lo, a mensagem « será pouco a pouco
aprofundada, desenvolvida nos seus corolários implícitos », (330) mostrando
as grandes repercussões que tem, para as pessoas e para o mundo. 102. Nesta explicitação do kerigma evangélico
de Jesus, a catequese sublinha os seguintes aspectos fundamentais: – Jesus, com o advento do Reino, anuncia e revela
que Deus não é um ser distante e inacessível, « uma potência anônima e
longínqua », (331) mas sim o Pai, que está presente em meio às suas
criaturas, operando com o seu amor e o seu poder. Este testemunho sobre Deus
como Pai, oferecido de maneira simples e direta, é fundamental na catequese. – Jesus, ao mesmo tempo, ensina que Deus, com o
seu Reino, oferece o dom da salvação integral, liberta do pecado, introduz na
comunhão com o Pai, concede a filiação divina e promete a vida eterna,
vencendo a morte. (332) Esta salvação integral é, ao mesmo tempo, imanente e
escatológica, já que « tem certamente o seu começo nesta vida, mas que terá
realização completa na eternidade ». (333) – Jesus, ao anunciar o Reino, anuncia a justiça
de Deus: proclama o juízo divino e a nossa responsabilidade. O anúncio do
juízo de Deus, com o seu poder de formação das consciências, é um conteúdo
central do Evangelho e uma boa nova para o mundo. E o é tanto para aqueles
que sofrem pela falta de justiça, quanto para aqueles que lutam para
instaurá-la; o é, também, para aqueles que não souberam amar nem ser
solidários, porque é possível a penitência e o perdão, já que na cruz de
Cristo obtemos a redenção do pecado. O chamado à conversão e a crer no
Evangelho do Reino, que é um reino de justiça, amor e paz e à luz do qual seremos
julgados, é fundamental para a catequese. – Jesus declara que o Reino de Deus se inaugura
com Ele, na sua própria pessoa. (334) Revela, de fato, que Ele próprio,
constituído Senhor, assume a realização daquele Reino, até que o entregue,
plenamente consumado, ao Pai, quando virá de novo, na glória. (335) « O Reino
já está presente, em mistério, aqui na terra. Chegando o Senhor, ele se
consumará ». (336) – Jesus ensina, igualmente, que a comunidade dos
seus discípulos, a sua Igreja, « constitui o germe e o início deste Reino »
(337) e que, como fermento na massa, o que ela deseja é que o Reino de Deus
cresça no mundo, como uma imensa árvore, incorporando todos os povos e todas
as culturas. « A Igreja está, efetiva e concretamente, a serviço do Reino ».
(338) – Jesus ensina, finalmente, que a história da
humanidade não caminha rumo ao nada, mas sim que, com os seus aspectos de
graça e pecado, é n'Ele assumida por Deus, para ser transformada. Ela, na sua
atual peregrinação rumo à casa do Pai, já oferece uma pregustação do mundo
futuro onde, assumida e purificada, alcançará a sua perfeição. « Por
conseguinte, a evangelização não pode deixar de comportar o anúncio profético
do além, vocação profunda e definitiva do homem, ao mesmo tempo em
continuidade e em descontinuidade com a situação presente ». (339) Uma mensagem de libertação 103. A Boa Nova do Reino de Deus, que anuncia a
salvação, inclui uma « mensagem de libertação ». (340) Ao anunciar este
Reino, Jesus se dirigia de maneira particularíssima aos pobres: «
Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus!
Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis saciados!
Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir! » (Lc 6,20-21).
Estas bem-aventuranças de Jesus, dirigidas àqueles que sofrem, são o anúncio
escatológico da salvação que o Reino traz consigo. Elas registram aquela
experiência tão dilacerante, à qual o Evangelho é tão sensível: a pobreza, a
fome e o sofrimento da humanidade. A comunidade dos discípulos de Jesus, a Igreja,
compartilha hoje a mesma sensibilidade que teve, então, o seu Mestre. Com
profunda dor, ela volta a sua atenção para aqueles « povos comprometidos,
como bem sabemos, com toda a sua energia no esforço e na luta por superar
tudo aquilo que os condena a ficarem à margem da vida: penúrias, doenças
crônicas e endêmicas, analfabetismo, pauperismo, injustiças nas relações
internacionais,... situações de neocolonialismo econômico e cultural ». (341)
Todas as formas de pobreza « não apenas econômica, mas também cultural e
religiosa » (342) preocupam a Igreja. Como dimensão importante da sua missão, « (a
Igreja) tem o dever de anunciar a libertação de milhões de seres humanos,
sendo muitos destes seus filhos espirituais; o dever de ajudar uma tal
libertação a nascer, de dar testemunho em favor dela e de envidar esforços
para que ela seja total ». (343) 104. Para preparar os cristãos a esta tarefa, a
catequese estará atenta, entre outras coisas, aos seguintes aspectos: – Situará a mensagem de libertação na perspectiva
da « finalidade especificamente religiosa da evangelização », (344) já que
esta perderia a sua razão de ser, « se se apartasse do eixo religioso que a
rege: o Reino de Deus, antes de toda e qualquer outra coisa, no seu sentido
plenamente teológico ». (345) Por isso, a mensagem da libertação « não pode
ser limitada à simples e restrita dimensão econômica, política, social e
cultural; mas deve ter em vista o homem todo, incluindo asua abertura para o
absoluto, mesmo o Absoluto de Deus ». (346) – A catequese, na tarefa da educação moral,
apresentará a moral social cristã como uma exigência da justiça de Deus e uma
conseqüência da « libertação radical realizada por Cristo ». (347) É esta,
com efeito, a Boa Nova que os cristãos professam, com o coração repleto de
esperança: Cristo libertou o mundo e continua a libertá-lo. Aqui é gerada
a « praxis » cristã, que é o cumprimento do grande
mandamento do amor. – Da mesma forma, na tarefa da iniciação à
missão, a catequese suscitará nos catecúmenos e nos catequizandos, a « opção
preferencial pelos pobres » (348) que, « longe de ser um sinal de
particularismo ou de sectarismo, manifesta a universalidade da natureza e da
missão da Igreja. Esta opção não é exclusiva », (349) mas comporta « o
empenho pela justiça, segundo o papel, a vocação e as circunstâncias pessoais
». (350) A eclesialidade da mensagem evangélica 105. A natureza eclesial da catequese confere à
mensagem evangélica transmitida um intrínseco caráter eclesial. A catequese
tem sua origem na confissão de fé da Igreja e leva à confissão de fé do
catecúmeno e do catequizando. A primeira palavra oficial que a Igreja dirige
ao batizando adulto, depois de ter perguntado o seu nome, é: « O que
pedes à Igreja de Deus? ». « A fé » é a resposta do batizando. (351)
O catecúmeno, de fato, sabe que o Evangelho que ele descobriu e deseja
conhecer, é vivo no coração dos crentes. A catequese não é outra coisa senão
o processo de transmissão do Evangelho, tal como a comunidade cristã
recebeu-o, compreende-o, celebra-o, vive-o e o comunica de diversos modos. Por isso, quando a catequese transmite o mistério
de Cristo, na sua mensagem ressoa a fé de todo o Povo de Deus, ao longo do
curso da história: a fé dos apóstolos, que a receberam do próprio Cristo e da
ação do Espírito Santo; a fé dos mártires, que a confessaram e a confessam
com seu sangue; a fé dos santos, que a viveram e a vivem em profundidade; a
fé dos Padres e dos Doutores da Igreja, que a ensinaram luminosamente; a fé
dos missionários, que a anunciam continuamente; a fé dos teólogos, que ajudam
a melhor compreendê-la; e enfim, a fé dos pastores, que a conservam com zelo
e amor, e a interpretam com autenticidade. Na verdade, na catequese está
presente a fé de todos aqueles que crêem e se deixam conduzir pelo Espírito
Santo. 106. Esta fé, transmitida pela comunidade
eclesial, é uma só. Ainda que os discípulos de Jesus Cristo formem uma
comunidade espalhada por todo o mundo, e ainda que a catequese transmita a fé
através de linguagens culturais muito diferentes, o Evangelho que se entrega
é um só, a confissão de fé é única e um só é o Batismo: « um só Senhor, uma
só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos » (Ef 4,5). A catequese é, portanto, na Igreja, o serviço que
introduz os catecúmenos e os catequizandos na unidade da confissão de fé.
(352) Por sua própria natureza, alimenta o vínculo de unidade, (353) criando
a consciência de pertencer a uma grande comunidade, que nem o espaço nem o
tempo conseguem limitar: « Desde o justo Abel até o último dos eleitos, até às
extremidades da terra, até o fim do mundo ». (354) O caráter histórico do mistério da salvação 107. A confissão de fé dos discípulos de Jesus
Cristo nasce de uma Igreja peregrina, enviada em missão. Não é ainda a
proclamação gloriosa do fim do caminho, mas aquela que corresponde ao « tempo
da Igreja ». (355) A « economia da salvação » tem,
por isso, um caráter histórico, uma vez que se realiza no tempo: « ...iniciou
no passado, desenvolveu-se e alcançou o seu ponto mais
elevado em Cristo, estende o seu poder no presente e espera por
sua consumação no futuro ». (356) Por isso, a Igreja, ao transmitir hoje a mensagem
cristã, a partir da viva consciência que tem desta mensagem, « recorda »
constantemente os eventos salvíficos do passado, narrando-os. Interpreta, à
luz dos mesmos, os atuais eventos da história humana, nos quais o Espírito de
Deus renova a face da terra, e permanece numa confiante expectativa da vinda
do Senhor. Na catequese patrística, a narração (narratio) das
maravilhas realizadas por Deus e a espera (expectatio) do retorno
de Cristo acompanhavam sempre a exposição dos mistérios da fé. (357) 108. O caráter histórico da mensagem cristã
obriga a catequese a considerar os seguintes aspectos: – Apresentar a história da salvação por meio de
uma catequese bíblica que faça conhecer as « obras e as palavras » com
a quais Deus se revelou à humanidade: as grandes etapas do Antigo Testamento,
mediante as quais preparou o caminho do Evangelho; (358) a vida de Jesus,
Filho de Deus, incarnado no seio de Maria, e que, com suas ações e seu
ensinamento, levou a cumprimento a Revelação; (359) e a história da Igreja, a
qual transmite a Revelação. Também esta história, lida a partir da fé, é
parte fundamental do conteúdo da catequese. – Ao explicar o Símbolo da fé e o conteúdo da
moral cristã, através de uma catequese doutrinal, a mensagem evangélica deve
iluminar o « hoje » da história da salvação. De fato, « ...o
ministério da palavra, além de recordar a revelação das admiráveis obras
realizadas por Deus no passado... interpreta também, à luz desta revelação, a
vida humana dos nossos dias, os sinais dos tempos e as realidades deste
mundo, uma vez que é nele que se atua o projeto de Deus para a salvação do
homem ». (360) – Situar os sacramentos dentro da história da
salvação, por meio de uma catequese mistagógica, a qual: « ...relê e revive
todos estes grandes acontecimentos da história da salvação no "hoje"
da sua liturgia ». (361) A referência ao « hoje » histórico-salvífico é
essencial nesta catequese. Ajuda-se, assim, os catecúmenos e catequizandos, «
...a se abrirem a esta compreensão "espiritual" da Economia da
salvação... ». (362) – As « obras e palavras » da Revelação remetem ao
« mistério contido nesta ». (363) A catequese ajudará a realizar
a passagem do sinal para o mistério. Levará a descobrir, por detrás da
humanidade de Jesus, a sua condição de Filho de Deus; por detrás da história
da Igreja, o seu mistério como « sacramento de salvação »; por detrás dos «
sinais dos tempos », as pegadas da presença de Deus e os sinais do Seu plano.
A catequese mostrará, assim, o conhecimento típico da fé, « que é
conhecimento através dos sinais ». (364) A inculturação da mensagem evangélica (365) 109. A Palavra de Deus se fez homem, homem
concreto, situado no tempo e no espaço, radicado numa cultura determinada: «
Cristo..., por sua encarnação, se ligou às condições sociais e culturais dos
homens com quem conviveu ». (366) Esta é a « inculturação » original da
Palavra de Deus e o modelo de referência para toda a evangelização da Igreja
« chamada a levar a força do Evangelho ao coração da cultura e das culturas
». (367) A « inculturação » (368) da fé, pela qual se
assumem, num admirável intercâmbio, « todas as riquezas das nações, herança
de Cristo » (369) é um processo profundo e global e um caminho lento. (370)
Não é uma simples adaptação externa que, para tornar mais atraente a mensagem
cristã, limita-se a cobri-la, de maneira decorativa, com um verniz
superficial. Trata-se, ao contrário, da penetração do
Evangelho nos estratos mais recônditos das pessoas e dos povos, alcançando-os
« ...de maneira vital, em profundidade, isto é, até às suas raízes, a cultura
e as culturas do homem » (371) Neste trabalho de inculturação, todavia, as
comunidades cristãs deverão fazer um discernimento: trata-se, por um lado, de
« assumir» (372) aquelas riquezas culturais que sejam compatíveis com a fé;
mas, por outro lado, trata-se também de ajudar a « purificar » (373) e «
transformar » (374) aqueles critérios, modos de pensar e estilos de vida que
estão em contraste com o Reino de Deus. Este discernimento é baseado em dois
princípios de base: « a compatibilidade com o Evangelho e a comunhão com a
Igreja universal ». (375) Todo o Povo de Deus deve participar deste processo,
que « ...requer gradatividade, para que seja verdadeiramente uma expressão da
experiência cristã da comunidade... (376) 110. Nesta inculturação da fé, apresentam-se
concretamente, para a catequese, diversas tarefas. Entre estas, devemos
ressaltar: – Considerar a comunidade eclesial como principal
fator de inculturação. Uma expressão e, ao mesmo tempo, um eficaz instrumento
dessa tarefa, é representado pelo catequista que, juntamente com um profundo
senso religioso, deverá possuir uma viva sensibilidade social e ser bem radicado
no seu ambiente cultural. (377) – Elaborar Catecismos locais, que respondam às
exigências que provêm das diferentes culturas, (378) apresentando o Evangelho
em relação às aspirações, interrogações e problemas que existem nessas mesmas
culturas. – Realizar uma oportuna inculturação no
Catecumenato e nas instituições catequéticas, incorporando, com
discernimento, a linguagem, os símbolos e os valores da cultura na qual vivem
os catecúmenos e os catequizandos. – Apresentar a mensagem cristã de modo a tornar
aptos a « dar razão da vossa esperança » (1 Pd 3,15) aqueles que
devem anunciar o Evangelho em meio a culturas freqüentemente pagãs e às vezes
póscristãs. Uma apologética bem feita, que ajude o diálogo fé-cultura,
torna-se hoje imprescindível. A integridade da mensagem evangélica 111. Na tarefa da inculturação da fé, a catequese
deve transmitir a mensagem evangélica na sua integridade e pureza. Jesus
anuncia o Evangelho integralmente: « ...porque tudo o que ouvi de meu Pai eu
vos dei a conhecer » (Jo 15,15). Esta mesma integridade, Cristo a
exige dos seus discípulos, ao enviá-los em missão: « ...ensinando-as a
observar tudo quanto vos ordenei » (Mt 28,19). Por isso, um
critério fundamental da catequese é o de salvaguardar a integridade da
mensagem, evitando apresentações parciais ou deformadas do mesmo. « Para ser
perfeita a oblação da sua fé, aqueles que se tornam discípulos de Cristo têm
o direito de receber a « palavra da fé » não mutilada, falsificada ou
diminuída, mas sim plena e integral, com todo o seu rigor e com o todo o seu
vigor ». (379) 112. Duas dimensões, intimamente unidas,
submetem-se a este critério. Trata-se, de fato, de: – Apresentar a mensagem evangélica íntegra,
sem deixar passar em silêncio nenhum aspecto fundamental, ou realizar uma
seleção no depósito da fé. (380) A catequese, ao contrário, « deve
preocupar-se com que o tesouro da mensagem cristã seja fielmente anunciado na
sua integridade ». (381) Isto deve cumprir-se, todavia, gradualmente,
seguindo o exemplo da pedagogia divina, mediante a qual Deus se revelou de
modo progressivo e gradual. A integridade deve ser acompanhada pela
adaptação. A catequese, conseqüentemente, parte de uma
simples proposição da estrutura íntegra da mensagem cristã e a expõe de modo
apropriado à capacidade dos destinatários. Sem limitar-se a esta exposição
inicial, a catequese, gradualmente, proporá a mensagem de maneira sempre mais
ampla e explícita, de acordo com as capacidades do catequizando e o caráter
próprio da catequese. (382) Estes dois níveis de exposição íntegra da
mensagem são denominados « integridade intensiva » e «
integridade extensiva ». – Apresentar a mensagem evangélica autêntica,
em toda a sua pureza, sem reduzir as suas exigências por medo de uma rejeição
e sem impor pesados ônus que a mensagem não inclui, pois o jugo de Jesus é
suave. (383) O critério da autenticidade é intimamente ligado
com o da inculturação, pois esta tem a função de « traduzir » (384) o
essencial da mensagem, numa determinada linguagem cultural. Nesta necessária
tarefa, ocorre sempre uma tensão: « A evangelização perderia algo da sua
força e da sua eficácia, se ela porventura não levasse em consideração o povo
concreto a que ela se dirige... » todavia porém, « ...correria o risco de
perder a sua alma e de se esvaecer, se fosse despojada ou fosse desnaturada
quanto ao seu conteúdo, sob o pretexto de melhor traduzi-la... ». (385) 113. Nesta complexa relação entre a inculturação
e a integridade da mensagem cristã, o critério que se deve seguir é o da
atitude evangélica de « abertura missionária pela salvação integral do mundo
». 386 Esta deve saber conjugar a aceitação dos valores verdadeiramente
humanos e religiosos, para além de qualquer fechamento imobilista, com o
empenho missionário de anunciar toda a verdade do Evangelho, sem cair em
fáceis acomodações, que levariam a enfraquecer o Evangelho e a secularizar a
Igreja. A autenticidade evangélica exclui ambas as atitudes, que são
contrárias ao verdadeiro significado da missão. Uma mensagem orgânica e hierarquizada 114. A mensagem que a catequese transmite possui
um « caráter orgânico e hierarquizado », (387) constituindo uma síntese
coerente e vital da fé. Ela se organiza em torno do mistério da Santíssima
Trindade, numa perspectiva cristocêntrica, uma vez que é « a fonte de todos
os outros mistérios da fé; é a luz que os ilumina... ». (388) A partir deste,
a harmonia do conjunto a mensagem requer uma « hierarquia de verdades »,
(389) uma vez que é diversa a conexão de cada uma destas, com o fundamento da
fé. Todavia, esta hierarquia « não significa que algumas verdades pertençam à
fé menos do que outras, mas sim que algumas verdades se alicerçam sobre
outras que são mais importantes e por elas são iluminadas ». (390) 115. Todos os aspectos e as dimensões da mensagem
cristã participam desta dimensão orgânica e hierarquizada: – A história da salvação, narrando as «
maravilhas de Deus » (mirabilia Dei), aquilo que fez, faz e fará por
nós, se organiza em torno de Jesus Cristo, « centro da história da salvação
». (391) A preparação ao Evangelho, no Antigo Testamento, a plenitude da
Revelação em Jesus Cristo e o tempo da Igreja, estruturam toda a história
salvífica, da qual a criação e a escatologia são o seu princípio e o seu fim. – O Símbolo apostólico mostra como a Igreja tenha
sempre querido apresentar o mistério cristão numa síntese vital. Este Símbolo
é a síntese e a chave de leitura de toda a Escritura e de toda a doutrina da
Igreja, que se ordena hierarquicamente em torno dele. (392) – Os sacramentos são, também estes, um todo
orgânico que, como força regeneradora, nascem do mistério pascal de Jesus
Cristo, formando « um organismo no qual cada um especificamente tem o seu
lugar vital ». (393) A Eucaristia ocupa, neste organismo, um posto único,
para o qual os demais sacramentos são ordenados: ela se apresenta como « o
sacramento dos sacramentos ». (394) – O dúplice mandamento de amor a Deus e ao
próximo é, na mensagem moral, a hierarquia dos valores que o próprio Jesus
estabeleceu: « Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas » (Mt 22,40).
O amor a Deus e o amor ao próximo, que resumem o decálogo, se vividos no
espírito das bem-aventuranças evangélicas, constituem a Magna Carta da
vida cristã que Jesus proclamou no Sermão da Montanha. (395) – O Pai Nosso, resumindo a essência do Evangelho,
sintetiza e hierarquiza as imensas riquezas de oração contidas na Sagrada
Escritura e em toda a vida da Igreja. Esta oração, proposta aos discípulos
pelo próprio Jesus, deixa transparecer a confiança filial e os desejos mais
profundos com os quais uma pessoa pode dirigir-se a Deus. (396) Uma mensagem significativa para a pessoa humana 116. A Palavra de Deus, ao fazer-Se homem, assume
a natureza humana no seu todo, exceto o pecado. Deste modo, Jesus Cristo, que
é a «imagem do Deus invisível » (Col 1,15), é
também homem perfeito. É daí que se compreende que « na realidade, o mistério
do homem só se torna claro verdadeiramente, no mistério do Verbo encarnado ».
(397) A catequese, ao apresentar a mensagem cristã, não
apenas mostra quem é Deus e qual é o seu desígnio salvífico mas, como o
próprio Jesus fez, revela também plenamente o homem ao homem, e lhe descobre
a sua altíssima vocação. (398) A Revelação, de fato, « ...não está isolada da
vida, nem justaposta a ela de maneira artificial. Mas diz respeito ao sentido
último da existência, que ela esclarece totalmente, para inspirá-la e para
examiná-la à luz do Evangelho ». (399) A relação da mensagem cristã com a experiência
humana não é uma simples questão metodológica, mas germina da própria
finalidade da catequese, a qual procura colocar em comunhão a pessoa humana
com Jesus Cristo. Ele, na sua vida terrestre, viveu plenamente a sua
humanidade: « Trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana,
agiu com vontade humana, amou com coração humano ». (400) Portanto, « Tudo o
que Cristo viveu foi para que pudéssemos vivê-lo n'Ele e para que Ele o
vivesse em nós ». (401) A catequese trabalha por esta identidade de
experiência humana entre Jesus Mestre e discípulo e ensina a pensar como Ele,
agir como Ele, amar como Ele. (402) Viver a comunhão com Cristo é fazer
experiência da vida nova da graça. (403) 117. Por este motivo, eminentemente cristológico,
a catequese, apresentando a mensagem cristã, « deve, portanto, trabalhar para
tornar os homens atentos às suas mais importantes experiências, tanto
pessoais quanto sociais, e deve também esforçar-se por submeter à luz do
Evangelho, as interrogações que nascem de tais situações, de modo a estimular
nos próprios homens, um justo desejo de transformar a impostação de suas
existências ». (404) Neste sentido: – Na primeira evangelização, própria do pré-catecumenato
ou da pré-catequese, catequese o anúncio do Evangelho se fará sempre em
íntima conexão com a natureza humana e as suas aspirações, mostrando como ele
satisfaz plenamente o coração humano. (405) – Na catequese bíblica, se ajudará a interpretar
a vida humana atual, à luz das experiências vividas pelo Povo de Israel, por
Jesus Cristo e pela comunidade eclesial, na qual o Espírito de Cristo
ressuscitado vive e opera continuamente. – Na explicitação do Símbolo, a catequese
mostrará como os grandes temas da fé (criação, pecado original, Encarnação,
Páscoa, Pentecostes, escatologia...) são sempre fonte de vida e de luz para o
ser humano. – A catequese moral, ao apresentar no que
consiste a vida digna do Evangelho (406) e ao promover as bem-aventuranças
evangélicas como espírito que permeia o decálogo, radicar-las-á nas virtudes
humanas, presentes no coração do homem. (407) – Na catequese litúrgica, deverá ser constante a
referência às grandes experiências humanas, representadas pelos sinais e
símbolos da ação litúrgica, a partir da cultura judaica e cristã. (408) Princípio metodológico para a apresentação da
mensagem (409) 118. As normas e os critérios apresentados neste
capítulo e « que dizem respeito à apresentação do conteúdo da catequese,
devem estar presentes e ser atuantes nos diversos tipos de catequese:
catequese bíblica e litúrgica, síntese doutrinal, interpretação das situações
concretas da existência humana, etc... ». (410) Destes critérios e normas, todavia, não se pode
deduzir a ordem que se deve observar na exposição dos conteúdos. De fato, « é
possível que a situação presente da catequese ou razões de método ou de
pedagogia aconselhem o predispor a comunicação das riquezas do conteúdo da
catequese de uma determinada maneira em vez de outra ». (411) Pode-se partir
de Deus para chegar a Cristo e vice-versa; da mesma maneira, pode-se partir
do homem para chegar a Deus, e inversamente. A adoção de uma ordem
determinada na apresentação da mensagem, é condicionada pelas circunstâncias
e pela situação de fé de quem recebe a catequese. É preciso encontrar o método pedagógico mais
apropriado às circunstâncias que caracterizam a comunidade eclesial ou os
destinatários concretos aos quais se dirige a catequese. Daí a necessidade de
pesquisar cuidadosamente e de encontrar as vias e modos que melhor respondam
às diversas situações. Cabe aos Bispos, neste campo, oferecer normas
mais precisas e aplicá-las mediante Diretórios Catequéticos, Catecismos para
as diversas idades e condições culturais, e com outros meios considerados
mais oportunos. (412) II CAPÍTULO « Esta é a nossa fé, esta é a
fé da igreja » « Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para
instruir, para refutar, para corrigir e para educar na justiça, a fim de que
o homem de Deus seja perfeito, qualificado para toda boa obra » (2 Tm 3,16). 119. Este capítulo reflete acerca do conteúdo da
catequese tal como ele é exposto pela Igreja nas sínteses de fé que,
oficialmente, elabora e propõe nos seus catecismos. A Igreja sempre se valeu de formulações da fé
que, em forma breve, contêm o essencial daquilo que crê e vive: textos
neotestamentários, símbolos ou profissões, fórmulas litúrgicas, orações
eucarísticas. Mais tarde, considerou-se também conveniente oferecer uma
explicitação mais ampla da fé, na forma de uma síntese orgânica, mediante os
Catecismos que em numerosas Igrejas locais foram elaborados nestes últimos
séculos. Em dois momentos históricos, por ocasião do Concílio de Trento e nos
nossos dias, decidiu-se ser oportuno oferecer uma exposição orgânica da fé,
mediante um Catecismo de caráter universal, como ponto de referência para a
catequese de toda a Igreja. Assim, de fato, quis proceder João Paulo II, com
a promulgação do Catecismo da Igreja Católica, no dia 11 de
outubro de 1992. O presente capítulo procura situar estes
instrumentos oficiais da Igreja, como o são os catecismos, em relação à
atividade ou à prática catequética. Em primeiro lugar, refletir-se-á sobre o
Catecismo da Igreja Católica, procurando esclarecer o papel que lhe cabe no
conjunto da catequese eclesial. Depois, analisar-se-á a necessidade dos
Catecismos locais, que têm o objetivo de adaptar o conteúdo da fé às
diferentes situações e culturas e propor-se-á algumas diretrizes para
facilitar a elaboração dos mesmos. A Igreja, ao contemplar a riqueza de
conteúdo da fé exposta nos instrumentos que os próprios Bispos propõem ao
Povo de Deus, e que, como uma « sinfonia » (413) exprimem aquilo que ela crê,
celebra, vive e proclama: « Esta é a nossa fé, esta é a fé da Igreja ». O Catecismo da Igreja Católica e o Diretório
Geral para a Catequese 120. O Catecismo da Igreja Católica e o Diretório
Geral para a Catequese são dois instrumentos distintos e complementares, a
serviço da ação catequizadora da Igreja. – O Catecismo da Igreja Católica é « uma
exposição da fé da Igreja e da doutrina católica, atestadas e iluminadas
pelas Sagradas Escrituras, pela Tradição Apostólica e pelo Magistério da
Igreja ». (414) – O Diretório Geral para a Catequese é a
proposição dos « fundamentais princípios teológico-pastorais, inspirados no
Magistério da Igreja e, de modo particular, no Concílio Vaticano II, aptos a
poder orientar a coordenação » (415) da atividade catequética na Igreja. Ambos os instrumentos, tomados cada um no seu
próprio gênero e na sua específica autoridade, completam-se mutuamente. – O Catecismo da Igreja Católica é um ato do
Magistério do Papa, com o qual, no nosso tempo, ele sintetiza normativamente,
em virtude de sua autoridade apostólica, a globalidade da fé católica e a
oferece, antes de mais nada, às Igrejas, como ponto de referência para a
exposição autêntica do conteúdo da fé. – O Diretório Geral para a Catequese, por sua
vez, tem o valor que a Santa Sé normalmente atribui a estes instrumentos de
orientação, aprovando-os e confirmando-os. É um subsídio oficial para a
transmissão da mensagem evangélica e para o conjunto do ato catequético. O caráter de complementaridade de ambos os
instrumentos justifica o fato, como dito no Prefácio, que o
presente Diretório Geral para a Catequese não dedique um capítulo à exposição
dos conteúdos da fé, como foi feito no Diretório de 1971, sob o título: «
Os elementos essenciais da mensagem cristã ». (416) Por este motivo,
no que concerne ao conteúdo da mensagem, o Diretório Geral Catequético remete
simplesmente ao Catecismo da Igreja Católica, do qual pretende ser um
instrumento metodológico para a sua aplicação concreta. A apresentação do Catecismo da Igreja Católica
que se expõe a seguir, não é elaborada nem para resumir, nem para justificar
tal instrumento do Magistério, mas sim para facilitar uma melhor compreensão
e recepção do mesmo, na prática catequética. O Catecismo da Igreja Católica Finalidade e natureza do Catecismo da Igreja
Católica 121. É o próprio Catecismo da Igreja Católica a
indicar, no seu Prefácio, a finalidade que o orienta: « Este Catecismo tem o
objetivo de apresentar uma exposição orgânica e sintética dos conteúdos
essenciais e fundamentais da doutrina católica, tanto sobre a fé como sobre a
moral, à luz do Concílio Vaticano II e do conjunto da Tradição da Igreja ».
(417) O Magistério da Igreja, com o Catecismo da Igreja
Católica, quis prestar um serviço eclesial para o nosso tempo,
reconhecendo-o: – « instrumento válido e legítimo a serviço
da comunhão eclesial ». (418) Deseja fomentar o vínculo da
unidade, facilitando nos discípulos de Jesus Cristo, « a profissão de uma
única fé, recebida dos Apóstolos »; (419) – « norma segura para o ensinamento da fé ».(420)
Diante do legítimo direito de todo batizado, de conhecer da Igreja o que ela
recebeu e aquilo em que ela crê, o Catecismo da Igreja Católica oferece uma
resposta clara. É, por isso, um referencial obrigatório para a catequese e
para as demais formas de ministério da Palavra; – « ponto de referência para os catecismos ou
compêndios que são preparados nas diversas regiões ». (421) O Catecismo da
Igreja Católica, de fato, « não é destinado a substituir os catecismos locais
», (422) mas sim « a encorajar e ajudar a redação de novos catecismos locais,
que levem em consideração as diversas situações e culturas, mas que preservem
com cuidado a unidade da fé e a fidelidade à doutrina católica ». (423) A natureza ou caráter próprio deste documento do
Magistério consiste no fato que ele se apresenta como síntese orgânica da fé,
de valor universal. Neste aspecto, difere de outros documentos do Magistério,
os quais não pretendem oferecer tal síntese. É diferente, por outro lado, dos
catecismos locais que, embora na comunhão eclesial, são destinados a servir
uma parte determinada do Povo de Deus. A articulação do Catecismo da Igreja Católica 122. O Catecismo da Igreja Católica se articula
em torno a quatro dimensões fundamentais da vida cristã: a profissão de fé, a
celebração litúrgica, a moral evangélica e a oração. Estas quatro dimensões
nascem de um mesmo núcleo: o mistério cristão. Este: – « é o objeto da fé (primeira parte); – é celebrado e comunicado nas ações litúrgicas (segunda
parte); – é presente para iluminar e amparar os Filhos de
Deus em suas ações (terceira parte); – é fundamento da nossa oração, cuja expressão
privilegiada é o Pai Nosso, e constitui o objeto da nossa
súplica, do nosso louvor e da nossa intercessão (quarta parte) ».(424) Esta articulação quadripartita desenvolve os
aspectos essenciais da fé: – crer em Deus criador, Uno e Trino, e no seu
desígnio salvífico; – ser santificados por Ele, na vida sacramental; – amá-Lo com todo o coração e amar ao próximo
como a nós mesmos; – rezar, na expectativa da vinda do seu Reino e
do encontro face a face com Ele. O Catecismo da Igreja Católica se refere, assim,
à fé crida, celebrada, vivida e pregada, e constitui um chamado à educação
cristã integral. A articulação do Catecismo da Igreja Católica
remete à profunda unidade da vida cristã. Nele se faz explícita a
inter-relação entre « lex orandi », « lex credendi » e «
lex vivendi ». « A liturgia é, ela própria, oração; a confissão da fé
encontra o seu justo posto na celebração do culto. A graça, fruto dos
sacramentos, é a condição insubstituível do agir cristão, assim como a
participação na liturgia da Igreja, requer a fé. Se a fé não se realiza nas
obras, é morta e não pode dar frutos de vida eterna ». (425) Com esta articulação tradicional em torno das
quatro colunas que sustentam a transmissão da fé (símbolo,
sacramentos, decálogo e Pai Nosso), (426) o Catecismo da Igreja Católica
se oferece como referência doutrinal na educação às quatro tarefas basilares
da catequese (427) e para a elaboração dos Catecismos locais, embora não
pretendendo impor, nem àquela primeira, nem a estes últimos, uma configuração
determinada. O modo mais adequado de ordenar os elementos do conteúdo da
catequese deve responder às respectivas circunstâncias concretas, e não deve
ser estabelecido para toda a Igreja, através do Catecismo comum. (428) A
perfeita fidelidade à doutrina católica é compatível com uma rica diversidade
no modo de apresentá-la. A inspiração do Catecismo da Igreja Católica: o
cristocentrismo trinitário e a sublimidade da vocação cristã da pessoa humana 123. O eixo central do Catecismo da Igreja
Católica é Jesus Cristo, « ...o Caminho, a Verdade e a Vida » (Jo 14,6). O Catecismo da Igreja Católica, centrado em Jesus
Cristo, orienta-se em duas direções: em direção a Deus e em direção à pessoa
humana. – O mistério de Deus, Uno e Trino, e a sua
economia salvífica, inspira e hierarquiza, a partir do seu interior, o
Catecismo da Igreja Católica, no seu conjunto e nas suas partes. A profissão
de fé, a liturgia, a moral evangélica e a oração têm, no Catecismo da Igreja
Católica, uma inspiração trinitária, que atravessa toda a obra, como fio
condutor. (429) Este elemento inspirador central contribui a dar ao texto um
profundo caráter religioso. – O mistério da pessoa humana é apresentado nas
páginas do Catecismo da Igreja Católica, sobretudo em alguns capítulos
particularmente significativos: « O homem é capaz de Deus », « A criação do
homem », « O Filho de Deus se fez homem », « A vocação do homem é a vida no
Espírito »... e outros ainda. (430) Esta doutrina, contemplada à luz da
natureza humana de Jesus, homem perfeito, mostra a altíssima vocação e o
ideal de perfeição a que cada pessoa humana é chamada. Na verdade, toda a doutrina do Catecismo da
Igreja Católica pode ser sintetizada neste pensamento conciliar: « Na mesma
revelação do mistério do Pai e de Seu amor, Cristo manifesta plenamente o
homem ao próprio homem e lhe descobre a sua altíssima vocação ». (431) O gênero literário do Catecismo da Igreja
Católica 124. É importante descobrir o gênero literário do
Catecismo da Igreja Católica, para respeitar a função que a autoridade da
Igreja lhe atribui, no exercício e na renovação da atividade catequética dos
nossos dias. Os traços principais que definem o gênero
literário do Catecismo da Igreja Católica são: – O Catecismo da Igreja Católica é, antes de mais
nada, um catecismo; ou seja, um texto oficial do Magistério da Igreja que,
com autoridade, reúne, de forma precisa, na forma de síntese orgânica, os
eventos e as verdades salvíficas fundamentais, que exprimem a fécomum do povo
de Deus e constituem a indispensável referência de base para a catequese. – Pelo fato de ser um catecismo, o Catecismo da
Igreja Católica encerra aquilo que é basilar e comum à vida cristã, sem
apresentar como pertencentes à fé interpretações particulares, que não são
senão hipóteses pessoais ou opiniões de alguma escola teológica. (432) – O Catecismo da Igreja Católica é, além disso,
um Catecismo de caráter universal, oferecido a toda a Igreja. Nele se
apresenta uma síntese atualizada da fé, que incorpora a doutrina do Concílio
Vaticano II e as interrogações religiosas e morais da nossa época. Todavia, «
pela sua própria finalidade, este Catecismo não se propõe realizar as
adaptações da exposição e dos métodos catequéticos exigidos pelas diferenças
de culturas, de idades, da vida espiritual, de situações sociais e eclesiais
daqueles a quem a catequese é dirigida. Tais adaptações indispensáveis
adaptações cabem aos catecismos apropriados e, ainda mais aos que ministram
instrução aos fiéis ». (433) O « Depósito da fé » e o Catecismo da Igreja
Católica 125. O Concílio Vaticano II se propôs como objetivo
principal, o de melhor conservar e apresentar o precioso depósito da doutrina
cristã, para torná-lo mais acessível aos fiéis de Cristo e a todos os homens
de boa vontade. O conteúdo de tal depósito é a Palavra de Deus,
conservada na Igreja. O Magistério da Igreja, tendo-se proposto a finalidade
de elaborar um texto de referência para o ensinamento da fé, escolheu deste
precioso tesouro coisas novas e coisas antigas, que considerou mais
convenientes para a finalidade prefixada. O Catecismo da Igreja Católica se
apresenta, assim, como um serviço fundamental: favorecer o anúncio do
Evangelho e o ensinamento da fé, que recebem a sua mensagem do depósito da
Tradição e da Sagrada Escritura confiado à Igreja, para que se realizem com
total autenticidade. O Catecismo da Igreja Católica não é a única fonte da
catequese, uma vez que, como ato do Magistério, não é superior à Palavra de
Deus, mas a Ela serve. Todavia, é um ato particularmente relevante de
interpretação autêntica desta Palavra, em vista do anúncio e da transmissão
do Evangelho, em toda a sua verdade e pureza. 126. À luz desta relação entre Catecismo da
Igreja Católica e o depósito da fé, convém esclarecer duas questões de vital
importância para a catequese: – a relação entre a Sagrada Escritura e o Catecismo
da Igreja Católica, como pontos de referência para o conteúdo da catequese; – a relação entre a Tradição catequética dos
Padres da Igreja, com a sua riqueza de conteúdos, e de compreensão do
processo catequético, e o Catecismo da Igreja Católica. A Sagrada Escritura, o Catecismo da Igreja
Católica e a catequese 127. A Constituição Dei Verbum, do
Concílio Vaticano II, sublinhou a importância fundamental da Sagrada
Escritura na vida da Igreja. Ela é apresentada, junto com a Sagrada Tradição,
como « regra suprema da fé », já que transmite imutavelmente « a própria
palavra de Deus » e faz « ressoar nas palavras dos Profetas e dos Apóstolos a
voz do Espírito Santo ». (434) Por isso, a Igreja quer que em todo o
ministério da Palavra, a Sagrada Escritura tenha uma posição proeminente. A
catequese, em síntese, deve ser « uma autêntica introdução à "lectio
divina", isto é, à leitura da Sagrada Escritura feita "segundo
o Espírito" que habita na Igreja ». (435) Neste sentido, « falar da Tradição e da Escritura
como fonte da catequese, quer dizer sublinhar que esta última deve embeber-se
e permear-se com o pensamento, com o espírito e com as atitudes bíblicas e
evangélicas, mediante um assíduo contato com tais textos; mas significa
também, recordar que a catequese será tanto mais rica e eficaz, quanto mais
ler os textos com a inteligência e o coração da Igreja ». (436) Nesta leitura
eclesial da Escritura, feita à luz da Tradição, o Catecismo da Igreja
Católica desempenha um papel muito importante. 128. A Sagrada Escritura e o Catecismo da Igreja
Católica se apresentam como dois instrumentos fundamentais para inspirar toda
a ação catequizadora da Igreja no nosso tempo. – A Sagrada Escritura, de fato, como « palavra de
Deus escrita sob a inspiração do Espírito Santo » (437) e o Catecismo da
Igreja Católica, enquanto relevante expressão atual da Tradição viva da
Igreja e norma segura para o ensinamento da fé, são chamados, cada um a seu
próprio modo e segundo a sua específica autoridade, a fecundar a catequese na
Igreja contemporânea. – A catequese transmite o conteúdo da Palavra de
Deus, segundo as duas modalidades com que a Igreja o possui, o interioriza e
o vive: como narração da História da Salvação e como explicitação do Símbolo
da fé. A Sagrada Escritura e o Catecismo da Igreja Católica devem inspirar
tanto a catequese bíblica quanto a catequese doutrinal, que veiculam este
conteúdo da Palavra de Deus. – No desenvolvimento ordinário da catequese, é
importante que os catecúmenos e os catequizandos possam valer-se tanto da
Sagrada Escritura quanto do Catecismo local. A catequese, enfim, não é senão
a transmissão, vital e significativa, destes « documentos de fé ». (438) A Tradição catequética dos Santos Padres e o
Catecismo da Igreja Católica 129. No depósito da fé, juntamente
com a Escritura, está contida toda a Tradição da Igreja. « As asserções dos
Santos Padres atestam a vivificante presença desta Tradição, cujas riquezas
se transfundem na praxe e na vida da Igreja crente e orante ». (439) Em referência a tanta riqueza doutrinal e
pastoral, alguns aspectos merecem atenção: – A importância decisiva que os Padres atribuem
ao catecumenato batismal na configuração das Igrejas particulares. – A progressiva e gradual concepção da formação
cristã, estruturada em etapas. (440) Os Padres configuram o catecumenato,
inspirando-se na pedagogia divina. No processo catecumenal, o catecúmeno,
como o Povo de Israel, percorre um caminho para chegar à terra prometida: a
identificação batismal com Cristo. (441) – A estruturação do conteúdo da catequese segundo
as etapas daquele processo. Na catequese patrística, a narração da história
da salvação tinha um papel primário. Em meados do período da Quaresma, se
procedia às entregas do Símbolo e do Pai Nosso e
à explicação dos mesmos, com todas as suas implicações morais. A catequese
mistagógica, uma vez celebrados os sacramentos da iniciação, ajudava a
interiorizá-los e a saboreá-los. 130. O Catecismo da Igreja Católica, por sua vez,
leva à catequese a grande tradição dos catecismos. (442) Da grande riqueza
desta tradição, também aqui cabe sublinhar alguns aspectos: – A dimensão cognoscitiva ou verídica da fé. Esta
não é somente adesão vital a Deus, mas também assentimento do intelecto e da
vontade à verdade revelada. Os catecismos recordam constantemente à Igreja, a
necessidade de que os fiéis, ainda que de forma simples, tenham um
conhecimento orgânico da fé. – A educação à fé, bem radicada em todas as suas
fontes, abraça diferentes dimensões: uma fé professada, celebrada, vivida e
orada. A riqueza da tradição patrística e daquela dos
catecismos conflui na atual catequese da Igreja, enriquecendo-a, tanto na
suaprópria concepção, quanto nos seus conteúdos. Recordam à catequese os sete
elementos basilares que a configuram: as três etapas da narração da história
da salvação: o Antigo Testamento, a vida de Jesus Cristo e a História da
Igreja; e as quatro colunas da exposição: o Símbolo, os Sacramentos, o
Decálogo e o Pai Nosso. Com estas sete pedras fundamentais, base
tanto de todo o processo da catequese de iniciação como do itinerário
contínuo do amadurecimento cristão, podem-se construir edifícios de diversa
arquitetura ou articulação, segundo os destinatários ou as diferentes
situações culturais. Os Catecismos nas Igrejas locais Os Catecismos locais: a sua necessidade (443) 131. O Catecismo da Igreja Católica é oferecido a
todos os fiéis e a cada homem que queira conhecer aquilo em que crê a Igreja
Católica (444) e, de maneira toda especial, « é destinado a encorajar e
ajudar a redação de novos Catecismos locais, que levem em consideração as
diversas situações e culturas, mas que preservem com cuidado a unidade da fé
e a fidelidade à doutrina católica ». (445) Os Catecismos locais, de fato, elaborados ou
aprovados pelos Bispos diocesanos ou pelas Conferências dos Bispos, (446) são
inestimáveis instrumentos para a catequese « chamada a levar a força do
Evangelho ao coração da cultura e das culturas ». (447) Por esta razão, João
Paulo II dirigiu « um fervoroso encorajamento às Conferências dos Bispos de
todo o mundo: que elas tomem a iniciativa, com paciência mas ao mesmo tempo
com firme resolução, daquele grande trabalho a ser realizado, de acordo com a
Sé Apostólica, qual é o de preparar verdadeiros catecismos, fiéis aos
conteúdos essenciais da Revelação e atualizados no que se refere ao método,
em condições de educar para uma fé vigorosa, as gerações cristãs dos tempos
novos ». (448) Por meio dos Catecismos locais, a Igreja atualiza
a « pedagogia divina » (449) que Deus utilizou na Revelação, adaptando a sua
linguagem à nossa natureza, com próvida solicitude. (450) Nos Catecismos
locais, a Igreja comunica o Evangelho de maneira acessível à pessoa humana, a
fim de que esta possa realmente apreendê-lo como Boa Nova de
salvação. Os Catecismos locais se convertem, assim, em expressão palpável da
admirável « condescendência » (451) de Deus e do seu amor« inefável » (452)
pelo mundo. O gênero literário de um Catecismo local 132. Três são os traços principais que
caracterizam todo catecismo, assumido como próprio por uma Igreja local: o
seu caráter oficial, a síntese orgânica e básica da fé que apresenta, e o
fato de que seja oferecido, juntamente com as Sagradas Escrituras, como ponto
de referência para a catequese: – O Catecismo local, de fato, é texto oficial da
Igreja. De algum modo, ele torna visível a « entrega do Símbolo » e a «
entrega do Pai Nosso » aos catecúmenos e aos batizandos. Por isso, é a
expressão de um ato de tradição. O caráter oficial do Catecismo local estabelece
uma distinção qualitativa em referência aos outros instrumentos de trabalhos,
úteis na pedagogia catequética (textos didáticos, catecismos não
oficiais, guias para os catequistas...) – Além disso, todo Catecismo é um texto de
caráter sintético e básico, no qual se apresenta, de maneira orgânica e no
respeito pela « hierarquia das verdades », os eventos e as verdades
fundamentais do mistério cristão. – O Catecismo local apresenta, na sua
organicidade, « um conjunto dos documentos da Revelação e da tradição cristã,
(1)que são oferecidos na rica diversidade de « linguagens » em que se exprime
a Palavra de Deus. O Catecismo local se oferece, enfim, como ponto
de referência que inspira a catequese. A Sagrada Escritura e o Catecismo são
os dois documentos doutrinais de base no processo de catequização, a serem
mantidos sempre à mão. Embora sendo, tanto um quanto outro, instrumentos de
primária importância, não são, todavia, os únicos: são necessários, de fato,
outros instrumentos de trabalho mais imediatos. (2) Por isso, é legítimo perguntar-se
se um Catecismo oficial deva conter elementos pedagógicos ou, ao contrário,
deva limitar-se a ser apenas uma síntese doutrinal, oferecendo somente as
fontes. Em todo caso, sendo o Catecismo um instrumento
para o ato catequético, que é ato de comunicação, responde sempre a uma certa
inspiração pedagógica e deve sempre fazer transparecer, nos limites do seu
gênero, a pedagogia divina. As questões mais claramente metodológicas são,
ordinariamente, mais consoantes a outros instrumentos. Os aspectos da adaptação num Catecismo
local (3) 133. O Catecismo da Igreja Católica indica quais
são os aspectos que devem ser levados em consideração no momento de adaptar
ou contextualizar a síntese orgânica da fé, que todo Catecismo local deve
oferecer. Esta síntese da fé deve realizar as adaptações que são exigidas «
pelas diferenças de culturas, de idades, da vida espiritual, de situações
sociais e eclesiais daqueles a quem a catequese é dirigida ».(4) Também o
Concílio Vaticano II afirma com ênfase a necessidade de adaptar a mensagem
evangélica: « Esta maneira apropriada de proclamar a palavra revelada deve
permanecer como lei de toda a evangelização ».(5) Por isso: – Um Catecismo local deve apresentar a síntese da
fé em referência à cultura concreta em que se encontram os catecúmenos e os
catequizandos. Incorporará, portanto, todas aquelas « expressões originais de
vida, de celebração e de pensamento que são cristãos » (6) e que nasceram da
própria tradição cultural e são fruto do trabalho e da inculturação da Igreja
local. – Um Catecismo local, « fiel à mensagem e fiel à
pessoa humana »,(7) apresenta o mistério cristão de modo significativo e
próximo à psicologia e à mentalidade da idade do destinatário concreto e,
conseqüentemente, em clara referência às experiências fundamentais da sua
vida.(8) – É preciso cuidar de modo especial a forma
concreta de viver o fato religioso numa determinada sociedade. Não é a mesma
coisa fazer um Catecismo para um ambiente caracterizado pela indiferença
religiosa, e fazê-lo para outro, cujo contexto é profundamente religioso.(9)
A relação « fé-ciência » deve ser tratada com muito cuidado em cada
Catecismo. – A problemática social circunstante, ao menos no
que diz respeito aos elementos estruturais mais profundos (econômicos,
políticos, familiares...) é um fator muito importante para contextualizar o
Catecismo. Inspirando-se na doutrina social da Igreja, o Catecismo saberá
oferecer critérios, motivações e linhas de ação que iluminem a presença
cristã em meio a tal problemática.(10) – Finalmente, a situação eclesial concreta, que a
Igreja particular vive, é sobretudo o contexto obrigatório ao qual o
Catecismo deve referir-se. Obviamente, não as situações conjunturais, às
quais se provê mediante outros documentos magisteriais, mas sim a situação
permanente, que postula uma evangelização com acentos mais específicos e
determinados.(11) A criatividade das Igrejas locais em relação à
elaboração dos Catecismos 134. As Igrejas locais, na tarefa de adaptar,
contextualizar e inculturar a mensagem evangélica às diferentes idades,
situações e culturas, por meio dos Catecismos, necessitam de uma criatividade
segura e madura. Do depositum fidei confiado à Igreja, as
Igrejas locais devem selecionar, estruturar e exprimir, sob a orientação do
Espírito Santo, Mestre interior, todos aqueles elementos com que transmitir o
Evangelho, na sua completa autenticidade, numa determinada situação. Nesta árdua tarefa, o Catecismo da Igreja
Católica é « ponto de referência » para garantir a unidade da fé. O presente
Diretório Geral para a Catequese, por sua vez, oferece os critérios basilares
que devem orientar a apresentação da mensagem cristã. 135. Na elaboração dos Catecismos locais, é
conveniente recordar o seguinte: – Trata-se, antes de mais nada, de elaborar verdadeiros
Catecismos adaptados e inculturados. Neste sentido, é conveniente distinguir
entre um Catecismo que adapta a mensagem cristã às diferentes idades,
situações e culturas, e o que é uma mera síntese do Catecismo da Igreja
Católica, como instrumento de introdução ao estudo do mesmo. São dois gêneros
diferentes.(12) – Os Catecismos locais podem ter caráter
diocesano, regional ou nacional.(13) – Em relação à estruturação dos conteúdos, os
diversos Episcopados publicam, de fato, Catecismos com diversas articulações
ou configurações. Como já foi dito, o Catecismo da Igreja Católica foi
proposto como referência doutrinal, mas não se quer, com ele, impor a toda a
Igreja uma determinada configuração de Catecismo. Assim, existem Catecismos
com uma configuração trinitária, outros são estruturados segundo as etapas da
salvação, outros segundo um tema bíblico e teológico de grande
densidade (Aliança, Reino de Deus, etc.), outros segundo a
dimensão da fé, e outros, ainda, seguindo o ano litúrgico. – Quanto à maneira de exprimir a mensagem
evangélica, a criatividade de um Catecismo incide também sobre a própria
formulação do conteúdo.(14) Evidentemente, um Catecismo deve permanecer fiel
ao depósito da fé, no seu método de exprimir a substância doutrinal da
mensagem cristã. « As Igrejas particulares profundamente amalgamadas não
apenas com as pessoas, mas também com as aspirações, as riquezas e os
limites, os modos de rezar, de amar e de considerar a vida e o mundo, que
distinguem um determinado ambiente humano, têm a tarefa de assimilar a
essencial mensagem evangélica, de transfundi-la sem a mínima alteração da sua
verdade fundamental, na linguagem compreendida por estes homens e, a seguir,
de anunciá-lo na mesma linguagem ».(15) O princípio a seguir, nesta delicada tarefa, é o
que ensina o Concílio Vaticano II: « descobrir a maneira mais apropriada de
comunicar a doutrina aos homens de seu tempo, porque uma coisa é o próprio
depósito da fé ou as verdades, e outra é o modo de enunciá-las, conservando-se
contudo o mesmo sentido e o mesmo significado ».(16) O Catecismo da Igreja Católica e os Catecismos
locais: a sinfonia da fé 136. O Catecismo da Igreja Católica e os
Catecismos locais, naturalmente com a específica autoridade de cada um,
formam uma unidade. São a expressão concreta da « unidade na mesma fé
apostólica »(17) e, ao mesmo tempo, da rica diversidade de formulação da
mesma fé. O Catecismo da Igreja Católica e os Catecismos
locais, juntos, a quem contempla a sua harmonia, exprimem a « sinfonia » da
fé: antes de mais nada, uma sinfonia interna ao próprio Catecismo da Igreja
Católica, elaborado com a colaboração de todo o Episcopado da Igreja
Católica; e uma sinfonia dele derivada e expressa nos Catecismos locais. Esta
« sinfonia », este « coro de vozes da Igreja Universal » (18) manifestada nos
Catecismos locais, fiéis ao Catecismo da Igreja Católica, tem um significado
teológico importante: – Manifesta, antes de mais nada, a catolicidade
da Igreja. As riquezas culturais dos povos se incorporam na expressão da fé
da única Igreja. – O Catecismo da Igreja Católica e os Catecismos
locais manifestam também a comunhão eclesial da qual a « profissão da mesma
fé » (19) é um dos vínculos visíveis. As Igrejas particulares, « nas quais e
pelas quais existe a Igreja Católica una e única », (20) formam com o todo,
com a Igreja universal, « uma peculiar relação de mútua interiorização ».
(21) A unidade entre o Catecismo da Igreja Católica e os Catecismos locais
torna visível esta comunhão. – O Catecismo da Igreja Católica e os Catecismos
locais exprimem, igualmente, de maneira evidente, a realidade da
colegialidade episcopal. Os Bispos, cada qual na sua diocese e juntos como
colégio, em comunhão com o Sucessor de Pedro, têm a máxima responsabilidade
pela catequese na Igreja.(22) O Catecismo da Igreja Católica e os Catecismos
locais, por sua profunda unidade e rica diversidade, são chamados a ser o
fermento renovador da catequese na Igreja. Ao contemplá-los com olhar
católico e universal, a Igreja, isto é, toda a comunidade dos discípulos de
Cristo, poderá dizer verdadeiramente: « Esta é a nossa fé, esta é a fé da
Igreja ». III PARTE A PEDAGOGIA DA FÉ A Pedagogia da fé « Fui eu, contudo, quem ensinou Efraim a
caminhar, eu os tomei em meus braços... Com vínculos humanos eu os atraía,
com laços de amor eu era para eles como os que levantam uma criancinha contra
o seu rosto, eu me inclinava para ele e o alimentava » (Os 11,3-4). « Só tendes um Mestre, o Cristo » (Mt 23,10) 137. Jesus cuidou atentamente da formação dos
discípulos que enviou em missão. Propôs-Se a eles como único Mestre e, ao
mesmo tempo, amigo paciente e fiel, (23) exerceu um real ensinamento mediante
toda a sua vida, (24) estimulando-os com oportunas perguntas, (25)
explicou-lhes de maneira aprofundada aquilo que anunciava à multidão, (26)
introduziu-os na oração, (27) mandou-os fazer um tirocínio missionário, (28)
primeiro prometeu e depois enviou o Espírito de seu Pai, para que os guiasse
à verdade na sua totalidade, (29) e os amparou nos inevitáveis momentos difíceis.
(30) Jesus Cristo é o « Mestre que revela Deus aos homens e revela o homem a
si mesmo; o Mestre que salva, santifica e guia, que está vivo, fala,
desperta, comove, corrige, julga, perdoa e marcha todos os dias conosco,
pelos caminhos da história; o Mestre que vem e que há-de vir na glória ».
(31) Em Jesus Senhor e Mestre, a Igreja encontra a graça transcendente, a
inspiração permanente, o modelo convincente para toda comunicação da fé. Significado e finalidade desta parte 138. Na escola de Jesus Mestre, o catequista une
estreitamente a sua ação de pessoa responsável, com a ação misteriosa da
graça de Deus. A catequese é, por isso, exercício de uma « pedagogia original
da fé ».(32) A transmissão do Evangelho através da Igreja é,
antes de mais nada e sempre, obra do Espírito Santo, e tem na revelação, o
testemunho e a norma fundamental (Capítulo I). Mas o Espírito se vale de pessoas que recebem a
missão do anúncio evangélico e cujas competências e experiências humanas
entram na pedagogia da fé. Daí nasce um conjunto de questões amplamente
tocadas, na história da catequese, no que diz respeito ao ato catequético, às
fontes, aos métodos, aos destinatários e ao processo de inculturação. No segundo capítulo, não se pretende apresentar
uma abordagem exaustiva, mas sim expor somente aqueles pontos que hoje se
mostram como de particular importância para toda a Igreja. Caberá aos vários
diretórios e aos outros instrumentos de trabalho das Igrejas particulares,
afrontar os problemas específicos, de maneira apropriada. I CAPÍTULO A pedagogia de Deus, fonte e
modelo da pedagogia da fé (33) A pedagogia de Deus 139. « Deus vos trata como filhos. Ora, qual é o
filho a quem seu pai não corrige? » (Hb 12,7). A salvação da
pessoa, que é o fim da revelação, se manifesta como fruto também de uma
original e eficaz « pedagogia de Deus » ao longo da história. Analogicamente
ao uso humano e segundo as categorias culturais do tempo, Deus, na Escritura,
é visto como um pai misericordioso, um mestre, um sábio(34) que assume a
pessoa, indivíduo e comunidade, na condição em que se encontra, livra-a dos
laços com o mal, a atrai a Si com vínculos de amor, faz com que ela cresça
progressiva e pacientemente até à maturidade de filho livre, fiel e obediente
à sua palavra. Com este objetivo, como educador genial e providente, Deus
transforma os acontecimentos da vida do seu povo em lições de sabedoria, (35)
adaptando-Se às diversas idades e situações de vida. A este Povo, confia
palavras de instrução e catequese que são transmitidas de geração em geração,
(36) adverte com a recordação do prêmio e do castigo, torna formativas as
próprias provas e sofrimentos. (37) Verdadeiramente, fazer encontrar uma
pessoa com Deus, que é tarefa do catequista, significa colocar no centro e
fazer própria, a relação que Deus tem com a pessoa e deixar-se guiar por Ele. A pedagogia de Cristo 140. Vinda a plenitude dos tempos, Deus mandou à
humanidade Seu Filho, Jesus Cristo. Ele trouxe ao mundo o supremo dom da
salvação, realizando a sua missão de redentor, no âmbito de um processo que
continuava a « pedagogia de Deus » com a perfeição e a eficácia intrínsecas à
novidade de sua pessoa. Das suas palavras, sinais e obras, ao longo de toda a
sua breve mas intensa vida, os discípulos fizeram experiência direta das
diretrizes fundamentais da « pedagogia de Jesus », indicando-as, depois, nos
Evangelhos: o acolhimento do outro, em particular do pobre, da criança, do
pecador, como pessoa amada e querida por Deus; o anúncio genuíno do Reino de
Deus como boa nova da verdade e da consolação do Pai; um estilo de amor
delicado e forte, que livra do mal e promove a vida; o convite premente a uma
conduta amparada pela fé em Deus, pela esperança no reino e pela caridade
para com o próximo; o emprego de todos os recursos da comunicação
interpessoal tais como a palavra, o silêncio, a metáfora, a imagem, o exemplo
e tantos sinais diversos, como o faziam os profetas bíblicos. Convidando os
discípulos a segui-Lo totalmente e sem nostalgias, (38) Cristo entrega-lhes a
sua pedagogia da fé como plena compartilha da sua causa e do seu destino. A pedagogia da Igreja 141. Desde o princípio, a Igreja, que « é em
Cristo como que um sacramento », (39) tem vivido a sua missão como
prosseguimento visível e atual da pedagogia do Pai e do Filho. Ela, « sendo
nossa Mãe, é também educadora da nossa fé ».(40) São estas as razões profundas, pelas quais a
comunidade cristã é, em si mesma, uma catequese viva. Por aquilo que é,
anuncia e celebra, opera e permanece sempre o lugar vital, indispensável e
primário da catequese. A Igreja produziu, ao longo dos séculos, um
incomparável tesouro de pedagogia da fé: antes de mais nada, o testemunho de
catequistas e de santos. Uma variedade de vias e formas originais de
comunicação religiosa, como o catecumenato, os catecismos, os itinerários de
vida cristã; um precioso patrimônio de ensinamentos catequéticos, de cultura
da fé, de instituições e de serviços da catequese. Todos estes aspectos fazem
a história da catequese e entram, a pleno título, na memória da comunidade e
na praxe do catequista. A pedagogia divina, ação do Espírito Santo em
todo cristão 142. « Feliz o homem a quem corriges,
Iahweh, e a quem ensinas por meio de tua lei » (Sl 94,12).
Na escola da Palavra de Deus acolhida na Igreja, graças ao dom do Espírito
Santo enviado por Cristo, o discípulo cresce como o seu Mestre, « em
sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e diante dos homens » (Lc 2,52)
e é ajudado a desenvolver em si a « educação divina » recebida, mediante a
catequese e os recursos da ciência e da experiência. (41) Deste modo,
conhecendo sempre mais o mistério da salvação, aprendendo a adorar a Deus Pai
e « vivendo na verdade segundo a caridade », procura crescer « em tudo em
direção àquele que é a cabeça, Cristo » (Ef 4,15). A pedagogia de Deus pode-se dizer realizada
quando o discípulo atinge « o estado de Homem Perfeito, à medida da estatura
da plenitude de Cristo » (Ef 4,13). Por isso, não se pode ser
mestres e pedagogos da fé alheia, se não se é discípulo convicto e fiel a
Cristo na Sua Igreja. Pedagogia divina e catequese 143. A catequese, enquanto comunicação da divina
revelação, inspira-se radicalmente na pedagogia de Deus como se desvela em
Cristo e na Igreja, acolhe os seus parâmetros constitutivos e, sob a guia do
Espírito Santo, faz uma sábia síntese da mesma, favorecendo assim, uma
verdadeira experiência de fé, um encontro filial com Deus. Deste modo, a
catequese: – é uma pedagogia que se insere no « diálogo de
salvação » entre Deus e a pessoa e, além de servir a este diálogo, ressalta
devidamente a destinação universal de tal salvação; no que diz respeito a
Deus, sublinha a iniciativa divina, a motivação amorosa, a gratuidade, o
respeito pela liberdade; no que diz respeito ao homem, evidencia a dignidade
do dom recebido e a exigência de crescer continuamente neste; (42) – aceita o princípio da progressividade da
Revelação, a transcendência e a conotação misteriosa da Palavra de Deus,
assim como também a sua adaptação às diversas pessoas e culturas; – reconhece a centralidade de Jesus Cristo,
Palavra de Deus feita homem, que determina a catequese como « pedagogia da
encarnação », razão pela qual o Evangelho deve ser proposto sempre para a
vida e na vida das pessoas; – valoriza a experiência comunitária da fé,
própria do Povo de Deus, da Igreja; – radica-se na relação interpessoal e faz próprio
o processo de diálogo; – faz-se pedagogia de sinais, onde se entrelaçam
fatos e palavras, ensinamento e experiência; (43) – sendo o amor de Deus a razão última da sua
revelação, é do inexaurível amor divino, que é o Espírito Santo, que a
catequese recebe a sua força de verdade e o constante empenho de dar
testemunho do mesmo. (44) A catequese configura-se assim, como processo,
itinerário ou caminho na seqüela do Cristo do Evangelho, no Espírito, rumo ao
Pai, caminho este empreendido para alcançar a maturidade da fé « pela medida
do dom de Cristo » (Ef 4,7) e as possibilidades e as necessidades
de cada um. Pedagogia original da fé (45) 144. A catequese, que é portanto pedagogia da fé
em ato, ao realizar as suas tarefas, não pode deixar-se inspirar por
considerações ideológicas, ou por interesses puramente humanos, (46) não
confunde o agir salvífico de Deus, que é pura graça, com o agir pedagógico do
homem, nem tampouco os contrapõe e separa. É o diálogo que Deus vai tecendo
amorosamente com cada pessoa, que se torna sua inspiração e sua norma; dele,
a catequese se torna « eco » incansável, buscando continuamente o diálogo com
as pessoas, segundo as grandes indicações oferecidas pelo Magistério da
Igreja. (47) Objetivos precisos que inspiram as suas escolhas
metodológicas são: – promover uma progressiva e coerente síntese
entre a plena adesão do homem a Deus (fides qua) e os conteúdos
da mensagem cristã (fides quae); – desenvolver todas as dimensões da fé, razão
pela qual esta se traduz em fé conhecida, celebrada. vivida e rezada; (48) – impulsionar a pessoa a se entregar « livre e
totalmente a Deus »: (49) inteligência, vontade, coração, memória; – ajudar a pessoa a distinguir a vocação à qual o
Senhor a chama. A catequese realiza assim, uma obra de iniciação,
de educação e de ensinamento ao mesmo tempo. Fidelidade a Deus e fidelidade à pessoa (50) 145. Jesus Cristo é a viva e perfeita relação de
Deus com o homem e do homem com Deus. D'Ele, a pedagogia da fé recebe uma «
lei que é fundamental para toda a vida da Igreja » e, portanto, da catequese:
« a lei da fidelidade a Deus e da fidelidade ao homem, numa única atitude de
amor ». (51) Será, portanto, genuína, aquela catequese que
ajudar a perceber a ação de Deus ao longo do caminho formativo, favorecendo
um clima de escuta, de ação de graças e de oração (52) e, ao mesmo tempo,
visar a livre resposta das pessoas, promovendo a participação ativa dos
catequizandos. A « condescendência de Deus »,(53) escola
para a pessoa 146. Querendo falar aos homens como a amigos,
(54) Deus manifesta a sua pedagogia, de modo particular, adaptando com
solícita providência, a sua Palavra à nossa condição terrena. (55) Isso comporta, para a catequese, a tarefa jamais
concluída de encontrar uma linguagem capaz de comunicar a palavra de Deus e o
Credo da Igreja, que é o seu desenvolvimento, nas variadas condições dos
ouvintes, (56) mantendo, ao mesmo tempo, a certeza de que, por graça de Deus,
isso pode ser feito, e que o Espírito Santo dá a alegria de fazê-lo. Por isso, indicações pedagógicas adequadas à
catequese são aquelas que permitem comunicar a totalidade da Palavra de Deus
no coração da existência das pessoas. (57) Evangelizar educando e educar evangelizando (58) 147. Inspirando-se continuamente na pedagogia da
fé, o catequista configura o seu serviço como qualificado caminho educativo,
ou seja, de um lado ajuda a pessoa a se abrir à dimensão religiosa da vida,
e, por outro lado, propõe o Evangelho a essa mesma pessoa, de tal maneira que
ele penetre e transforme os processos de inteligência, de consciência, de
liberdade e de ação, de modo a fazer da existência um dom de si a exemplo de
Jesus Cristo. Com este objetivo, o catequista conhece e se vale
da contribuição das ciências da educação, cristãmente compreendidas. II CAPÍTULO Elementos de metodologia A diversidade de métodos na catequese (59) 148. Na transmissão da fé, a Igreja não possui um
método próprio, nem um método único, mas sim, à luz da pedagogia de Deus,
discerne os métodos do tempo, assume com liberdade de espírito « tudo o que é
verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, honroso, virtuoso ou que de qualquer
modo mereça louvor » (Fl 4,8), em síntese, todos os elementos que
não estão em contraste com o Evangelho, e os coloca a serviço deste.
Admirável confirmação disso encontra-se na história da Igreja, onde tantos
carismas de serviço da Palavra geraram variados percursos metodológicos. Desta
forma, « a variedade dos métodos é um sinal de vida e uma riqueza », e, ao
mesmo tempo, uma demonstração de respeito pelos destinatários. Tal variedade
é exigida pela « idade e pelo desenvolvimento intelectual dos cristãos, pelo
seu grau de maturidade eclesial e espiritual e por muitas outras
circunstâncias pessoais ». (60) A metodologia catequética tem como objetivo
unitário, a educação para a fé; vale-se das ciências pedagógicas e da
comunicação, aplicadas à catequese; leva em consideração as numerosas e
notáveis aquisições da catequética contemporânea. A relação conteúdo-método na catequese (61) 149. O princípio da « fidelidade a Deus e
fidelidade ao homem » leva a evitar toda contraposição ou separação
artificial, ou ainda presumível neutralidade entre método e conteúdo,
afirmando, pelo contrário, a sua necessária correlação e interação. O
catequista reconhece que o método está a serviço da revelação e da conversão
(62) e, portanto, é necessário valer-se dele. Por outro lado, o catequista
sabe que o conteúdo da catequese não é indiferente a qualquer método, mas sim
exige um processo de transmissão adequado à natureza da mensagem, às suas
fontes e linguagens, às concretas circunstâncias da comunidade eclesial, à
condição de cada um dos fiéis aos quais a catequese se dirige. Pela intrínseca importância tanto na tradição
quanto na atualidade catequética, merecem ser recordados os métodos de
aproximação à Bíblia, (63) o método ou « pedagogia do documento », do Símbolo
em particular, uma vez que « a catequese é transmissão dos documentos da fé
», (64) o método dos sinais litúrgicos e eclesiais, o método próprio dos
meios de comunicação. Um bom método catequético é garantia de fidelidade ao
conteúdo. Método indutivo e dedutivo (65) 150. A comunicação da fé na catequese é um evento
de graça, realizado pelo encontro da Palavra de Deus com a experiência da
pessoa, se exprime através de sinais sensíveis e, finalmente, abre ao
mistério. Pode realizar-se por vias diversas, nem sempre completamente
conhecidas por nós. De acordo com a história da catequese, hoje se
fala comumente de via indutiva e dedutiva. O método indutivo consiste na
apresentação de fatos (eventos bíblicos, atos litúrgicos, eventos da vida da
Igreja e da vida cotidiana...) com o objetivo de discernir o significado que
eles podem ter na revelação divina. É uma via que oferece grandes vantagens,
porque é conforme à economia da revelação; corresponde a uma profunda
instância do espírito humano, de chegar ao conhecimento das coisas
inteligíveis através das coisas visíveis; e é, também, conforme às
características do conhecimento da fé, que é conhecimento através dos sinais. O método indutivo não exclui, antes pelo
contrário, exige o método dedutivo, que explica e descreve os fatos, a partir
de suas causas. Mas a síntese dedutiva terá pleno valor somente quando tiver
sido realizado o processo indutivo. (66) 151. Outro é o sentido a ser dado, quando nos
referimos aos percursos operativos: um é chamado também « kerigmático »
(ou descendente), quando parte do anúncio da mensagem, expressa
nos principais documentos da fé (Bíblia, liturgia, doutrina...), e a aplica à
vida; o outro, chamado « existencial » (ou ascendente), quando se
move a partir de problemas e situações humanas e os ilumina com a luz da
Palavra de Deus. De per si, são processos legítimos, se forem respeitadas
todas as regras do jogo, o mistério da graça e o dado humano, a compreensão
da fé e o processo de racionalidade. A experiência humana na catequese (67) 152. A experiência desempenha diversas funções na
catequese, razão pela qual deve ser continuamente e devidamente valorizada. a) Faz nascer no homem
interesses, interrogações, esperanças e ansiedade, reflexões e julgamentos
que confluem num certo desejo de transformar a existência. A tarefa da
catequese é tornar as pessoas atentas às suas mais importantes experiências,
ajudá-las a julgar, à luz do Evangelho, as questões e necessidades que nascem
dessas experiências, educá-las a uma nova impostação da vida. Desse modo, a
pessoa será capaz de comportar-se de modo ativo e responsável diante do dom
de Deus. b) A experiência favorece a
inteligibilidade da mensagem cristã. Isso bem corresponde ao modo de agir de
Jesus, que se serviu de experiências e situações humanas para mostrar
realidades escatológicas e transcendentes e, ao mesmo tempo, ensinar a
atitude a ser assumida diante dessas realidades. Sob este aspecto, a
experiência é mediação necessária para explorar e assimilar as verdades que
constituem o conteúdo objetivo da revelação. c) As funções agora expostas
ensinam que a experiência assumida pela fé torna-se, de certo modo, âmbito de
manifestação e de realização da salvação, onde Deus, coerentemente com a
pedagogia da encarnação, alcança o homem com a sua graça e o salva. O
catequista deve ajudar a pessoa a ler nesta ótica a própria vivência, para
descobrir o convite do Espírito Santo à conversão, ao compromisso, à
esperança, e assim descobrir sempre mais o projeto de Deus na própria vida. 153. Iluminar e interpretar a experiência com o
dado da fé torna-se uma tarefa estável da pedagogia catequética, não isenta
de dificuldades, mas que não pode ser transcurada, sob pena de se cair em
justaposições artificiais ou em compreensões integristas da verdade. Isso se torna possível a partir de uma correta
aplicação da correlação ou interação entre experiências humanas profundas
(68) e a mensagem revelada. É o que amplamente nos testemunham o anúncio dos
profetas, a pregação de Cristo e o ensinamento dos Apóstolos que, por isso,
constituem o critério que alicerça e regulamenta cada encontro entre fé e
experiência humana no tempo da Igreja. A memorização na catequese (69) 154. A catequese faz parte daquela « Memória » da
Igreja, que mantém viva entre nós a presença do Senhor. (70) O exercício da
memória constitui, portanto, um aspecto constitutivo da pedagogia da fé,
desde os primórdios do cristianismo. Para superar os riscos de uma
memorização mecânica, a aprendizagem mnemônica deve inserir-se
harmoniosamente entre as diversas funções de aprendizagem, tais como a reação
espontânea e a reflexão, o momento do diálogo e do silêncio, a relação oral e
o trabalho escrito.(71) Em particular, como objeto de memorização, devem
ser oportunamente consideradas as principais fórmulas da fé, porque asseguram
uma mais precisa exposição da mesma e garantem um precioso patrimônio comum
doutrinal, cultural e lingüístico. O domínio seguro da linguagem da fé é
condição indispensável para viver essa mesma fé. É preciso, porém, que tais fórmulas sejam
propostas como síntese, após um prévio caminho de explicação, que sejam fiéis
à mensagem cristã. Aqui se situam algumas fórmulas maiores e textos da
Bíblia, do dogma, da liturgia, as orações bem conhecidas pela tradição
cristã (Símbolo Apostólico, Pai Nosso, Ave Maria...).(72) « As flores da fé e da piedade, se assim se pode
dizer, não nascem nas zonas desertas de uma catequese sem memória. O
essencial é que estes textos memorizados sejam, ao mesmo tempo,
interiorizados, e compreendidos pouco a pouco na sua profundidade, para se
tornarem fonte de vida cristã pessoal e comunitária ». (73) 155. Ainda mais profundamente, a aprendizagem das
fórmulas da fé e a sua profissão crente devem ser compreendidas no curso do
tradicional e profícuo exercício da « traditio » e «redditio
», pelo qual à entrega da fé na catequese (traditio) corresponde
a resposta do destinatário da catequese, ao longo do caminho catequético e,
depois, na vida (redditio). (74) Este processo favorece uma melhor participação na
verdade recebida. É correta e madura aquela resposta pessoal que respeita
plenamente o sentido genuíno do dado de fé, e mostra compreender a linguagem
usada para expressá-lo (bíblica, litúrgica, doutrinal...). Papel do catequista (75) 156. Nenhuma metodologia, por quanto possa ser
experimentada, dispensa a pessoa do catequista em cada uma das fases do
processo de catequese. O carisma que lhe é dado pelo Espírito, uma
sólida espiritualidade e um transparente testemunho de vida constituem a alma
de todo método, e somente as próprias qualidades humanas e cristãs garantem o
bom uso dos textos e de outros instrumentos de trabalho. O catequista é, intrinsecamente, um mediador que
facilita a comunicação entre as pessoas e o mistério de Deus, e dos sujeitos
entre si e com a comunidade. Por isso, deve empenhar-se a fim de que a sua
visão cultural, condição social e estilo de vida não representem um obstáculo
ao caminho da fé, criando sobretudo as condições mais apropriadas para que a
mensagem cristã seja buscada, acolhida e aprofundada. O catequista não esquece que a adesão crente das
pessoas é fruto da graça e da liberdade e, portanto, faz com que sua
atividade seja sempre amparada pela fé no Espírito Santo e pela oração. Enfim, de substancial importância é a relação
pessoal do catequista com o destinatário da catequese. Tal relação se nutre
de paixão educativa, de engenhosa criatividade, de adaptação e, ao mesmo
tempo, de máximo respeito pela liberdade e amadurecimento da pessoa. Em razão do seu sábio acompanhamento, o
catequista realiza um dos mais preciosos serviços da ação catequética: ajuda
os destinatários da catequese a distinguirem a vocação para a qual Deus os
chama. A atividade e criatividade dos catequizados (76) 157. A participação ativa daqueles que são
catequizados, no seu próprio processo formativo, é plenamente conforme, não
apenas à genuína comunicação humana, mas especificamente à economia da
revelação e da salvação. De fato, no estado ordinário da vida cristã, os
crentes são chamados a responder ativamente ao dom de Deus, individualmente e
em grupo, através da oração, da participação nos sacramentos e nas demais
ações litúrgicas, no empenho eclesial e social, no exercício da caridade, da
promoção dos grandes valores humanos, tais como a liberdade, a justiça, a paz
e a salvaguarda da criação. Na catequese, portanto, os destinatários da
catequese assumem o empenho de exercitar-se na atividade da fé, da esperança
e da caridade, de adquirir a capacidade e retidão de julgamento, de reforçar
a decisão pessoal de conversão e de prática cristã da vida. Os próprios destinatários da catequese, sobretudo
quando se trata de adultos, podem contribuir eficazmente para o
desenvolvimento da catequese, indicando as vias mais eficazes de compreensão
e expressão da mensagem, tais como: « o aprender fazendo », o emprego da
pesquisa e do diálogo, o intercâmbio e o confronto de pontos de vista. Comunidade, pessoa e catequese (77) 158. A pedagogia catequética torna-se eficaz, à
medida que a comunidade cristã se torna referência concreta e exemplar para o
caminho de fé dos indivíduos. Isso ocorre se a comunidade se propõe como
fonte, lugar e meta da catequese. Concretamente, então, a comunidade se torna
lugar visível de testemunho de fé, provê à formação de seus membros,
acolhe-os como família de Deus, constituindo-se ambiente vital e permanente
de crescimento da fé. (78) Junto ao anúncio do Evangelho de forma pública e
coletiva, permanece sempre indispensável o contato de pessoa a pessoa, a
exemplo de Jesus e dos Apóstolos. De tal maneira, é mais facilmente envolvida
a consciência pessoal, e o dom da fé, como é próprio da ação do Espírito
Santo, chega ao sujeito de pessoa a pessoa, e a força de persuasão se faz
mais incisiva. (79) A importância do grupo (80) 159. O grupo tem uma importante função nos
processos de desenvolvimento das pessoas. Isto vale também tanto para a
catequese das crianças, favorecendo a boa socialização das mesmas, quanto
para a catequese dos jovens, para os quais o grupo constitui quase uma
necessidade vital na formação da sua personalidade, e até mesmo para os
adultos entre os quais se promove um estilo de diálogo, de compartilha e de
co-responsabilidade cristã. O catequista, que participa da vida do grupo e
sente e valoriza a sua dinâmica, reconhece e atua, como sua tarefa primária e
específica, a de ser, em nome da Igreja, testemunha ativa do Evangelho, capaz
de participar aos outros os frutos da sua fé madura e de estimular, com
inteligência, a busca comum. Além de ser um fator didático, o grupo cristão é
chamado a ser experiência de comunidade e forma de participação à vida
eclesial, encontrando na mais ampla comunidade eucarística, a sua meta e a
sua plena manifestação. Jesus disse: « Onde dois ou três estiverem reunidos
em meu nome, ali estou eu no meio deles » (Mt 18,20). A comunicação social (81) 160. « O primeiro areópago dos tempos modernos é
o mundo das comunicações que está unificando a humanidade... Os meios de
comunicação social alcançaram tamanha importância que são para muitos o
principal instrumento de informação e formação, de guia e inspiração dos
comportamentos individuais, familiares e sociais ». (82) Por isso, além dos
numerosos meios tradicionais em uso, « a utilização dos meios de comunicação
social tornou-se essencial à evangelização e à catequese ».(83) De fato, « a
Igreja viria a sentir-se culpável diante do seu Senhor, se ela não lançasse
mão destes meios potentes que a inteligência humana torna cada dia mais
aperfeiçoados. (...) Neles ela encontra uma versão moderna e eficaz do
púlpito. Graças a eles, ela consegue falar à multidões ». (84) São considerados tais, embora a título diferente:
televisão, rádio, imprensa, discos, fitas magnéticas, vídeo e audio-cassetes,
CDs, enfim, todos os meios audiovisuais. (85) Cada um desses meios desempenha
um próprio serviço e cada um deles requer um uso específico; é preciso
respeitar as exigências e avaliar a importância de cada um.(86) Numa
catequese bem programada, tais subsídios não podem, portanto, ser omitidos.
Favorecer uma ajuda recíproca entre as Igrejas, para suprir os custos de
aquisição e de gestão de tais meios, custos estes, às vezes muito elevados, é
um verdadeiro serviço à causa do Evangelho. 161. O bom uso dos meios de comunicação social
requer dos agentes da catequese, um sério empenho de conhecimento, de
competência e de qualificado e atualizado emprego. Mas, sobretudo, pela forte
incidência sobre a cultura que os meios de comunicação social contribuem a
elaborar, não se deve jamais esquecer que « não é suficiente, portanto,
usá-los para difundir a mensagem cristã e o Magistério da Igreja, mas é necessário
integrar a mensagem nesta « nova cultura », criada pelas
modernas comunicações... com novas linguagens, novas técnicas, novas atitudes
psicológicas ».(87) Somente assim, com a graça de Deus, a mensagem evangélica
tem a capacidade de penetrar na consciência de cada um e de « obter a próprio
favor, uma adesão e um compromisso realmente pessoal ». (88) 162. Os operadores e os usuários da comunicação
devem poder receber a graça do Evangelho. Isso leva os catequistas a
considerarem particulares categorias de pessoas: os próprios profissionais
dos meios de comunicação social, aos quais mostrar o Evangelho como grande
horizonte de verdade, de responsabilidade, de inspiração; as famílias — tão
expostas às influências dos meios de comunicação — para a sua defesa, mas
sobretudo em vista de uma maior capacidade crítica e educativa; (89) as
jovens gerações, que são as usuárias dos meios de comunicação social, além de
serem seus sujeitos criativos. Recorde-se a todos que « no uso e na recepção
dos instrumentos decomunicação, tornam-se urgentes tanto uma ação educativa
em vista do senso crítico, animado pela paixão à verdade, quanto uma ação de
defesa da liberdade, do respeito pela dignidade pessoal, da elevação da
autêntica cultura dos povos ». (90) IV PARTE OS DESTINATÁRIOS DA CATEQUESE Os destinatários da catequese « Eu te estabeleci como luz das nações, a fim de
que a minha salvação chegue até as extremidades da terra » (Is 49,6). « O Reino diz respeito a todos » (Rm 15) (91) 163. No início do seu ministério, Jesus proclama
ter sido enviado para anunciar aos pobres a boa nova, (92) fazendo
transparecer, e confirmando-o depois, com a sua vida, que o Reino de Deus é
destinado a todos os homens, a partir daqueles que são os menos favorecidos.
De fato, Ele se faz de catequista do Reino de Deus, para
todas as categorias e pessoas: grandes e pequenos, ricos e pobres, sãos e
enfermos, próximos e distantes, judeus e gentios, homens e mulheres, justos e
pecadores, povo e autoridades, indivíduos e grupos... É disponível a cada
pessoa e se interessa por todas as suas necessidades: da alma e do corpo,
curando e perdoando, corrigindo e encorajando, com palavras e com fatos. Jesus conclui a sua vida terrena, convidando os
discípulos a fazerem o mesmo, a pregarem o Evangelho a toda criatura do
mundo, (93) a « todas as nações » (Mt 28,19; Lc 24,47)
« até os confins da terra » (At 1,8) e por todos os tempos, « até
a consumação dos séculos » (Mt 28,20). 164. É a tarefa que a Igreja realiza há dois mil
anos, com uma imensa variedade de experiências de anúncio e catequese,
continuamente solicitada pelo Espírito de Pentecostes a cumprir o seu débito
de evangelização « para com os gregos e os bárbaros, para com os sábios e os
ignorantes » (Rm 1,14). Configuram-se, assim, as linhas de uma pedagogia
da fé, na qual se conjugam estreitamente a abertura universalista da
catequese e a sua exemplar encarnação no mundo dos destinatários. Significado e finalidade desta parte 165. A necessária atenção às diferentes e várias
situações de vida das pessoas (94) leva a catequese a percorrer múltiplas
vias, para encontrá-las e tornar a mensagem cristã adaptada às diversas
exigências. (95) Assim, se se considera a condição de fé inicial,
abre-se a via dos catecúmenos e neófitos; a atenção ao desenvolvimento da fé
dos batizados induz a falar de catequese de aprofundamento, ou de recuperação
para aqueles que necessitam ainda de orientações essenciais. Se se considera
o desenvolvimento físico e psíquico dos catequizandos, a catequese se
articula segundo a idade. Estar atentos, ao invés, aos contextos
socioculturais, significa impostar uma catequese por categorias. 166. Não podendo abordar de modo pormenorizado os
diversos tipos possíveis de catequeses, consideram-se nesta parte somente
alguns aspectos que são de relevo em qualquer situação: – aspectos gerais da adaptação catequética (I
Capítulo); – catequese segundo as idades (II Capítulo); – catequese para quem vive situações especiais
(III Capítulo); – catequese segundo contextos (IV Capítulo). Aborda-se assim, em termos operativos, o problema
da inculturação, em relação aos conteúdos da fé, às pessoas e ao contexto
cultural. Caberá às Igrejas particulares, nos seus
diretórios catequéticos nacionais e regionais, dar orientações mais
específicas e determinadas, com base nas concretas condições e necessidades
locais. I CAPÍTULO A adaptação ao destinatário.
Aspectos gerais Necessidade e direito de todo fiel de receber uma
válida catequese (96) 167. Todo batizado, porque chamado por Deus à
maturidade da fé, necessita e, portanto, tem o direito a uma catequese
adequada. É, por isso, tarefa primária da Igreja responder a este direito, de
maneira totalmente congruente e satisfatória. Neste sentido, recorda-se, antes de qualquer
outra coisa, que o destinatário do Evangelho é « um homem concreto e
histórico », (97) sempre radicado em determinada situação, sempre influenciado,
conscientemente ou não, por condicionamentos psicológicos, sociais, culturais
e religiosos. (98) No processo de catequese, o destinatário deve
poder manifestar-se sujeito ativo, consciente e co-responsável, e não puro
receptor silencioso e passivo.(99) Necessidade e direito da comunidade (100) 168. A atenção ao indivíduo não deve fazer
esquecer que a catequese tem como destinatário a comunidade cristã como tal,
e cada pessoa no âmbito desta. Se, de fato, é de toda a vida da Igreja que a
catequese recebe legitimidade e energia, também é verdade que « o crescimento
interior da Igreja, a sua correspondência ao desígnio de Deus que dependem da
mesma catequese ». (101) Portanto, a necessária adaptação do Evangelho diz
respeito e envolve também a comunidade enquanto tal. A adaptação quer que o conteúdo da catequese seja
como um alimento sadio e adequado (102) 169. A « adaptação da pregação da Palavra
revelada deve permanecer lei de toda evangelização ». (103) Isso tem uma
intrínseca motivação teológica no mistério da encarnação, corresponde a uma
elementar exigência pedagógica da sadia comunicação humana, reflete a prática
da Igreja ao longo dos séculos. Tal adaptação deve ser entendida como ação
tipicamente materna da Igreja, que reconhece as pessoas como « cooperadores
de Deus » (1 Cor 3,9), não a serem condenadas, mas a serem
cultivadas na esperança. Vai ao encontro de cada uma dessas, considera
seriamente a variedade de situações e culturas, e mantém a comunhão de
tantos, na única Palavra que salva. Desta maneira, o Evangelho é transmitido
genuíno e saboroso, alimento sadio e, ao mesmo tempo, adequado. Toda
iniciativa singular deve inspirar-se neste critério e valer-se dos recursos
de criatividade e genialidade do catequista. A adaptação considera as diversas circunstâncias 170. A adaptação realiza-se segundo as diversas
circunstâncias em que se transmite a Palavra de Deus. (104) Essas
circunstâncias são determinadas pelas « diferenças de culturas, de idades, da
vida espiritual, de situações sociais e eclesiais daqueles a quem a catequese
é dirigida ». (105) Tais circunstâncias deverão ser atentamente consideradas. Recorde-se também que, no pluralismo das
situações, a adaptação leva sempre em consideração a totalidade da pessoa e a
sua unidade essencial, segundo a visão que dela tem a Igreja. Por isso, a
catequese não se detém apenas na consideração dos elementos exteriores de uma
determinada situação, mas considera também o mundo íntimo da pessoa, a
verdade sobre o ser humano, « primeira e fundamental via da Igreja ». (106)
Isso determina um processo de adaptação que é tanto mais condizente, quanto
mais forem consideradas as interrogações, as aspirações e as necessidades da
pessoa, no seu mundo interior. II CAPÍTULO A catequese por idades Indicações gerais 171. A catequese, segundo as diferentes idades, é
uma exigência essencial para a comunidade cristã. Por um lado, de fato, a fé
participa do desenvolvimento da pessoa; por outro lado, cada fase da vida é
exposta ao desafio da descristianização e deve, acima de tudo, aceitar como
um desafio, as tarefas sempre novas da vocação cristã. Oferecem-se, pois, por direito, catequeses por
idades, diversificadas e complementares, provocadas pelas necessidades e
capacidades dos destinatários. (107) Para tanto, é indispensável prestar atenção a
todos os elementos em jogo, antropológico-evolutivos e teológico-pastorais,
valendo-se também dos dados atualizados da ciências humanas e pedagógicas,
relativos a cada idade. Tratar-se-á também de integrar sabiamente as diversas
etapas do caminho de fé, prestando particular atenção para que a catequese
dirigida à infância encontre harmonioso cumprimento nas fases posteriores. Também por esta razão, é pedagogicamente eficaz
fazer referência à catequese dos adultos e, à sua luz, orientar a catequese
dos demais momentos da vida. Aqui indicar-se-ão apenas alguns elementos de
ordem geral e a título de exemplo, deixando especificações ulteriores aos
diretórios catequéticos das Igrejas particulares e das Conferências dos
Bispos. A Catequese dos adultos (108) Os adultos aos quais se dirige a catequese (109) 172. O discurso de fé com os adultos deve levar
seriamente em consideração as experiências vividas e os condicionamentos e
desafios que eles encontram na vida. As suas exigências e necessidades de fé
são múltiplas e várias. (110) Conseqüentemente, podem-se distinguir: – adultos crentes, que vivem coerentemente a sua
opção de fé e desejam sinceramente aprofundá-la; – adultos que, embora batizados, não foram
adequadamentecatequizados ou não levaram a termo o caminho da iniciação
cristã, ou se distanciaram da fé, tanto que podem até mesmo ser chamados «
quase catecúmenos »; (111) – adultos não batizados, aos quais corresponde o
verdadeiro e próprio catecumenato. (112) Devem ser também mencionados os adultos que
provêm de confissões cristãs que não estão em plena comunhão com a Igreja
Católica. Elementos e critérios próprios da catequese dos
adultos (113) 173. A catequese dos adultos diz respeito a
pessoas que têm o direito e o dever de levar ao amadurecimento o germe da fé
que Deus lhes deu, (114) tanto mais que são chamados a desempenhar
responsabilidades sociais de vários tipos; ela dirige-se a pessoas que estão
expostas a transformações e a crises às vezes muito profundas. Em razão disso,
a fé do adulto deve ser continuamente iluminada, desenvolvida e protegida,
para adquirir aquela sabedoria cristã que dá sentido, unidade e esperança às
múltiplas experiências da sua vida pessoal, social e espiritual. A catequese
dos adultos exige uma cuidadosa identificação das características típicas do
cristão adulto na fé, a fim de traduzi-las em objetivos e conteúdos,
determinar certas constantes na exposição, fixar as indicações metodológicas
mais eficazes e escolher as formas e os modelos. Uma especial atenção merece
a figura e a identidade do catequista dos adultos e a sua formação; e quem
são os responsáveis pela catequese dos adultos na comunidade. (115) 174. Entre os critérios que asseguram uma
catequese dos adultos autêntica e eficaz, é preciso recordar: (116) – a atenção aos destinatários na sua situação de
adultos, como homens e como mulheres, cuidando, portanto, dos seus problemas
e experiências, dos recursos espirituais e culturais, em pleno respeito pelas
diferenças; – a atenção à condição leiga dos adultos, aos
quais o Batismo confere a possibilidade de « procurar o Reino de Deus,
exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus » (117) e ao mesmo
tempo os chama à santidade; (118) – a atenção ao envolvimento da comunidade, para
que seja lugar de acolhimento e de apoio do adulto; – a atenção a um projeto orgânico de pastoral dos
adultos, no qual a catequese se integre com a formação litúrgica e com o
serviço da caridade. Tarefas gerais e particulares da catequese dos
adultos (119) 175. Para responder às instâncias mais profundas
dos nossos tempos, a catequese dos adultos deve propor a fé cristã na sua
integridade, autenticidade e organização sistemática, segundo a compreensão
que dela possui a Igreja, colocando em primeiro plano o anúncio da salvação,
iluminando as muitas dificuldades, pontos obscuros, mal-entendidos,
preconceitos e objeções atualmente em circulação, mostrando a incidência
espiritual e moral da mensagem, introduzindo à leitura crente da Sagrada
Escritura e à prática da oração. Um fundamental serviço para a catequese dos
adultos é fornecido pelo Catecismo da Igreja Católica e, com referência a
este, pelos Catecismos dos adultos das Igrejas singulares. Em particular, são tarefas da catequese dos
adultos: – Promover a formação e o amadurecimento da vida
no Espírito de Cristo ressuscitado através de meios
adequados: pedagogia sacramental, retiros, direção espiritual... – Educar à justa avaliação das
transformações socioculturais na nossa sociedade à luz da fé. Dessa
maneira, o povo cristão é ajudado a discernir os verdadeiros valores e também
os perigos da nossa civilização, e a assumir as atitudes convenientes. – Esclarecer as atuais questões
religiosas e morais, ou seja, aquelas questões que se apresentam aos
homens do nosso tempo, como, por exemplo, as relativas à moral pública e
individual, às questões sociais, à educação das novas gerações. – Esclarecer as relações existentes entre
a ação temporal e a ação eclesial, mostrando as mútuas distinções,
implicações e, portanto, a medida da devida interação. Com este objetivo, a
doutrina social da Igreja é parte integrante da formação dos adultos. – Desenvolver os fundamentos racionais da
fé. A reta compreensão da fé e das verdades a se crer estão em
conformidade com as exigências da razão humana e o Evangelho é sempre atual e
pertinente. É necessário, por isso, promover eficazmente uma pastoral do
pensamento e da cultura cristã. O que permitirá superar certas formas de
integrismo e de fundamentalismo, assim como uma interpretação arbitrária e
subjetiva. – Formar à assunção de responsabilidades
na missão da Igreja e a saber dar um testemunho cristão na sociedade. O adulto é ajudado a descobrir, valorizar e atuar
aquilo que recebeu por natureza e por graça, seja na comunidade eclesial que
vivendo no âmbito de uma comunidade humana. Dessa forma, poderá também
superar as insídias da massificação e do anonimato, particularmente
freqüentes em algumas sociedades atuais, que levam à perda da identidade e ao
descrédito das qualidades e recursos que uma pessoa possui. Formas particulares de catequese dos adultos (120) 176. Existem situações e circunstâncias em que se
impõem formas especiais de catequese: – a catequese da iniciação cristã ou catecumenato
dos adultos. Ela tem todo o seu ordenamento expresso no OICA; – a catequese ao Povo de Deus nas formas
tradicionais devidamente adaptadas, ao longo do ano litúrgico, ou na forma
extraordinária das missões; – a catequese de aperfeiçoamento, dirigida
àqueles que têm uma tarefa de formação na comunidade: catequistas ou aqueles
que estão engajados no apostolado dos leigos; – a catequese a ser desenvolvida por ocasião de
eventos particularmente significativos da vida, tais como o matrimônio, o
batismo dos filhos e os demais sacramentos da iniciação cristã, nos períodos
críticos do crescimento juvenil, na doença, etc. São circunstâncias nas quais
as pessoas são, mais do que nunca, induzidas a buscar o verdadeiro sentido da
vida; – a catequese por ocasião de experiências
particulares, como o ingresso no trabalho, o serviço militar, a emigração...
São mudanças que podem gerar enriquecimento interior, mas também momentos de
desorientamento, razão pela qual se sente a necessidade da luz e do amparo da
Palavra de Deus; – a catequese que se refere ao uso cristão do
tempo livre, por ocasião, particularmente, das férias e das viagens
turísticas; – a catequese por ocasião de eventos particulares
relativos à vida da Igreja e da sociedade. Estas e tantas outras particulares formas de
catequese se colocam lado a lado, sem substituí-los, aos cursos de catequese
sistemática, orgânica e permanente que toda comunidade eclesial deve garantir
a todos os adultos. A catequese das crianças e dos adolescentes (121) Situação e importância da infância e da
adolescência (122) 177. Esta fase de idade, tradicionalmente
dividida em primeira infância ou idade pré-escolar e adolescência, aos olhos
da fé e daprópria razão, tem como própria a graça do início da vida. Nesta
idade, « ...nascem preciosas possibilidades para a edificação da Igreja e
para a humanização da sociedade », (123) a serem assumidas. Filha de Deus
graças ao dom do Batismo, a criança é proclamada por Cristo membro
privilegiado do Reino de Deus. (124) Por diversas razões, hoje talvez mais do que
ontem, a criança requer pleno respeito e ajuda nas suas exigências de
crescimento humano e espiritual, também através da catequese, que não pode
jamais faltar às crianças cristãs. Quem, de fato, deu-lhe a vida,
enriquecendo-a com o dom do Batismo, tem o dever de alimentá-la em sua
continuidade. Características da catequese das crianças e dos
adolescentes (125) 178. A catequese das crianças é necessariamente
conexa com a sua situação e condição de vida, e é obra de diversos agentes
educativos, complementares entre si. Podem ser indicados alguns fatores que revestem
uma particular importância e têm extensão universal: – A infância e a adolescência, cada qual
compreendida e tratada segundo a peculiaridade que lhes é própria,
representam o tempo da primeira socialização e da educação humana e cristã na
família, na escola e na Igreja e, portanto, devem ser compreendidas como um
momento decisivo para o futuro sucessivo da fé. – Segundo uma tradição consolidada, este é,
habitualmente, o período em que se cumpre a iniciação cristã inaugurada pelo
Batismo. Com o recebimento dos sacramentos, se visa a primeira formação
orgânica da fé da criança e a sua introdução na vida da Igreja. (126) – No período da infância, o processo catequético
será, por isso, eminentemente educativo, atento a desenvolver aqueles
recursos humanos que formam o substrato antropológico da vida de fé, tais
como o senso da confiança, da gratuidade, do dom de si, da invocação, da
alegre participação... A educação à oração e a iniciação à Sagrada Escritura
são aspectos centrais da formação cristã das crianças. (127) – Enfim, deve-se estar atentos à importância de
dois lugares educativos vitais: a família e a escola. A catequese familiar é,
de certo modo, insubstituível, antes de mais nada, pelo ambiente positivo e
acolhedor, persuasivo pelo exemplo dos adultos, e pela primeira explícita
sensibilização e prática da fé. 179. O ingresso na escola significa, para a
criança, a entrada numa sociedade mais ampla do que a família, com a
possibilidade dedesenvolver muito mais as suas capacidades intelectivas,
afetivas e comportamentais. Na escola, freqüentemente, é ministrado um
específico ensino religioso. Tudo isso requer que a catequese e os catequistas
mantenham uma colaboração constante com os genitores e também com os professores
da escola, segundo as oportunidades fornecidas pelo contexto. (128) Os
pastores devem recordar-se que quando ajudam os genitores e os educadores a
bem desempenhar a missão que lhes cabe, é a Igreja que está sendo edificada.
Além disso, este trabalho oferece uma ótima ocasião para a catequese dos
adultos. (129) Crianças e adolescentes sem apoio religioso
familiar ou que não freqüentam a escola (130) 180. Existem, na verdade, e em larga escala,
crianças e adolescentes gravemente prejudicados, uma vez que lhes falta um
adequado amparo religioso familiar, ou porque não têm uma verdadeira família,
ou porque não freqüentam a escola, ou porque sofrem condições de
instabilidade social, de desadaptação, ou ainda por outros motivos
ambientais. Muitos deles não são nem mesmo batizados; outros não levam a
termo o caminho da iniciação. Cabe à comunidade cristã ocupar-se deles,
mediante um generoso, competente e realista serviço de suplência, buscando o
diálogo com as famílias, propondo formas educativas escolares apropriadas,
criando uma catequese proporcional às possibilidades e às necessidades
concretas das crianças. A catequese dos jovens (131) Puberdade, adolescência e juventude (132) 181. Em termos gerais, é preciso observar que a
crise espiritual e cultural que oprime o mundo (133) faz as suas primeiras
vítimas nas jovens gerações. Assim como é verdade que o empenho em favor de
uma sociedade melhor encontra nestas as suas melhores esperanças. Isso deve estimular ainda mais a Igreja a
realizar, corajosamente e criativamente, o anúncio do Evangelho ao mundo
juvenil. A propósio, a experiência sugere o quanto seja
útil para a catequese distinguir, na idade juvenil, a puberdade, a
adolescência e a juventude, valendo-se oportunamente dos resultados da
pesquisa científica e das condições de vida nos diversos países. Nas regiões
mais desenvolvidas, é particularmente sentida a questão da puberdade: não se
leva em consideração o bastante as dificuldades, as necessidades e os
recursos humanos e espirituais dos pré-adolescentes, tanto que, em relação a
eles, se pode falar de idade negada. Tantíssimas vezes, nesse período, o menino e a
menina, recebendo o sacramento da Crisma, conclui o processo da iniciação
cristã mas, ao mesmo tempo, distancia-se totalmente da prática da fé. É
preciso levar seriamente em consideração tal fato, desenvolvendo um
específico cuidado pastoral, valendo-se dos recursos formativos fornecidos
pelo próprio caminho da iniciação. No que diz respeito às outras duas categorias, é
útil distinguir a adolescência da juventude, embora na consciência de que é
difícil definir, de maneira unívoca, o significado das mesmas. Globalmente,
aqui se compreende aquele período da vida que antecede a assunção das
responsabilidades próprias dos adultos. Também a catequese ao mundo juvenil deve ser
profundamente revista e potencializada. A importância da juventude para a sociedade e a
Igreja (134) 182. Se a Igreja vê os jovens como « esperança »,
também os sente hoje como « um grande desafio para o futuro da própria Igreja
». (135) A rápida e tumultuosa transformação cultural e
social, o aumento numérico, o afirmar-se de um consistente período de
juventude antes de assumir as responsabilidades de adulto, a falta de
empregos e, em certos países, as condições de permanente subdesenvolvimento,
as pressões da sociedade de consumo..., tudo isso colabora para a definição
do planeta jovem como o mundo da expectativa, e não raramente, do desencanto,
do tédio e até mesmo da angústia e da marginalização. O distanciamento da
Igreja ou, pelo menos, uma atitude de desconfiança em relação a ela, existe
em muitos jovens como um comportamento de fundo. Nele refletem-se,
freqüentemente, a carência do amparo espiritual e moral das famílias e as
fraquezas da catequese recebida. Por outro lado, em tantos jovens, é forte e
impetuoso o impulso da busca de um sentido, da solidariedade, do empenho
social, da própria experiência religiosa... 183. Daí derivam algumas conseqüências em vista
da catequese. O serviço à fé percebe, antes de mais nada, as
luzes e as sombras da condição juvenil, assim com existem, concretamente, nas
diversas regiões e ambientes da vida. O coração da catequese é a explícita proposta de
Cristo ao jovem do Evangelho, (136) proposta direta a todos os jovens, sob
medida para os jovens, na atenta compreensão dos seus problemas. No
Evangelho, de fato, eles aparecem como diretos interlocutores de Cristo, que
lhes revela a « singular riqueza » e, ao mesmo tempo, os empenha num projeto
de crescimento pessoal e comunitário de decisivo valor para os destinos da
sociedade e da Igreja. (137) Por isso, os jovens não devem ser considerados
somente objeto de catequese, mas sim « sujeitos ativos, protagonistas da
evangelização e artífices da renovação social ». (138) Características da catequese dos jovens (139) 184. Dada a amplidão da tarefa, cabe certamente
aos diretórios catequéticos das Igrejas particulares e das Conferências dos
Bispos, nacionais e regionais, especificar, em mérito ao contexto, o que
convém aos lugares singularmente considerados. Podem-se indicar certas linhas gerais comuns: – Ter-se-á presente a variedade da situação
religiosa: há jovens que não foram nem mesmo batizados, outros que não
completaram a iniciação cristã ou estão vivendo uma crise de fé às vezes
grave, e outros ainda que são propensos a fazer ou já fizeram uma opção de fé
e pedem para ser ajudados. – Não se deve também esquecer que se torna muito
profícua aquela catequese que se pode desenvolver no interior de uma mais
ampla pastoral dos pré-adolescentes, adolescentes e dos jovens, a qual
considera o conjunto dos problemas que dizem respeito à vida deles. Com este
objetivo, a catequese deve ser integrada com certos procedimentos, como a
leitura da situação, a atenção às ciências humanas e à educação, a
colaboração dos leigos e dos próprios jovens. – A bem regulada ação de grupo, a filiação a
válidas associações juvenis (140) e o acompanhamento pessoal ao jovem,
acompanhamento que inclui, como fato eminente, a direção espiritual, são
mediações muito úteis para uma eficaz catequese. 185. Entre as diversas formas de catequese
juvenil devem ser previstas, de acordo com as situações, o catecumenato
juvenil em idade escolar, catequese da iniciação cristã, catequese sobre
temáticas programadas, outros encontros mais ou menos ocasionais e
informais... Em termos mais globais, a catequese aos jovens
deve ser proposta com percursos novos, abertos à sensibilidade e aos
problemas desta idade, que são de ordem teológica, ética, histórica,
social... Em particular, obtêm o seu justo posto a educação à verdade e à
liberdade segundo o Evangelho, a formação da consciência, a educação ao amor,
o discurso vocacional, o engajamento cristão na sociedade e a
responsabilidade missionária no mundo. (141) É preciso ressaltar, todavia,
que freqüentemente, a evangelização contemporânea dos jovens deve adotar
uma dimensão missionária muito mais do que uma dimensão
estritamente catecumenal. De fato, a situação obriga
freqüentemente o apostolado dos jovens a ser animação juvenil de índole
humanizadora e missionária, como primeiro passo necessário para que
amadureçam as disposições mais favoráveis ao momento estritamente
catequético. Por isso, muitas vezes, na realidade, é oportuno intensificar
a ação précatecumenal no interior de processos globais educativos. Uma das questões a serem afrontadas e resolvidas
diz respeito à diferença de « linguagem » (mentalidade,
sensibilidade, gostos, estilo, vocabulário...) entre jovens e
Igreja (catequese, catequistas). Insiste-se, portanto, sobre a
necessidade de uma « adaptação da catequese aos jovens », sabendo traduzir na
sua linguagem, « com paciência e sabedoria, a mensagem de Jesus, sem a trair
». (142) Catequese dos anciãos (143) A terceira idade, dom de Deus à Igreja 186. Em diversos países do mundo, o crescente
número das pessoas anciãs representa uma nova e específica tarefa pastoral
para a Igreja. Sentidas não raramente como objeto passivo, mais ou menos
incômodas, estas pessoas, à luz da fé, devem ser, ao invés, compreendidas
como dom de Deus para a Igreja e para a sociedade, às quais deve ser
endereçada também uma adequada catequese. Elas têm o direito e o dever de
receber tal catequese, como todos os cristãos. É preciso levar em consideração a diversidade de
condição pessoal, familiar, social, e em particular, a provação da solidão e
o risco da marginalização. A família tem uma função primária porque, nela, o
anúncio da fé pode dar-se num clima de acolhimento e de amor que, melhor do
que qualquer outro, confirma a validade da Palavra. Em todo caso, a catequese aos anciãos associa, ao
conteúdo da fé, a presença cordial do catequista e da comunidade de fé. Por
esta razão, é desejável que os anciãos participem plenamente do caminho
catequético da comunidade. A catequese da plenitude e da esperança 187. A catequese aos anciãos dá atenção aos
particulares aspectos de sua condição de fé: o ancião pode ter alcançado a
idade em que se encontra, com uma fé sólida e rica; nesse caso, a catequese
leva, de certo modo, à plenitude, o caminho percorrido, em atitude de
agradecimento e de confiante expectativa; outros vivem uma fé mais ou menos
obscurecida e uma prática cristã frágil; nesse caso, a catequese se torna
momento de nova luz e experiência religiosa; outras vezes, o ancião chega a
essa fase de sua vida com profundas feridas na alma e no corpo: a catequese o
ajuda a viver a sua condição, na atitude da invocação, do perdão e da paz
interior. Em cada caso, a condição do ancião requer uma
catequese da esperança que provém da certeza do encontro definitivo com Deus. É sempre um benefício para ele e um
enriquecimento para a comunidade, se o ancião que crê testemunha uma fé que
irradia sempre mais, na medida em que ele se aproxima do grande momento do
encontro com o Senhor. Sabedoria e diálogo (144) 188. A Bíblia nos apresenta o homem ancião crente
como o símbolo da pessoa rica de sabedoria e de temor a Deus e, portanto,
como o depositário de uma intensa experiência de vida, que o torna, de certo
modo, « catequista » natural da comunidade. Ele, de fato, é testemunha da
tradição da fé, mestre de vida, operador de caridade. A catequese valoriza
esta graça, ajudando a pessoa anciã a redescobrir as ricas possibilidades que
estão dentro dela, ajudando-a a assumir papéis catequéticos no mundo das
crianças — das quais freqüentemente são os avós tão queridos —, no mundo dos
jovens e entre os adultos. Deste modo, se favorece um fundamental diálogo
entre gerações, no âmbito da família e da comunidade. III CAPÍTULO Catequese para situações
especiais, mentalidades, ambientes A catequese para excepcionais e desadaptados (145) 189. Toda comunidade cristã considera como
pessoas prediletas do Senhor aquelas que, particularmente entre as crianças,
sofrem de qualquer tipo de deficiência física e mental e de outras formas de
dificuldades. Uma maior consciência social e eclesial e os inegáveis progressos
da pedagogia especial fazem com que a família e outros lugares de formação
possam hoje oferecer, a essas pessoas, uma adequada catequese, à qual têm
direito, como batizadas, e se não batizadas, como chamadas à salvação. O amor
do Pai para com estes filhos mais frágeis e a contínua presença de Jesus com
o seu Espírito nos dão a confiante certeza de que toda pessoa, por mais
limitada que seja, é capaz de crescer em santidade. A educação na fé, que envolve antes de mais nada
a família, requer itinerários adequados e personalizados, leva em
consideração as indicações da pesquisa pedagógica, e é atuada proficuamente
no contexto de uma global educação da pessoa. Por outro lado, deve-se evitar
o risco de que uma catequese necessariamente especializada acabe por
permanecer à margem da pastoral comunitária. Para que isso não ocorra, é
preciso que a comunidade seja constantemente advertida e envolvida. As
peculiares exigências desta catequese requerem, dos catequistas, uma
específica competência e tornam ainda mais louvável o serviço dos mesmos. A catequese das pessoas marginalizadas 190. Na mesma perspectiva deve ser considerada a
catequese dirigida a pessoas em situações de marginalidade, ou próximas a
ela, ou já caídas na marginalização, tais como os imigrados, os refugiados,
os nômades, as pessoas sem habitação fixa, os doentes crônicos, os
toxicômanos, os presos... A palavra solene de Jesus, que ensina como feito a
Ele próprio todo gesto de bondade realizado a « um desses pequeninos » (Mt 25,40;
45), garante a graça de bem atuar em ambientes difíceis. Sinais permanentes
da validade da catequese são a capacidade de distinguir a diversidade das
situações, de se dar conta das necessidades e das exigências de cada um, de
ter como meta importante o encontro pessoal, com uma paciente e generosa
dedicação, de proceder com confiança e realismo, recorrendo a formas muitas
vezes indiretas e ocasionais de catequese. A comunidade apoiará
fraternalmente os catequistas que se dedicam a este serviço. A catequese para os grupos diferenciados 191. A catequese, hoje em dia, deve afrontar
destinatários que, em razão da especificidade profissional e, de modo mais
amplo, cultural, exigem peculiares itinerários. Neste contexto estão incluídas a catequese para o
mundo operário, para os profissionais liberais, para os artistas, os homens
da ciência, para a juventude universitária... São categorias de pessoas
vivamente recomendadas no âmbito do caminho comum da comunidade cristã. É claro que todos estes setores necessitam de
abordagens competentes e de uma linguagem apropriada aos destinatários,
mantendo plena fidelidade à mensagem que se pretende transmitir. (146) A catequese ambiental 192. O serviço à fé, atualmente, tem grande
consideração pelos ambientes ou contextos de vida, uma vez que neles, a
pessoa desenvolve concretamente a própria existência, recebe influências e
influencia, e exerce as próprias responsabilidades. Em linhas gerais e a título de exemplo, devemos
recordar dois ambientes mais amplos, o rural e o urbano, que requerem formas
diferenciadas de catequese. A catequese dirigida às pessoas do campo reflete
necessariamente as necessidades que aí nascem, necessidades freqüentemente
ligadas à pobreza e à miséria, acompanhadas, não raramente, pelo medo e pela
superstição, mas também ricas de simplicidade, de confiança na vida, de senso
de solidariedade, de fé em Deus e de fidelidade às tradições religiosas. A catequese dirigida às pessoas da cidade deve
levar em consideração uma variedade, às vezes extrema, de situações que vão
de áreas exclusivas de bem-estar a bolsões de pobreza e de marginalização. Os
ritmos de vida tornam-se freqüentemente estressantes, a mobilidade é fácil,
não poucas são as solicitações à evasão e à falta de compromisso, freqüentes
são as situações de penoso anonimato e de solidão... Para cada um desses ambientes será necessário
criar um adequado serviço à fé, valorizando catequistas preparados,
produzindo oportunos subsídios, recorrendo aos recursos dos meios de
comunicação social... IV CAPÍTULO Catequese no contexto
sócio-religioso A catequese em situação de pluralismo e de
complexidade (147) 193. Muitas comunidades e indivíduos
singularmente considerados são chamados a viver num mundo pluralista e
secularizado, (148) onde podem ser encontradas formas de incredulidade e de
indiferença religiosa, mas também formas vivazes de pluralismo cultural e
religioso; em muitas pessoas, mostra-se forte a busca de certezas e de
valores, mas não faltam também formas espúrias de religião e um incerta
adesão à fé. Diante desta condição de complexidade, pode acontecer que
diversos cristãos se sintam confusos e perdidos, não saibam confrontar-se com
as situações, nem julgar as mensagens que nelas estão contidas, abandonem uma
regular prática religiosa e acabem por viver como se Deus não existisse,
recorrendo freqüentemente a sucedâneos pseudo-religiosos. A fé dessas pessoas
é exposta a provas e ameaçada, corre o risco de se extinguir e morrer, se não
for continuamente alimentada e promovida. 194. Torna-se indispensável uma catequese
evangelizadora, ou seja, « uma catequese cheia de linfa evangélica e servida
por uma linguagem adaptada ao tempo e às pessoas ». (149) Ela visa educar os
cristãos ao sentido da sua identidade de batizados, de crentes e de membros
da Igreja, abertos ao mundo e em diálogo com ele. Recorda-lhes os elementos
fundamentais da fé, estimula-os a um real processo de conversão, aprofunda
neles a verdade e o valor da mensagem cristã diante das objeções teóricas e
práticas, ajuda-os a discernir e a viver o Evangelho no cotidiano, torna-os
aptos a dar razão da esperança que está neles, (150) encoraja-os a exercitar
a sua vocação missionária, através do testemunho, do diálogo e do anúncio. A catequese em relação à religiosidade
popular (151) 195. Nas comunidades cristãs encontram-se, não
raramente, particulares expressões de busca de Deus e de vida religiosa,
carregadas de fervor e de pureza de intenções, às vezes comoventes, que podem
ser chamadas de « piedade popular ». « Ela traduz em si uma certa sede de Deus,
que somente os pobres e os simples podem experimentar; ela torna as pessoas
capazes de rasgos de generosidade e as predispõe ao sacrifício até as raias
do heroísmo, quando se trata de manifestar a fé; ela comporta um apurado
sentido dos atributos profundos de Deus: a paternidade, a providência, a
presença amorosa e constante, etc. Ela, além disso, suscita atitudes
interiores que raramente se observam alhures no mesmo grau: paciência,
sentido da cruz na vida cotidiana, desapego, aceitação dos outros, dedicação,
devoção, etc. ». (152) É uma realidade rica e ao mesmo tempo vulnerável, na
qual a fé, que está na sua base, pode ter necessidade de purificação e de
reforço. Requer-se, portanto, uma catequese que, de tal
recurso religioso, seja capaz de « captar as dimensões interiores e os
inegáveis valores, ajudando-a a superar os riscos de desvio. Bem orientada,
esta religiosidade popular pode vir a ser, cada vez mais, para as nossas
massas populares, um verdadeiro encontro com Deus em Jesus Cristo ». (153) 196. Também a veneração dos fiéis pela Mãe de
Deus tem assumido formas variadas, segundo as circunstâncias de tempo e de
lugar, a diversa sensibilidade dos povos e a sua diferente tradição cultural.
As formas com que tal piedade mariana se exprime, sujeitas à usura do tempo,
mostram-se carentes de uma catequese renovada, que permita substituir nelas
aqueles elementos caducos, valorizar aqueles que são perenes e incorporar os
dados doutrinais adquiridos pela reflexão teológica e propostos pelo
magistério eclesiástico. Uma tal catequese é sumamente necessária. É
também conveniente que ela exprima claramente a nota trinitária, cristológica
e eclesial, intrínseca à mariologia. Além disso, ao rever ou criar exercícios
de piedade mariana, devem ser levadas em consideração as orientações
bíblicas, litúrgicas, ecumênicas e antropológicas. (154) A catequese no contexto ecumênico (155) 197. Toda comunidade cristã, pelo fato de ser
tal, é levada pelo Espírito Santo a reconhecer a sua vocação ecumênica na
situação emque se encontra, participando do diálogo ecumênico e das
iniciativas destinadas a realizar a unidade dos cristãos. A catequese,
portanto, é chamada a assumir sempre e em todos os lugares uma « dimensão
ecumênica ». (156) Esta dimensão se realiza, antes de mais nada, com a
exposição de toda a revelação que tem a Igreja Católica como depositária, no
respeito pela hierarquia das verdades; (157) em segundo lugar, a catequese
evidencia a unidade de fé que existe entre os cristãos e, ao mesmo tempo,
explica as divisões que subsistem e os passos que devem ser feitos para
superá-las; (158) além disso, a catequese suscita e alimenta um verdadeiro
desejo de unidade, em particular através do amor à Sagrada Escritura; e
enfim, empenha-se a preparar as crianças, jovens e adultos a viverem em
contato com os irmãos e irmãs de outras confissões, cultivando a própria
identidade católica, no respeito pela fé dos demais. 198. Em presença de diferentes confissões
cristãs, os Bispos podem julgar oportunas, e até mesmo necessárias,
determinadas experiências de colaboração, no âmbito do ensinamento religioso.
É importante que aos católicos seja assegurada, de uma outra maneira e ainda
com maior cuidado, uma catequese especificamente católica. (159) Também o ensino da religião, ministrado na
escola, onde estão presentes membros de diversas confissões cristãs,
reveste-se de valor ecumênico quando a doutrina cristã é genuinamente
apresentada. Tal ensino, de fato, oferece a ocasião de um diálogo, mediante o
qual podem ser superados ignorância e preconceitos, e pode ser favorecida a
abertura a uma melhor compreensão recíproca. A catequese em relação ao hebraísmo 199. Uma atenção especial deve ser dada à
catequese relativa à religião hebraica. (160) De fato, « a Igreja, Povo de
Deus na Nova Aliança, descobre, ao perscrutar o seu próprio mistério, seus
vínculos com o Povo Hebreu, a quem Deus falou por primeiro ». (161) « O ensino religioso, a catequese e a pregação
devem formar não apenas à objetividade, à justiça e à tolerância, mas também
à compreensão e ao diálogo. As nossas duas tradições têm um alto grau de
parentesco; não podem, por isso, ignorar-se. É necessário encorajar um
recíproco conhecimento em todos os níveis ». (162) De modo particular, um
objetivo da catequese é a superação de toda e qualquer forma de
anti-semitismo. (163) A catequese no contexto de outras religiões (164) 200. Os cristãos hoje, vivem, no mais das vezes,
num contexto multi-religioso, e não poucos, em condições de minoria. Em tal
situação, particularmente no que diz respeito ao Islamismo, a catequese se
reveste de uma importância relevante e é chamada a assumir uma
responsabilidade delicada, que desemboca em outras tarefas. Antes de mais nada, ela aprofunda e reforça a
identidade dos crentes, particularmente onde eles são minoria, mediante uma
adaptação ou inculturação conveniente, num necessário confronto entre o
Evangelho de Jesus Cristo e a mensagem das demais religiões. Neste processo,
são indispensáveis comunidades cristãs sólidas e fervorosas, bem como
catequistas autóctones bem preparados. Em segundo lugar, a catequese ajuda a nos
tornarmos conscientes da presença de outras religiões. Necessariamente, ela
torna os fiéis capazes de distinguir, nessas outras religiões, os elementos
que se contrapõem ao anúncio cristão, mas os educa também a captar as
sementes evangélicas (semina Verbi) que nelas existem e que podem
constituir uma autêntica preparação evangélica. Em terceiro lugar, a catequese promove em todos
os crentes, um vivo senso missionário. Este se manifesta através de um
límpido testemunho da fé, através de uma atitude de respeito e de recíproca
compreensão, através do diálogo e da colaboração em defesa dos direitos da
pessoa humana e em favor dos pobres e, onde for possível, também através do
explícito anúncio do Evangelho. A catequese em relação aos « novos movimentos
religiosos » (165) 201. No clima de relativismo religioso e
cultural, e às vezes também em virtude de uma não reta conduta dos cristãos,
proliferam atualmente « novos movimentos religiosos », também denominados de
seitas ou cultos, com abundância de nomes e de tendências, difíceis de
ordenar no âmbito de um quadro orgânico e preciso. Por quanto nos seja
possível entender, podem distinguir-se movimentos de matriz cristã, outros
que derivam de religiões orientais e outros ainda que se baseiam em tradições
esotéricas. Despertam preocupações pelas doutrinas e práticas de vida que
freqüentemente se distanciam dos conteúdos da fé cristã. Continua a ser
necessário, portanto, promover em favor dos cristãos cuja fé está exposta ao
risco « o empenho em favor de uma evangelização e de uma catequese integrais
e sistemáticas, que devem ser acompanhadas de um testemunho capaz detraduzir
tais ensinamentos em vivência ». (166) Trata-se, de fato, de superar a grave
insídia da ignorância e do preconceito, ajudar os fiéis a encontrarem
corretamente a Escritura, suscitando entre eles vivas experiências de oração,
defendendo-os dos semeadores de erros, educando-os à responsabilidade pela fé
recebida, fazendo-se presente com a força do amor evangélico, quando existem
perigosas situações de solidão, de pobreza e de sofrimento. Pelo anseio religioso
que tais movimentos podem exprimir, eles merecem ser considerados como um «
areópago a ser evangelizado », no qual os problemas mais sentidos podem
encontrar resposta. « A Igreja tem em Cristo, que se proclamou « o Caminho, a
Verdade e a Vida » (Jo 14,6), um imenso patrimônio espiritual a
oferecer à humanidade ». (167) V CAPÍTULO A Catequese no contexto
sócio-cultural (168) Catequese e cultura contemporânea (169) 202. « Da catequese, como da evangelização em
geral, nós podemos dizer que ela é chamada a levar a força do Evangelho ao
coração da cultura e das culturas ». (170) Os princípios da adaptação e da
inculturação catequética já foram expostos precedentemente. (171) Agora,
basta reafirmar que o discurso catequético tem como guia necessária e eminente
a « regra da fé », ilustrada pelo Magistério e aprofundada pela teologia.
Deve-se considerar também que a história da catequese, particularmente no
tempo dos Padres, é, em tantos aspectos, história da inculturação da fé e,
como tal, merece ser estudada e meditada; uma história que, por outro lado,
jamais se detém e que exige tempos longos, de contínua assimilação do
Evangelho. Neste capítulo são expostas indicações de método
para uma tarefa tão necessária quanto exigente, além de bastante difícil e exposta
aos riscos do sincretismo e de outros mal-entendidos. Pode-se dizer que,
sobre este tema, hoje particularmente importante, é necessária uma maior
reflexão programada e universal, em relação à experiência catequética. Tarefas de uma catequese para a inculturação da
fé (172) 203. Formam um conjunto orgânico e são, a seguir,
sinteticamente enumeradas: – conhecer em profundidade a cultura das pessoas
e o grau de penetração nas suas vidas; – reconhecer a presença da dimensão cultural no
próprio Evangelho, afirmando que este não nasce de um húmus cultural
humano e, por outro lado, reconhecendo como o Evangelho não possa ser isolado
das culturas nas quais se inseriu a princípio, e nas quais se tem expresso no
curso dos séculos; – anunciar a profunda transformação, a conversão
que o Evangelho, enquanto força « transformadora e regeneradora », (173)
opera nas culturas; – testemunhar a transcendência e não exaustão do
Evangelho na cultura e, ao mesmo tempo, distinguir os germes evangélicos que
podem estar presentes nesta; – promover uma nova expressão do Evangelho
segundo a cultura evangelizada, visando obter uma linguagem da fé que seja
patrimônio comum entre os fiéis e, portanto, fator fundamental de comunhão; – manter íntegros os conteúdos da fé da Igreja e
procurar que a explicação e o esclarecimento das fórmulas doutrinais da
Tradição sejam propostas tendo-se em conta a situação cultural e histórica
dos destinatários, evitando sempre mutilações e falsificações dos conteúdos. Processo metodológico 204. A catequese, ao mesmo tempo em que deve
evitar toda e qualquer manipulação de uma cultura, também não pode limitar-se
simplesmente à justaposição do Evangelho a esta, « de maneira decorativa »,
mas sim deverá propô-lo « de maneira vital, em profundidade » e isto até às
suas raízes, à cultura e às culturas do homem. (174) Isso determina um processo dinâmico, feito de
diversos momentos que interagem entre si: esforçar-se por escutar, na cultura
das pessoas, o eco (pressagio, invocação, sinal...) da Palavra de Deus; discernir
aquilo que é autêntico valor evangélico ou, pelo menos, é aberto ao Evangelho
daquilo que não o é; purificar o que está sob o sinal do pecado (paixões,
estruturas do mal...) ou da fragilidade humana; penetrar nas pessoas,
estimulando uma atitude de radical conversão a Deus, de diálogo com os demais
e de paciente amadurecimento interno. Necessidades e critérios de avaliação 205. Em fase de avaliação, tanto mais necessária
quando se apresenta um caso de tentativa inicial eou de experimentação,
dever-se-á observar com muito cuidado se no processo catequético se tenham
infiltrado elementos de sincretismo. Em tal caso, as tentativas de
inculturação seriam perigosas e errôneas, e deveriam ser corrigidas. Em termos positivos, é correta aquela catequese
que não apenas provoca uma assimilação intelectual do conteúdo da fé, mas
também toca o coração e transforma a conduta. Deste modo, a catequese gera
uma vida dinâmica e unificada da fé, preenche o abismo entre aquilo que se
crê e aquilo que se vive, entre a mensagem cristã e o conteúdo cultural,
estimula frutos de santidade. Responsáveis pelo processo de inculturação 206. « A inculturação deve envolver todo o Povo
de Deus, e não apenas alguns peritos, dado que o povo reflete aquele sentido
da fé, que é necessário nunca perder de vista. Que ela seja guiada e
estimulada, mas nunca forçada, para não provocar reações negativas nos
cristãos: deve ser uma expressão da vida comunitária, ou seja, amadurecida no
seio da comunidade, e não fruto exclusivo de investigações eruditas ». (175)
O processo de encarnação do Evangelho, que é o objetivo específico da
inculturação, exige uma participação, na catequese, por parte de todos
aqueles que vivem no mesmo contexto cultural: o clero, os agentes pastorais
(catequistas), o mundo dos leigos. Formas e vias privilegiadas 207. Entre as formas mais apropriadas de
inculturação da fé, é útil recordar a catequese dos jovens e dos adultos,
pela possibilidade de correlacionar mais incisivamente fé e vida. A
inculturação da fé não pode deixar de ser considerada na iniciação cristã das
crianças, exatamente pelas notáveis implicações culturais de tal processo:
aquisição de novas motivações de vida, educação da consciência, aprendizagem
da linguagem bíblica e sacramental, conhecimento da importância histórica do
cristianismo. Uma via privilegiada é a catequese litúrgica,
pela riqueza de sinais com que é expressa a mensagem e pela possibilidade de
acesso que oferece, a grande parte do Povo de Deus; deve ser também
revalorizados os conteúdos dos Lecionários, a estrutura do Ano Litúrgico, a
homilia dominical e outras ocasiões de catequeses particularmente
significativas (matrimônios, funerais, visitas aos enfermos, festas
dos santos padroeiros, etc.); é central a atenção dispensada à família,
agente primário da iniciação a uma transmissão encarnada da fé; reveste-se de
peculiar interesse a catequese em situação multiétnica e multicultural, uma
vez que leva ainda mais atentamente a descobrir e a considerar os recursos
dos diversos grupos, no acolher e no expressar a fé recebida. A linguagem (176) 208. A inculturação da fé, sob certos aspectos, é
obra da linguagem. Isto faz com que a catequese respeite e valorize a
linguagem própria da mensagem, antes de mais nada, a linguagem bíblica, mas
também a linguagem histórico-tradicional da Igreja (Símbolo,
liturgia) e a chamada linguagem doutrinal (fórmulas dogmáticas);
além disso, é necessário que a catequese entre em comunicação com formas e
termos próprios da cultura da pessoa à qual se dirige; enfim, é preciso que a
catequese estimule novas expressões do Evangelho na cultura na qual este foi
implantado. No processo de inculturação do Evangelho, a
catequese não deve ter receio de usar fórmulas tradicionais e termos técnicos
da fé, mas oferecer o significado dos mesmos e mostrar o seu relevo
existencial; e, por outro lado, é dever da catequese « encontrar uma
linguagem adaptada às crianças, aos jovens do nosso tempo em geral e ainda a
muitas outras categorias de pessoas: linguagem para os estudantes, para os intelectuais
e para os homens da ciência; linguagem para os analfabetos e para as pessoas
de cultura elementar; linguagem para os excepcionais, etc. (177) Os meios de comunicação 209. Intrinsecamente ligados à linguagem são os
modos da comunicação. Um dos mais eficazes e penetrantes é o dos mass
media. « A evangelização da cultura moderna depende, em grande parte, da
sua influência ». (178) Remetendo ao que se afirma a esse respeito noutra
parte, (179) recordam-se aqui alguns indicadores úteis para a inculturação:
uma mais ampla valorização dos meios de comunicação, segundo a sua específica
qualidade comunicativa, sabendo equilibrar devidamente a linguagem da imagem
com a linguagem da palavra; a salvaguarda do senso religioso genuíno nas
formas expressivas escolhidas; a promoção do amadurecimento crítico dos
receptores e o estímulo ao aprofundamento pessoal do que foi captado através
dos meios de comunicação; a produção de subsídios catequéticos para os mass
media, congruentes com o objetivo; uma profícua colaboração entre
agentes pastorais. (180) 210. Um instrumento considerado central no
processo de inculturação é o Catecismo. Antes de mais nada, o Catecismo da
Igreja Católica, cuja « vasta gama de serviços é preciso saber evidenciar...
também em vista da inculturação, a qual, para ser eficaz. não pode jamais
deixar de ser verdadeira ». (181) O Catecismo da Igreja Católica requer
expressamente a redação de Catecismos locais apropriados, nos quais possam
ser atuadas as adaptações... exigidas pelas diferenças de culturas, de
idades, da vida espiritual e das situações sociais e eclesiais daqueles a
quema catequese é dirigida. (182) Âmbitos antropológicos e tendências culturais 211. O Evangelho solicita uma catequese aberta,
generosa e corajosa no alcançar as pessoas onde elas vivem, de modo
particular encontrando aquelas encruzilhadas da existência onde se dão os
intercâmbios culturais elementares e fundamentais, como a família, a escola,
o ambiente de trabalho, o tempo livre. Também é importante para a catequese saber
distinguir e penetrar naqueles ambientes antropológicos nos quais as
tendências culturais têm maior impacto, para a criação ou difusão de modelos
de vida, tais como o mundo urbano, o fluxo turístico e migratório, o universo
dos jovens e outros fenômenos socialmente relevantes... Enfim « são outros tantos setores a serem
iluminados pela luz do Evangelho » (183) aquelas áreas culturais que são
denominadas « areópagos modernos », tais como a área da comunicação, a área
dos esforços civis em favor da paz, o desenvolvimento, a libertação dos povos
e a salvaguarda da criação; a área da defesa dos direitos das pessoas,
sobretudo das minorias, da mulher e da criança; a área da pesquisa científica
e das relações internacionais... Intervenção nas situações concretas 212. O processo de inculturação operado pela
catequese é chamado a confrontar-se continuamente com situações concretas
múltiplas e diferentes. Pretendemos enumerar aqui algumas das mais relevantes
e freqüentes. Em primeiro lugar, é necessário distinguir a
inculturação em países de recente origem cristã, onde o primeiro anúncio
missionário deve ainda consolidar-se, e a inculturação em países de tradição
cristã, que necessitam de uma nova evangelização. É preciso levar em consideração, também, as
situações expostas a tensões e conflitos em relação a fatores como o
pluralismo étnico, o pluralismo religioso, as diferenças de desenvolvimento
às vezes gritantes, a condição urbana e extra-urbana de vida, os sistemas
dominantes de significado, os quais, em certos países, são influenciados pela
maciça secularização, e em outros, por uma forte religiosidade. Enfim, se buscará ter presente aquelas tendências
culturalmente significativas no território, representadas pelas várias
classes sociais e profissionais, tais como homens da ciência e da cultura,
mundo operário, jovens, marginalizados, estrangeiros, excepcionais... Em termos mais gerais, « a formação dos cristãos
terá na máxima conta a cultura humana do lugar, a qual contribui para a
própria formação e ajudará a avaliar tanto o valor inerente à cultura
tradicional, como o proposto pela moderna. Dê-se a devida atenção também às
várias culturas que possam coexistir num mesmo povo e numa mesma nação ».
(184) Tarefas das Igrejas locais (185) 213. A inculturação compete às Igrejas
particulares e se refere a todos os âmbitos da vida cristã. A catequese é um
desses aspectos. Exatamente pela natureza da inculturação, que acontece no concreto
e na especificidade das situações, « uma legítima atenção para com as Igrejas
particulares não pode senão vir a enriquecer a Igreja. Tal atenção, aliás, é
indispensável e urgente ». (186) Com este objetivo e de maneira muito oportuna, as
Conferências dos Bispos dos diversos países do mundo, estão propondo
Diretórios catequéticos (e instrumentos análogos), catecismos e subsídios,
laboratórios e centros de formação. À luz do conteúdo expresso no presente
Diretório, torna-se necessário operar uma revisão e uma atualização das
diretrizes locais, estimulando o concurso dos centros de pesquisa, valendo-se
da experiência dos catequistas e favorecendo a participação do próprio Povo
de Deus. Iniciativas guiadas 214. A importância do assunto e, por outro lado, a
indispensável fase de pesquisa e de experimentação, exigem iniciativas
guiadas pelos legítimos Pastores. Tais iniciativas são: – favorecer uma catequese difusa e capilar, que
sirva a superar, antes de mais nada, o grave obstáculo de toda inculturação
que é a ignorância ou a má informação. Isso permite aquele diálogo e
envolvimento direto das pessoas, que indicam melhor eficazes vias de anúncio; – realizar experiências-piloto de inculturação da
fé, no âmbito de um programa estabelecido pela Igreja. Em particular, assume
um papel influente a prática do catecumenato dos adultos segundo o OICA; – se na mesma área eclesial, existem múltiplos
grupos étnicos e lingüísticos, é oportuno dispor de guias e Diretórios
traduzidos nas diversas línguas, promovendo, através de centros catequéticos,
um serviço catequético homogêneo a cada grupo; – estabelecer um diálogo de recíproca escuta e de
comunhão entre as Igrejas locais e entre estas e a Santa Sé. Isso permite
verificar certas experiências, critérios, itinerários e instrumentos de
trabalho para a inculturação, mais válidos e atualizados. QUINTA PARTE A CATEQUESE NA IGREJA
PARTICULAR A Catequese na Igreja
particular « Depois subiu à montanha, e chamou a si os que
ele queria, e eles foram até ele. E constituiu Doze, para que ficassem com
ele, para enviá-los a pregar, e terem autoridade para expulsar os demônios »
(Mc 3,13-15). Sentido e finalidade desta parte 215. De tudo o que foi exposto nas partes
precedentes, em relação à natureza da catequese, ao seu conteúdo, à sua
pedagogia e aos seus destinatários, emerge a pastoral catequética que, de
fato, se realiza na Igreja particular. Esta Quinta Parte expõe os seus elementos mais
importantes. 216. No primeiro capítulo se reflete sobre o
ministério catequético e os seus agentes. A catequese é uma responsabilidade
comum, mas diferenciada. Os Bispos, os presbíteros, os diáconos, os
religiosos e os fiéis leigos atuam nela, de acordo com as suas respectivas
responsabilidades e carismas. A formação dos catequistas, analisada no Segundo
Capítulo, é um elemento decisivo na ação catequizadora. Se é importante dotar
a catequese de válidos instrumentos, mais importante ainda é
prepararcatequistas idôneos. No Terceiro Capítulo se estudam os lugares onde,
de fato, se realiza a catequese. No Quarto Capítulo, se estudam os aspectos mais
diretamente organizacionais da catequese: os organismos responsáveis, a
coordenação da catequese e algumas tarefas próprias do serviço catequético. A indicação e as sugestões oferecidas nesta
Parte, não podem deixar de encontrar imediata e contemporânea aplicação na
Igreja em todas as partes. Para aquelas nações ou regiões, nas quais a ação
catequética ainda não teve a oportunidade de alcançar um suficiente nível de
desenvolvimento, estas orientações e sugestões assinalam somente uma série de
metas a serem alcançadas gradativamente. I CAPÍTULO O ministério da catequese na
Igreja particular e os seus agentes A Igreja particular (187) 217. O anúncio, a transmissão e a experiência
vivida pelo Evangelho realizam-se na Igreja particular (188) ou Diocese.
(189) A Igreja particular é constituída pela comunidade dos discípulos de
Jesus Cristo (190) que vivem encarnados num espaço sociocultural determinado.
Em toda Igreja particular « se faz presente a Igreja universal com todos os
seus elementos essenciais ». (191) Realmente, a Igreja universal, fecundada
pelo Espírito Santo no dia do Pentecostes como primeira célula, « concebe as
Igrejas particulares, como filhas, e se exprime nelas ». (192) A Igreja
universal, como Corpo de Cristo, se manifesta assim, como « Corpo das Igrejas
». (193) 218. O anúncio do Evangelho e da Eucaristia são
as duas colunas sobre as quais se edifica e em torno das quais se reúne a
Igreja particular. Como a Igreja universal, também essa « existe para
evangelizar ». (194) A catequese é uma ação evangelizadora basilar de
toda Igreja particular. Por meio dela, a Diocese oferece, a todos os seus
membros e a todos aqueles que se aproximam com intenção de entregar-se a
Jesus Cristo, um processo formativo que permita conhecer, celebrar, viver e
anunciar o Evangelho nos limites do próprio horizonte cultural. Desse modo, a
confissão da fé, meta da catequese, pode ser proclamada pelos discípulos de
Cristo « em nossas próprias línguas ». (195) Como em Pentecostes, também
hoje, a Igreja de Cristo, « presente e atuante » (196) nas Igrejas
particulares, « fala todas as línguas », (197) pois como árvore que cresce,
lança as suas raízes em todas as culturas. O ministério da catequese na Igreja particular 219. No conjunto dos ministérios e dos serviços,
com os quais a Igreja particular atua a sua missão evangelizadora, ocupa um
posto de relevo o ministério da catequese. (198) Deste, destacamos o
seguinte: a) Na Diocese, a catequese é um
serviço único, (199) realizado conjuntamente pelos presbíteros, diáconos,
religiosos e leigos, em comunhão com o Bispo. Toda a comunidade cristã deve
sentir-se responsável por este serviço. Ainda que os sacerdotes, religiosos e
leigos realizem em comum a catequese, fazem-no em modo diferenciado, cada
qual segundo a sua particular condição na Igreja (ministros sagrados,
pessoas consagradas, fiéis cristãos). (200) Através deles, na
diferença das funções de cada um, o ministério catequético oferece, de modo
completo, a Palavra e o testemunho da realidade eclesial. Se faltasse
qualquer uma dessas formas de presença, a catequese perderia parte da própria
riqueza e do próprio significado. b) Trata-se, por outro lado, de
um serviço eclesial fundamental, indispensável para o crescimento da Igreja.
Não é uma ação que se possa realizar na comunidade a título privado ou por
iniciativa puramente pessoal. Atua-se em nome da Igreja, em virtude da missão
por ela conferida. c) O ministério catequético, no
conjunto dos ministérios e dos serviços eclesiais, tem um caráter próprio,
que deriva da especificidade da ação catequética, no âmbito do processo de
evangelização. A tarefa do catequista, como educador da fé, difere daquela
que cabe a outros agentes da pastoral (litúrgica, da caridade,
social...), ainda que, obviamente, deva agir em coordenação com estes. d) A fim de que o ministério
catequético na Diocese seja frutuoso, ele precisa apoiar-se sobre os demais
agentes, não necessariamente catequistas diretos, os quais apoiam e sustentam
a atividade catequética, realizando tarefas que são imprescindíveis, tais
como: a formação dos catequistas, a elaboração do material, a reflexão, a
organização e o planejamento. Estes agentes, juntamente com os catequistas,
estão a serviço de um único ministério catequético diocesano, ainda que não
todos desempenhem os mesmos papéis, e nem o façam sob o mesmo título. A comunidade cristã e a responsabilidade de
catequizar 220. A catequese é uma responsabilidade de toda a
comunidade cristã. A iniciação cristã, de fato, « não deve ser obra somente
dos catequistas ou sacerdotes, mas de toda a comunidade dos fiéis ». (201) A
própria educação permanente na fé é uma questão que cabe a toda a comunidade.
A catequese é, portanto, uma ação educativa, realizada a partir da peculiar
responsabilidade de cada membro da comunidade, num contexto ou clima
comunitário, rico de relações, a fim de que oscatecúmenos e os catequizandos
se incorporem ativamente na vida da comunidade. Da fato, a comunidade cristã acompanha o
desenvolvimento dos processos catequéticos, tanto com as crianças quanto com
os jovens ou com os adultos, como um fato que lhe diz respeito e que a
empenha diretamente. (202) É ainda a comunidade cristã que, ao término do
processo catequético, acolhe os catecúmenos e catequizandos num ambiente
fraterno « no qual eles possam viver o mais plenamente possível aquilo que
aprenderam ». (203) 221. A comunidade cristã não apenas dá muito ao
grupo dos catequizandos, mas também recebe muito destes. Os neo-convertidos,
sobretudo os jovens e os adultos, aderindo a Jesus Cristo, levam à comunidade
que os acolhe uma nova riqueza humana e religiosa. Assim, a comunidade cresce
e se desenvolve, pois a catequese conduz à maturidade da fé não somente os
catequizandos, mas também a própria comunidade enquanto tal. Ainda que toda a comunidade cristã seja
responsável pela catequese, e ainda que todos os seus membros devam dar
testemunho da fé, somente alguns recebem o mandato eclesial de ser
catequistas. Juntamente com a missão originária que têm os genitores em
relação a seus filhos, a Igreja confere oficialmente, a determinados membros
do Povo de Deus, especificamente chamados, a delicada missão de transmitir a
fé, no seio da comunidade. (204) O Bispo, primeiro responsável pela catequese na
Igreja particular 222. O Concílio Vaticano II releva a eminente
importância que, no ministério episcopal, têm o anúncio e a transmissão do
Evangelho. « Entre os principais deveres dos Bispos, destaca-se o de pregar o
Evangelho ». (205) Na realização desta tarefa, os Bispos são, antes de mais
nada, « arautos da fé », (206) que buscam arrebanhar novos discípulos para
Cristo e são, ao mesmo tempo, « mestres autênticos », (207) que transmitem ao
povo a eles confiado, a fé a ser professada e vivida. No ministério profético
dos Bispos, o anúncio missionário e a catequese constituem dois aspectos,
intimamente unidos. Para realizar esta função, os Bispos recebem « um carisma
de verdade ». (208) Os Bispos são « os primeiros responsáveis pela
catequese, os catequistas por excelência ». (209) Na história da Igreja, é
evidente o papel preponderante dos grandes e santos Bispos que, com suas
iniciativas e seus escritos, marcam o período mais esplêndido da instituição
catecumenal. Eles concebiam a catequese como uma dastarefas fundamentais de
seu ministério. (210) 223. Esta preocupação pela atividade catequética
levará o Bispo a assumir « a superior direção da catequese » (211) na Igreja
particular, responsabilidade que implica, entre outras coisas: – Assegurar à sua Igreja a efetiva
prioridade de uma catequese ativa e eficaz, « que empenhe na
atividades as pessoas, os meios e os instrumentos e também os recursos
financeiros necessários ». (212) – Exercitar a solicitude pela catequese, mediante
uma intervenção direta na transmissão do Evangelho aos
fiéis, vigiando, ao mesmo tempo, sobre a autenticidade da confissão da fé e
sobre a qualidade dos textos e instrumentos que devem ser utilizados. (213) – « Suscitar e alimentar uma verdadeira
paixão pela catequese; uma paixão, porém, que se encarne numa organização
adequada e eficaz », (214) agindo com a profunda convicção da importância que
tem a catequese para a vida cristã de uma Diocese. – Trabalhar para que « os catequistas
sejam perfeitamente preparados para a sua missão, conheçam cabalmente a
doutrina da Igreja e aprendam na teoria e na prática, as leis da Psicologia e
as disciplinas pedagógicas ». (215) – Estabelecer, na Diocese, um projeto
global de catequese, articulado e coerente, o qual responda às
verdadeiras necessidades dos fiéis e seja adequadamente situado nos planos
pastorais diocesanos. Tal projeto deve ser coordenado, igualmente, no seu
desenvolvimento, com os planos da Conferência Episcopal. Os presbíteros, pastores e educadores da
comunidade cristã 224. A função própria do presbítero na tarefa
catequética nasce do sacramento da Ordem que recebeu. « Pelo sacramento da
Ordem, os presbíteros, pela unção do Espírito Santo, são assinalados com um
caráter especial e assim configurados com Cristo Sacerdote, de forma a
poderem agir na pessoa de Cristo cabeça, (...) para construir e edificar todo
o seu Corpo que é a Igreja, como cooperadores da ordem episcopal ». (216) Em
razão desta configuração ontológica com Cristo, o ministério dos presbíteros
é um serviço que plasma a comunidade, que coordena e dá força aos demais
serviços e carismas. Em relação à catequese, o sacramento da Ordem constitui
os presbíteros como « educadores na fé ». (217) Esforçam-se, portanto, para
que os fiéis da comunidade se formem adequadamente e alcancem a maturidade
cristã. (218) Conscientes, por outro lado, de que o seu « sacerdócio
ministerial » (219) está a serviço do « sacerdócio comum dos fiéis », (220)
os presbíteros estimulam a vocação e o trabalho dos catequistas, ajudando-os
a realizar uma função que brota do Batismo e se exercita em virtude de uma
missão que a Igreja lhes confia. Os presbíteros realizam, assim, a
recomendação do Concílio Vaticano II, quando lhes pede que « reconheçam e
promovam sinceramente a dignidade dos leigos e suas incumbências na missão da
Igreja ».(221) 225. De maneira mais concreta, na catequese, as
tarefas próprias do presbítero e, especificamente do pároco, (222) são: – suscitar, na comunidade cristã, o senso
da responsabilidade comum para com a catequese, como tarefa
que envolve todos, assim como o reconhecimento e o apreço para com os
catequistas e a missão que desempenham; – cuidar da impostação de fundo da
catequese e da sua adequada programação, contando com a participação
ativa dos próprios catequistas, e estando atento para que ela seja « bem
estruturada e bem orientada »; (223) – suscitar e distinguir vocações para o
serviço catequético e, como catequista dos catequistas, cuidar da
formação dos mesmos, dedicando a esta tarefa a máxima solicitude; – integrar a ação catequética no projeto
evangelizador da comunidade, cuidando, em particular, do liame entre
catequese, sacramentos e liturgia; – assegurar a conexão entre a catequese a sua
comunidade e os planos pastorais diocesanos, ajudando os
catequistas a se fazerem cooperadores ativos de um projeto diocesano comum. A experiência comprova que a qualidade da
catequese de uma comunidade depende, em grande parte, da presença e da ação
do sacerdote. Os genitores, primeiros educadores dos próprios
filhos à fé (224) 226. O testemunho de vida cristã, oferecido pelos
genitores, no seio da família, chega até as crianças envolvido em ternura e
respeito materno e paterno. Os filhos se dão conta, assim, e vivem
alegremente a proximidade de Deus e de Jesus, manifestada pelos genitores, de
tal modo que esta primeira experiência cristã deixa, freqüentemente, uma
marca decisiva, que dura por toda a vida. Este despertar religioso infantil,
no âmbito familiar, tem um caráter « insubstituível ». (225) Esta primeira iniciação consolida-se quando, por
ocasião de certos eventos familiares ou de festas, « se tiver o cuidado de
explicitar em família, o conteúdo cristão ou religioso de tais acontecimentos
». (226) Tal iniciação se aprofunda ainda mais, se os genitores comentam e
ajudam a interiorizar a catequese mais metódica, que os seus filhos maiores,
recebem na comunidade cristã. De fato, « a catequese familiar precede,
acompanha e enriquece todas as outras formas de catequese ». (227) 227. Os genitores recebem, no sacramento do
Matrimônio, « a graça e a responsabilidade da educação cristã de seus filhos
», (228) aos quais testemunham e transmitem, ao mesmo tempo, os valores
humanos e religiosos. Tal ação educativa, ao mesmo tempo humana e religiosa,
é um « verdadeiro ministério », (229) por meio do qual se transmite e se
irradia o Evangelho, até o ponto em que a própria vida de família se torna
itinerário de fé e escola de vida cristã. À medida que os filhos crescem, também
o intercâmbio se faz recíproco e, « num diálogo catequético deste tipo, cada
um recebe e dá alguma coisa ». (230) Por isso, é necessário que a comunidade cristã
preste uma especial atenção aos genitores. Através de contatos pessoais,
encontros, cursos e também mediante uma catequese para adultos, dirigida aos
genitores, se deve ajudá-los a assumir a tarefa, hoje particularmente
delicada, de educar os seus filhos na fé . Isto se mostra ainda mais urgente
nos locais onde a legislação civil não permite ou torna difícil uma livre
educação na fé. (231) Nesses casos, a « igreja doméstica » (232) é,
praticamente, o único ambiente no qual crianças e jovens podem receber uma
autêntica catequese. Os Religiosos na catequese 228. A Igreja convoca, de modo particular, as
pessoas de vida consagrada à atividade catequética, e deseja « que as
comunidades religiosas consagrem o máximo das suas capacidades e de suas
possibilidades à obra específica da catequese ». (233) A contribuição peculiar à catequese, fornecida
pelos religiosos, religiosas e pelos membros das Sociedades de Vida
apostólica, deriva da sua específica condição. A profissão dos conselhos
evangélicos, que caracteriza a vida religiosa, constitui um dom para toda a
comunidade cristã. Na ação catequética diocesana, a sua original e peculiar
contribuição não poderá jamais ser um sucedâneo, nem dos sacerdotes nem dos
leigos. Esta contribuição original nasce do testemunho público de sua
consagração, que os constitui sinal vivo da realidade do Reino: « É a
profissão desses conselhos em um estado de vida estável reconhecido pela
Igreja, que caracteriza a vida consagrada a Deus ». (234) Ainda que os
valores evangélicos devam ser vividos por todo cristão, as pessoas de vida
consagrada « encarnam a Igreja desejosa de se entregar ao radicalismo das
bemaventuranças ». (235) O testemunho dos religiosos, unido ao testemunho dos
leigos, mostra a face única da Igreja, que é sinal do Reino de Deus. (236) 229. « Há muitas Famílias religiosas, masculinas
e femininas, que nasceram para a educação cristã das crianças e dos jovens,
sobretudo dos mais abandonados ». (237) Esse mesmo carisma dos fundadores faz
com que muitos religiosos e religiosas colaborem hoje na catequese diocesana
dos adultos. No curso da história « os Religiosos e as Religiosas têm estado
muito comprometidos na atividade catequética da Igreja ». (238) Os carismas de fundação (239) não ficam à margem
quando os religiosos assumem a tarefa catequética. Mantendo intacto o caráter
próprio da catequese, os carismas das diversas comunidades religiosas conotam
esta tarefa comum com características próprias, freqüentemente de grande
profundidade religiosa, social e pedagógica. A história da catequese
demonstra a vitalidade que estes carismas deram à ação educativa da Igreja. Os catequistas leigos 230. Também a ação catequética dos leigos tem um
caráter peculiar, devido à sua particular condição na Igreja: « o caráter
secular é próprio dos leigos ». (240) Os leigos exercitam a catequese a
partir de sua inserção no mundo, compartilhando todas as formas de empenho
com os outros homens e revestindo a transmissão do Evangelho de sensibilidade
e conotações específicas: « esta evangelização (...) adquire características
específicas e eficácia particular pelo fato de se realizar nas condições
comuns do século ». (241) De fato, ao compartilhar a mesma forma de vida
daqueles que catequizam, os catequistas leigos têm uma sensibilidade especial
para encarnar o Evangelho na vida concreta dos seres humanos. Os próprios
catecúmenos e catequizandos podem encontrar neles, um modelo cristão, no qual
projetar o seu futuro de crentes. 231. A vocação do leigo à catequese tem origem no
sacramento do Batismo e se fortalece pela Confirmação, sacramentos mediante
os quais ele participa do « ministério sacerdotal, profético e real » de
Cristo. (242) Além da vocação comum ao apostolado, alguns leigos sentemse
chamados interiormente por Deus, a assumirem a tarefa de catequistas. A
Igreja suscita e distingue esta vocação divina, e confere a missão de
catequizar. Dessa forma, o Senhor Jesus convida homens e mulheres, de uma
maneira especial, a segui-Lo, mestre e formador dos discípulos. Este chamado
pessoal de Jesus Cristo e a relação com Ele são o verdadeiro motor da ação do
catequista. « É deste conhecimento amoroso de Cristo que jorra o desejo de
anunciáLo, de « evangelizar », e de levar outros ao « sim » da fé em Jesus
Cristo ». (243) Sentir-se chamado a ser catequista e a receber da
Igreja a missão para fazê-lo pode adquirir, de fato, diversos graus de
dedicação, segundo as características de cada um. Às vezes, o catequista pode
colaborar com o serviço da catequese por um período limitado da sua vida, ou
até mesmo simplesmente de maneira ocasional; apesar disso, trata-se sempre de
um serviço e de uma colaboração preciosos. A importância do ministério da
catequese, todavia, aconselha que, na diocese, exista um certo número de
religiosos e de leigos estável e generosamente dedicados à catequese,
reconhecidos publicamente, os quais, em comunhão com os sacerdotes e o Bispo,
contribuem a dar a este serviço diocesano a configuração eclesial que lhe é
própria. (244) Diversos tipos de catequista hoje particularmente
necessários 232. O tipo ou figura do catequista na Igreja
apresenta diversas modalidades, já que as necessidades da catequese são
várias. – « Os catequistas em território de
missão », (245) aos quais este título se aplica de modo todo
especial. « Igrejas atualmente florescentes não poderiam ter sido edificadas
sem eles ». (246) Há aqueles que têm « a função específica da catequese »;
(247) e há aqueles que colaboram nas diversas formas de apostolado ». (248) – Em algumas Igrejas de antiga evangelização, com
grande escassez de clero, há a necessidade de uma figura de certo modo
análoga àquela do catequista dos territórios de missão. Trata-se, com efeito,
de fazer frente a necessidades urgentes: a animação comunitária de pequenas
populações rurais carentes da assídua presença do sacerdote; a conveniência
de uma presença e de uma penetração missionárias « nos bairros de grandes
metrópoles ». (249) – Nas situações dos países de tradição cristã que
requerem uma « nova evangelização », (250) a figura do catequista dos
jovens e a do catequista dos adultos tornam-se
imprescindíveis para animar a catequese de iniciação. Estes catequistas devem
fornecer também a catequese permanente. Em tais tarefas, o papel do sacerdote
será igualmente fundamental. – Continua a ser basilar a figura do catequista
das crianças e dos adolescentes, ao qual cabe a delicada missão de
oferecer « as primeiras noções do catecismo e a preparação para o sacramento
da reconciliação, para a primeira comunhão e para a confirmação ». (251) Esta
tarefa, atualmente, é ainda mais urgente, quando as crianças e os
adolescentes « não recebem uma conveniente formação religiosa no seio de suas
famílias ». (252) – Um tipo de catequista que é preciso formar, é o
do catequista para os encontros pré-sacramentais, (253)
destinado ao mundo dos adultos, por ocasião do Batismo ou da Primeira
Comunhão dos filhos, ou por ocasião do sacramento do Matrimônio. É uma tarefa
que tem em si uma originalidade própria, na qual confluem o acolhimento, o
primeiro anúncio e a oportunidade de tornar-se companheiro de viagem na busca
da fé. – Outros tipos de catequistas são urgentemente
exigidos por setores humanos de especial sensibilidade: as pessoas da
terceira idade, (254) que necessitam de uma apresentação do
Evangelho, adaptada à suas condições; as pessoas desadaptadas e excepcionais,
que necessitam de uma especial pedagogia catequética, (255) além da sua plena
integração na comunidade; os migrantes e as pessoas marginalizadas pela
evolução moderna. (256) – Podem ser aconselháveis outros tipos de
catequistas. Cada Igreja particular, analisando a própria situação cultural e
religiosa, suprirá as próprias necessidades e traçará o perfil, com realismo,
dos tipos de catequista de que necessita. É uma tarefa fundamental a
orientação e a organização da formação dos catequistas. CAPÍTULO II A formação para o serviço da
Catequese A pastoral dos catequistas na Igreja particular 233. Para o bom funcionamento do ministério
catequético na Igreja particular, é fundamental poder contar, antes de mais
nada, com uma adequada pastoral dos catequistas. Nesta, diversos aspectos
devem ser levados em consideração. De fato, é preciso procurar: – Suscitar nas paróquias e nas comunidades
cristãs, vocações para a catequese. Atualmente, considerando
o fato de que as necessidades da catequese são sempre mais diferenciadas, é
preciso promover a formação de diversos tipos de catequista. « Serão
necessários, portanto, catequistas especializados ». (257) A propósito, será
conveniente determinar os critérios de escolha. – Promover um certo número de catequistas
a tempo integral, de modo que possam dedicar-se mais estável e
intensamente à catequese, (258) além de promover também os catequistas
a tempo parcial, que ordinariamente serão mais numerosos. – Estabelecer uma mais equilibrada
distribuição de catequistas entre os setores dos destinatários que necessitam
de catequese. A consciência da necessidade de uma catequese para os jovens e
para os adultos, por exemplo, levará a estabelecer um maior equilíbrio em
relação ao número dos catequistas que se dedicam à infância e à adolescência. – Promover animadores responsáveis pela
ação catequética, que assumam responsabilidade, a nível diocesano, regional e
paroquial. (259) – Organizar adequadamente a formação dos
catequistas no que concerne tanto à formação de base quanto à
formação permanente. – Dispensar uma atenção pessoal e
espiritual aos catequistas e ao grupo de catequistas enquanto tal.
Esta tarefa compete principal e fundamentalmente aos sacerdotes das
respectivas comunidades cristãs. – Coordenar os catequistas com
os outros agentes da pastoral nas comunidades cristãs, a fim de que a ação
evangelizadora global seja coerente e o grupo dos catequistas não fique
isolado e alheio à vida da comunidade. Importância da formação dos catequistas 234. Todas estas tarefas nascem da convicção de
que qualquer atividade pastoral que não conte, para a sua realização, com
pessoas realmente formadas e preparadas, coloca em risco a sua qualidade. Os
instrumentos de trabalho não podem ser verdadeiramente eficazes se não forem
utilizados por catequistas bem formados. Portanto, a adequada formação
dos catequistas não pode ser descuidada em favor da atualização dos
textos e de uma melhor organização da catequese. (260) Conseqüentemente, a pastoral catequética
diocesana deve dar absoluta prioridade à formação dos catequistas leigos.
Juntamente com este objetivo e como elemento realmente decisivo, dever-se-á
prestar atenção à formação catequética dos presbíteros, tanto nos
planos de estudo da formação seminarista quanto no período da formação
permanente. Pede-se aos Bispos para que cuidem escrupulosamente desta
formação. Finalidade e natureza da formação dos catequistas 235. A formação procura habilitar os catequistas
a transmitir o Evangelho àqueles que desejam entregar-se a Jesus Cristo. A
finalidade da formação requer, portanto, que o catequista se torne o mais
idôneo possível a realizar um ato de comunicação: « o objetivo essencial da
formação catequética é o de tornar apto à comunicação da mensagem cristã ».
(261) A finalidade cristocêntrica da catequese, que
busca favorecer a comunhão do convertido com Jesus Cristo, impregna toda a
formação dos catequistas. (262) O que esta busca, de fato, não é outra coisa
senão levar o catequista a saber animar eficazmente um itinerário catequético
no qual, através das necessárias etapas, anuncie Jesus Cristo; faça conhecer
a Sua vida, enquadrando-a na totalidade da história da salvação; explique o
mistério do Filho de Deus, feito homem por nós; e enfim, ajude o catecúmeno
ou o catequizando a identificar-se com Jesus Cristo, mediante os Sacramentos
da iniciação. (263) Na catequese permanente, o catequista não faz outra coisa
senão aprofundar estes aspectos basilares. Esta perspectiva cristológica incide diretamente
sobre a identidade do catequista e na sua preparação. «A unidade e a harmonia do catequista devem ser
lidas nesta perspectiva cristocêntrica e construídas com base numa profunda
familiaridade com Cristo e com o Pai, no Espírito ». (264) 236. O fato de que a formação procure tornar o
catequista apto a transmitir o Evangelho em nome da Igreja, confere a toda a
formação uma natureza eclesial. A formação dos catequistas não é senão uma
ajuda a inserir-se profundamente na consciência viva e atual que a Igreja tem
do Evangelho, tornando-se assim apto a transmiti-lo em nome desta mesma Igreja. De maneira mais concreta, o catequista, na sua
formação, entra em comunhão com aquela aspiração da Igreja que, como esposa,
« conserva íntegra e pura a fé do Esposo » (265) e, « como mãe e mestra »
quer transmitir o Evangelho em toda a sua autenticidade, adaptando-o a todas
as culturas, idades e situações. Esta eclesialidade da
transmissão do Evangelho permeia toda a formação dos catequistas,
conferindo-lhe a sua verdadeira natureza. Critérios inspiradores da formação dos
catequistas 237. Para conceber adequadamente a formação dos
catequistas, é preciso considerar previamente alguns critérios inspiradores
que configuram, com diferentes características, esta formação. – Trata-se, antes de mais nada, de formar
catequistas para as necessidades evangelizadoras deste
momento histórico, com os seus valores, com os seus desafios e os seus pontos
obscuros. Para fazer frente a esta tarefa, são necessários catequistas
dotados de uma profunda fé, (266) de uma clara identidade cristã e eclesial
(267) e de uma profunda sensibilidade social. (268) Todo projeto formativo
deve levar em consideração estes aspectos. – Na formação, ter-se-á presente também o conceito
de catequese que a Igreja hoje apresenta. Trata-se de formar
catequistas para que sejam capazes de transmitir não apenas um ensinamento,
mas também uma formação cristã integral, desenvolvendo « tarefas de
iniciação, de educação e de ensinamento ». (269) São necessários catequistas
que sejam, ao mesmo tempo, mestres, educadores e testemunhas. – O momento catequético que a
Igreja vive é um convite a preparar catequistas capazes de superar «
tendências unilaterais divergentes » (270) e de oferecer uma catequese plena
e completa. Devem saber conjugar a dimensão verídica e significativa da fé, a
ortodoxia e a ortopraxis, o sentido social e eclesial. A formação deverá
contribuir para a mútua fecundação destes elementos que podem entrar em
tensão. – A formação dos catequistas leigos não pode
ignorar o caráter próprio do leigo na Igreja e não deve ser
concebida como mera síntese da formação recebida pelos religiosos e
sacerdotes. Aliás, será preciso levar em consideração que a sua formação
apostólica assume característica especial, a partir da índole secular e
própria do laicato e da sua espiritualidade. – A pedagogia utilizada nesta
formação tem, enfim, uma importância fundamental. Como critério geral, é
preciso sublinhar a necessidade da coerência entre a pedagogia global da
formação catequética e a pedagogia própria de um processo catequético. Seria
muito difícil para o catequista improvisar, na sua ação, um estilo e uma
sensibilidade, para os quais não tivesse sido iniciado durante a sua própria
formação. As dimensões da formação: o ser, o saber, o saber
fazer 238. A formação dos catequistas compreende
diversas dimensões. A mais profunda se refere ao próprio ser do
catequista, à sua dimensão humana e cristã. A formação, de fato, deve
ajudá-lo a amadurecer, antes de mais nada, como pessoa, como crente e como
apóstolo. Depois, há o que o catequista deve saber para
cumprir bem a sua tarefa. Esta dimensão, permeada pela dúplice fidelidade à
mensagem e ao homem, requer que o catequistas conheça adequadamente a
mensagem que transmite e, ao mesmo tempo, o destinatário que a recebe, além
do contexto social em que vive. Enfim, há a dimensão do saber
fazer, já que a catequese é um ato de comunicação. A formação tende
a fazer do catequista um « educador do homem e da vida do homem ». (271) Maturidade humana, cristã e apostólica dos
catequistas 239. Com base numa inicial maturidade
humana, (272) o exercício da catequese, constantemente reconsiderado e
avaliado, possibilitará o crescimento do catequista no equilíbrio afetivo, no
senso crítico, na unidade interior, na capacidade de relações e de diálogo,
no espírito construtivo e no trabalho de grupo. (273) Tratar-se-á, antes de
mais nada, de fazê-lo crescer no respeito e no amor para com os catecúmenos e
catequizandos: « E de que gênero é essa afeição? Muito maior do que aquela
que pode ter um pedagogo, é a afeição de um pai, e mais ainda, a de uma mãe.
É uma afeição assim que o Senhor espera de cada pregador do Evangelho e de
cada edificador da Igreja ». (274) A formação, ao mesmo tempo, estará atenta a que o
exercício da catequese alimente e nutra a fé do catequista, fazendo-o crescer
como crente. Por isso, a verdadeira formação alimenta, sobretudo, aespiritualidade do
próprio catequista, (275) de maneira que a sua ação nasça, na verdade, do
testemunho de sua própria vida. Todo tema catequético que transmite deve
alimentar, em primeiro lugar, a fé do próprio catequista. Na verdade,
catequizam os demais, catequizandoprimeiramente a si mesmos. A formação, além disso, alimentará
constantemente, a consciência apostólica do catequista, o
seu senso de evangelizador. Por isso, ele deve conhecer e viver o projeto de
evangelização concreto da própria Igreja diocesana e o de sua paróquia, para
sintonizar-se com a consciência que a Igreja particular tem da própria
missão. O melhor modo de alimentar esta consciência apostólica é o de
identificar-se com a figura de Jesus Cristo, mestre e formador dos
discípulos, procurando tornar próprio o zelo pelo Reino, que Jesus
manifestou. A partir do exercício da catequese, a vocação apostólica do
catequista, nutrida por uma formação permanente, irá progressivamente
amadurecendo. A formação bíblico-teológica do catequista 240. Além de ser testemunha, o catequista deve
ser mestre que ensina a fé. Uma formação bíblico-teológica lhe fornecerá um
conhecimento orgânico da mensagem cristã articulada a partir do mistério
central da fé, que é Jesus Cristo. O conteúdo desta formação doutrinal é exigido
pelas diversas partes que compõem todo projeto orgânico de catequese: – as três grandes etapas da história da salvação:
Antigo Testamento, vida de Jesus Cristo e história da Igreja; – os grandes núcleos da mensagem cristã; Símbolo,
liturgia, vida moral e oração. No seu próprio nível de ensino teológico, o
conteúdo doutrinal da formação de um catequista é o mesmo daquele que a
catequese deve transmitir. Por sua vez, « a Sagrada Escritura deverá ser como
a alma desta formação ». (276) O Catecismo da Igreja Católica será o ponto de
referência doutrinal fundamental, juntamente com os Catecismos da própria
Igreja particular ou local. 241. Esta formação bíblico-teológica deverá possuir
algumas qualidades: a) Em primeiro lugar, é
necessário que seja uma formação de caráter sintético, que corresponda ao
anúncio que se deve transmitir, e na qual os diferentes elementos da fé
cristã apareçam, bem estruturados e consoantes entre si, numa visão orgânica,
que respeite a « hierarquia das verdades ». b) Esta síntese de fé deve ser
tal, que ajude o catequista a amadurecer na própria fé e, ao mesmo tempo, o
torne apto a dar razão da esperança presente no tempo de missão. « A formação
doutrinal dos fiéis leigos mostra-se hoje cada vez mais urgente, não só pelo
natural dinamismo de aprofundar a sua fé, mas também pela exigência de «
racionalizar a esperança » que está dentro deles, perante o mundo e os seus
problemas graves e complexos ». (277) c) Deve ser uma formação
teológica muito próxima da experiência humana, capaz de correlacionar os
diferentes aspectos da mensagem cristã com a vida concreta dos homens, « seja
para inspirá-la que para julgá-la à luz do Evangelho ». (278) Embora sendo
ensinamento teológico, deve adotar, de algum modo, um estilo catequético. d) Finalmente, deve ser de tal
maneira que o catequista « se torne não apenas capaz de expor com exatidão a
mensagem evangélica, mas que saiba também suscitar a recepção ativa desta
mesma mensagem, por parte dos catequizandos, e que saiba distinguir, no
itinerário espiritual dos mesmos, aquilo que é conforme à fé ». (279) As ciências humanas na formação do catequista 242. O catequista adquire o conhecimento do homem
e da realidade em que vive, também através das ciências humanas, que, nos
nossos dias, alcançaram um grau de extraordinário desenvolvimento. « Na
pastoral sejam suficientemente conhecidos e usados não somente os princípios
teológicos, mas também as descobertas das ciências profanas, sobretudo da
psicologia e da sociologia, de tal modo que também os fiéis sejam
encaminhados a uma vida de fé mais pura e amadurecida ». (280) É necessário que o catequista entre em contato,
pelo menos, com alguns elementos fundamentais da psicologia: os dinamismos
psicológicos que movem o homem; a estrutura da personalidade; as necessidades
e aspirações mais profundas do coração humano; a psicologia evolutiva e as
etapas do ciclo vital humano; a psicologia religiosa e as experiências que
abrem o homem ao mistério do sagrado. As ciências sociais procuram o conhecimento do
contexto sociocultural em que o homem vive e pelo qual é fortemente
influenciado. Por isso, é necessário que, na formação do catequista, se faça
« uma análise das condições sociológicas, culturais e econômicas, uma vez que
são processos coletivos que podem ter profundas repercussões sobre a difusão
do Evangelho ». (281) Juntamente com estas ciências explicitamente
recomendadas pelo Concílio Vaticano II, outras devem estar presentes, de um
modo ou de outro, na formação dos catequistas, particularmente as ciências da
educação e da comunicação. Critérios vários que podem inspirar o uso das
ciências humanas na formação dos catequistas 243. Tais critérios são: a) O respeito pela autonomia das
ciências: « (a Igreja) afirma a legítima autonomia da cultura humana e
particularmente das ciências ». (282) b) O discernimento evangélico
das diferentes tendências ou escolas psicológicas, sociológicas e
pedagógicas: os seus valores e os seus limites. c) O estudo das ciências
humanas, na formação do catequista, não é uma finalidade em si própria. A
tomada de consciência da situação existencial, psicológica, cultural e social
do homem, se obtém com os olhos voltados para a fé na qual se deve educá-lo.
(283) d) A teologia e as ciências
humanas, na formação dos catequistas, devem se fecundar reciprocamente. Por
conseguinte, é preciso evitar que estas ciências se convertam na única norma
para a pedagogia da fé, prescindindo dos critérios teológicos que derivam da
própria pedagogia da fé. São disciplinas fundamentais e necessárias, todavia,
sempre a serviço de uma ação evangelizadora que não é apenas humana. (284) A formação pedagógica 244. Paralelamente às dimensões que se referem ao
ser e ao saber, a formação do catequista deve cultivar também as suas
aptidões, ou seja, o seu natural saber fazer. O catequista é um
educador que facilita o amadurecimento da fé que o catecúmeno ou o
catequizando realizam com a ajuda do Espírito Santo. (285) A primeira realidade que é necessário levar em
consideração neste decisivo setor da formação é a de respeitar a pedagogia
original da fé. O catequista, de fato, prepara-se com a finalidade de
facilitar o crescimento de uma experiência de fé, da qual ele não é o
depositário. Essa fé foi colocada por Deus no coração do homem. A tarefa do
catequista é apenas a de cultivar este dom, cultivá-lo, alimentá-lo e
ajudá-lo a crescer. (286) A formação procurará fazer amadurecer no
catequista a capacidade educativa, que implica: a faculdade de ter atenção
para com as pessoas, a habilidade para interpretar e responder à pergunta
educativa, a iniciativa para ativar processos de aprendizagem e a arte de
conduzir um grupo humano para a maturidade. Como acontece em toda arte, o
mais importante é que o catequista adquira o seu próprioestilo de ministrar a
catequese, adaptando à sua personalidade os princípios gerais da pedagogia
catequética. (287) 245. De maneira mais concreta, dever-se-á
habilitar o catequista, e de maneira particular, aquele que se dedica à
catequese a tempo integral, a saber programar a ação educativa, no grupo de
catequistas, ponderando as circunstâncias, elaborando um plano realista e,
após a sua realização, a avaliá-lo criticamente. (288) Ele deve ser capaz de
animar um grupo, utilizando com discernimento, as técnicas de animação de
grupo que a psicologia oferece. Esta capacidade educativa e este saber
fazer, saber utilizar bem os conhecimentos, aptidões e técnicas que ele
comporta, « são melhor assimilados se fornecidos de pari passu com
o desenvolvimento de seu empenho apostólico; por exemplo, durante as reuniões
nas quais são preparadas e criticadas as lições de catecismo ». (289) O objetivo ou a meta ideal é aquela, segundo a
qual os catequistas deveriam ser os protagonistas de sua aprendizagem,
colocando a formação sob o signo da criatividade e não apenas da mera
assimilação de regras externas. Por isso, a formação deve ser muito próxima
da prática: é preciso partir desta para chegar àquela. (290) A formação dos catequistas no âmbito das
comunidades cristãs 246. Entre os caminhos da formação dos
catequistas emerge, antes de mais nada, a própria comunidade cristã. É nesta
que os catequistas experimentam a própria vocação e alimentam constantemente
a própria sensibilidade apostólica. Na tarefa de assegurar-lhes o progressivo
amadurecimento como crentes e como testemunhas, a figura do sacerdote é
fundamental. (291) 247. Uma comunidade cristã pode realizar vários
tipos de ações formativas em favor dos próprios catequistas: a) Uma delas consiste em
alimentar constantemente a vocação eclesial dos catequistas, mantendo viva,
nestes, a consciência de serem mandados pela própria Igreja. b) Também é muito importante
buscar o amadurecimento da fé dos próprios catequistas, através da via ordinária,
mediante a qual a comunidade cristã educa na fé os próprios agentes pastorais
e os leigos mais engajados. (292) Quando a fé dos catequistas ainda não está
madura, é aconselhável que eles partici pem do processo catecumenal para
jovens e adultos. Pode ser aquele ordinário, da própria comunidade, ou um
criado especificamente para eles.c) A preparação imediata à catequese, feita
com o grupo de catequistas, é um excelente meio de formação, sobretudo se
acompanhado pela avaliação de tudo aquilo que foi experimentado nas sessões
de catequese. d) No âmbito da comunidade,
podem ser realizadas também outras atividades formativas: cursos de
sensibilização à catequese, por exemplo no início do ano pastoral; retiros e
convivências nos tempos fortes do ano litúrgico; (293) cursos monográficos
sobre temas mais necessários ou urgentes; uma formação doutrinal mais
sistemática, por exemplo estudando o Catecismo da Igreja Católica. São atividades de formação permanente que,
juntamente com o trabalho pessoal do catequista, mostram-se muito
convenientes. (294) Escolas de catequistas e Centros superiores para
peritos na catequese 248. Freqüentar uma Escola para
catequistas (295) é um momento particularmente importante no
processo formativo de um catequista. Em muitos lugares, tais Escolas são
organizadas num duplo nível: para « catequistas de base » (296) e para «
responsáveis pela catequese ». Escolas para catequistas de base 249. Estas escolas têm a finalidade de propor uma
formação catequética orgânica e sistemática, de caráter básico e fundamental.
Ao longo de um período de tempo suficientemente prolongado, promovemse as
dimensões mais especificamente catequéticas da formação: a mensagem cristã, o
conhecimento do homem e do contexto sociocultural e a pedagogia da fé. As vantagens desta formação orgânica são notáveis
no que concerne: – à sua sistematicidade, tratando-se de uma
formação menos absorvida pela dimensão imediata da ação; – à sua qualidade, assegurada por formadores
especializados; – à integração com os catequistas de outras
comunidades, o que alimenta a comunhão eclesial. Escolas para responsáveis 250. Com a finalidade de favorecer a preparação
dos responsáveis pela catequese nas paróquias ou áreas vicariais, ou ainda
para aqueles catequistas que se dedicarão à catequese de maneira mais estável
e integral, (297) é conveniente promover, a nível diocesano ou
interdiocesano, escolas para responsáveis. Obviamente, o nível de tais escolas será mais
exigente. Nelas, paralelamente a um programa de base comum, serão cultivadas
aquelas especializações catequéticas que a diocese julga serem mais
necessárias, nas suas particulares circunstâncias. Pode ser oportuno, por economia de meios e de
recursos, que tais escolas obedeçam a uma mais ampla orientação, dirigindo-se
aos responsáveis pelas diversas ações pastorais, e convertendo-se em Centros
de formação dos agentes de pastoral. A partir de uma base formativa
comum (doutrinal e antropológica), as especializações se articularão de
acordo com as exigências das diferentes ações pastorais ou apostólicas que
serão confiadas a tais agentes. Institutos de ensino superior para especialistas
em catequese 251. Uma formação catequética de nível superior,
à qual podem aceder também sacerdotes, religiosos e leigos, é de vital
importância para a catequese. Para tanto, renovam-se os votos de que « sejam
incrementados ou criados institutos superiores de pastoral catequética, com o
objetivo de preparar catequistas que sejam aptos a dirigir a catequese em
âmbito diocesano ou no âmbito das atividades desempenhadas pelas congregações
religiosas. Estes institutos superiores poderão ser de caráter nacional ou
internacional. Eles deverão ser impostados como institutos universitários, no
que concerne à organização dos estudos, à duração dos cursos e às condições
de admissão ». (298) Além da formação daqueles que deverão assumir
responsabilidades de direção na catequese, estes institutos prepararão os
docentes de catequética para os Seminários, as Casas de formação ou as
Escolas para catequistas. Tais Institutos se dedicarão igualmente, a promover
a correspondente pesquisa catequética. 252. Este nível de formação é muito apropriado
para uma fecunda colaboração entre as Igrejas. « Trata-se igualmente de um
campo em que a ajuda material dada pelas Igrejas mais favorecidas às suas
irmãs mais pobres poderá manifestar a sua maior eficácia: o que é que uma
Igreja poderá dar a outra melhor do que ajudá-la a crescer por si mesma como
Igreja? (299) Obviamente, esta colaboração deve inspirar-se num delicado respeito
pela peculiaridade das Igrejas mais pobres e por sua própria
responsabilidade. Em campo diocesano e interdiocesano, é muito
conveniente que se tome consciência da necessidade de formar pessoas nesse
específico nível superior, assim como se tem o cuidado de fazer em relação às
demais atividades eclesiais ou para o ensino de outras disciplinas. CAPÍTULO III Lugares de vias da catequese A comunidade cristã como lugar da catequese (300) 253. A comunidade cristã é a realização histórica
do dom da « comunhão » (koinonia), (301) que é um fruto do Espírito. A « comunhão » exprime o núcleo profundo da
Igreja universal e das Igrejas particulares, que constituem a comunidade
cristã de referência. Esta se faz próxima e visível na rica variedade das
comunidades cristãs imediatas, nas quais os cristãos nascem para a fé,
educam-se na fé e nela vivem: a família, a paróquia, a escola católica, as
associações e movimentos cristãos, as comunidades eclesiais de base... Estes
são os « lugares » da catequese, isto é, os espaços comunitários nos quais a
catequese de iniciação e a educação permanente na fé são realizadas. (302) 254. A comunidade cristã é a origem, o lugar e a
meta da catequese. É sempre da comunidade cristã que nasce o anúncio do
Evangelho, que convida os homens e as mulheres à conversão e a seguirem
Cristo. E é esta mesma comunidade que acolhe aqueles que desejam conhecer o
Senhor e empenhar-se numa nova vida. Ela acompanha os catecúmenos e
catequizandos no seu itinerário catequético e, com materna solicitude, torna-os
partícipes da própria experiência de fé e os incorpora no seu seio. (303) A catequese é sempre a mesma. Mas estes « lugares
» (304) de catequização lhe dão, cada um, conotações originais. É importante
saber qual é o papel de cada um deles no processo de catequese. A família como ambiente ou meio de crescimento na
fé 255. Os genitores são os primeiros educadores na
fé. Juntamente com eles, sobretudo em certas culturas, todos os membros da
família têm uma tarefa ativa, em vista da educação dos membros mais jovens. É
necessário determinar mais concretamente em qual senso a comunidade cristã
familiar é « lugar » de catequese. A família foi definida como uma « Igreja
doméstica »; (305) isto significa que em toda família cristã devem
refletir-se os diferentes aspectos ou funções da vida da Igreja inteira:
missão, catequese, testemunho, oração, etc... De fato, a família, da mesma
forma que a Igreja, « é um espaço no qual o Evangelho é transmitido e do qual
oEvangelho se irradia ». (306) A família como « lugar » de catequese tem uma
prerrogativa única: transmite o Evangelho, radicando-o no contexto de
profundos valores humanos. (307) Sobre esta base humana, é mais profunda a
iniciação na vida cristã: o despertar para o senso de Deus, os primeiros
passos na oração, a educação da consciência moral e a formação do senso
cristão do amor humano, concebido como reflexo do amor de Deus Criador e Pai. Em resumo: trata-se de uma
educação cristã mais testemunhada do que ensinada, mais ocasional do que
sistemática, mais permanente e cotidiana do que estruturada em períodos.
Nesta catequese familiar torna-se sempre mais importante a contribuição dos
avós. A sua sabedoria e o seu senso religioso, muitas vezes, são decisivos
para favorecer um clima realmente cristão. O Catecumenato batismal dos adultos (308) 256. O Catecumenato batismal é um lugar típico
de catequização, institucionalizado pela Igreja para preparar os adultos que
desejam tornar-se cristãos, a receber os sacramentos da iniciação. (309) No
catecumenato se realiza, efetivamente, aquela « formação específica mediante
a qual o adulto, convertido à fé, é levado até à confissão da fé batismal,
durante a vigília pascal ». (310) A catequese que se cumpre no catecumenato
batismal é estreitamente vinculada à comunidade cristã. (311) A partir do
próprio momento de seu ingresso no catecumenato, a Igreja envolve os
catecúmenos « com o seu afeto e os seus cuidados, como seus filhos e
familiares: de fato, eles pertencem à família de Cristo... ». (312) Por isso,
a comunidade cristã ajuda « os candidatos e os catecúmenos durante todo o
processo da iniciação, do pré-catecumenato ao catecumenato, ao tempo da
mistagogia ». (313) Esta contínua presença da comunidade cristã se
exprime de diversas maneiras, apropriadamente descritas no Rito de Iniciação
Cristã dos Adultos. (314) A paróquia como ambiente de catequese 257. A paróquia é, sem dúvida, o lugar mais
significativo, no qual se forma e se manifesta a comunidade cristã. Esta é
chamada a ser uma casa de família, fraterna e acolhedora, onde os cristãos
tornam-se conscientes de ser Povo de Deus. (315) A paróquia, de fato,
congrega num todo as diversas diferenças humanas nela existentes,inserindo-as
na universalidade da Igreja. (316) Ela é, por outro lado, o ambiente
ordinário no qual se nasce e se cresce na fé. Constitui, por isso, um espaço
comunitário muito adequado a fim de que o ministério da Palavra realizado
nesta, seja, contemporaneamente, ensinamento, educação e experiência vital. A paróquia está sofrendo hoje, em muitos países,
profundas transformações. As mudanças sociais têm fortes repercussões sobre
ela. Nas grandes cidades « foi profundamente abalada pelo fenômeno da
urbanização ». (317) Apesar disso, « a paróquia continua a ser um ponto de
referência importante para o povo cristão, e até mesmo para os não
praticantes ». (318) Esta, todavia, deve continuar a ser « animadora da
catequese e o seu lugar privilegiado », (319) embora reconhecendo que, em
certas ocasiões, não poderá ser o centro de gravitação de toda a função eclesial
de catequizar, e que tem a necessidade de integrar-se com outras
instituições. 258. A fim de que a catequese consiga manifestar
toda a eficácia na missão evangelizadora da paróquia, algumas condições são
necessárias: a) A catequese dos adultos (320)
deve assumir sempre mais uma importância prioritária. Trata-se de promover «
uma catequese pós-batismal, em forma de catecumenato, através de uma ulterior
proposta de certos conteúdos do Ritual de Iniciação Cristão dos Adultos,
destinados a promover uma maior compreensão e vivência das imensas e
extraordinárias riquezas e da responsabilidade do Batismo recebido ». (321) b) É preciso projetar o anúncio,
com renovada coragem, àqueles que estão distantes e àqueles que vivem em
situações de indiferença religiosa. (322) Neste empenho, os encontros
pré-sacramentais (preparação ao Matrimônio, ao Batismo e à primeira
Comunhão dos filhos...) podem mostrar-se fundamentais. (323) c) Como sólido ponto de
referência para a catequese paroquial, se requer a presença de um núcleo
comunitário constituído por cristãos maduros, já iniciados na fé, aos quais
reservar uma solicitude pastoral adequada e diferenciada. Poder-se-á alcançar
mais facilmente este objetivo, se se promoverá, nas paróquias, a formação de
pequenas comunidades eclesiais. (324) d) Se estas precedentes
condições, relativas principalmente aos adultos, são realizadas, a catequese
destinada às crianças, aos adolescentes e aos jovens, que permanece sempre
imprescindível, receberá enormes benefícios. A escola católica 259. A escola católica (325) é um lugar muito
relevante para a formação humana e cristã. A declaração Gravissimum
Educationis do Concílio Vaticano II, « representa uma mudança
decisiva na história da escola católica: a passagem da escola-instituição
para a escola-comunidade ». (326) A escola católica, « não menos que as demais
escolas, visa os fins culturais e a formação humana dos jovens. É porém
característica sua: – criar uma atmosfera de comunidade escolar
animada pelo espírito evangélico da liberdade e da caridade, – auxiliar os adolescentes a que, no
desdobramento da personalidade, também cresçam segundo a nova criatura que se
tornaram pelo Batismo, – e ainda orientar toda criatura humana para a
mensagem da salvação ». (327) O projeto educativo da escola católica tem o
dever de se desenvolver com base nesta concepção proposta pelo Concílio
Vaticano II. Este projeto educativo se cumpre na comunidade
escolar, da qual fazem parte todos aqueles que são diretamente ligados a ele:
« os professores, a direção administrativa e auxiliar, os genitores, figuras
centrais uma vez que naturais e insubstituíveis educadores dos próprios
filhos, e os alunos, co-partícipes e co-responsáveis como verdadeiros
protagonistas e sujeitos ativos do processo educativo ». (328) 260. Quando os alunos da escola católica
pertencem, na maior parte, a famílias que se vinculam a esta escola em razão
do caráter católico da mesma, o ministério da Palavra pode ser aí exercitado
de várias maneiras: primeiro anúncio, ensino religioso escolar, catequese,
homilia. Duas de tais modalidades têm, todavia, na Escola católica, um
particular relevo: o ensino religioso escolar e a catequese, cujo respectivo
caráter próprio já foi evidenciado. (329) Quando os alunos e as suas famílias freqüentam a
escola católica em virtude da qualidade educativa da mesma, ou por outras
eventuais circunstâncias, a atividade catequética fica necessariamente
limitada e o ensino religioso próprio, quando é possível, acentua o caráter
cultural. A contribuição desta escola subsiste sempre como « um serviço de
suma importância para os homens », (330) e como elemento que faz parte da
evangelização da Igreja. Considerada a pluralidade das circunstâncias
socioculturais e religiosas nas quais se exercita a obra da escola católica nas
diversas nações, será oportuno que os Bispos e as Conferências dos Bispos
precisem a modalidade da atividade catequética que cabe à escola católica
realizar. Associações, movimentos e grupos de fiéis 261. As diversas « associações, movimentos e
grupos de fiéis » (331) que se desenvolvem na Igreja particular, têm como
finalidade ajudar os discípulos de Jesus Cristo a cumprirem a sua missão
leiga no mundo e na própria Igreja. Em tais agregações, os cristãos se
dedicam « à prática da piedade, ao apostolado direto, à caridade e à
assistência, e à presença cristã nas realidades temporais ». (332) Em todas estas associações e movimentos, com a
finalidade de cultivar com profundidade tais dimensões fundamentais da vida
cristã, se fornece, de uma maneira ou de outra, uma necessária formação: «
têm, com efeito, a possibilidade, cada qual pelos próprios métodos, de
oferecer uma formação profundamente inserida na própria experiência de vida
apostólica, bem como a oportunidade de integrar, concretizar e especificar a formação
que os seus adeptos recebem de outras pessoas e comunidades ». (333) A catequese é sempre uma dimensão fundamental na
formação de cada leigo. Por isso, estas associações e movimentos possuem,
ordinariamente, « tempos reservados à catequese ». (334) Na verdade, esta não
é uma alternativa para a formação cristã fornecida por eles, mas é uma
dimensão essencial dos mesmos. 262. Quando a catequese se cumpre no interior
dessas associações e movimentos, alguns aspectos devem ser fundamentalmente
considerados: a) É preciso respeitar a «
natureza própria » (335) da catequese, desenvolvendo toda a riqueza do seu
conceito, mediante a tríplice dimensão de palavra, de memória e de
testemunho (a doutrina, a celebração e o compromisso na vida).
(336) A catequese, qualquer que seja o « lugar » onde se realiza, é, antes de
mais nada, uma formação orgânica e básica da fé. Deve incluir, portanto, « um
estudo sério da doutrina cristã » (337) e deve constituir uma séria formação
religiosa aberta a todos os componentes da vida cristã ». (338) b) Este não é um impedimento
para que as associações e os movimentos, com os seus respectivos carismas,
possam exprimir, com determinados acentos, uma catequese que, de qualquer
forma, deverá permanecer sempre fiel ao seu próprio caráter. A educação
através da proposta da espiritualidade específica de uma associação ou
movimento, que é sempre de uma grande riqueza para a Igreja, será típica de
um tempo sucessivo àquele da formação cristã básica, que é comum a todo
cristão. É mais importante primeiro educar àquilo que é comum a todos os
membros da Igreja, para somente depois se deter no que é peculiar ou
diversificante. c) Da mesma forma, é necessário
afirmar que os movimentos e as associações, em relação à catequese, não são
uma alternativa ordinária à Paróquia, uma vez que é esta última a comunidade
educativa de referência propriamente dita. (339) As comunidades eclesiais de base 263. As comunidades eclesiais de base tiveram uma
ampla difusão nas últimas décadas. (340) Trata-se de grupos de cristãos que «
nascem da necessidade de viver mais intensamente ainda a vida da Igreja; ou
então do desejo e da busca de uma dimensão mais humana do que aquela que as
comunidades eclesiais mais amplas dificilmente poderão revestir... ». (341) As comunidades eclesiais de base são um « sinal
da vitalidade da Igreja ». (342) Os discípulos de Cristo nelas se reúnem para
uma atenta escuta da Palavra de Deus, para a busca de relações mais
fraternas, para celebrar os mistérios cristãos em suas vidas e para assumir o
compromisso de transformação da sociedade. Paralelamente a estas dimensões
propriamente cristãs, emergem também importantes valores humanos: a amizade e
o reconhecimento pessoal, o espírito de coresponsabilidade, a criatividade, a
resposta vocacional, o interesse pelos problemas do mundo e da Igreja. Daí
pode resultar uma enriquecedora experiência comunitária, « verdadeira
expressão de comunhão e um meio eficaz para construir uma comunhão ainda mais
profunda ». (343) Para ser autêntica, « toda comunidade... deve
viver em unidade com a Igreja particular e universal, na comunhão sincera com
os Pastores e o Magistério, empenhada na irradiação missionária e evitando
fechar-se em si mesma ou deixar-se instrumentalizarideologicamente ». (344) 264. Nas comunidades eclesiais de base pode
desenvolver-se uma catequese muito fecunda: – O clima fraterno, no qual se vive, é um
ambiente adequado para uma ação catequética integral, sempre que se saiba
respeitar a natureza e o caráter próprio da catequese. – Por outro lado, a catequese serve a aprofundar
a vida comunitária, uma vez que assegura os fundamentos da vida cristã dos
fiéis. Sem tais fundamentos, as comunidades eclesiais de base dificilmente
serão sólidas. – A pequena comunidade é, enfim, uma meta adequada
para acolher aqueles que concluíram um itinerário de catequese. CAPÍTULO IV A organização da pastoral
catequética na Igreja particular Organização e exercício das responsabilidades O serviço diocesano da catequese 265. A organização da pastoral catequética tem
como ponto de referência o Bispo e a diocese. O Secretariado diocesano de
catequese (Officium Catechisticum) é « ...o órgão através do
qual o Bispo, chefe da Comunidade e mestre da doutrina, dirige e preside toda
a atividade catequética realizada na diocese ». (345) 266. As principais tarefas do Secretariado
diocesano de catequese são as seguintes: a) Fazer uma análise da situação
(346) diocesana acerca da educação na fé. Nesta análise, seria útil precisar,
entre outras coisas, as reais necessidades da diocese em relação à praxe
catequética. b) Elaborar um programa de ação
(347) que indique objetivos claros, proponha orientações e mostre ações
concretas. c) Promover e formar os catequistas. Com esta
finalidade, serão instituídos os Centros que forem julgados mais oportunos.
(348) d) Elaborar, ou pelo menos
indicar às paróquias e aos catequistas, os instrumentos necessários para o
trabalho catequético: catecismos, diretórios, programas para as diferentes
idades, guias para os catequistas, material para os catequizandos, meios
audiovisuais... (349) e) Incentivar e promover as
instituições propriamente catequéticas da diocese (catecumenato
batismal, catequese paroquial, grupo de responsáveis pela catequese), que
são como as « células básicas » (350) da atividade catequética. f) Dar especial atenção
sobretudo ao aprimoramento dos recursos pessoais e materiais, tanto a nível
diocesano quanto a nível paroquial, ou de vicariatos forâneos. (351) g) colaborar com o Departamento
encarregado da Liturgia, considerada a importância essencial desta para a
catequese, em particular para a catequese catecumental de iniciação. 267. Para realizar essas tarefas, o Secretariado
da catequese deve contar com « um grupo de pessoas verdadeiramente
especializadasna matéria. A amplitude e a diversidade das questões que deve
abordar, exigem que as responsabilidades sejam repartidas entre mais pessoas,
realmente competentes ». (352) Convém que este serviço diocesano seja
constituído, ordinariamente, por sacerdotes, religiosos e leigos. A catequese é uma atividade tão fundamental na
vida de uma Igreja particular que « nenhuma diocese pode prescindir de um
próprio Departamento de Catequese ». (353) Serviços de colaboração interdiocesana 268. Esta colaboração é, nos nossos dias, extraordinariamente
fecunda. Algumas razões, não só de proximidade geográfica, mas também de
homogeneidade cultural, tornam aconselhável um trabalho catequético comum. De
fato, « é útil que diversas dioceses conjuguem suas ações, colocando em comum
pesquisas e atividades, competências e recursos, de maneira que as dioceses
que dispõem de mais meios possam ajudar as demais, e se possa elaborar um
comum programa de ação, de caráter regional ».(354) O serviço da Conferência dos Bispos 269. « Pode-se criar, junto à Conferência dos
Bispos, um departamento de catequese, cuja função principal seja auxiliar
cada diocese em matéria catequética ». (355) Esta possibilidade estabelecida pelo Código de
Direito Canônico é uma realidade de fato na maior parte das Conferências dos
Bispos. O departamento de catequese ou centro nacional de catequese da
Conferência dos Bispos se propõe uma dúplice função: (356) – Estar a serviço das necessidades catequéticas
que dizem respeito a todas as dioceses do território. Ocupa-se das
publicações que tenham alcance nacional, dos congressos nacionais, das
relações com os meios de comunicação social e, de modo geral, de todos
aqueles trabalhos e tarefas que excedam as possibilidades de cada diocese ou
região. – Estar a serviço das dioceses e das regiões,
para difundir as informações e os projetos catequéticos, para coordenar a
ação e ajudar as dioceses menos favorecidas em matéria de catequese. Se o Episcopado correspondente considera-o
oportuno, também é de competência do departamento de catequese ou centro
nacional de catequese a coordenação da sua própria atividade com as de outros
departamentos nacionais do Episcopado e de outras instituições decatequese;
da mesma forma, a colaboração com as atividades catequéticas a nível
internacional. Tudo isso deve ser considerado sempre como organismo de ajuda
aos Bispos da Conferência Episcopal. O serviço da Santa Sé 270. « Com Pedro e sob Pedro, primária e
imediatamente toca-lhes (aos Bispos) o mandato de Cristo, de pregar o Evangelho
a toda criatura ». (357) O ministério do Sucessor de Pedro, neste mandato
colegial de Jesus, em vista do anúncio e da transmissão do Evangelho, assume
uma tarefa fundamental. Este ministério, de fato, deve ser considerado « não
apenas como um serviço global, que alcança cada Igreja a
partir de seu exterior, mas como algo que já pertence à própria essência
de cada Igreja particular, a partir de seu interior ». (358) O ministério de Pedro na catequese é exercitado,
de modo eminente, através de seus ensinamentos. O Papa, no que concerne à
catequese, age de modo imediato e particular, por meio da Congregação para o
Clero, que coadjuva « o Pontífice Romano no exercício de seu supremo múnus
pastoral ». (359) 271. « Com base nesta tarefa, a Congregação do
Clero: – cuida da promoção da formação religiosa dos
fiéis de todas as idades e condições; – emana as normas oportunas para que o ensino da
catequese seja ministrado de modo conveniente; – vigia para que a formação catequética seja
corretamente conduzida; – concede a prescrita aprovação da Santa Sé para
os Catecismos e outros textos relativos à instrução catequética, com o
consenso da Congregação para a Doutrina da Fé; (360) – presta assistência aos departamentos de
catequese e acompanha as iniciativas relativas à formação religiosa e que têm
caráter internacional, coordena as suas atividades e lhes oferece ajuda, se
for preciso ». (361) A coordenação da catequese Importância de uma efetiva coordenação da
catequese 272. A coordenação da catequese é
uma tarefa importante no âmbito de uma Igreja particular. Ela pode ser
considerada: – no interior da própria catequese, entre as suas
diversas formas, dirigidas às diferentes idades e ambientes sociais; – com referência aos laços que a catequese mantém
com as outras formas do ministério da Palavra e com outras ações
evangelizadoras. A coordenação da catequese não é um fato
meramente estratégico, voltado para uma mais incisiva eficácia da ação
evangelizadora, mas possui uma dimensão teológica de fundo. A ação
evangelizadora deve ser bem coordenada porque ela visa a unidade da
fé, a qual, por sua vez, sustenta todas as ações da Igreja. 273. Nesta sessão consideramos: – a coordenação interna da catequese, a fim de
que a Igreja particular ofereça um serviço de catequese unitário e coerente; – a união entre a atividade missionária e a ação
catecumenal, que se implicam mutuamente, no contexto da missão ad
gentes (362) ou de uma « nova evangelização »; (363) – a necessidade de uma pastoral de educação bem
coordenada, diante da multiplicidade de educadores que se dirigem aos mesmos
destinatários, sobretudo se esses destinatários são crianças e adolescentes. O próprio Concílio Vaticano II recomendou
vivamente a coordenação de toda a atividade pastoral, para que resplenda
sempre melhor a unidade da Igreja particular. (364) Um projeto diocesano de catequese articulado e
coerente 274. O Projeto diocesano de catequese é
a oferta catequética global de uma Igreja particular, que integra, de modo
articulado, coerente e coordenado, os diversos processos catequéticos
propostos pela diocese aos destinatários, nas diferentes idades da vida.
(365) Neste sentido, cada Igreja particular, em vista
da iniciação cristã, deve oferecer, pelo menos, um dúplice serviço: a) Um processo de iniciação
cristã unitário e coerente, para crianças, adolescentes e jovens,
em íntima conexão com os sacramentos da iniciação já recebidos ou a receber,
e correlacionado com a pastoral da educação. b) Um processo de catequese para adultos,
oferecido aos cristãos que têm necessidade de dar um fundamento à sua fé,
realizando ou completando a iniciação cristã inaugurada com o Batismo. Em muitas nações apresenta-se, hoje, a
necessidade de um processo de catequese para anciãos, oferecido
àqueles cristãos que, tendo alcançado a terceira e definitiva fase da vida
humana, desejam,talvez pela primeira vez, lançar sólidas estruturas para a
sua fé. 275. Estes diversos processos de catequese, cada
um com possíveis variantes socioculturais, não devem ser organizados
separadamente, como se fossem « compartimentos estanques, sem comunicação
entre si ». (366) É necessário que a oferta catequética da Igreja particular
seja bem coordenada. Entre estas diversas formas de catequese « é preciso
favorecer a sua perfeita complementaridade ». (367) Como dissemos precedentemente, o princípio
organizador, que dá coerência aos diversos processos de catequese
oferecidos por uma Igreja particular, é a atenção à catequese dos adultos.
Este é o eixo em torno do qual gira e se inspira a catequese das primeiras
idades (infância e adolescência) e da terceira idade. (368) O fato de oferecer diversos processos de
catequese num único projeto diocesano de catequese não significa que o mesmo
destinatário deva percorrê-los, um depois do outro. Se um jovem chega à idade
adulta com uma fé bem fundada, não necessita de uma catequese de iniciação
para adultos, mas sim de outros alimentos mais sólidos, que o ajudem no seu
permanente amadurecimento na fé. Na mesma situação se encontram aqueles que
chegam à terceira idade com uma fé bem radicada. Juntamente com esta oferta de processos de
iniciação, absolutamente imprescindível, a Igreja particular deve também
oferecer processos de catequese permanente para cristãos adultos. A atividade catequética no contexto da nova evangelização 276. Definindo a catequese como momento do
processo total da evangelização, apresenta-se necessariamente o problema da
coordenação da atividade catequética com a ação missionária que a precede, e
com a ação pastoral que a segue. Há, de fato, elementos « que preparam a
catequese ou dela derivam ». (369) Neste sentido, a união entre a ação missionária,
que procura suscitar a fé, e a ação catequética, que busca aprofundar os seus
fundamentos, é decisivo na evangelização. De certa maneira, esta condição resulta mais
evidente na situação da missão ad gentes. (370) Os adultos
convertidos pelo primeiro anúncio entram no Catecumenato, onde são
catequizados. Na situação que requer uma « nova
evangelização », (371) a coordenação se torna mais complexa, visto que,
às vezes, se quer ministrar uma catequese ordinária a jovens e adultos que
necessitam, antes, de um tempo de anúncio e de terem despertada a sua adesão
a Cristo. Problemas semelhantes apresentam-se em relação à catequese para as
crianças e para a formação de seus genitores. (372) Outras vezes são
oferecidas formas de catequese permanente a adultos que, em realidade,
necessitam mais de uma verdadeira catequese de iniciação. 277. A atual situação da evangelização postula
que as duas ações, o anúncio missionário e a catequese de iniciação, sejam
concebidas de forma coordenada e oferecidas, na Igreja particular, mediante
um projeto evangelizador missionário e catecumenal unitário. A
catequese deve ser vista, hoje, antes de mais nada, como a conseqüência de um
anúncio missionário eficaz. O ensinamento do decreto conciliar Ad
Gentes, que coloca o Catecumenato no contexto da ação missionária da
Igreja, é um critério de referência muito válido para a catequese. (373) A catequese na Pastoral da educação 278. A Pastoral da educação na
Igreja particular deve estabelecer a necessária coordenação entre os
diferentes « lugares » em que se desenvolve a educação na fé. É sumamente
importante que todos estes meios catequéticos « convirjam realmente para uma
mesma confissão de fé, para uma comum consciência de pertencer à mesma Igreja
e para a fidelidade aos compromissos na sociedade, vividos com o mesmo
espírito evangélico ». (374) A coordenação educativa coloca-se
fundamentalmente em relação às crianças, aos adolescentes e aos jovens.
Convém que a Igreja particular integre, em um único projeto de Pastoral
educativa, os diversos setores e ambientes que estão a serviço da educação
cristã da juventude. Todos estes lugares completam-se reciprocamente, e
nenhum deles, assumido separadamente, pode realizar a totalidade da educação
cristã. Uma vez que a pessoa da criança e do jovem é a
mesma que recebe estas diversas ações educativas, é importante que as
diferentes influências tenham a mesma inspiração de fundo. Qualquer contradição
entre estas ações é nociva, pois cada uma delas tem a sua própria
especificidade e relevância. Neste sentido, é de suma importância, para uma
Igreja particular, organizar um projeto de iniciação cristã que integre as
diversas tarefas educativas e considere as exigências da nova evangelização. Algumas tarefas próprias do serviço catequético Análise da situação e das necessidades 279. A Igreja particular, ao organizar a
atividade catequética, deve ter como ponto de partida a análise da
situação. « O objeto desta pesquisa é complexo. Ele abrange o exame da
ação pastoral e o diagnóstico da situação religiosa e das condições
socioculturais e econômicas enquanto processos coletivos que podem ter
profundas repercussões sobre a difusão do Evangelho ». (375) Trata-se de uma
tomada de consciência da realidade, considerada em relação à catequese e às
suas necessidades. De maneira mais concreta: – É necessário ter uma clara consciência, no
« exame da ação pastoral », do estado da catequese: como é
situada, de fato, no processo evangelizador; o equilíbrio e a articulação
entre os distintos setores catequéticos (crianças, adolescentes, jovens,
adultos...); a coordenação da catequese com a educação cristã na família, com
o educação escolar, com o ensino escolar da Religião, e com outras formas de
educação na fé; a sua qualidade interna; os conteúdos que se ministram e a
metodologia que se utiliza; as características dos catequistas e a sua
formação. – A « análise da situação religiosa » pesquisa
sobretudo, três níveis estreitamente conexos entre si: o senso do
sagrado, isto é, daquelas experiências humanas que, por sua profundidade,
tendem a abrir ao mistério; o senso religioso, ou seja, os modos
concretos que um povo determinado utiliza para conceber Deus e comunicar-se
com Ele; e as situações de fé com a diversa tipologia dos
crentes. E em conexão com estes níveis, a situação moral que
se vive, com os valores que emergem e os pontos obscuros ou contravalores
mais difundidos. – A « análise sociocultural », a
propósito da qual se falou no trecho relativo às ciências humanas na formação
dos catequistas, (376) é também necessária. É preciso preparar os catecúmenos
e os catequizandos a uma presença cristã na sociedade. 280. A análise da situação, em todos os níveis, «
deve também convencer aqueles que exercem o ministério da palavra, que as
situações humanas são ambivalentes no que concerne à ação pastoral. É
preciso, portanto, que os operários do Evangelho aprendam a descobrir as
possibilidades que se abrem à sua ação, numa situação sempre nova e
diversa... É sempre possível um processo de transformação que abra caminho à
fé ». (377) Esta análise da situação é um primeiro
instrumento de trabalho, de caráter informativo, que o serviço catequético
oferece a pastores e catequistas. Programa de ação e orientações catequéticas 281. Depois de ter analisado atentamente a
situação, é preciso proceder à formulação de um programa de ação.
Este determina os objetivos, os meios da pastoral catequética e as normas que
a regulam, com profunda adesão às necessidades locais e, ao mesmo tempo, em
plena harmonia com as finalidades e as normas da Igreja universal. O programa ou plano de ação deve ser operativo,
já que se propõe orientar a ação catequética diocesana ou interdiocesana. Por
sua própria natureza, é geralmente concebido por um determinado período de
tempo, ao término do qual é renovado, com novas características, novos
objetivos e novos meios. A experiência indica que o programa de ação é de
grande utilidade para a catequese, uma vez que, ao definir alguns objetivos
comuns, leva a unificar os esforços e a trabalhar numa perspectiva de
conjunto. Por isso, a sua primeira condição deve ser o realismo, unido à
simplicidade, concisão e clareza. 282. Paralelamente ao programa de ação, centrado
sobretudo nas opções operativas, diversos Episcopados elaboram, a nível
nacional, instrumentos de caráter mais reflexivo e orientativo, que fornecem
os critérios para uma idônea e adequada catequese. São chamados de várias
maneiras: Diretório Catequético, Orientações Catequéticas, Documento
de Base, Texto de Referência, etc. Destinados principalmente aos
responsáveis e aos catequistas, esclarecem o conceito de catequese: a sua
natureza, finalidade, tarefas, conteúdos, destinatários e métodos. Estes
Diretórios ou textos de orientações gerais, estabelecidos pelas Conferências
dos Bispos ou emanados sob a sua autoridade, devem seguir o mesmo processo de
elaboração e de aprovação previsto para os Catecismos. Vale dizer: antes de
sua promulgação, devem ser submetidos à aprovação da Sé Apostólica. (378) Estas diretrizes ou orientações catequéticas são,
habitualmente, um elemento de grande inspiração para a catequese das Igrejas
locais e a sua elaboração é recomendada e conveniente, pois, entre outras
coisas, elas constituem um importante ponto de referência para a formação dos
catequistas. Esta tipologia de instrumento é intima e diretamente ligada à
responsabilidade episcopal. A elaboração de instrumentos e meios didáticos
para a ação catequética 283. Ao lado dos instrumentos dedicados a
orientar e programar o conjunto da ação catequética (análise da
situação, programa de ação e Diretório Catequético) existem outros
instrumentos de trabalho de uso imediato, que são utilizados no cumprimento
da própria ação catequética. Devemos elencar, em primeiro lugar, os textos
didáticos, (379) que são colocados diretamente nas mãos dos
catecúmenos e catequizandos. Úteis subsídios são, além disso, os Guias para
os catequistas, no caso da catequese para crianças e para os genitores. (380)
São igualmente importantes os meios audiovisuais que se
utilizam na catequese e em relação aos quais, se deve exercitar um oportuno
discernimento. (381) O critério inspirador destes instrumentos de
trabalho deve ser o da dúplice fidelidade, a Deus e ao homem, que é uma lei
fundamental para toda a vida da Igreja. Trata-se, de fato, de saber conjugar
uma perfeita fidelidade doutrinal com uma profunda adaptação ao homem,
levando em consideração a psicologia da idade e o contexto sociocultural em
que ele vive. Em resumo, é preciso dizer que estes instrumentos
catequéticos devem: – ser « realmente ligados à vida concreta da
geração para a qual são destinados, tendo bem presentes as suas inquietudes e
interrogações, assim como as suas lutas e esperanças »; (382) – esforçar-se para « encontrar a linguagem
compreensível a esta geração »; (383) – visar « verdadeiramente, provocar um maior
conhecimento dos mistérios de Cristo naqueles que deles se servirem, em vista
de uma autêntica conversão e de uma vida sempre mais conforme à vontade de
Deus ».(384) A elaboração dos Catecismos locais:
responsabilidade imediata do ministério episcopal 284. No conjunto dos instrumentos para a
catequese, sobressaem os Catecismos. (385) A sua importância deriva do fato
de a mensagem por eles transmitida, ser reconhecida como autêntica e profunda
pelos Pastores da Igreja. Se o conjunto da ação catequética deve ser sempre
submetido ao Bispo, a publicação dos Catecismos é uma responsabilidade que
concerne, de maneira muito direta, ao ministério episcopal. Os Catecismos
nacionais, regionais ou diocesanos, elaborados com a participação dos agentes
da catequese, são responsabilidade última dos Bispos, catequistas por
excelência nas Igrejas particulares. Na redação de um Catecismo, é necessário levar em
consideração sobretudo os dois critérios a seguir: a) a perfeita sintonia com o
Catecismo da Igreja Católica, « texto de referência seguro e autêntico...
para a elaboração dos catecismos locais » (386) b) a atenta consideração das
normas e dos critérios para a apresentação da mensagem evangélica, oferecidos
pelo Diretório Geral para a Catequese, este também « referência obrigatória »
(387) para a catequese. 285. A « prévia aprovação da Sé
Apostólica », (388) que se requer para os Catecismos emanados pelas
Conferências dos Bispos, deve ser entendida no sentido que eles são
documentos mediante os quais a Igreja universal, nos diferentes espaços
socioculturais aos quais é enviada, anuncia e transmite o Evangelho e gera as
Igrejas particulares, manifestando-se nestas. (389) A aprovação de um
Catecismo é o reconhecimento do fato de que se trata de um texto da Igreja
universal para uma determinada situação e cultura. CONCLUSÃO 286. Na formulação das presentes orientações e
diretrizes, não foram poupados esforços, a fim de que cada reflexão
encontrasse origem e fundamento nos ensinamentos do Concílio Vaticano II e
das sucessivas e principais intervenções magisteriais da Igreja. Além disso,
uma solícita atenção foi reservada às experiências de vida eclesial dos
diversos povos, ocorridas nesse meio tempo. À luz da fidelidade ao Espírito
de Deus, foi feito o necessário discernimento, sempre em vista da renovação
da Igreja e do melhor serviço de evangelização. 287. O Diretório Geral para a Catequese é
proposto a todos os Pastores da Igreja, aos seus colaboradores e aos
catequistas, na esperança de que seja um encorajamento no serviço que a
Igreja e o Espírito lhes confia: favorecer o crescimento na fé, daqueles que
creram. As orientações aqui contidas não querem apenas
indicar e esclarecer a natureza da catequese e as normas e critérios que
regem este ministério evangelizador da Igreja; elas pretendem também
alimentar a esperança, com a força da Palavra e a ação interior do Espírito,
naqueles que trabalham neste campo privilegiado da atividade eclesial. 288. A eficácia da catequese é e será sempre um
dom de Deus, mediante a obra do Espírito do Pai e do Filho. Esta total dependência da catequese, da
intervenção de Deus, é ensinada pelo apóstolo Paulo aos Coríntios, quando
lhes recorda: « Eu plantei; Apolo regou; mas era Deus quem fazia
crescer. Assim, pois, aquele que planta nada é; aquele que rega nada é; mas
importa tão somente Deus, que dá o crescimento » (1 Cor 3,6-7). Não é possível nem catequese, nem evangelização
sem a ação de Deus, por meio do Seu Espírito. (390) Na praxe catequética, nem
as técnicas pedagógicas mais avançadas, nem o catequista dotado da mais
cativante personalidade humana que possa existir, podem jamais substituir a
ação silenciosa e discreta do Espírito Santo. (391) « É Ele, na verdade, o
protagonista de toda a missão eclesial »; (392) é Ele o principal catequista;
é Ele o « mestre interior » daqueles que crescem para o Senhor. (393) De
fato, Ele é « o princípio inspirador de todas as atividades catequéticas e
daqueles que as realizam ». (394) 289. Portanto, que o íntimo da espiritualidade do
catequista seja dominado pela paciência e pela confiança de que é o próprio
Deus quem faz nascer, crescer e frutificar a semente da Palavra de Deus,
semeada em terra boa e lavrada com amor! O evangelista Marcos é o único que
apresenta a parábola na qual Jesus alude, uma após outra, às etapas do
desenvolvimento gradativo e constante da semente lançada: «O Reino de
Deus é como um homem que lançou a semente na terra: ele dorme e acorda, de
noite e de dia, mas a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. A
terra, por si mesma produz fruto: primeiro a erva, depois a espiga e, por
fim, a espiga cheia de grãos. Quando o fruto está no ponto, imediatamente se
lhe lança a foice, porque a colheita chegou » (Mc 4,26-29). 290. A Igreja, que tem a responsabilidade de
catequizar aqueles que crêem, invoca o Espírito do Pai e do Filho,
suplicando-Lhe que faça frutificar e fortalecer interiormente todos aqueles
trabalhos que, em todas as partes, se realizam em favor do crescimento da fé
e da seqüela de Jesus Cristo Salvador. 291. À Virgem Maria, que viu seu Filho
crescer « em sabedoria, em estatura e em graça » (Lc 2,52),
os agentes da catequese recorrem, ainda hoje, confiantes na sua intercessão.
Eles encontram em Maria o modelo espiritual para prosseguir e consolidar a
renovação da catequese contemporânea, na fé, na esperança e na caridade. Por
intercessão da « Virgem Santíssima do Pentecostes », (395) nasce, na Igreja,
uma força nova, para gerar filhos e filhas na fé e educá-los para a plenitude
em Cristo. Sua Santidade o Papa João Paulo II, no dia 15 de
agosto de 1997, aprovou o presente Diretório Geral para a Catequese e
autorizou a sua publicação. Darío Castrillón Hoyos Crescenzio Sepe ÍNDICES SIGLAS I SAGRADA ESCRITURA Ab: Abdias Ag:
Ageu Am:
Amós Ap:
Apocalipse At:
Atos Br: Baruc 1 Cor: 1a Coríntios 2 Cor: 2a Coríntios Cl: Colossenses 1 Cr: 1o Livro das Crônicas 2 Cr: 2o Livro das Crônicas Ct: Cântico dos Cânticos Dn: Daniel Dt: Deuteronômio Ecl: Eclesiastes (Qoélet) Eclo: Eclesiástico (Sirácida) Ef: Efésios Esd: Esdras Est: Ester Ex: Eodo Ez: Ezequiel Fl: Filipenses Fm: Filemon Gl: Gálatas Gn: Gênesis Hab: Habacuc Hb: Hebreus Is: Isaías Jd: Judas Jl: Joel Jn: Jonas Jó: Jó Jo: João 1 Jo: 1a João 2 Jo: 2a João 3 Jo: 3a João Jr: Jeremias Js: Josué Jt: Judite Jz: Juízes Lc: Lucas Lm: Lamentações Lv: Levítico 1 Mc: 1o Macabeus 2 Mc: 2o Macabeus Mc: Marcos Ml: Malaquias Mq: Miquéias Mt: Mateus Na: Naum Ne: Neemias Nm: Números Os: Oséias 1 Pd: 1a Pedro 2 Pd: 2a Pedro Pr: Provérbios 1 Rs: 1o Reis 2 Rs: 2o Reis Rm: Romanos Rt: Rute Sb: Sabedoria Sl: Salmos 1 Sm: 1o Samuel 2 Sm: 2o Samuel Sf: Sofonias Tb: Tobias Tg: Tiago 1 Tm: 1a Timóteo 2 Tm: 2o Timóteo 1 Ts: 1a Tessalonicenses 2 Ts: 2a Tessalonicenses Tt: Tito Zc: Zacarias ÍNDICE GERAL Siglas dos Documentos Prefácio Exposição Introdutiva O anúncio do Evangelho no mundo contemporâneo « Saiu o semeador a semear » Um olhar ao mundo a partir da fé O Campo do mundo Os direitos humanos A cultura e as culturas A situação religiosa e moral A Igreja no campo do mundo A fé dos cristãos A vida interna da comunidade eclesial Situação da catequese: vitalidade e problemas A Semeadura do Evangelho Como ler os sinais dos tempos Alguns desafios para a catequese Primeira parte A Catequese na missão
Evangelizadora da Igreja O mandato missionário de Jesus Significado e finalidade desta parte Primeiro Capítulo A Revelação e a sua transmissão mediante a
evangelização A Revelação do desígnio providencial do Pai A Revelação: fatos e palavras Jesus Cristo, mediador e plenitude da Revelação A transmissão da Revelação por meio da Igreja,
obra do Espírito Santo A evangelização O processo da evangelização O ministério da Palavra de Deus na evangelização Funções e formas do ministério da Palavra A conversão e a fé O processo da conversão permanente Diversas situações sócio-religiosas diante da
evangelização Mútua conexão entre as ações evangelizadoras
correspondentes a estas situações Segundo Capítulo A catequese no processo da evangelização Primeiro anúncio e catequese A Catequese a serviço da iniciação cristã A catequese, « momento » essencial do processo de
evangelização A catequese, ao serviço da iniciação cristã Características fundamentais da catequese de
iniciação A catequese a serviço da educação permanente à fé A educação permanente à fé na comunidade cristã Múltiplas formas de catequese permanente Catequese e ensino escolar da religião O caráter próprio do ensino escolar da Religião O contexto escolar e os destinatários do ensino
escolar da Religião A educação cristã familiar: catequese e ensino
religioso escolar a serviço da educação na fé Terceiro Capítulo Natureza, finalidade e tarefas da catequese A catequese: ação de natureza eclesial Finalidade da catequese: a comunhão com Jesus
Cristo A finalidade da catequese se exprime na profissão
de fé o único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo As tarefas da catequese realizam a sua finalidade As tarefas fundamentais da catequese: ajudar a
conhecer, celebrar, viver e contemplar o mistério de Cristo Outras tarefas fundamentais: iniciação e educação
à vida comunitária e à missão Algumas considerações sobre o conjunto destas
tarefas O catecumenato batismal: estrutura e fases O catecumenato batismal, inspirador da catequese
na Igreja Segunda parte A mensagem evangélica Significado e finalidade desta parte Primeiro Capítulo Normas e critérios para a apresentação da
mensagem evangélica na catequese A palavra de Deus, fonte da catequese A fonte e « as fontes » da mensagem da catequese Os critérios para a apresentação da mensagem O cristocentrismo da mensagem evangélica O cristocentrismo trinitário da mensagem
evangélica Uma mensagem que anuncia a salvação Uma mensagem de libertação A eclesialidade da mensagem evangélica O caráter histórico do mistério da salvação A inculturação da mensagem evangélica A integridade da mensagem evangélica Uma mensagem orgânica e hierarquizada Uma mensagem significativa para a pessoa humana Princípio metodológico para a apresentação da
mensagem Segundo Capítulo « Esta é a nossa fé, esta é a fé da Igreja » O Catecismo da Igreja Católica e o Diretório
Geral para a Catequese O Catecismo da Igreja Católica Finalidade e natureza do Catecismo da Igreja
Católica A articulação do Catecismo da Igreja Católica A inspiração do Catecismo da Igreja Católica: o cristocentrismo
trinitário e a sublimidade da vocação cristã O gênero literário do Catecismo da Igreja
Católica O depósito da fé e o Catecismo da Igreja Católica A Sagrada Escritura, o Catecismo da Igreja
Católica e a catequese A Tradição catequética dos Santos Padres e o
Catecismo da Igreja Católica Os Catecismos nas Igrejas locais Os Catecismos locais: a sua necessidade O gênero literário de um Catecismo local Os aspectos da adaptação num Catecismo Local A criatividade das Igrejas locais no que concerne
à elaboração dos Catecismos O Catecismo da Igreja Católica e os Catecismos
locais: a sinfonia da fé Terceira parte A pedagogia da fé « Só tendes um Mestre, o Cristo » (Mt 23,10) Significado e finalidade desta parte Primeiro Capítulo A pedagogia de Deus, fonte e modelo da pedagogia
da fé A pedagogia de Deus A pedagogia de Cristo A pedagogia da Igreja A pedagogia divina, ação do Espírito Santo em
todo cristão Pedagogia divina e catequese Pedagogia original da fé Fidelidade a Deus e fidelidade à pessoa A « condescendência de Deus », escola para a
pessoa Evangelizar educando e educar evangelizando Segundo Capítulo Elementos de metodologia A diversidade de métodos na catequese A relação conteúdo-método na catequese Método indutivo e dedutivo A experiência humana na catequese A memorização na catequese Papel do catequista A atividade e a criatividade dos catequizados Comunidade, pessoa e catequese A importância do grupo A comunicação social Quarta parte Os destinatários da catequese « O Reino diz respeito a todos » (RM 15) Significado e finalidade desta parte Primeiro Capítulo A adaptação ao destinatário: aspectos gerais Necessidade e direito de todo fiel de receber uma
válida catequese Necessidade e direito da comunidade A adaptação quer que o conteúdo da catequese seja
como um alimento sadio e adequado A adaptação considera as diversas circunstâncias Segundo Capítulo A catequese por idades Indicações gerais A Catequese dos adultos Os adultos aos quais se dirige a catequese Elementos e critérios próprios da catequese dos
adultos Tarefas gerais e particulares da catequese dos
adultos Formas particulares de catequese dos adultos A Catequese das crianças e dos adolescentes Situação e importância da infância e da
adolescência Características da catequese das crianças e dos
adolescentes Crianças e adolescentes sem apoio religioso
familiar ou que não freqüentam a escola A Catequese dos jovens Puberdade, adolescência e juventude A importância da juventude para a sociedade e a
Igreja Características da catequese dos jovens A Catequese dos anciãos A terceira idade, dom de Deus à Igreja A catequese da plenitude e da esperança Sabedoria e diálogo Terceiro Capítulo Catequese para situações especiais, mentalidades
e ambientes A catequese dos excepcionais e desadaptados A catequese das pessoas marginalizadas A catequese para os grupos diferenciados A catequese de ambiente Quarto Capítulo Catequese no contexto sócio-religioso A catequese em situação de pluralismo e de
complexidade A catequese em relação à religiosidade popular A catequese no contexto ecumênico A catequese em relação ao hebraísmo A catequese no contexto de outras religiões A catequese em relação aos « novos movimentos
religiosos » Quinto Capítulo Catequese no contexto sociocultural Catequese e cultura contemporânea Tarefas de uma catequese para a inculturação da
fé Processo metodológico Necessidade e critérios de avaliação Responsáveis pelo processo de inculturação Formas e vias privilegiadas A linguagem Os meios de comunicação Âmbitos antropológicos e tendências culturais Intervenção nas situações concretas Tarefas das Igrejas locais Iniciativas guiadas Quinta parte A catequese na Igreja
particular Significado e finalidade desta parte Primeiro Capítulo O ministério da cateques na Igreja particular e
os seus agentes A Igreja particular O ministério da catequese na Igreja particular A comunidade cristã e a responsabilidade de
catequizar O Bispo, primeiro responsável pela catequese na
Igreja particular Os Presbíteros, pastores e educadores da
comunidade cristã Os genitores, primeiros educadores da fé dos
próprios filhos Os religiosos na catequese Os catequistas leigos Diversos tipos de catequista hoje particularmente
necessários Segundo Capítulo A formação para o serviço da catequese A pastoral dos catequistas na Igreja particular Importância da formação dos catequistas Finalidade e natureza da formação dos catequistas Critérios inspiradores da formação dos
catequistas As dimensões da formação: o ser, o saber, o saber
fazer Maturidade humana, cristã e apostólica dos
catequistas A formação bíblico-teológica do catequista As ciências humanas na formação do catequista Critérios vários que podem inspirar o uso das
ciências humanas na formação dos catequistas A formação pedagógica A formação dos catequistas no interior das
comunidades cristãs Escolas de catequistas e os Centros superiores
para peritos na catequese Terceiro Capítulo Lugares e vias da catequese A comunidade cristã como lugar de catequese A família como ambiente ou meio de crescimento na
fé O catecumenato batismal dos adultos A paróquia como ambiente de catequese A escola católica Associações, movimentos e grupos de fiéis As comunidades eclesiais de base Quarto Capítulo A organização da pastoral catequética na Igreja
particular Organização e exercício das responsabilidades O serviço diocesano da catequese Serviços de colaboração interdiocesana O serviço da Conferência dos Bispos O serviço da Santa Sé A coordenação da catequese A importância de uma efetiva coordenação da
catequese Um projeto diocesano de catequese articulado e
coerente A ação catequética no contexto da nova
evangelização A catequese na pastoral da educação Algumas tarefas próprias do serviço catequético A análise da situação e das necessidades Programa de ação e orientações catequéticas A elaboração de instrumentos e meios didáticos
para a ação catequética A elaboração dos Catecismos locais:
responsabilidade imediata do ministério episcopal Conclusão (1) CD 44. (2) CT 2. (3) CT 3. (4) Corresponde à Segunda Parte do DCG (1971). (5) Tem os mesmos objetivos da III Parte do DCG
(1971). (6) Corresponde à Quarta Parte do DCG (1971). (7) Corresponde à Quinta Parte do DCG (1971).
Ainda que alguns, apresentando significativas motivações, tenham aconselhado
que esta parte precedesse a parte sobre a pedagogia, preferiu-se, em virtude
da nova impostação da Terceira Parte, manter a mesma ordem do texto de 1971.
Com tal decisão, se quer sublinhar que a atenção do destinatário é uma
participação e conseqüência da própria pedagogia divina, da « condescendência
» de Deus na história da salvação (DV 13), da Sua adaptação, na Revelação, à
condição humana. (8) Assume todos os elementos da Sexta Parte do
DCG (1971). (9) Cf. DCG (1971), Introdução. (10) Cf. ibidem. (11) Cf. ibidem. (12) GS 1. (13) GS 2. (14)Ibid. (15)
Cf. SRS 35. (16)
SRS 13b; cf. EN 30. (17) Cf. CT 29. (18) SRS 41; cf. Documentos do Sínodo dos Bispos,
II: De Iustitia in mundo (30 de novembro de 1971), III, « A
educação para a justiça »: AAS 63 (1971), pp. 935-937; e LC 77. (19)
SRS 41; cf. ChL 42; CaIC 2444-2448; TMA 51. (20) João XXIII, Carta encíclica Pacem in
Terris (11 de abril de 1963), 9-27: AAS 55 (1963), p. 261-270. Aí
são indicados quais são, para a Igreja, os direitos humanos mais
fundamentais. Nos números 28-34 (AAS 55 (1963), pp. 270-273) são indicados os
principais « deveres do homem ». A catequese deve prestar atenção a ambos os
aspectos. (21) Cf. SRS 15a. (22) Cf. PP 14; CA 29. (23)
ChL 5; cf. SRS 26b; VS 31c. (24) Cf. ChL 5a; Sínodo de 1985, II, D, 1. (25) Cf. SRS 15e; CaIC 2444; CA 57b. (26) ChL 37a; cf. CA 47c. (27) AG 22a. (28) GS
5. (29) GS
54. (30) GS
56c. (31)
Cf. EN 20; CT 53. (32) GS
19. (33) Ibid. (34) EN
55; cf. GS 19 e LC 41. (35) Sínodo de 1985, II, A, 1. (36) ChL 4. (37)
Cf. RM 38. (38) CA
29 ad c; CA 46c. (39) Cf. GS 36. João Paulo II, na Carta
encíclica Dominum et vivificantem (18 de maio de 1986), n.
38: AAS 78 (1986), pp. 851-852, estabelece também esta conexão: « A ideologia
da "morte de Deus", nos seus efeitos, demonstra facilmente que é,
no plano teórico e prático, a ideologia da "morte do homem" ». (40) VS
101; cf. EV 19,20. (41) CT
3; cf. MPD 4. (42)
TMA 36b; cf. GS 19c. (43) EN
52; cf. CT 19 e 42. (44) EN
56. (45) EN
52. (46) EN 48; cf. CT 54; ChL 34b; DCG (1971) 6;
Sínodo de 1985, II, A, 4. (47) EN
52. (48) Cf.
EN 52; CT 44. (49)
Cf. ChL 34b; RM 33d. (50) LG 10. (51) Sínodo de 1985, I, 3. (52) Ibid. (53) Congregação para a Doutrina da Fé,
Carta Communionis notio (28 de maio de 1992), n.1: AAS 85
(1993), p. 838; cf. TMA 36e. (54)
Cf. CT 19b. (55)
Cf. CT 43. (56)
Cf. CT 27b. (57) DV
10c. (58)
Cf. CT 29b. (59)
Cf. CT 30. (60) CT
23. (61)
Cf. CT 58. (62)
Cf. EN 63. (63) Cf. FC 4b; cf. ChL 3e. (64) GS 11; cf. GS 4. (65) Cf. GS 62e; FC 5c. (66) Cf Mc 1,15 e paralelos; RM
12-20; CaIC 541-560. (67) Cf Mt 5,3-12. (68) Cf Mt 5,1–7,29. (69) Cf Mt 13,11. (70)
Cf Mt 18,1–35. (71)
Cf Mt 24,1–25,46. (72) DV
3. (73)
Cf. 2 Pd 1, 4; CaIC 51-52. (74) DV
2. (75)
Cf. Ef 1,9. (76) DV
2. (77) EN
11. (78)
Cf. GS 22a. (79)
Cf. Ef 2,8; EN 27. (80)
Cf. EN 9. (81) Cf. Jo 11,52; AG 2b e 3a. (82) Cf. DV 15; CT 58; ChL 61, CaIC 53, 122; S.
Irineu de Lião, Adversus haerese » III, 20, 2: SCh 211,
389-393. Veja-se, no presente Diretório, a Terceira Parte, cap. 1. (83) CaIC 54-64. (84) DV
2. (85)
Cf. DCG (1971) 11b. (86)
Cf. Heb 1,1-2. (87) DV 4. (88) Cf. Lc 24,27. (89) CaIC 65; S. João da Cruz exprime-se assim: «
Disse-nos tudo de uma só vez, nesta única Palavra » (Subida ao Monte
Carmelo 2, 22; cf. Liturgia das Horas, I, Ofício das leituras da
segunda-feira da segunda semana do Advento). (90) Cf. CT 5; CaIC 520 e 2053. (91) CaIC 125, que faz referência a DV 18. (92) CT 5. O tema do cristocentrismo é
abordado, com maiores particulares, em: « Finalidade da catequese: a comunhão
com Jesus Cristo » (I Parte, cap. 3) e em: « O cristocentrismo da mensagem
evangélica » (II Parte, cap. 1). (93) Cf. DV 7. (94) Cf. DV 7a. (95) Cf. DV 8 e CaIC 75-79. (96) DV
10b; cf. CaIC 85-87. (97) LG
48; AG 1; GS 45; cf. CaIC 774-776. (98) Cf. Cl 1,26. (99) Na Dei Verbum (nn. 2-5) e
no Catecismo da Igreja Católica (nn. 50-175), fala-se da fé
como resposta à Revelação. Neste contexto, por motivos catequéticos e
pastorais, preferiu-se ligar a fé mais à evangelização do que à Revelação,
enquanto esta última, de fato, alcança o homem normalmente através da missão
evangelizadora da Igreja. (100)
EN 14. (101)
EN 18. (102)
Cf. Mt 28,19-20. (103)
Cf. At 1,8. (104)
Cf. Mt 28,19. (105)
EN 17. (106)
EN 28. (107)
Cf. EN 22a. (108)
Cf. EN 47b. (109)
Cf. EN 18. (110)
EN 24d. (111) Cf. EN 14. (112) Cf. AG 6b. (113) No dinamismo da evangelização, é preciso
distinguir as « situações iniciais » (initia), os « progressos graduais »
(gradus) e a situação de amadurecimento: « a qualquer condição ou estado
devem corresponder atos apropriados » (AG 6). (114) Cf. EN 18-20 e RM 52-54; Cf. AG 11-12 e 22. (115)
Cf. EN 21 e 41; RM 42-43; AG 11. (116)
EN 51, 52, 53; cf. CT 18, 19, 21, 25; RM 44. (117)
Cf. AG 13; EN 10 e 23; CT 19; RM 46. (118)
EN 22; CT 18; cf. AG 14 e RM 47. (119)
AG 14; CaIC 1212; cf. CaIC 1229-1233. (120) Cf.
EN 23; CT 24; RM 48-49; cf. AG 15. (121) Cf. ChL 18. (122) Cf. ChL 32; cf. ChL 32, que mostra a íntima
conexão entre « comunhão » e « missão ». (123)
Cf. EN 24. (124)
CT 18. (125)
Cf. AG 6f; RM 33 e 48. (126) Cf. At 6,4. O ministério
da Palavra divina é exercido, na Igreja, por parte: – dos ministros ordenados (cf. CIC 756-757); – dos membros dos institutos de vida consagrada,
em virtude da sua consagração a Deus (cf. CIC 758); – dos fiéis leigos, em virtude do seu batismo e
da sua confirmação (cf. CIC 759). Com relação ao termo ministério
(servitium), é necessário observar que somente a referência constante ao
único e fundamental ministério de Cristo permite, em certa
medida, aplicar, sem ambigüidade, o termo ministério também
aos fiéis não ordenados. Em sentido original, ele exprime a ação com a qual
os membros da Igreja prolongam, dentro dela e para o mundo, a missão de
Cristo. Quando, ao invés, o termo é diferenciado na relação e no confronto
entre os diversos munera e officia, então é
preciso notar com clareza que somente por força da sagrada
Ordenação ele obtém aquela plenitude e univocidade de significado que a
tradição sempre lhe atribuiu (cf. João Paulo II, Alocução ao
Simpósio sobre a « Participação dos fiéis leigos ao Ministério », n. 4: L'Osservatore
Romano, 23 de abril de 1994, p. 4). (127)
EN 22; cf. EN 51-53. (128)
Cf. EN 42-45, 54, 57. (129) DV 8c. (130) PO 4b; cf. CD 13c. (131) No Novo Testamento aparecem formas muito
diversas deste único ministério: « anúncio », « ensinamento », « exortação »,
« profecia », « testemunho »,... A riqueza de expressões é notável. (132) As formas através das
quais se canaliza o único ministério da Palavra, não são, na verdade,
intrínsecas à mensagem cristã. São, antes, acentuações, tons,
desenvolvimentos mais ou menos explicitados, adaptados à situação de fé de
cada pessoa e de cada grupo humano, nas suas circunstâncias concretas. (133) Cf. EN 51-53. (134) AG 14. (135) Existem razões de natureza diversa, que
legitimam as expressões « educação permanente na fé » ou «catequese
permanente », com a condição de que não seja relativizado o caráter
prioritário, fundamental, estruturador e específico da catequese, enquanto
iniciação de base. A expressão « educação permanente na fé » difundiu-se na
praxe catequética a partir do Concílio Vaticano II, para indicar só um
segundo grau de catequese, posterior à catequese de iniciação, e não a
totalidade da ação catequética. Veja-se como esta distinção entre
formação de base e formação permanente é
assumida, no que diz respeito à preparação dos presbíteros, em: João Paulo
II, Exortação apostólica pós-sinodal Pastores dabo Vobis (25
de março de 1992), capítulos V e VI, especialmente o n. 71: AAS 84 (1992),
pp. 729ss.; 778ss; 782-783. (136)
DCG (1971) 19d. (137)
Cf. SC 35; CaIC 1154. (138) Cf. Congregação para a Doutrina da Fé,
Instrução Donum veritatis sobre a vocação eclesial do
teólogo (24 de maio de 1990), n. 6: AAS 82 (1990) p. 1552. (139) DCG (1971) 17; cf. GS 62g. (140) Cf. Rm 10,17; LG 16 e AG
7; cf. CaIC 846-848. (141)
Cf. AG 13a. (142)
Cf. CT 5b. (143)
Cf. CT 20b. (144)
Cf. CaIC 166-167. (145) Cf. CaIC 150, 153 e 176. (146) DV 5. (147) CaIC 177. (148)
Cf. EN 10; AG 13b; CaIC 1430-1431. (149)
EN 23. (150)
Cf. AG 13. (151)
Cf. RM 45c. (152)
Cf. RM 46d. (153)
DV 5; cf. CaIC 153. (154) DV 5; cf. CaIC 153. (155) CaIC 149. (156) CT 20a: « Trata-se, com efeito, de fazer
crescer, no plano do conhecimento e na vida, o germe de fé semeado
pelo Espírito Santo, com o primeiro anúncio do Evangelho ». (157)
Cf. RM 46b. (158)
Cf. 1Pd 2, 2; Heb 5; 13. (159) Ef 4,13. (160) OICA 12. (161) Cf. Eusebio de Cesarea, Praeparatio
evangelica I, 1; SCh 206, 6; LG 16; AG 3a. (162) ChL 4c. (163) OICA 12 e 111. (164) Cf. OICA 6 e 7. (165) AG 13b. (166) Cf. AG 13; EN 10; RM 46; VS 66; OICA 10. (167) AG 13b. (168) Cf. MPD 8b; CaIC 187-189. (169) Mt 5,48; cf. LG 11c, 40b,
42e. (170)
Cf. DV 24; EN 45. (171) Cf. RM 33. (172) RM 33b. (173) RM 33b. É importante tomar consciência dos «
âmbitos » (fines) que RM atribui à « missão ad gentes ».
Não se trata somente de « âmbitos territoriais » (RM 37a), mas também de «
mundos e fenômenos sociais novos » (RM 37,b), como o são as grandes cidades,
o mundo dos jovens, as migrações..., e de « áreas culturais ou modernos areópagos
» (RM 37c), como o são o mundo da comunicação, o da ciência, a ecologia... À
medida de tudo isso, uma Igreja particular, já implantada num território,
realiza a sua « missão ad gentes» não apenas « ad extra », mas também « ad
intra » dos seus confins. (174)
RM 33c. (175)
RM 33d. (176)
RM 33d. (177)
RM 34b. (178) RM 34c. O texto fala, de forma concreta, do
mútuo enriquecimento entre a missão ad intra e a
missão ad extra. Em RM 59c, no mesmo sentido, mostra-se como « a
missão ad gentes » estimula os povos ao desenvolvimento,
enquanto a « nova evangelização », nos países mais desenvolvidos, cria uma
clara consciência de solidariedade para com os demais. (179) Cf. RM 31; 34. (180) MPD 8. (181) DCG (1971) 20; CT 43; Quarta Parte, cap. 2. (182) CT 19. (183) Mc 16,15 e Mt 28,19. (184) Mc 16,16. (185) Cf. CT 19; DCG (1971) 18. (186) OICA 9-13; cf. CIC cân. 788. (187) No atual Diretório, supõe-se que
ordinariamente, o destinatário da « catequese kerigmática » ou «
pré-catequese » tenha um interesse, ou uma inquietação em relação ao
Evangelho. Se absolutamente não a tem, a ação requerida é o « primeiro
anúncio ». (188)
Cf. OICA 9, 10, 50; CT 19. (189)
CT 18; cf. CT 20c. (190) CT 18. (191) Ibidem. (192) AG 14. (193) CT 18. (194) S. Cirilo de Jerusalém, «
Catecheses illuminandorum », I, 11; PG 33, 351-352. (195)
Cf. Mt 7,24-27. (196)
CT 13; cf. CT 15. (197) CaIC 1122. (198) AG 14; cf. CaIC 1212, 1229. (199) CaIC 1253. No catecumenato batismal dos
adultos, próprio da missão ad gentes, a catequese precede o
Batismo. Na catequese dos batizados (crianças, jovens ou adultos), a formação
é posterior. Porém, mesmo neste caso, o objetivo da catequese é o fazer
descobrir e viver as imensas riquezas do Batismo já recebido. CaIC 1231 usa a
expressão catecumenato pós-batismal. ChL 61 a chama de catequese
pós-batismal. (200)
Cf. CD 14. (201)
CT 22; cf. CT 18d, 21b. (202) Cf. CT 21. (203) CT 21. Duas razões merecem ser sublinhadas
nesta abordagem sinodal, assumida pela Catechesi Tradendae: a
preocupação de levarem consideração um problema pastoral («
insisto na necessidade de um ensino cristão orgânico e sistemático, porque em
diversas partes nota-se a tendência para minimizar a sua importância »); e o
fato de considerar a organicidade da catequese como característica
principal que a conota. (204) CT 21. (205) Cf. CT 20; S. Agostinho, « De
catechizandis rudibus » I, cap. 4, 8: CCL 46, 128-129. (206)
Cf. CT 21b. (207)
Cf. CT 21c. (208)
Cf. AG 14; CT 33; CaIC 1231. (209)
Cf. DCG (1971) 31. (210) CT 24. (211) DV 21. (212) Jo 17, 21. (213) Cf. CT 48; cf. SC 52; DV 24; DCG (1971)
17; Missale Romanum, Ordo Lectionum Missae, n. 24, Editio
Typica Altera, Libreria Editrice Vaticana, 1981. (214) Cf. DV 21-25; Comissão Bíblica Pontifícia,
Documento A interpretação da Bíblia na Igreja (21 de
setembro de 1993), IV, C, 2-3, Cidade do Vaticano 1993. (215) SRS 41; cf. CA 5, 53-62; DCG (1971) 26;
Congregação para a Educação Católica, Documento Orientações para o
estudo e o ensinamento da doutrina social da Igreja na formação dos
sacerdotes (30 de dezembro de 1988), Roma 1988. (216) CT 23; cf. SC 35, 3; CIC cân. 777, 1 e 2. (217) Cf. CT 21c e 47; DCG (1971) 96, c, d, e, f. (218) Cf. 1 Pd 3,15; Congregação
para a Doutrina da Fé, Instrução Donum veritatis, n.
6b: l.c., 1522. Veja-se o que se encontra indicado na CT 61,
acerca da correlação existente entre catequese e teologia. (219) CT 45c. (220) Congregação para a Educação Católica,
Dimensão religiosa da educação na Escola católica. Linhas fundamentais para a
reflexão e a revisão (7 de abril de 1988), n. 68, Tipografia
Poliglota Vaticana, Roma 1988; cf. João Paulo II, Alocução aos
Sacerdotes da Diocese de Roma (5 de março de 1981); Ensinamentos
de João Paulo II, IV1, pág. 629-630; CD 13c; CIC cân. 761. (221) Cf. Congregação para a Educação Católica,
Documento A Escola Católica (19 de março de 1977), n. 26,
Tipografia Poliglota Vaticana, 1977. (222) CT 69. Note-se como, para CT 69, a
originalidade do ensino religioso escolar não consiste apenas no tornar
possível o diálogo com a cultura em geral, uma vez que isto diz respeito a
todas as formas do ministério da Palavra. No ensino religioso escolar se
busca, de modo mais direto, promover este diálogo no processo pessoal de
iniciação sistemática e crítica, e de encontro com o patrimônio cultural que
a escola promove. (223) Cf. Congregação para a Educação
Católica, Dimensão religiosa da educação na Escola Católica,
70, l.c. (224) Cf. João Paulo II, Alocução ao
Simpósio do Conselho das Conferências Episcopais da Europa sobre o Ensino da Religião
Católica na escola pública (15 de abril de 1991): Ensinamentos de
João Paulo II, XIV1, pp. 780ss. (225) Ibid. (226) Cf. CT 69, Congregação para a Educação
Católica, Dimensão religiosa da educação na Escola Católica. Linhas
fundamentais para a reflexão e a revisão, n. 66: l.c. (227) Cf. CT 33. (228) Cf. CT 34. (229) Cf. o que foi indicado no 1 cap. desta
Parte, em A transmissão da A Revelação por meio da Igreja, obra do
Espírito Santo, e na Segunda Parte, no 1 cap., em A eclesialidade
da mensagem evangélica; cf. EN 60, que fala da eclesialidade de
qualquer ato de evangelização. (230)
Cf. LG 64; DV 10a. (231)
Cf. DCG (1971) 13. (232) Cf. AG 22a. (233) Cf. CT 28, OICA 25 e 183-187. A traditio-redditio
symboli (entrega e restituição do símbolo) foi e é um elemento
importante do Catecumenato batismal. A bipolaridade deste gesto exprime a
dúplice dimensão da fé: dom recebido (traditio) e resposta
pessoal e inculturada (redditio). Cf. CT 28 para « uma adequada e
mais ampla utilização, na catequese, deste rito tão expressivo ». (234) Cf. LG 64. (235) CaIC 169. A relação entre a maternidade
da Igreja e a sua função educadora foi muito bem
expressa por S. Gregório Magno: « Depois de ter sido fecundada,
concebendo os seus filhos graças ao ministério da pregação, a Igreja os faz
crescer no seu seio, com os seus ensinamentos » (Moralia in Iob,
LXIX, 12: CCL 143a, 970). (236)
CT 5; cf. CaIC 426; AG 14a. Em relação a esta finalidade
cristológica da catequese, veja-se o que foi indicado na Primeira Parte, 1
cap.: « Jesus Cristo mediador e plenitude da Revelação »; e o que
se diz na Segunda Parte, 1 cap.: « O cristocentrismo da mensagem
evangélica ». (237)
AG 13b. (238)
CT 20c. (239)
LG 7b. (240)
MPD 8; CaIC 185-187. (241) Cf. CaIC 189. (242) Cf. CaIC 180-190 e 197. (243) CaIC 2113. (244) Cf. CaIC 166-167; CaIC 196. (245) Cf. RM 45. (246) Também o DCG (1971) 21-29 distingue entre a
finalidade (finis) e as tarefas (munera) da catequese. Estes são os objetivos
específicos nos quais se concretiza a finalidade. Cf. Mc 4,10-12. (247) cf. Mt 6,5-6. (248) Cf. Mt 10,5-15. (249) CT 21b. (250) GE 4; cf. OICA 19; CIC cân. 788, 2. (251)
Cf. DCG (1971) 36a. (252)
DCG (1971) 24. (253)
DV 25a. (254)
SC 7. (255)
Cf. SC 14. (256)
DCG (1971) 25b. (257) AG 13. (258) Cf. LC 62, CaIC 1965-1986. O CaIC 1697
precisa em particular as características que a catequese deve assumir na
formação moral. (259) VS 107. (260) Cf. CT 29f. (261) OICA 25 e 188-191. (262)
Cf. CaIC 2761. (263)
PO 6d. (264)
AG 14d. (265)
DCG (1971) 27. (266)
UR 3b. (267)
CT 32; cf. CaIC 821; CT 32-34. (268)
Cf. CT 24b; DCG (1971) 28. (269)
Cf. LG 31b; ChL 15; CaIC 898-900. (270)
Cf. Mt 10, 5-42; Lc 10, 1-20. (271)
Cf. EN 53; RM 55-57. (272) Cf. RM 55b; Conselho Pontifício para o
Diálogo Inter-religioso e Congregação para a Evangelização dos Povos,
Instrução Diálogo e Anúncio. Reflexões e Diretrizes de
Evangelio nuntiando et de Dialogo interreligioso (19 de maio de 1991), nn.
14-54: AAS 84 (1992) pp. 419-432. CaIC 839-845; Na Quarta Parte, 4 cap.,
falando dos destinatários da catequese, se retorna a este tema, no parágrafo
« A catequese no contexto de outras religiões ». (273) RM 55a. (274) Cf. CIC cân. 773 e 778, 2. (275) Cf. DCG (1971) 22 e 23. (276) Cf. DCG (1971) 26. (277) DCG (1971) 31b. (278) Cf. OICA 19. (279) OICA 9-13. (280) OICA 14-20; 68-72; 98-105. (281) OICA 93; cf. MPD 8c. (282) OICA 21-26; 133-142; 152-159. (283) OICA 25 e 183-187. (284) OICA 25 e 188-192. (285) OICA 37-40; 235-239. (286) Esta gradualidade transparece
também dos nomes que a Igreja utiliza para designar aqueles que se encontram
nas diversas etapas do Catecumenato batismal: « simpatizante »
(OICA 12), o já propenso à fé ainda que não creia plenamente; « catecúmeno »
(OICA 17-18), o firmemente decidido a seguir Jesus; « eleito »
ou « concorrente » (OICA 24), o chamado a receber o Batismo;
o « neófito », o recém-nascido à luz, graças ao Batismo;
« fiel cristão » (OICA 39), o maduro na fé e
membro ativo da comunidade cristã. (287) Cf. MPD 8; EN 44; ChL 61. (288) No presente Diretório Geral para a Catequese
utilizam-se, como distintas, as expressões « catecúmenos » e « catequizandos
», com o objetivo de indicar esta diferença. Por sua vez, o CIC, cân.
204-206, recorda o diverso modo de união de têm os « catecúmenos » e os «
catequizandos » com a Igreja. (289) OICA 295. O próprio « Ordo
initiationis christianae adultorum », IV cap., contempla o caso dos
adultos batizados, necessitados de uma catequese de iniciação. CT 44 precisa
as diversas circunstâncias emque esta catequese de iniciação de torna necessária. (290) AG 14d. (291) Metodio de Olímpia, por exemplo, tem em
vista esta ação materna da comunidade cristã, quando diz: «
Em relação àqueles que ainda são imperfeitos (na vida cristã), são mais
maduros aqueles que os formam e os dão à luz, como em uma ação materna »:
Metódio de Olímpia, Symposium III, 8; SCh 95, 111. Veja no
mesmo sentido: S. Gregório Magno, Homiliarum in Evangelia, I,
III, 2; PL 76, 1086. (292) OICA 8. (293) Cf. CT 53. (294) DCG (1971) 130. Tal parágrafo se abre com a
seguinte afirmação: « O catecumenato dos adultos que é, ao mesmo tempo,
catequese, participação litúrgica e vida comunitária, é um caso típico de uma
instituição que nasce da colaboração de diversas atividades pastorais »
(ivi). (295) Cf. DCG (1971) 36a. (296) CT 27. (297) Cf. DV 10 a e b; 1 Tim 6,20; 2
Tim 1,14. (298)
Cf. Mt 13,52. (299)
DV 13. (300) Ibid. (301)
DV 10. (302) Como se vê, empregam-se ambas as
expressões: a fonte e « as fontes ». Fala-se «
da » fonte da catequese para sublinhar a unicidade da Palavra de Deus,
recordando o conceito de Revelação na Dei Verbum. Seguiu-se a CT
27, que fala também da fonte da catequese. Manteve-se, não
obstante, a expressão as fontes, seguindo o ordinário uso
catequético da expressão, para indicar os lugares concretos, dos quais a
catequese extrai a sua mensagem; cf. DCG (1971) 45. (303)
Cf. DCG (1971) 45b. (304)
DV 9. (305) Ibid. (306)
DV 10b. (307)
DV 10c. (308)
Cf. MPD 9. (309)
Cf. CaIC 426-429; CT 5-6; DCG (1971) 40. (310)
CT 5. (311) DCG (1971) 41a; cf. DCG (1971) 39, 40 e 44. (312)
GS 10. (313)
CT 6. (314)
Cf. 1 Cor 15,1-4; EN 15. (315)
CT 11b. (316)
CaIC 139. (317) Cf. Jo 14,6. (318) A expressão « Um da Trindade » foi
utilizada pelo V Concílio Ecumênico de Constantinopla (ano 553): Cf.
Constantinopolitarum II, Sessio VIII, can. 4: Dz 424. Foi
recordada em CaIC 468. (319) CaIC 234; cf. CaIC 2157. (320) DCG (1971) 41; cf. Ef 2,18. (321) Cf. DCG (1971) 41. (322) Cf. CaIC 258, 236 e 259. (323) Cf. CaIC 236. (324) CaIC 450. (325) Cf. CaIC 1878; CaIC 1702. SRS 40 utiliza a
expressão « modelo de unidade », referindo-se a este tema. CaIC
2845 chama a comunhão da SS. Trindade de « fonte e critério da verdade em
cada relação ». (326) LG 4b, que cita textualmente S. Cipriano, De
Dominica oratione 23; CCL 32A, 105. (327) Cf. EN 11-14; RM 12-20; CaIC 541-556. (328) A liturgia da Igreja a exprime assim, na
Vigília pascal: « ...dai aos que foram resgatados pelo vosso Filho, a graça
de compreender que o sacrifício do Cristo, nossa Páscoa, na plenitude dos
tempos, ultrapassa em grandeza, a criação do mundo realizada no princípio »
(Missal Romano – Vigília Pascal, Oração após a Primeira Leitura). (329) EN 9. (330) CT 25. (331) EN 26. (332) Este dom da salvação nos confere « a
justificação por meio da graça da fé e dos sacramentos, nos liberta
do pecado e nos introduz na comunhão com Deus » (LC 52). (333)
EN 27. (334)
Cf. LG 3 e 5. (335)
Cf. RM 16. (336)
GS 39. (337)
LG 5. (338)
RM 20. (339)
EN 28. (340)
EN 30-35. (341)
EN 30. (342)
CA 57; cf. CaIC 2444. (343)
EN 30. (344)
EN 32; cf. SRS 41; RM 58. (345) EN 32. (346) EN 33; cf. LC: esta Instrução é um ponto de
referência obrigatório para a catequese. (347) LC 71. (348) CA 57; LC 68; cf. SRS 42; CaIC 2443-2449. (349) LC 68. (350) SRS 41; cf. LC 77. Por sua vez, o Sínodo de
1971 abordou um tema de fundamental importância para a catequese: A
educação à justiça: cf. Documentos do Sínodo dos Bispos, II: De
Iustitia in mundo, III: l.c., 835-937. (351) OICA 75; cf. CaIC 1253. (352) Cf. CaIC 172-175, onde, inspirando-se a S.
Irineu de Lyon, se analisa toda a riqueza contida na realidade de uma só fé. (353) CaIC 815: « ...a unidade da Igreja
no tempo é assegurada também pelos laços visíveis de comunhão: a profissão de
uma só fé recebida dos Apóstolos; a celebração comum do culto divino,
sobretudo dos sacramentos; a sucessão apostólica mediante o sacramento da
Ordem, que conserva a concórdia fraterna da família de Deus ». (354) EN 61, que cita S. Gregório Magno e a
Didaqué. (355) CaIC 1076. (356) DCG (1971) 44. (357) Os Santos Padres, baseando o conteúdo da
catequese na narração dos eventos da salvação, desejavam enraizar o
cristianismo no tempo, mostrando que era história salvífica e não uma mera
filosofia religiosa; assim como desejavam evidenciar que Cristo era o centro
desta história. (358) 3 CaIC 54-64. Nesses textos do Catecismo,
que são referência fundamental para a catequese bíblica, se indicam as etapas mais
importantes da Revelação, nas quais a Aliança é o tema chave. Cf. CaIC 1081 e
1093. (359) Cf. DV 4. (360) DCG (1971) 11. (361) CaIC 1095; cf. CaIC 1075; CaIC 1116; cf.
CaIC 129-130 e 1093-1094. (362) CaIC 1095. O CaIC no n. 1075 indica o
caráter indutivo desta « catequese mistagógica », uma vez que « procede do
visível para o invisível, do significante àquilo que é significado, dos
"sacramentos" aos "mistérios" ». (363) DV 2. (364) DCG (1971) 72; cf. CaIC 39-43. (365) Cf. IV Parte, cap. 5. (366)
AG 10; cf. AG 22a. (367)
CT 53; cf. EN 20. (368) O termo « inculturação » foi assumido por
diversos documentos do Magistério. Veja-se: CT 53; RM 52-54. O conceito de «
cultura », tanto em sentido geral quanto em sentido « sociológico e
etnológico », foi esclarecido na GS 53; cf. também ChL 44a. (369) AG 22a; cf. LG 13 e 17; GS 53-62; DCG
(1971) 37. (370) Cf. RM 52b que fala de um « longo tempo »
exigido pela inculturação. (371) EN 20; cf. EN 63; RM 52. (372) LG 13 utiliza a expressão « fomenta
e assume (fovet et assumit) ». (373) LG 17 exprime-se assim: «
purifica-os, reforça-os e eleva-os » (sanare, elevare er consummare). (374) EN 19 afirma: « atingir e como que
modificar ». (375)
RM 54a. (376)
RM 54b. (377)
Cf. GCM, 12. (378) Cf.
CaIC 24. (379)
CT 30. (380)
Cf. ibid. (381)
DCG (1971) 38a. (382)
Cf. DCG (1971) 38b. (383) Cf. Mt 11,30. (384) EN 63 utiliza as expressões «
assimilar » e « transpor »; cf. RM 53b. (385)
EN 63c; cf. CT 53c; CT 31. (386) Sínodo de 1985, Relatório Final,
II, D, 3; cf. EN 65. (387) CT 31, que também expõe a integridade da
mensagem e a sua organicidade; cf. DCG (1971) 39 e 43. (388) CaIC 234. (389) UR 11. (390) DCG (1971) 43. (391) DCG (1971) 41. (392) S. Cirilo de Jerusalém, a propósito do
Símbolo, afirma: « Este símbolo da fé não foi elaborado segundo as
opiniões humanas, mas da Escritura inteira recolheu-se o que existe de mais
importante, para dar, na sua totalidade, a única doutrina da fé » (Catecheses
illuminandorum, 5, 12: PG 33, 521). O texto é referido também no CaIC
186. (393) CaIC 1211. (394) CaIC 1211. (395) S. Agostinho apresenta o Sermão da Montanha
como « a carta perfeita da vida cristã... que contém todos os
preceitos apropriados para guiá-la » (« De sermone Domini in
monte », 1,1; CCL 35,1); cf. EN 8. (396) O Pai Nosso é, na verdade, « o
resumo de todo o Evangelho » (Tertulliano, De oratione,
1, 6: CSEL 20, 181). « Percorrei todas as orações nas Escrituras, e
não creio que se possa encontrar alguma coisa que não esteja incluída na
oração do Senhor » (S. Agostinho, Epístola 130, c.
12: PL 33, 502); cf. CaIC 2761. (397)
GS 22a. (398)
Cf. ibid. (399)
CT 22c; cf. EN 29. (400)
GS 22b. (401)
CaIC 521; cf. CaIC 519-521. (402)
Cf. CT 20b. (403)
Cf. Rm 6,4. (404)
DCG (1971) 74; cf. CT 29. (405)
Cf. AG 8a. (406)
Cf. Fl 1,27. (407)
Cf. CaIC 1697. (408) Cf. CaIC 1145-1152. (409) Cf. Parte III, cap. 2. (410) DCG (1971) 46. (411) CT 31. (412) Cf. CIC 775, §§ 1-3. (413) Cf. FD 2d. (414) FD 4a. (415) DCG (1971) Introdução. (416) DCG (1971) Parte III, cap. 2. (417)
CaIC 11. (418)
FD 4c; FD 4b. (419)
CaIC 815. (420)
FD 4a; cf. FD 4c. (421)
FD 1f; FD 4c. (422)
FD 4d. (423) Ibid. (424)
FD 3d. (425) FD 3e. (426) Cf. CaIC 13. (427) Cf. Parte I, cap. 3 do presente Diretório. (428) Cf. Cardeal J. Ratzinger, Il
Catechismo della Chiesa Cattolica e l'ottimismo dei redenti, in J.
Ratzinger – C. Schönborn, Breve introduzione al Catechismo della
Chiesa cattolica (tit. orig. Kliene Hinführung zum
Katechismus der Katholischen Kirche, München 1993), Roma 1994, pp. 26-27. (429) Cf. CaIC 189-190; 1077-1109; 1693-1695;
2564, etc. (430) Cf. CaIC 27-49; 355-379; 456-478;
1699-1756; etc. (431)
GS 22a. (432)
Cf. DCG (1971) 119. (433)
CaIC 24. (434) DV 21. (435) MPD 9c; Comissão Bíblica Pontifícia,
Documento A interpretação da Bíblia na Igreja IV, c,
3: l.c. (436) CT 27; cf. Sínodo de 1985, II, B, a, 1. (437)
DV 9. (438)
Cf. MPD 9. (439)
DV 8c. (440) Quando o Concílio Vaticano II solicitou a
restauração do catecumenato dos adultos, sublinhou a sua
necessária gradatividade: « Seja restabelecido o catecumenato dos adultos,
dividido em mais fases ». (441) É significativo, a título de exemplo, o
testemunho de Orígenes: « Quando abandones as trevas da idolatria e desejas
chegar ao conhecimento da lei divina, então tem início a tua saída do Egito.
Quando tiveres sido agregado à multidão dos catecúmenos e tiveres começado a
obedecer os mandamentos da Igreja, então atravessastes o Mar Vermelho. Nas
etapas no deserto, a cada dia, te empenhas em ouvir a lei de Deus e a
contemplar a face de Moisés, que te mostra a glória do Senhor. Mas quando
chegas à fonte batismal, tendo atravessado o Jordão, entrarás na terra
prometida » (Origenes, Homiliae in Iesu Nave, IV, 1: SCR 71,
149). (442) CaIC 13. (443) O presente título se refere exclusivamente
aos Catecismos oficiais, isto é, àqueles que o Bispo diocesano (CIC cân.
775,1) ou a Conferência Episcopal (CIC cân. 775, 2) assume como próprios. Os
Catecismos não oficiais (CIC cân. 827, 1) e outros instrumentos de trabalho
para a catequese (DCG 1971, 116) são considerados na Parte V, cap. 4. (444)
FD 4c. (445)
FD 4d. (446)
Cf. CIC cân. 775. (447)
CT 53a; Cf. CaIC 24. (448)
CT 50. (449)
DV 15. (450)
Cf. DV 13. (451)
DV 13. (452)
DV 13. Amor inefável, providência
solícita, condescendência são expressões que
definem a pedagogia divina na Revelação. Mostram o desejo de Deus de «adaptar-Se
» (synkatabasis) aos seres humanos. Este mesmo espírito deve guiar a
elaboração dos catecismos locais. (1) DCG (1971) 119. (2) Na catequese, junto aos instrumentos,
intervêm outros fatores decisivos: a pessoa do catequista, o seu método de
transmissão, a relação entre o catequista e o catequizando, o respeito pelo
ritmo interior de recepção por parte do destinatário, o clima de amor e de fé
na comunicação, a ativa participação da comunidade cristã, etc. (3) Cf. Parte IV, cap. I. (4) CaIC 24. (5) GS 44. (6) CT 53a. (7) Cf. CT 55c; MPD 7; DCG (1971) 34. (8) Cf. CT 39-40. (9) Nos Catecismos locais se deve prestar uma
grande atenção à abordagem e à orientação da religiosidade popular (Cf. EN
48; CT 54; CaIC 1674-1676); igualmente no que concerne ao diálogo ecumênico
(Cf. CT 32-34; CaIC 817-822) e ao diálogo interreligioso (cf. EN 53; RM 55-57
e CaIC 839-845). (10) LC 72 faz a distinção entre « princípios de
reflexão », « critérios de julgamento » e « diretrizes de ação », que a
Igreja oferece na sua doutrina social. Um Catecismo deverá saber distinguir
estes níveis. (11) Faz-se referência, fundamentalmente, às «
diferentes situações sócio-religiosas » diante da evangelização. Elas são
tratadas na Parte I, cap. 1. (12) Sobre esta distinção entre Catecismos locais
e obras sintéticas do CaIC, ver o que está indicado em: Congregação para a
Doutrina da Fé – Congregação para o Clero, Carta aos Presidentes das
Conferências Episcopais Orientações sobre as sínteses do Catecismo da
Igreja Católica (Prot. N. 94004378, de 20 de dezembro de 1994), Premissas
1-5. Entre outras coisas, se afirma: « As obras que sintetizam o CaIC podem
ser erroneamente entendidas como sucedâneos dos Catecismos locais, a ponto
de, de fato, desencorajar a preparação destes, quando na verdade, tais
sínteses não contêm aquelas adaptações às particulares situações dos
destinatários, exigidas pela catequese » (Premissa 4). (13) Cf. CIC cân. 775, §§ 1-2. (14) A questão da linguagem, tanto nos Catecismos
locais quanto no ato catequético, é de capital importância; cf. CT 59. (15) EN 63. Nesta delicada tarefa de assimilar-traduzir indicada
neste texto, é muito importante levar em consideração a observação feita pela
Congregação para a Doutrina da Fé – Congregação para o Clero, em:
Orientações sobre as obras de síntese do Catecismo da Igreja Católica,
Premissa 3, l.c.: « A elaboração dos Catecismos locais que tenham
o CaIC como « texto de referência seguro e autorizado » (FD 4), permanece
como um objetivo importante para os Episcopados. Mas as previsíveis
dificuldades que se encontram em tal tarefa, poderão ser superadas somente
se, mediante um adequado e talvez também prolongado tempo de assimilação do
CaIC, se tiver preparado um terreno teológico, catequético e lingüístico para
uma real obra de inculturação dos conteúdos do Catecismo ». (16) GS 62b. (17) FD 4b. (18) RM 54b. (19) CaIC 815. (20) LG 23a. (21) Congregação para a Doutrina da Fé,
Carta Communionis notio, n. 9: l.c., 843. (22)
Cf. CT 63b. (23)
Cf. Jo 15,15; Mc 9,33-37; 10,41-45. (24) CT
9. (25)
Cf. Mc 8,14-21.27. (26)
Cf. Mc 4,34; Lc 12,41. (27)
Cf. Lc 11,1-2. (28)
Cf. Lc 10,1-20. (29)
Cf. Jo 16,13. (30)
Cf. Mt 10,20; Jo 15,26; At 4,31. (31) CT
9. (32) CT
58. (33) DV
15; DCG (1971) 33; CT 58; ChL 61; CaIC 53, 122, 684, 798, 1145, 1609, 1950,
1964. (34) Cf. Dt 8,5; Os 11,3-4; Pr 3,11-12. (35) Cf. Dt 4,36-40; 11,2-7. (36) Cf. Ex 12,25-27; Dt 6,4-8;
6,20-25; 31,12-13; Js 4,20. (37) Cf. Am 4,6; Os 7,10; Jr 2,30; Pr 3,11-12; Hb 12,4-11; Ap 3,19. (38)
Cf. Mc 8,34-38; Mt 8,18-22. (39) LG
1. (40)
CaIC 169; cf. GE 3c. (41) Cf. GE 4. (42) Cf. Paulo VI, Carta Enc. Ecclesiam
Suam (6 de agosto de 1964), III: AAS 56 (1964), 6637-659. (43) Cf. DV 2. (44) Cf. RM 15; CaIC 24 b-25; DCG (1971) 10. (45)
Cf. MPD 11; CT 58. (46)
Cf. CT 52. (47) Cf. Paulo VI, Carta enc. Ecclesiam
Suam, l.c., 609-659. (48) Cf. MPD 7-11; CaIC 3, 13; DCG (1971) 36. (49) DV
5. (50)
Cf. MPD 7; CT 55; DCG (1971) 4. (51) CT 55. (52) Cf. DCG (1971) 10 e 22. (53) DV 13; CaIC 684. (54)
Cf. DV 2. (55)
Cf. DV 13. (56)
Cf. EN 63; CT 59. (57)
Cf. CT 31. (58)
Cf. GE 1-4; CT 58. (59) CT 51. (60) CT 51. (61) CT 31, 52, 59. (62) CT 52. (63) Cf. Comissão Bíblica Pontifícia,
Documento A interpretação da Bíblia na Igreja, l.c. (64) MPD 9. (65) DCG (1971) 72. (66) Cf. DCG (1971) 72. (67) Cf. DCG (1971) 74; CT 22. (68) Aqui entendemos aquelas experiências ligadas
às « grandes questões » da vida e da realidade, inerentes à pessoa: a
existência de Deus, o destino da pessoa, a origem e a conclusão da história,
a verdade sobre o bem e o mal, o sentido do sofrimento, do amor, do
futuro...; cf. EN 53; CT 22 e 39. (69) Cf. Parte I, cap. 3; DCG (1971) 71; CT 55. (70) Cf. MPD 9. (71) Cf. CT 55. (72) Cf. CaIC 22. (73) CT 55. (74) Cf. Parte I, cap. 3, in « O
catecumenato batismal: estrutura e fases ». (75) DCG (1971) 71; cf. Parte V, cap. 1 e 2. (76) DCG (1971) 75. (77) Cf. Parte V, cap. 1. (78)
Cf. AG 14; DCG (1971) 35; CT 24. (79)
Cf. EN 46. (80) DCG (1971) 76. (81) Cf. DCG (1971) 122-123; EN 45; CT 46; FC 76;
ChL 44; RM 37; Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais,
Instrução Aetatis novae (22 de fevereiro de 1992): AAS 84
(1992), pp. 447-468; EA 71; 122-124. (82) Cf. RM 37. (83) Aetatis novae, l.c., n. 11. (84)
Cf. EN 45. (85)
Cf. CT 46. (86)
Cf. DCG (1971) 122. (87) RM
37. (88) EN
45. (89)
Cf. FC 76. (90)
ChL 44. (91) RM
14; 23; cf. EN 49-50; CT 35s. (92)
Cf. Lc 4,18. (93) Cf. Mc 16,15. (94) Cf. Introdução Geral. (95)
Cf. DCG (1971) 77. (96) EN
49-50; CT 14; 35s. (97) RH
13; cf. EN 31. (98)
Cf. RH 13-14; CaIC 24. (99)
Cf. DCG (1971) 75. (100)
DCG (1971) 21. (101)
CT 13. (102)
Cf. GS 44; EN 63; CT 31; CaIC 24-25. (103) GS 44. Nesta Quarta Parte, é aceito, porque
utilizado pelo Magistério e por utilidade prática, o duplo termo « adaptação
» e « inculturação », dando ao primeiro termo prevalentemente o sentido de
atenção às pessoas, e ao segundo o sentido de atenção aos contextos
culturais. (104) Cf. RM 33. (105) CaIC 24. (106) RH 14. (107) Cf. CT 45. (108) Cf. DCG (1971) 20; 92-97; CT 43-44;
COINCAT, A catequese dos adultos na comunidade cristã, 1990. (109)
Cf. DCG (1971) 20; CT 19; 44; COINCAT 10-18. (110)
Cf. COINCAT 10-18. (111)
Cf. CT 44. (112)
Cf. CT 19. (113)
Cf. DCG (1971) 92-94; CT 43; COINCAT 20-25; 26-30; 33-84. (114)
Cf. 1 Cor 13,11; Ef 4,13. (115)
Cf. COINCAT 33-84. (116)
Cf. COINCAT 26-30. (117)
LG 31; cf. EN 70; ChL 23. (118) Cf. ChL 57-59. (119) Cf. DCG (1971) 97. (120) Cf. Primeira Parte, 2 cap.; DCG (1971) 96. (121)
Cf. DCG (1971) 78-81; CT 36-37. (122)
DCG (1971) 78-79; ChL 47. (123)
Cf. ChL 47. (124)
Cf. Mc 10,14. (125)
DCG (1971) 78-79; CT 37. (126) Cf. CT 37. (127) Cf. Sagrada Congregação para o Culto
Divino, Diretório para as missas com a participação de crianças (1o
de novembro de 1973): AAS 66 (1974), pp. 30-46. (128) Cf. DCG (1971) 79. (129) Cf. DCG (1971) 78, 79. (130) Cf. DCG (1971) 80-81; CT 42. (131)
Cf. DCG (1971) 82-91; EN 72; CT 38-42. (132)
Cf. DCG (1971) 83. (133) Cf. Introdução geral, 23-24. (134) Cf. DCG (1971) 82; EN 72; MPD 3; CT 38-39;
ChL 46; TMA 58. (135) GE 2; ChL 46. (136) Mt 19, 16-22; cf. João
Paulo II, Carta aos Jovens Parati semper (31 de março de 1985):
AAS 77 (1985), pp. 579-628. (137) Cf. João Paulo II, Parati semper, cit.
n. 3. (138) ChL 46; cf. DCG (1971) 89. (139) Cf. DCG (1971) 84-89; CT 38-40. (140) Cf. DCG (1971) 87. (141) Outros temas significativos: relação entre
fé e razão; a existência e o sentido de Deus; o problema do mal; a pessoa de
Cristo; a Igreja; a ordem ética em relação à subjetividade pessoal; o
encontro homem e mulher; a doutrina social da Igreja... (142)
CT 40. (143)
Cf. DCG (1971) 95; ChL 48. (144)
Cf. ChL 48. (145)
Cf. DCG (1971) 91; CT 41. (146)
Cf. CT 59. (147) Cf. EN 51-56; MPD 15. (148) Cf. Introdução Geral, 23-24. (149)
EN 54. (150)
Cf. 1 Pd 3,15. (151)
Cf. DCG (1971) 6; EN 48; CT 54. (152) EN 48. (153) EN 48. (154) Cf. Paulo VI, Exort. Ap. Marialus
cultus (2 de fevereiro de 1974), nn. 24, 25, 29: AAS 66 (1979), pp.
134-136, 141. (155) Cf. DCG (1971) 27; MPD 15; EN 54; CT 32-34;
Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Diretório
de aplicação dos princípios e das normas sobre o ecumenismo (25 de
março de 1993) 61: AAS 85 (1993), pp. 1063-1064; TMA 34; João Paulo II, Carta
enc. Ut unum sint (25 de maio de 1995), n. 18: AAS 87
(1995), p. 932. (156) CT 33. (157) Cf. UR 11. (158) Cf. Diretório para o
ecumenismo, n. 190, l.c., p. 1107. (159) Cf. CT 33. (160) Cf. NA 4; Secretariado para a União dos
Cristãos (Comissão para as relações religiosas com o Hebraísmo), Hebreus
e hebraísmo na pregação e na catequese católica (24 de junho de
1985). (161) CaIC 839. (162) Hebreus e hebraísmo, cit., n.
VII. (163) Cf. NA, 4. (164) Cf. EN 53; MPD 15, ChL 35; RM 55-57; CaIC
839-845; TMA 53; Conselho Pontifício para o Diálogo inter-religioso e Sagrada
Congregação para a Evangelização dos Povos, Instr. Diálogo e
Anúncio (19 de maio de 1991): AAS 84 (1992), pp. 414-446; 1263. (165) Secretariado para a União dos Cristãos —
Secretariado para os não Cristãos — Secretariado para os não Crentes —
Conselho Pontifício para a Cultura, Relatório O fenômeno das seitas
ou novos movimentos religiosos: desafio pastoral: « L'Osservatore
Romano », 7 de maio de 1986. (166) « O fenômeno das seitas ou novos
movimentos religiosos: desafio pastoral », cit., n. 5.4. (167) RM 38. (168) Cf. Segunda Parte, cap. 1; DCG (1971) 8; EN
20; 63; CT 53; RM 52-54; João Paulo II, Discurso aos membros do
Conselho Internacional de Catequese: « L'Osservatore Romano, 27 de
setembro de 1992; cf. Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos
Sacramentos, Instrução A liturgia romana e a inculturação (25
de janeiro de 1985): AAS 87 (1995), pp. 288-319; Comissão Teológica
Internacional, Documento Commissio Theologica sobre Fé e
inculturação (3-8 de outubro de 1988); cf. ainda João Paulo II, Exort. apost.
pós-sinodal Ecclesia in Africa, l.c.; Discursos de João
Paulo II por ocasião das suas viagens pastorais. (169)
Cf. EN 20; 63; CT 53; RM 52-54; CaIC 172-175. (170) CT 53. (171) Cf. Segunda Parte, cap. 1. (172)
Cf. CT 53. (173)
CT 53. (174)
EN 20. (175)
RM 54. (176) Cf. CT 59. (177) CT 59. (178) RM 37. (179) Cf. Terceira Parte, cap. 2. (180) Cf. DCG (1971) 123. (181) João Paulo II, Discurso aos membros do
COINCAT, l.c. (182) CaIC 24; cf. FD 4. (183) RM 37. (184) ChL 63. (185) Cf. Quinta Parte, cap. 4. (186) EN 63. (187) Nesta Quinta Parte, como no restante do
presente documento, a expressão « Igreja particular » se
refere à Diocese e aos seus similares (CIC, cân. 368). A expressão «Igreja
local » se refere à agregação de Igrejas particulares, bem
estabelecidas numa região ou nação, ou ainda em um conjunto de nações unidas
entre si, por vínculos particulares. Cf. Primeira Parte, cap. 3: « A
catequese é uma ação de natureza eclesial » e Segunda Parte, cap.
1: « A eclesialidade da mensagem evangélica ». (188) Como ensina LG 26a, as legítimas agregações
dos fiéis recebem o nome de « Igrejas » no NT; cf. os textos bíblicos com os
quais se abre esta parte. (189) Cf. CD 11. (190) A Igreja particular é descrita, antes de
mais nada, como « porção do Povo de Deus » (CD 11). (191) Congregação para a Doutrina da Fé,
Carta «Communionis Notio », 7: AAS 85 (1993), 8. (192) Ibidem, 9b. (193) LG 23b recolhe o testemunho de S. Hilário
de Poitiers, in Ps 14,3 (PL 9, 206) e de S. Gregório
Magno, Moral, IV, 7, 12 (PL 75, 643). (194)
EN 14. (195)
Cf. At 2,11. (196) «
Communionis Notio » 7: l.c., 842. (197) Ibidem, 9b: l.c. p.
843; cf AG 4. (198) A expressão ministério da catequese é
utilizada em CT 13. (199) É importante sublinhar o caráter de serviço
único que a catequese reveste na Igreja particular. O « sujeito »
das grandes ações evangelizadoras é a Igreja particular. É ela que anuncia,
que transmite o Evangelho, que celebra... Os agentes « servem » a este
ministério e agem « em nome da Igreja ». As implicações teológicas,
espirituais e pastorais desta « eclesialidade » da catequese são grandes. (200) Cf. CT 16: É uma responsabilidade diferenciada mas comum. Cf.
também a nota 54, inserida no n. 50, para esclarecer o termo « ministério da
Palavra ». (201) AG 14. Neste sentido, se exprime CT 16: « A
catequese tem sido sempre e continuará a ser uma obra pela qual toda a Igreja
deve sentir-se e demonstrar a vontade de ser responsável ». Cf. também: MPD
12; OICA 12; CIC cân. 774, 1. (202) « A catequese deve basear-se no testemunho da
comunidade cristã » (DCG (1971) 35); cf. Quarta Parte, cap. 2. (203) CT 24. (204) « Além deste apostolado, que compete a
todos os cristãos sem exceção, os leigos podem, de diversos modos, ser
chamados a uma cooperação mais imediata com o apostolado da Hierarquia, à
semelhança daqueles homens e mulheres que ajudavam o apóstolo Paulo no
Evangelho, trabalhando muito pelo Senhor » (LG 33). Esta doutrina conciliar
foi assumida pelo CIC, cân. 228 e 759. (205) LG 25; cf. CD 12a; EN 68c. (206)
LG 25. (207) Ibid. (208)
DV 8. (209)
CT 63b. (210)
Cf. CT 12a. (211)
CT 63c. (212)
CT 63c; CIC, cân. 775, § 1. (213)
Cf. CT 63c; CIC, cân. 823, § 1. (214)
CT 63c. (215)
CD 14b; CIC, cân. 780. (216) PO 2c, 6; Cf. João Paulo II, Exortação
apostólica pós-sinodal Pastores dabo vobis (25 de março de
1992), n. 12: l.c., 675-677. (217) PO 6b. (218) Cf. CIC, cân. 773. (219) LG 10. (220) LG 10. Acerca dos « dois modos de
participar do único sacerdócio de Cristo » cf. CaIC 1546-1547. (221) PO 9b. (222) Cf. CIC, cân. 776-777. (223) CT 64. Com relação a esta orientação de
fundo que os presbíteros devem colaborar a dar à catequese, o Concílio
Vaticano II aponta duas exigências fundamentais: « não ensinar a própria
sabedoria, mas a Palavra de Deus » (PO 4) e « expor a Palavra de Deus, não de
modo geral e abstrato, mas aplicar a verdade perene do Evangelho às concretas
circunstâncias da vida » (ibid.). (224) Cf. no cap. 3 desta Parte, o número
dedicado à «Família como âmbito ou meio de crescimento na fé », onde
se analisam as características da catequese familiar. Esse número
reflete mais sobre os genitores como agentes da catequese; cf. CIC, cân. 774,
§ 2. (225)
CT 68. (226) Ibid.. (227) Ibid. (228)
Cf. ChL 62; cf. FC 38. (229)
FC 38. (230)
CT 68; cf. EN 71b. (231)
Cf. CT 68. (232) LG
11; cf. EC 36b. (233)
CT 65; cf. CIC, cân. 778. (234)
CaIC 915; cf. LG 44. (235)
EN 69; cf. VC 33. (236) Cf. VC 31, acerca das « relações
entre os diversos estados de vida do cristão ». (237)
CT 65; cf. RM 69. (238)
CT 65. (239)
Cf. 1 Cor 12,4; LG 12b. (240) LG 31. Na ChL se analisa detalhadamente,
este « caráter secular ». (241) LG 35. (242) AA 2b. Cf. Rituale Romanum, Ordo
Baptismi Parvulorum, n. 62, Editio Typica, Typis Polyglottis
Vaticanis 1969; OICA 224. (243) CaIC 429. (244) O Código de Direito Canônico estabelece que
a autoridade da Igreja possa atribuir oficialmente um ofício ou serviço
eclesial aos leigos, prescindindo do fato que aquele serviço seja ou não
um « ministério » não ordenado formalmente instituído como
tal: « Os leigos que forem idôneos, estão habilitados a ser assumidos pelos
Pastores sagrados para ofícios eclesiásticos e para encargos que podem
desempenhar segundo as prescrições do Direito » (CIC, cân. 228, § 1); cf. EN
73; ChL 23. (245)
CT 66b; cf. GCM. (246)
CT 66b. (247)
GCM 4. (248) Ibid. (249)
CT 45; cf. RM 37 ab, par. 2. (250)
RM 33. (251)
CT 66a. (252) Ibid.;
cf. CT 42. (253)
Cf. DCG (1971) 96c. (254)
Cf. CT 45; cf. DCG (1971) 95. (255)
Cf. DCG (1971) 91; cf. CT 41. (256)
CT 45a. (257) GCM 5. (258) O Concílio Vaticano II distingue dois tipos
de catequistas: os « catequistas com plena dedicação » e
os «catequistas auxiliares » (cf. AG 17). Esta distinção é
retomada pelo GCM 4, com a terminologia « catequistas a tempo integral » e «
catequistas a tempo parcial ». (259)
Cf. GCM 5. (260)
Cf. DCG (1971) 108a. (261) DCG (1971) 11. (262) Cf. CT 5c. Este texto define a finalidade
cristocêntrica da catequese. Tal fato determina o cristocentrismo do conteúdo
da catequese, o cristocentrismo da resposta do destinatário, o sim a
Jesus Cristo, e o cristocentrismo da espiritualidade do catequista e da sua
formação. (263) Destacam-se aqui as quatro etapas do
Catecumenato batismal, vistas numa perspectiva cristocêntrica. (264) GCM 20. (265) LG 64. (266) Cf. DCG (1971) 114. (267) Cf. GCM 7. (268) Cf. GCM 13. (269) DCG (1971) 31. (270) CT 52; cf. CT 22. (271)
Cf. CT 22d. (272)
Cf. GCM 21. (273) As qualidades humanas sugeridas pelo GCM
são as seguintes: facilidade de relações humanas e de diálogo, idoneidade
para a comunicação, disposição para a elaboração, função de guia, serenidade
de juízo, compreensão e realismo, capacidade de dar consolação e
esperança,... (cf. 21). (274) EN 79. (275) Cf. ChL 60. (276) Cf. DCG (1971) 112. GCM 23 sublinha a
importância primordial da Sagrada Escritura na formação dos catequistas: « A
Sagrada Escritura deve continuar a ser o sujeito principal do ensinamento
econstituir a alma de todo o estudo teológico. Onde for necessário, deverá
ser potencializado ». (277) ChL 60c. (278) CT 22. (279) DCG (1971) 112. (280) GS 62b. (281) DCG (1971) 100. (282) GS 59. (283) « O ensino das ciências humanas, dada a
enorme extensão e diversidade dessas disciplinas, apresenta difíceis
problemas de opção e de impostação. Como não se trata de formar especialistas
em psicologia, mas sim catequistas, o critério a seguir é o de distinguir e
optar por aquilo que pode, mais diretamente, tornar mais fácil para eles, a
aquisição da capacidade de comunicação » (DCG $[1971$ (284) Um texto fundamental para utilizar as
ciências humanas na formação dos catequistas continua a ser esta recomendação
do Concílio Vaticano II, na GS 62: « Os fiéis vivam, portanto, muito unidos
aos outros homens de sua época e procurem perceber perfeitamente suas
maneiras de pensar e de sentir, expressas pela cultura. Saibam harmonizar os
conhecimentos das novas ciências e doutrinas e das últimas descobertas, com a
moral e pensamento cristão, a fim de que a prática da religião e a retidão
moral procedam, nestes mesmos homens, de pari passu com o
conhecimento científico e com o contínuo progresso da tecnologia, de maneira
que eles possam julgar e interpretar todas as coisas com sensibilidade
autenticamente cristã ». (285) A importância da pedagogia foi sublinhada
pela CT 58: « Dentre as numerosas e prestigiosas ciências do homem, nas quais
se manifesta em nossos dias, um imenso progresso, a Pedagogia é, certamente,
uma das mais importantes (...) a ciência da educação e a arte de ensinar são
objeto de contínuos reexames, em vista de obter uma melhor adaptação ou uma
maior eficácia das mesmas... ». (286)
Cf. CT 58. (287)
Cf. DCG (1971) 113. (288) Ibid. (289) DCG (1971) 112. (290) Cf. GCM 28. (291) « Os sacerdotes e os religiosos devem
ajudar os fiéis leigos na sua formação. Neste sentido, os Padres sinodais
convidaram os presbíteros e os candidatos às Ordens a « prepararem-se
diligentemente para serem capazes de favorecer a vocação e missão dos leigos
» (ChL 61). (292) Cf. ChL 61. (293) « São também recomendadas as iniciativas
paroquiais... voltadas à formação interior dos catequistas, tais como as
escolas de oração, a convivência de fraternidade e de compartilha espiritual,
os retiros espirituais. Estas iniciativas não isolam os catequistas, mas sim
os ajudas a crescer na espiritualidade própria e na comunhão entre si » (GCM
22). (294) Cf. DCG (1971) 110. (295) Cf. no diz respeito às escolas para
catequistas nas missões: AG 17c; RM 73; CIC cân. 785 e GCM, 30. Para a Igreja
em geral, ver DCG (1971) 112. (296) A expressão catequista de base é
utilizada no DCG (1971) 112. (297)
Cf. DCG (1971) 109b. (298)
DCG (1971) 109a. (299) CT 71a. (300) Ver Quinta Parte, cap. 1: « A comunidade
cristã e a responsabilidade de catequizar », onde se fala da comunidade como
responsável pela catequese. Esta é aqui considerada como « lugar » de catequização. (301) Cf. Congregação para a Doutrina da Fé,
CartaCommunionis notio, n. 1: l.c., 838. (302)
Cf MPD 13. (303)
Cf. CT 24. (304)
CT 67a. Trata-se de uma expressão clássica na catequese.
A Exortação apostólica fala dos lugares da catequese («
de locis catecheseos »). (305) Cf. LG 11; cf. AA 11; FC 49. (306) EN 71. (307) Cf. GS 52; FC 37a. (308) Veja-se a Primeira Parte, cap. 3: « O
Catecumenato batismal: estrutura e fases ». Aqui se afronta o
Catecumenato batismal como lugar de catequese e em relação à
contínua presença da comunidade nesse. (309) Cf. DCG (1971) 130, onde se descreve assim
a finalidade do Catecumenato batismal; cf. OICA 4, que indica a conexão do
Catecumenato batismal com a comunidade cristã. (310) Sínodo de 1977, MPD 8c. (311) Cf. OICA 4, 41. (312) OICA 18. (313) OICA 41. (314) Cf. OICA 41. (315) CF. CT 67c. (316)
Cf. AA 10. (317)
CT 67b. (318) Ibidem. (319) Ibidem. (320) A importância da catequese dos adultos foi
sublinhada na CT 43 e no DCG (1971) 20. (321)
ChL 61. (322)
Cf. EN 52. (323)
Cf. DCG (1971) 96c. (324) É importante constatar como João Paulo II,
na ChL 61, aponta a conveniência das pequenas comunidades eclesiais no
contexto das paróquias e não como um movimento paralelo, que absorve os seus
membros melhores: « No seio de algumas paróquias... as pequenas
comunidades eclesiais existentes podem dar uma ajuda notável na formação dos
cristãos, podendo tornar mais capilares e incisivas a consciência e a
experiência da comunhão e da missão eclesial ». (325) Cf. Sagrada Congregação para a Educação
Católica, Documento L'école catholique: l.c (326) Congregação para a Educação Católica, Dimensão
Religiosa da educação na Escola Católica. Diretrizes para a Reflexão, n.
31: l.c. (327) GE 8. (328) Congregação para a Educação Católica, Dimensão
religiosa da educação..., n. 32: l.c. (329) « O caráter próprio e a razão
profunda de ser das escolas católicas, aquilo por que os pais católicos as
deveriam preferir é precisamente a qualidade do ensino religioso integrado na
educação dos alunos » (CT 69); cf. Primeira Parte, cap. 2, nn.
73-76. (330) AG 12b. (331) Cf. CT 70. (332) CT 70. Aqui se faz referência àquelas
associações, movimentos ou grupos de fiéis, nos quais se dá especial atenção
aos aspectos catequéticos nos seus objetivos formativos, mas que não nascem
especificamente para constituir-se em âmbitos de catequização. (333)
ChL 62. (334)
CT 67. (335)
CT 47b. (336)
Cf. CT 47b. (337) CT 47. Neste texto, João Paulo II fala dos
diversos grupos de jovens: grupos de ação católica, grupos caritativos, de
oração, de reflexão cristã... Pede para que neles não falte « um estudo sério
da doutrina cristã ». A catequese é uma dimensão que deve estar sempre
presente na vida apostólica do laicato. (338) CT 21. (339) Cf. CT 67b-c. (340) EN 58 indica como as comunidades eclesiais
de base floresçam quase que em todas as partes, na Igreja. RM 51 afirma que
se trata de um «fenômeno em rápida expansão ». (341)
EN 58b. (342)
RM 51; cf. EN 58f; LC 69. (343)
RM 51c. (344) Ibid.;
cf. EN 58; LC 69. (345) DCG (1971) 126. O Secretariado diocesano (officium
catechisticum) foi instituído em todas as dioceses pelo decreto Provido
sane (1935); cf. Sagrada Congregação do Concílio, Decreto Provido
sane (12 de janeiro de 1935): AAS 27 (1935), p. 151; cfr. também CIC
cân. 775, § 1. (346) Cf. DCG (1971) 100. Veja-se as linhas
sugeridas na Exposição Introdutiva e o que se encontra
afirmado no capítulo « Análise das situações e das necessidades ». (347) Cf. DCG (1971) 103. Veja-se no
capítulo « Programa de ação e orientações catequéticas ». (348) Cf. DCG (1971) 108-109. Veja-se a Quinta
Parte, cap. 2: « A pastoral dos catequistas na Igreja particular »
e « Escolas de catequistas e Centros de Ensino Superior para
especialistas em catequese ». (349) Cf. DCG (1971) 116-124. (350) DCG (1971) 126. (351) Cf. CT 63. O próprio Pontífice João Paulo
II recomenda dotar a catequese de uma « organização adequada e
eficaz, que empenhe na atividade as pessoas, os meios e os instrumentos e
também os recursos financeiros necessários » (ibid.). (352) DCG (1971) 126. (353) Ibidem. (354) DCG (1971) 127. (355) CIC cân. 775, § 3. (356)
Cf. DCG (1971) 129. (357)
AG 38a; cf. CIC cân. 756, §§ 1-2. (358) João Paulo II, Alocução aos
Bispos dos Estados Unidos da América, durante o encontro no Seminário menor
de Los Angeles (16 de setembro de 1987): Ensinamentos de João Paulo
II, X, 3 (1987), 556. A expressão foi retomada pela Congregação para
a Doutrina da Fé, Carta Communionis Notio, n. 13: l.c.,
846. (359) Constituição Apostólica Pastor
Bonus, art. 1. Esta Constituição, de 28 de junho de 1988, trata da
reforma da Cúria Romana, que fora requerida pelo Concílio; cf. CD 9. Uma
primeira reforma foi promulgada com a Constituição Apostólica de Paulo
VI, Regimini Ecclesiae Universae, de 18 de agosto de 1967: AAS 59
(1967), pp. 885-928. (360) Vejam-se os n 282 e 285 do presente
capítulo. (361) PB 94. (362) RM 33. (363) Ibid.. (364) CD 17a: « ...as várias formas de
apostolado... sejam adequadamente coordenadas e intimamente
conjugadas, sob a direção do Bispo, de maneira que todas as iniciativas e
instituições de caráter catequético, missionário, caritativo, social,
familiar, escolar e de quaisquer outras finalidades pastorais, se canalizem
para uma ação de conjunto, mediante a qual resplandeça ainda mais claramente
a unidade da diocese ». (365) Cf. Quarta Parte, cap. 2 : « A
catequese por idades ». (366) CT 45b. (367) Ibid. (368) Cf. DCG (1971) 20, no qual se indica como
as outras formas de catequese são ordenadas (ordinantur)
para a catequese dos adultos. (369)
CT 18d. (370)
RM 33. (371) Ibid. (372)
Cf. CT 19 e 42. (373) Cf. AG 11-15. O conceito de evangelização
como um processo estruturado em etapas foi analisado na Primeira Parte, cap.
1: « As etapas da evangelização ». (374) CT 67c. (375) DCG (1971) 100. (376) Cf. Quinta Parte. cap. 2. (377) DCG (1971) 102; cf. Exposição introdutória,
16. (378) Cf. DCG (1971) 117 e 134; PB 94. (379) Em relação a este conjunto de livros
catequéticos a Catechesi Tradendae afirma: « Um dos
aspectos mais salientes da renovação da catequese nos dias de hoje, consiste
na remodelação e na multiplicação dos livros catequéticos, mais ou menos por
toda a parte na Igreja. Têm sido publicadas, realmente, numerosas obras, que
têm tido muito êxito, constituindo uma verdadeira riqueza a serviço do ensino
da catequese » (CT 49). DCG (1971) 120 define os textos didáticos da
seguinte maneira: « Os textos didáticos são subsídios oferecidos à comunidade
cristã engajada na catequese. Nenhum texto pode substituir a viva comunicação
da mensagem cristã. Os textos, todavia, são muito importantes, porque provêm
a uma mais difusa explicação dos documentos da tradição cristã e dos outros
elementos que constituem o discurso catequético ». (380) Em relação aos Guias, DCG
(1971) 121 indica o que eles devem conter: « a explicação da mensagem da
salvação (com constantes referências às fontes e com a precisa indicação
daquilo que faz parte da fé e da doutrina segura, e daquilo que, ao invés, é
apenas opinião de teólogos): conselhos psicológicos e pedagógicos e sugestões
metodológicas ». (381) Cf. Terceira Parte, cap. 2: « A
comunicação social »; cf. DCG (1971) 122. (382) CT 49b. (383) Ibid. (384) Ibid. (385) A questão dos Catecismos locais foi tratada
na Segunda Parte, cap. 2: « Os Catecismos da Igreja local ». Aqui se
apresentam apenas alguns critérios para a sua elaboração. Com a denominação «
Catecismos locais », o presente documento se refere aos Catecismos propostos
pelas Igrejas particulares ou pelas Conferências dos Bispos. (386) FD 4c. (387) CT 50. (388) DCG (1971) 119, 134; CIC cân. 775, § 2; PB
94. (389) Cf. Congregação para a Doutrina da Fé,
Carta Communionis Notio, n. 9: l.c., 843. (390)
Cf. EN 75a. (391)
Cf. EN 75b. (392)
RM 21. (393)
Cf. CT 72. (394)
CT 72. (395)
CT 73. |
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