O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

domingo, 20 de outubro de 2013

A CELEBRAÇÃO DO MISTÉRIO CRISTÃO


A ECONOMIA SACRAMENTAL

218. O que é a liturgia?
1066 – 1070
A liturgia é a celebração do Mistério de Cristo e em particular do seu Mistério Pascal. Na liturgia, pelo exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo, a santificação dos homens é significada e realizada mediante sinais, e é exercido, pelo Corpo místico de Cristo, ou seja pela Cabeça e pelos membros, o culto público devido a Deus.
219. Qual o lugar da liturgia na vida da Igreja?
1071 – 1075
A liturgia, ação sagrada por excelência, constitui o cume para onde tendem todas as ações da Igreja e, simultaneamente, a fonte donde provém toda a sua força vital. Através da liturgia, Cristo continua na sua Igreja, com ela e por meio dela, a obra da nossa redenção.

220. Em que consiste a economia sacramental?
1076
A economia sacramental consiste na comunicação (ou «dispensação») dos frutos da redenção de Cristo mediante a celebração dos sacramentos da Igreja, principalmente da Eucaristia, «até que Ele venha» (1 Cor 11,26).

O MISTÉRIO PASCAL NO TEMPO 
DA IGREJA
LITURGIA – OBRA DA SANTÍSSIMA TRINDADE

221. De que modo o Pai é a fonte e o fim da liturgia?
1077 – 1083
1110
Na liturgia, o Pai enche-nos das suas bênçãos no Filho encarnado, morto e ressuscitado por nós, e derrama o Espírito Santo nos nossos corações. Ao mesmo tempo a Igreja bendiz o Pai, mediante a adoração, o louvor e a ação de graças, e implora o dom do seu Filho e do Espírito Santo.

222. Qual é a obra de Cristo na liturgia?
1084 – 1090
Na liturgia da Igreja, Cristo significa e realiza principalmente o seu Mistério pascal. Doando o Espírito Santo aos Apóstolos, concedeu-lhes a eles e aos seus sucessores o poder de realizar a obra da salvação por meio do Sacrifício eucarístico e dos sacramentos, nos quais Ele próprio age agora para comunicar a sua graça aos fiéis de todos os tempos e em todo o mundo.

223. Na liturgia, como atua o Espírito Santo em relação à Igreja?
1091 – 1109
1112
Na liturgia, realiza-se a mais estreita cooperação entre o Espírito Santo e a Igreja. O Espírito Santo prepara a Igreja para encontrar o seu Senhor; recorda e manifesta Cristo à fé da assembleia; torna presente e atualiza o Mistério de Cristo; une a Igreja à vida e à missão de Cristo e faz frutificar nela o dom da comunhão.

O MISTÉRIO PASCAL NOS SACRAMENTOS DA IGREJA

224. O que são e quais são os sacramentos?
1113 – 1131
Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, mediante os quais nos é concedida a vida divina. Os sacramentos são sete: o Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos enfermos, a Ordem e o Matrimônio.

225. Qual a relação dos sacramentos com Cristo?
1114-1116
Os mistérios da vida de Cristo constituem o fundamento do que, de ora em diante, pelos ministros da sua Igreja, Cristo dispensa nos sacramentos.
«O que era visível no nosso Salvador passou para os seus sacramentos» (S. Leão Magno).
226. Qual a ligação entre os sacramentos e a Igreja?
1117 – 1119
Cristo confiou os sacramentos à sua Igreja. Eles são «da Igreja» num duplo sentido: enquanto acção da Igreja, que é sacramento da ação de Cristo, e enquanto existem «para ela», ou seja, enquanto edificam a Igreja.

227. O que é o carácter sacramental?
1121
É um selo espiritual, conferido pelos sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Ordem. Este selo é promessa e garantia da proteção divina. Em virtude de tal selo, o cristão é configurado a Cristo, participa de diversos modos no seu sacerdócio, e faz parte da Igreja segundo estados e funções diversas, sendo pois consagrado ao culto divino e ao serviço da Igreja. Dado que o carácter é indelével, os sacramentos que o imprimem recebem-se uma só vez na vida.

228. Qual é a relação dos sacramentos com a fé?
1122-1126
1133
Os sacramentos não apenas supõem a fé como também, através das palavras e elementos rituais, a alimentam, fortificam e exprimem. Ao celebrá-los, a Igreja confessa a fé apostólica. Daí o adágio antigo: «lex orandi, lex credendi», isto é, a Igreja crê no que reza.

229. Porque é que os sacramentos são eficazes?
1127-1128
1131
Os sacramentos são eficazes ex opere operato («pelo próprio facto de a ação sacramental ser realizada»), porque é Cristo que neles age e comunica a graça que significam, independentemente da santidade pessoal do ministro, ainda que os frutos dos sacramentos dependam também das disposições de quem os recebe.

230. Porque motivo os sacramentos são necessários para a salvação?
1129
Embora nem todos os sacramentos sejam conferidos a cada um dos fiéis, eles são necessários para a salvação dos que creem em Cristo, porque conferem as graças sacramentais, o perdão dos pecados, a adoção de filhos de Deus, a conformação a Cristo Senhor e a pertença à Igreja. O Espírito Santo cura e transforma aqueles que os recebem.

231. O que é a graça sacramental?
1129; 1131;
1134; 2003
A graça sacramental é a graça do Espírito Santo, dada por Cristo e própria de cada sacramento. Tal graça ajuda o fiel, no seu caminho de santidade, bem como a Igreja no seu crescimento na caridade e no testemunho.

232. Qual é a relação entre os sacramentos e a vida eterna?
1130
Nos sacramentos, a Igreja recebe já as arras da vida eterna, embora «aguardando a ditosa esperança e manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo» (Tt 2,13).


A CELEBRAÇÃO SACRAMENTAL DO MISTÉRIO PASCAL

CELEBRAR A LITURGIA DA IGREJA
Quem celebra?

233. Quem age na liturgia?
1135 – 1137
1187
Na liturgia age «o Cristo todo inteiro» («Christus Totus»), Cabeça e Corpo. Como sumo-sacerdote, Ele celebra com o seu Corpo, que é a Igreja celeste e terrestre.

234. Por quem é celebrada a liturgia celeste?
1138 – 1139
A liturgia celeste é celebrada pelos anjos, pelos santos da Antiga e da Nova Aliança, em particular pela Mãe de Deus, pelos Apóstolos, pelos mártires e por uma «numerosa multidão, que ninguém» pode contar, «de todas as nações, tribos, povos e línguas» (Ap 7,9). Quando nos sacramentos celebramos o mistério da salvação, participamos nesta liturgia eterna.

235. Como é que a Igreja na terra celebra a liturgia?
1140–1144
1188
A Igreja, na terra, celebra a liturgia, como povo sacerdotal, no qual cada um actua segundo a própria função, na unidade do Espírito Santo: os baptizados oferecem-se em sacrifício espiritual; os ministros ordenados celebram segundo a Ordem recebida para o serviço de todos os membros da Igreja; os Bispos e os presbíteros agem na pessoa de Cristo Cabeça.

Como celebrar?

236. Como é celebrada a liturgia?
1145
A celebração litúrgica é tecida de sinais e de símbolos, cujo significado, radicado na criação e nas culturas humanas, se esclarece nos acontecimentos da Antiga Aliança e se revela plenamente na Pessoa e na obra de Cristo.

237. Donde provêm os sinais sacramentais?
1146 - 1152 1189
Alguns provêm da criação (luz, água, fogo, pão, vinho, óleo); outros da vida social (lavar, ungir, partir o pão); outros da história da salvação na Antiga Aliança (os ritos da Páscoa, os sacrifícios, a imposição das mãos, as consagrações). Estes sinais, alguns dos quais são normativos e imutáveis, assumidos por Cristo tornam-se portadores da ação salvífica e de santificação.

238. Qual o nexo entre as ações e as palavras, nas celebração sacramental?
1153- 1155
1190
Na celebração sacramental, ações e palavras estão intimamente ligadas. Mesmo que as ações simbólicas sejam já em si uma linguagem, é todavia necessário que as palavras do rito acompanhem e vivifiquem estas ações. Enquanto sinais e ensino, as palavras e os gestos são inseparáveis, uma vez que realizam aquilo que significam.

239. Quais os critérios do canto e da música na celebração litúrgica?
1156 – 1158
1191
Uma vez que o canto e a música estão intimamente conexos com a acção litúrgica, eles devem respeitar os seguintes critérios: a conformidade à doutrina católica dos textos, tomados de preferência da Escritura e das fontes litúrgicas; a beleza expressiva da oração; a qualidade da música; a participação da assembleia; a riqueza cultural do Povo de Deus e o carácter sacro e solene da celebração. «Quem canta reza duas vezes» (S. Agostinho).

240. Qual a finalidade das imagens sagradas?
1159 – 1161
1192
A imagem de Cristo é o ícone litúrgico por excelência. As outras, que representam Nossa Senhora e os santos, significam Cristo, que nelas é glorificado. Elas proclamam a mesma mensagem evangélica que a Sagrada Escritura transmite através da palavra e ajudam a despertar e a alimentar a fé dos fiéis.

Quando celebrar?

241. Qual é o centro do tempo litúrgico?
1163-1167
1193
O centro do tempo litúrgico é o Domingo, fundamento e núcleo de todo o ano litúrgico, que tem o seu cume na Páscoa anual, a festa das festas.

242. Qual é a função do ano litúrgico?
1168–1173.
1194–1195
No ano litúrgico, a Igreja celebra todo o Mistério de Cristo, da Encarnação até à sua vinda gloriosa. Nos dias estabelecidos, a Igreja venera com especial amor a bem-aventurada Virgem Maria Mãe de Deus e também faz memória Santos, que por Cristo viveram, com Ele sofreram e com Ele são glorificados.

243. O que é a liturgia das horas?
1174 – 1178
1196
A liturgia das horas, oração pública e comum da Igreja, é a oração de Cristo com o seu Corpo, a Igreja. Por ela, o Mistério de Cristo, que celebramos na Eucaristia, santifica e transfigura o tempo de cada dia. Ela compõe-se principalmente de Salmos e de outros textos bíblicos, e também de leituras dos Padres e dos mestres espirituais.

Onde celebrar?

244. A Igreja tem necessidade de lugares para celebrar a liturgia?
1179–1181.
1197–1198
O culto «em espírito e verdade» (Jo 4,24) da Nova Aliança não está ligado a nenhum lugar exclusivo, porque Cristo é o verdadeiro templo de Deus, por meio do qual também os cristãos e toda a Igreja se tornam, sob a ação do Espírito Santo, templos do Deus vivo. Todavia o Povo de Deus, na sua condição terrena, tem necessidade de lugares nos quais a comunidade se possa reunir para celebrar a liturgia.

245. O que são os edifícios sagrados?
1181 .
1198-1199
São as casas de Deus, símbolo da Igreja que vive num lugar e também da morada celeste. São lugares de oração, nos quais a Igreja celebra sobretudo a Eucaristia e adora Cristo realmente presente no tabernáculo.

246. Quais são os lugares privilegiados no interior dos edifícios sagrados?
1182 – 1186
São: o altar, o tabernáculo, o lugar onde se guarda o santo crisma e os outros óleos sagrados, a cadeira do Bispo (cátedra) ou do presbítero, o ambão, a fonte baptismal, o confessionário.

DIVERSIDADE LITÚRGICA E UNIDADE DO MISTÉRIO

247. Porque é que a Igreja celebra o único Mistério de Cristo segundo tradições litúrgicas diferentes?
1200-1204
1207-1209
Porque a insondável riqueza do Mistério de Cristo não pode ser esgotada por uma única tradição litúrgica. Desde as origens, esta riqueza encontrou, nos vários povos e culturas, expressões caracterizadas por uma admirável variedade e complementaridade.

248. Qual é o critério, que assegura a unidade na diversidade?
1209
É a fidelidade à Tradição Apostólica, isto é, à comunhão na fé e nos sacramentos recebidos dos Apóstolos, comunhão que é significada e garantida pela sucessão apostólica. A Igreja é católica: pode, portanto, integrar na sua unidade todas as verdadeiras riquezas das culturas.

249. Na liturgia, tudo é imutável?
1205 – 1206
Na liturgia, sobretudo na dos sacramentos, existem elementos imutáveis, porque de instituição divina, e dos quais a Igreja é guardiã. Existem depois elementos susceptíveis de mudança, que a Igreja tem o poder, e, muitas vezes o dever, de adaptar às culturas dos diferentes povos.

A CELEBRAÇÃO DO MISTÉRIO CRISTÃO

218. O que é a liturgia?
1066 – 1070
A liturgia é a celebração do Mistério de Cristo e em particular do seu Mistério Pascal. Na liturgia, pelo exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo, a santificação dos homens é significada e realizada mediante sinais, e é exercido, pelo Corpo místico de Cristo, ou seja pela Cabeça e pelos membros, o culto público devido a Deus.

219. Qual o lugar da liturgia na vida da Igreja?
1071 – 1075
A liturgia, ação sagrada por excelência, constitui o cume para onde tendem todas as ações da Igreja e, simultaneamente, a fonte donde provém toda a sua força vital. Através da liturgia, Cristo continua na sua Igreja, com ela e por meio dela, a obra da nossa redenção.

220. Em que consiste a economia sacramental?
1076
A economia sacramental consiste na comunicação (ou «dispensação») dos frutos da redenção de Cristo mediante a celebração dos sacramentos da Igreja, principalmente da Eucaristia, «até que Ele venha» (1 Cor 11,26).

O MISTÉRIO PASCAL NO TEMPO 
DA IGREJA
LITURGIA – OBRA DA SANTÍSSIMA TRINDADE

221. De que modo o Pai é a fonte e o fim da liturgia?
1077 – 1083
1110
Na liturgia, o Pai enche-nos das suas bênçãos no Filho encarnado, morto e ressuscitado por nós, e derrama o Espírito Santo nos nossos corações. Ao mesmo tempo a Igreja bendiz o Pai, mediante a adoração, o louvor e a ação de graças, e implora o dom do seu Filho e do Espírito Santo.

222. Qual é a obra de Cristo na liturgia?
1084 – 1090
Na liturgia da Igreja, Cristo significa e realiza principalmente o seu Mistério pascal. Doando o Espírito Santo aos Apóstolos, concedeu-lhes a eles e aos seus sucessores o poder de realizar a obra da salvação por meio do Sacrifício eucarístico e dos sacramentos, nos quais Ele próprio age agora para comunicar a sua graça aos fiéis de todos os tempos e em todo o mundo.

223. Na liturgia, como atua o Espírito Santo em relação à Igreja?
1091 – 1109
1112
Na liturgia, realiza-se a mais estreita cooperação entre o Espírito Santo e a Igreja. O Espírito Santo prepara a Igreja para encontrar o seu Senhor; recorda e manifesta Cristo à fé da assembleia; torna presente e atualiza o Mistério de Cristo; une a Igreja à vida e à missão de Cristo e faz frutificar nela o dom da comunhão.

O MISTÉRIO PASCAL NOS SACRAMENTOS DA IGREJA

224. O que são e quais são os sacramentos?
1113 – 1131
Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, mediante os quais nos é concedida a vida divina. Os sacramentos são sete: o Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos enfermos, a Ordem e o Matrimônio.

225. Qual a relação dos sacramentos com Cristo?
1114-1116
Os mistérios da vida de Cristo constituem o fundamento do que, de ora em diante, pelos ministros da sua Igreja, Cristo dispensa nos sacramentos.
«O que era visível no nosso Salvador passou para os seus sacramentos» (S. Leão Magno).
226. Qual a ligação entre os sacramentos e a Igreja?
1117 – 1119
Cristo confiou os sacramentos à sua Igreja. Eles são «da Igreja» num duplo sentido: enquanto acção da Igreja, que é sacramento da ação de Cristo, e enquanto existem «para ela», ou seja, enquanto edificam a Igreja.

227. O que é o carácter sacramental?
1121
É um selo espiritual, conferido pelos sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Ordem. Este selo é promessa e garantia da proteção divina. Em virtude de tal selo, o cristão é configurado a Cristo, participa de diversos modos no seu sacerdócio, e faz parte da Igreja segundo estados e funções diversas, sendo pois consagrado ao culto divino e ao serviço da Igreja. Dado que o carácter é indelével, os sacramentos que o imprimem recebem-se uma só vez na vida.

228. Qual é a relação dos sacramentos com a fé?
1122-1126
1133
Os sacramentos não apenas supõem a fé como também, através das palavras e elementos rituais, a alimentam, fortificam e exprimem. Ao celebrá-los, a Igreja confessa a fé apostólica. Daí o adágio antigo: «lex orandi, lex credendi», isto é, a Igreja crê no que reza.

229. Porque é que os sacramentos são eficazes?
1127-1128
1131
Os sacramentos são eficazes ex opere operato («pelo próprio facto de a ação sacramental ser realizada»), porque é Cristo que neles age e comunica a graça que significam, independentemente da santidade pessoal do ministro, ainda que os frutos dos sacramentos dependam também das disposições de quem os recebe.

230. Porque motivo os sacramentos são necessários para a salvação?
1129
Embora nem todos os sacramentos sejam conferidos a cada um dos fiéis, eles são necessários para a salvação dos que creem em Cristo, porque conferem as graças sacramentais, o perdão dos pecados, a adoção de filhos de Deus, a conformação a Cristo Senhor e a pertença à Igreja. O Espírito Santo cura e transforma aqueles que os recebem.

231. O que é a graça sacramental?
1129; 1131;
1134; 2003
A graça sacramental é a graça do Espírito Santo, dada por Cristo e própria de cada sacramento. Tal graça ajuda o fiel, no seu caminho de santidade, bem como a Igreja no seu crescimento na caridade e no testemunho.

232. Qual é a relação entre os sacramentos e a vida eterna?
1130
Nos sacramentos, a Igreja recebe já as arras da vida eterna, embora «aguardando a ditosa esperança e manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo» (Tt 2,13)

AMÉM!

217. Que significa o Amem, que conclui a nossa profissão de fé?
1064 – 1065

A palavra hebraica Amen, que conclui o último livro da Sagrada Escritura, algumas orações do Novo Testamento e as orações litúrgicas da Igreja, significa o nosso «sim» confiante e total a tudo o que professamos crer, confiando totalmente n’Aquele que é o «Amem» (Ap 3,14) definitivo: Cristo Senhor

CREIO NA VIDA ETERNA

207. O que é a vida eterna?
1020 1051
A vida eterna é a que se iniciará imediatamente após a morte. Ela não terá fim. Será precedida para cada um por um juízo particular realizado por Cristo, juiz dos vivos e dos mortos, e será confirmada pelo juízo final.

208. O que é o juízo particular?
1021 – 1022
1051
É o julgamento de retribuição imediata, que cada um, a partir da morte, recebe de Deus na sua alma imortal, em relação à sua fé e às suas obras. Tal retribuição consiste no acesso à bem-aventurança do céu, imediatamente ou depois de uma adequada purificação, ou então à condenação eterna no inferno.

209. O que se entende por «céu»?
1023 – 1026
1053
Por «céu» entende-se o estado de felicidade suprema e definitiva. Os que morrem na graça de Deus e não precisam de ulterior purificação são reunidos à volta de Jesus e de Maria, dos anjos e dos santos. Formam assim a Igreja do céu, onde vêem Deus «face a face» (1 Cor 13,12), vivem em comunhão de amor com a Santíssima Trindade e intercedem por nós.

«A vida na sua própria realidade e verdade é o Pai que, pelo Filho e no Espírito Santo, sobre todos derrama como fonte, os seus dons celestes. E, pela sua bondade, promete verdadeiramente também a nós homens os bens divinos da vida eterna. (S. Cirilo de Jerusalém)

210. O que é o purgatório?
1030 – 1031
1054
O purgatório é o estado dos que morrem na amizade de Deus, mas, embora seguros da sua salvação eterna, precisam ainda de purificação para entrar na alegria de Deus.

211. Como podemos ajudar a purificação das almas do purgatório?
1032
Em virtude da comunhão dos santos, os fiéis ainda peregrinos na terra podem ajudar as almas do purgatório oferecendo as suas orações de sufrágio, em particular o Sacrifício eucarístico, mas também esmolas, indulgências e obras de penitência.

212. Em que consiste o inferno?
1033–1035.
1056–1057
Consiste na condenação eterna daqueles que, por escolha livre, morrem em pecado mortal. A pena principal do inferno é a eterna separação de Deus, o único em quem o homem encontra a vida e a felicidade para que foi criado, e a que aspira. Cristo exprime esta realidade com as palavras: «Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno» (Mt 25, 41).

213. Como conciliar o inferno com a bondade infinita de Deus?
1036 – 1037
Deus, apesar de querer «que todos tenham modo de se arrepender» (2Pd 3,9), tendo criado o homem livre e responsável, respeita as suas decisões. Portanto, é o próprio homem que, em plena autonomia, se exclui voluntariamente da comunhão com Deus se, até ao momento da própria morte, persiste no pecado mortal, recusando o amor misericordioso de Deus.

214. Em que consistirá o Juízo final?
1038–1041;
1058–1059
O juízo final (universal) consistirá na sentença de vida bem-aventurada ou de condenação eterna, que o Senhor Jesus, no seu regresso como juiz dos vivos e dos mortos, pronunciará em relação aos «justos e injustos» (At 24, 15), reunidos todos juntos diante d’Ele. A seguir a tal juízo final, o corpo ressuscitado participará na retribuição que a alma teve no juízo particular.

215. Quando terá lugar este juízo final?
1040
O juízo final terá lugar no fim do mundo, do qual só Deus conhece o dia e a hora.

216. Em que consiste a esperança dos novos céus e da nova terra?
1042 – 1050
1060
Depois do juízo final, o próprio universo, libertado da escravidão da corrupção, participará na glória de Cristo com a inauguração dos «novos céus e da nova terra» (2 Pd 3,13). Será assim alcançada a plenitude do Reino de Deus, ou seja a realização definitiva do desígnio salvífico de Deus de «recapitular em Cristo todas as coisas, as do céu e as da terra» (Ef 1,10). Deus será então «tudo em todos» (1 Cor 15,28), na vida eterna.

CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE

202. Que indica a palavra carne e qual é a sua importância?
990
1015
O termo carne designa o homem na sua condição de debilidade e de mortalidade. «A carne é o eixo da salvação» (Tertuliano). Com efeito, nós cremos em Deus que é o Criador da carne; cremos no Verbo que se fez carne para redimir a carne; cremos na ressurreição da carne, acabamento da criação e da redenção da carne.

203. O que significa a «ressurreição da carne»?
990
Significa que o estado definitivo do homem não será só a alma espiritual separada do corpo, mas também que os nossos corpos mortais um dia retomarão a vida.

204. Qual a relação entre a Ressurreição de Cristo e a nossa?
988 – 991,
1002 – 1003
Como Cristo verdadeiramente ressuscitou dos mortos e vive para sempre, assim Ele próprio nos ressuscitará a todos no último dia, com um corpo incorruptível: «os que tiverem feito o bem para uma ressurreição de vida, e os que tiverem feito o mal para uma ressurreição de condenação».

205. Com a morte, que sucede ao nosso corpo e à nossa alma?
992 – 1004;
1016 –1018
Com a morte, separação da alma e do corpo, o corpo cai na corrupção, enquanto a alma, que é imortal, vai ao encontro do Julgamento divino e espera reunir-se ao corpo quando este, transformado, ressuscitar no regresso do Senhor. Compreender como acontecerá a ressurreição supera as possibilidades da nossa imaginação e do nosso entendimento.

206. Que significa morrer em Cristo Jesus?
1005-1014.
1019
Significa morrer na graça de Deus, sem pecado mortal. O que crê em Cristo e segue o Seu exemplo pode assim transformar a própria morte num ato de obediência e de amor ao Pai. «É certa esta palavra: se morrermos com Ele, também com Ele viveremos» (2 Tim 2,11).

CREIO NA REMISSÃO DOS PECADOS

200. Como são perdoados os pecados?
976 – 980
984 – 985
O primeiro e principal sacramento para o perdão dos pecados é o Batismo. Para os pecados cometidos depois do Batismo, Cristo instituiu o sacramento da Reconciliação ou Penitência, por meio do qual o baptizado é reconciliado com Deus e com a Igreja.

201. Porque é que a Igreja tem o poder de perdoar os pecados?
981–983;
986–987
A Igreja tem a missão e o poder de perdoar os pecados, porque o próprio Cristo lho conferiu: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes serão retidos» (Jo 20, 22-23).

Maria Mãe de Cristo, Mãe da Igreja

196. Em que sentido a Bem-aventurada Virgem Maria é Mãe da Igreja?
963 – 966
973
A Bem-aventurada Virgem Maria é Mãe da Igreja na ordem da graça porque deu à luz Jesus, o Filho de Deus, Cabeça do corpo que é a Igreja. Jesus ao morrer na cruz, indicou-a como mãe ao discípulo com estas palavras: «Eis a tua Mãe» (Jo 19, 27). (  )
197. Como é que a Virgem Maria ajuda a Igreja?
967 – 970
Após a Ascensão do Seu Filho, a Virgem Maria ajuda, com as suas orações, as primícias da Igreja e, mesmo depois da sua assunção ao céu, continua a interceder pelos seus filhos, a ser para todos um modelo de fé e de caridade, e a exercer sobre eles um influxo salutar, que nasce da superabundância dos méritos de Cristo. Os fiéis vêem nela uma imagem e uma antecipação da ressurreição que os espera, invocando-a como advogada, auxiliadora, socorro, medianeira.
198. Que tipo de culto se presta à Virgem santíssima?
971
É um culto singular, que difere essencialmente do culto de adoração, prestado apenas à Santíssima Trindade. Tal culto de especial veneração encontra uma particular expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, como o santo Rosário, resumo de todo o Evangelho.
199. Como é que a bem-aventurada Virgem Maria é ícone escatológico da Igreja?
972;
974–975
Dirigindo o seu olhar para Maria, santíssima e já glorificada em corpo e alma, a Igreja contempla o que ela própria é chamada a ser na terra e o que será na pátria celeste.

«CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA» A Igreja no desígnio de Deus

147. O que significa a palavra Igreja?
751-752
777-804
Designa o povo que Deus convoca e reúne de todos os confins da terra, para constituir a assembleia daqueles que, pela fé e pelo Batismo, se tornam filhos de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito Santo.
148. Há, na Bíblia, outros nomes e imagens para indicar a Igreja?
758-766
778
Na Sagrada Escritura encontramos muitas imagens que põem em evidência aspectos complementares do mistério da Igreja. O Antigo Testamento privilegia as imagens ligadas ao povo de Deus; o Novo Testamento privilegia as imagens ligadas a Cristo como Cabeça deste povo que é o Seu Corpo, e as imagens retiradas da vida pastoril (redil, rebanho, ovelhas), agrícola (campo, oliveira, vinha) habitacional (morada, pedra, templo), familiar (esposa, mãe, família).
149. Quais são as origens e a realização plena da Igreja?
758-766
778
A Igreja encontra a sua origem e a sua realização plena no eterno desígnio de Deus. Foi preparada na Antiga Aliança com a eleição de Israel, sinal da reunião futura de todas as nações. Fundada pelas palavras e ações de Jesus Cristo, foi realizada sobretudo mediante a sua morte redentora e a sua ressurreição. Foi depois manifestada como mistério de salvação mediante a efusão do Espírito Santo, no dia de Pentecostes. Terá a sua realização plena no fim dos tempos, como assembleia celeste de todos os redimidos.

150. Qual é a missão da Igreja?
767-769
A missão da Igreja é a de anunciar e instaurar no meio de todos os povos o Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo. Ela é, na terra, o germe e o início deste Reino salvífico.

151. Em que sentido a Igreja é Mistério?
770-773
779
A Igreja é Mistério enquanto na sua realidade visível está presente e operante uma realidade espiritual, divina, que se descobre unicamente com os olhos da fé.

152. Que significa que a Igreja é sacramento universal de salvação?
774-776
780
Significa que é sinal e instrumento da reconciliação e da comunhão de toda a humanidade com Deus e da unidade de todo o gênero humano.


A Igreja: povo de Deus, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo

153. Porque é que a Igreja é povo de Deus?
781
802-804
A Igreja é o povo de Deus porque aprouve a Deus santificar e salvar os homens não isoladamente mas constituindo-os num só povo, reunido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

154. Quais são as características do povo de Deus?
782
Este povo, de que nos tornamos membros mediante a fé em Cristo e o Batismo, tem por origem Deus Pai, por cabeça Jesus Cristo, por condição a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus, por lei o mandamento novo do amor, por missão a de ser o sal da terra e a luz do mundo, por fim o Reino de Deus, já iniciado na terra.

155. Em que sentido o povo de Deus participa das três funções de Cristo: Sacerdote, Profeta e Rei?
783-786
O povo de Deus participa no ministério sacerdotal de Cristo, enquanto os baptizados são consagrados pelo Espírito Santo para oferecer sacrifícios espirituais; participa no seu ministério profético, enquanto, com o sentido sobrenatural da fé, a esta adere indefectivelmente, a aprofunda e testemunha; e participa no seu ministério real com o serviço, imitando Jesus Cristo, que, rei do universo, se fez servo de todos, sobretudo dos pobres e dos que sofrem.

156. Como é que a Igreja é corpo de Cristo?
787-791
805-806
Por meio do Espírito, Cristo morto e ressuscitado une intimamente a Si os seus fiéis. Deste modo, os crentes em Cristo, enquanto unidos estreitamente a Ele, sobretudo na Eucaristia, são unidos entre si na caridade, formando um só corpo, a Igreja, cuja unidade se realiza na diversidade dos membros e das funções.

157. Quem é a cabeça deste corpo?
792-795
807
Cristo «é a Cabeça do corpo, que é a Igreja (Col 1,18). A Igreja vive d’Ele, n’Ele e para Ele. Cristo e a Igreja formam o «Cristo total» (S. Agostinho); «Cabeça e membros são, por assim dizer, uma só pessoa mística» (S. Tomás de Aquino).

158. Porque é que a Igreja é chamada esposa de Cristo?
796
808
Porque o próprio Senhor Se definiu como o «Esposo» (Mc 2,19), que amou a Igreja, unindo-a a Si por uma Aliança eterna. Ele entregou-se a Si mesmo por ela, para a purificar com o Seu sangue, «para a tornar santa» (Ef 5,26) e fazer dela mãe fecunda de todos os filhos de Deus. Enquanto a palavra «corpo» evidencia a unidade da «cabeça» com os membros, o termo «esposa» sublinha a distinção dos dois na relação pessoal.

159. Porque é que a Igreja é designada templo do Espírito Santo?
797-798
809-810
Porque o Espírito Santo reside no corpo que é a Igreja: na sua Cabeça e nos seus membros; para além disso, Ele edifica a Igreja na caridade com a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes e os carismas.

«O que o nosso espírito, quer dizer, a nossa alma, é para os nossos membros, o Espírito Santo é-o para os membros de Cristo, para o corpo de Cristo, que é a Igreja» ( S. Agostinho).
160. Que são os carismas?
799-801
Os carismas são dons especiais do Espírito concedidos a alguém para o bem dos homens, para as necessidades do mundo e em particular para a edificação da Igreja, a cujo Magistério compete o seu discernimento.

A Igreja é una, santa, católica e apostólica

161. Porque é que a Igreja é una?
813-815
866
A Igreja é una porque tem como origem e modelo a unidade na Trindade das Pessoas de um só Deus; porque tem como fundador e cabeça Jesus Cristo, que restabelece a unidade de todos os povos num só corpo; e porque tem como alma o Espírito Santo, que une todos os fiéis na comunhão em Cristo. Ela tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum esperança e a mesma caridade.

162. Onde subsiste a única Igreja de Cristo?
816
870
A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele. Só por meio dela se pode obter toda a plenitude dos meios de salvação, pois o Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança ao único colégio apostólico, cuja cabeça é Pedro.

163. Como considerar os cristãos não católicos?
817-819
Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se desligaram da plena comunhão da Igreja católica, encontram-se muitos elementos de santificação e de verdade. Todos estes bens provêm de Cristo e conduzem para a unidade católica. Os membros destas Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo Batismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos.

164. Como empenhar-se em favor da unidade dos cristãos?
820-822
866
O desejo de restabelecer a união de todos os cristãos é um dom de Cristo e um apelo do Espírito. Ele diz respeito a toda a Igreja e realiza-se mediante a conversão do coração, a oração, o recíproco conhecimento fraterno, o diálogo teológico.

165. Em que sentido a Igreja é santa?
823-829
867
A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor; Cristo entregou-se por ela, para a santificar e fazer dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a caridade. Nela se encontra a plenitude dos meios de salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus membros e o fim de cada uma das suas atividades. A Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e inumeráveis Santos, como modelos e intercessores. A santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos pecadores, sempre necessitados de conversão e de purificação.

166. Porque é que a Igreja se chama católica?
830-831
868
A Igreja é católica, isto é, universal, porque nela está presente Cristo: «Onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja católica» (S. Inácio de Antioquia). Ela anuncia a totalidade e a integridade da fé; leva e administra a plenitude dos meios de salvação; é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja a cultura a que eles pertençam.

167. É também católica a Igreja particular?
832-835
É católica toda a Igreja particular (isto é, a diocese e a eparquia), formada pela comunidade de fiéis cristãos que estão em comunhão de fé e de sacramentos seja com o seu Bispo, ordenado na sucessão apostólica, seja com a Igreja de Roma, que «preside à caridade» (S. Inácio de Antioquia).

168. Quem pertence à Igreja católica?
836-838
Todos os homens, de diferentes modos, pertencem ou estão ordenados à unidade católica do povo de Deus. Estão plenamente incorporados na Igreja católica aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, se encontram unidos a ela pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão. Os baptizados que não se encontram plenamente nesta unidade católica estão numa certa comunhão, ainda que imperfeita, com a Igreja Católica.

169. Qual a relação da Igreja católica com o povo judeu?
839-840
A Igreja católica reconhece a sua relação com o povo judeu no facto de Deus ter escolhido este povo entre todos, para primeiro acolher a sua Palavra. É ao povo judeu que pertencem «a adoção a filhos, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as promessas, os patriarcas; dele provém Cristo segundo a carne» (Rm 9,5). Diferentemente das outras religiões não cristãs, a fé judaica é já resposta à Revelação de Deus na Antiga Aliança.

170. Que ligação há entre a Igreja católica e as religiões não cristãs?
846-848
Antes de mais, há o laço comum da origem e fim de todo o gênero humano. A Igreja católica reconhece que tudo o que de bom e de verdadeiro existe nas outras religiões vem de Deus, é reflexo da sua verdade, pode preparar para acolher o Evangelho e mover em direção à unidade da humanidade na Igreja de Cristo.

171. Que significa a afirmação: «Fora da Igreja não há salvação»?
846-848
Significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu corpo. Portanto não poderiam ser salvos os que, conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e necessária à salvação, nela não entrassem e nela não perseverassem. Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho de Cristo e a sua Igreja mas procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade, conhecida através do que a consciência lhes dita.

172. Porque é que a Igreja deve anunciar o Evangelho a todo o mundo?
849-851
Porque Cristo ordenou: «ide e ensinai todas as nações, baptizando-as no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28,19). Este mandato missionário do Senhor tem a sua fonte no amor eterno de Deus, que enviou o seu Filho e o seu Espírito porque «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» (1 Tim 2, 4).

173. Como é que a Igreja é missionária?
852-856
Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja continua no curso da história a missão do próprio Cristo. Os cristãos portanto devem anunciar a todos a Boa Nova trazida por Cristo, seguindo o seu caminho, dispostos também ao sacrifício de si mesmos até ao martírio.

174. Porque é que a Igreja é apostólica?
857-869
A Igreja é apostólica pela sua origem, sendo construída sobre o «fundamento dos Apóstolos» (Ef 2,20); pelo ensino, que é o mesmo dos Apóstolos; pela sua estrutura, enquanto instruída, santificada e governada, até ao regresso de Cristo, pelos Apóstolos, graças aos seus sucessores, os Bispos em comunhão, com o sucessor de Pedro.

175. Em que consiste a missão dos Apóstolos?
858 – 861
A palavra Apóstolo significa enviado. Jesus, o Enviado do Pai, chamou a Si doze entre os Seus discípulos e constituiu-os como seus Apóstolos, fazendo deles testemunhas escolhidas da sua ressurreição e fundamentos da sua Igreja. Deu-lhes o mandato de continuarem a sua missão, dizendo: «Como o Pai me enviou, assim também Eu vos envio a vós» (Jo 20,21). E prometeu estar com eles até ao fim do mundo.

176. O que é a sucessão apostólica?
861- 865
A sucessão apostólica é a transmissão, mediante o sacramento da Ordem, da missão e do poder dos Apóstolos aos seus sucessores, os Bispos. Graças a esta transmissão, a Igreja permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem, enquanto ao longo dos séculos orienta todo o seu apostolado para a difusão do Reino de Cristo na terra.

Os fiéis: hierarquia, leigos, vida consagrada

177. Quem são os fiéis?
 871 – 872
934
Os fiéis são aqueles que, incorporados em Cristo pelo Batismo, são constituídos membros do povo de Deus. Tornados participantes, segundo a sua condição, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, são chamados a exercer a missão confiada por Deus à Igreja. Entre eles subsiste uma verdadeira igualdade, na sua dignidade de filhos de Deus.

178. Como é formado o povo de Deus?
873
Na Igreja, por instituição divina, existem os ministros sagrados que receberam o sacramento da Ordem e formam a hierarquia da Igreja. Os outros são chamados leigos. De uns e de outros, provêm fiéis, que se consagram de modo especial a Deus com a profissão dos conselhos evangélicos: castidade no celibato, pobreza e obediência.

179. Porque é que Cristo instituiu a hierarquia eclesiástica?
874-877
935
Cristo instituiu a hierarquia eclesiástica com a missão de apascentar o povo de Deus em seu nome, e para isso lhe deu autoridade. A hierarquia eclesiástica é formada por ministros sagrados: Bispos, presbíteros e diáconos. Graças ao sacramento da Ordem, os Bispos e os presbíteros agem, no exercício do seu ministério, em nome e na pessoa de Cristo cabeça; os diáconos servem o povo de Deus na diaconia (serviço) da palavra, da liturgia, da caridade.

180. Como se atua a dimensão colegial do ministério eclesial?
878
A exemplo dos doze Apóstolos escolhidos e enviados por Cristo, a união dos membros da hierarquia eclesiástica está ao serviço da comunhão dos fiéis. Cada Bispo exerce o ministério, como membro do colégio episcopal, em comunhão com o Papa, participando com ele na solicitude pela Igreja universal. Os sacerdotes exercem o seu ministério no presbitério da Igreja particular, em comunhão com o próprio Bispo e sob a sua condução.

181. Porque é que o ministério eclesial tem um carácter pessoal?
879 – 880
O ministério eclesial tem também um carácter pessoal, pois, em virtude do sacramento da Ordem, cada um é responsável diante de Cristo, que pessoalmente o chamou, conferindo-lhe a missão.

182. Qual é a missão do Papa?
881- 882
936 - 937
O Papa, Bispo de Roma e Sucessor de S. Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja. É o vigário de Cristo, cabeça do colégio dos Bispos e pastor de toda a Igreja, sobre a qual, por instituição divina, tem poder, pleno, supremo, imediato e universal.

183. Qual é a missão do colégio dos Bispos?
883 – 885
O colégio dos Bispos, em comunhão com o Papa e nunca sem ele, exerce também sobre a Igreja supremo e pleno poder.

184. Como é que os Bispos exercem a sua missão de ensinar?
886-890
939
Os Bispos, em comunhão com o Papa, têm o dever de anunciar o Evangelho a todos, fielmente e com autoridade, como autênticas testemunhas da fé apostólica e revestidos da autoridade de Cristo. Mediante o sentido sobrenatural da fé, o Povo de Deus, adere indefectivelmente à fé, sob a condução do Magistério vivo da Igreja.

185. Quando se exerce a infalibilidade do Magistério?
 971
A infalibilidade exerce-se quando o Romano Pontífice, em virtude da sua autoridade de supremo Pastor da Igreja, ou o Colégio Episcopal, em comunhão com o Papa, sobretudo reunido num Concílio Ecumênico, proclamam com um ato definitivo uma doutrina respeitante à fé ou à moral, e também quando o Papa e os Bispos, no seu Magistério ordinário, concordam ao propor uma doutrina como definitiva. A tais ensinamentos cada fiel deve aderir com o obséquio da fé.

186. Como é que os Bispos exercem o ministério de santificar?
971
Os Bispos santificam a Igreja dispensando a graça de Cristo, mediante o ministério da palavra e dos sacramentos, em particular da Eucaristia, e também com a oração e o seu exemplo e trabalho.

187. Como é que os Bispos exercem a função de governar?
894 – 896
Cada Bispo, enquanto membro do colégio episcopal, exerce colegialmente a solicitude por todas as Igrejas particulares e por toda a Igreja, juntamente com os outros Bispos unidos ao Papa. O Bispo, a quem é confiada uma Igreja particular, governa-a com a autoridade do poder sagrado, próprio, ordinário e imediato, exercido em nome de Cristo, bom Pastor, em comunhão com toda a Igreja e sob a condução do sucessor de Pedro.

188. Qual é a vocação dos fiéis leigos?
897-900
940
Os fiéis leigos têm como vocação própria a de procurar o reino de Deus, iluminando e ordenando as realidades temporais segundo Deus. Correspondem assim ao chamamento à santidade e ao apostolado, dirigido a todos os baptizados.

189. Como participam os fiéis leigos na função sacerdotal de Cristo?
901-903
Participam nela oferecendo – como sacrifício espiritual «agradável a Deus por Jesus Cristo» (1 Pd 2,5), sobretudo na Eucaristia – a sua vida com todas as obras, as orações e as iniciativas apostólicas, a vida familiar, o trabalho de cada dia, as agruras da vida suportadas com paciência e os lazeres corporais e espirituais. Deste modo, os leigos, dedicados a Cristo e consagrados pelo Espírito Santo, oferecem a Deus o próprio mundo.

190. Como participam na sua função profética?
904-907
942
Participam nela acolhendo cada vez mais na fé a Palavra de Cristo e anunciando-a ao mundo com o testemunho da vida e da palavra, a ação evangelizadora e a catequese. Esta acção evangelizadora adquire uma particular eficácia pelo facto de ser realizada nas condições ordinárias da vida secular.

191. Como participam na sua função real?
908 – 913
943
Os leigos participam na função real de Cristo, tendo recebido d’Ele o poder de vencer o pecado em si mesmos e no mundo, mediante a abnegação de si e a santidade de vida. Exercem vários ministérios ao serviço da comunidade e impregnam de valor moral as atividades temporais do homem e as instituições da sociedade.

192. O que é a vida consagrada?
914 – 916
944
É um estado de vida reconhecido pela Igreja. É uma resposta livre a um chamamento particular de Cristo, mediante a qual os consagrados se entregam totalmente a Deus e tendem para a perfeição da caridade sob a moção do Espírito Santo. Tal consagração caracteriza-se pela prática dos conselhos evangélicos.

193. O que é que a vida consagrada oferece à missão da Igreja?
931-933
945
A vida consagrada participa na missão da Igreja mediante uma plena dedicação a Cristo e aos irmãos, testemunhando a esperança do Reino celeste.

Creio na Comunhão dos santos

194. O que significa a expressão comunhão dos santos?
946–953
960
Indica, antes de mais, a participação de todos os membros da Igreja nas coisas santas (santa): a fé, os sacramentos, em especial a Eucaristia, os carismas e os outros dons espirituais. Na raiz da comunhão está a caridade que «não procura o próprio interesse» (1 Cor 13, 5), mas move o fiel «a colocar tudo em comum» (Act 4, 32), mesmo os próprios bens materiais ao serviço dos pobres.

195. O que significa ainda a expressão comunhão dos santos?
954–959;
961–962
Designa ainda a comunhão entre as pessoas santas (sancti), isto é, entre os que, pela graça, estão unidos a Cristo morto e ressuscitado. Alguns são peregrinos na terra; outros, que já partiram desta vida, estão a purificar-se, ajudados também pelas nossas orações; outros, enfim, gozam já da glória de Deus e intercedem por nós. Todos juntos formam, em Cristo, uma só família, a Igreja, para louvor e glória da Trindade.

CREIO NO ESPÍRITO SANTO «CREIO NO ESPÍRITO SANTO»

136. Que quer dizer a Igreja quando professa: «Creio no Espírito Santo»?
683-686
Crer no Espírito Santo é professar a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que procede do Pai e do Filho, e «com o Pai e o Filho é adorado e glorificado». O Espírito foi «enviado aos nossos corações» (Gal 4,6) para recebermos a vida nova de filhos de Deus.

137. Porque é que as missões do Filho e do Espírito são inseparáveis?
687-690
742-743
Na Trindade indivisível, o Filho e o Espírito são distintos mas inseparáveis. De facto, desde o princípio até ao final dos tempos, quando o Pai envia o Seu Filho, envia também o Seu Espírito que nos une a Cristo na fé, para, como filhos adotivos, podermos chamar Deus «Pai» (Rm 8,15). O Espírito é invisível, mas nós conhecemo-lo através da sua ação quando nos revela o Verbo e quando age na Igreja.

138. Quais são as designações do Espírito Santo?
691-693
«Espírito Santo» é o nome próprio da terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Jesus chama-lhe também: Espírito Paráclito (Consolador, Advogado) e Espírito de Verdade. O Novo Testamento chama-o ainda: Espírito de Cristo, do Senhor, de Deus, Espírito da glória, da promessa.

139. Com que símbolos se representa o Espírito Santo?
694-701
São numerosos: a água viva que jorra do coração trespassado de Cristo e dessedenta os baptizados; a unção com o óleo que é o sinal sacramental da Confirmação; o fogo que transforma o que toca; a nuvem, obscura e luminosa, na qual se revela a glória divina; a imposição das mãos mediante a qual é dado o Espírito; a pomba que desce sobre Cristo e permanece sobre Ele no batismo.

140. O que significa que o Espírito «falou pelos profetas»?
687-688
702-706
743
Com o termo profetas entende-se todos os que foram inspirados pelo Espírito Santo para falar em nome de Deus. O Espírito conduz as profecias do Antigo Testamento ao seu pleno cumprimento em Cristo, de quem revela o mistério no Novo Testamento.

141. O que é que o Espírito Santo realiza em João Batista?
717-720
João Batista, o último profeta do Antigo Testamento é cheio do Espírito Santo, que o envia a «preparar para o Senhor um povo bem disposto» (Lc 1,17) e a anunciar a vinda de Cristo, Filho de Deus: Aquele sobre o qual João viu o Espírito descer e permanecer, «Aquele que baptiza no Espírito» (Jo 1,33).

142. Qual é a obra do Espírito em Maria?
721-726
744
Em Maria, o Espírito Santo realiza as expectativas e a preparação do Antigo Testamento para a vinda de Cristo. De forma única enche-a de graça e torna fecunda a sua virgindade para dar à luz o Filho de Deus encarnado. Faz dela a Mãe do «Cristo total», isto é, de Jesus Cabeça e da Igreja que é o seu corpo. Maria está com os Doze no dia de Pentecostes, quando o Espírito inaugura os «últimos tempos» com a manifestação da Igreja.

143. Qual a relação entre o Espírito e Cristo Jesus, na missão terrena?
727-730
745-746
O Filho de Deus é consagrado Messias através da unção do Espírito na sua humanidade desde a Encarnação. Ele revela-O no seu ensino, cumprindo a promessa feita aos antepassados e comunica-O à Igreja nascente, soprando sobre os Apóstolos depois da Ressurreição.

144. O que acontece no Pentecostes?
731-732
738
Cinquenta dias após a Ressurreição, no Pentecostes, Jesus Cristo glorificado infunde o Espírito em abundância e manifesta-O como Pessoa divina, de modo que a Santíssima Trindade é plenamente revelada. A Missão de Cristo e do Espírito torna-se a Missão da Igreja, enviada a anunciar e a difundir o mistério da comunhão trinitária.

«Vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, encontramos a verdadeira fé: adoramos a Trindade indivisível porque nos salvou» (Liturgia Bizantina, Tropário das Vésperas de Pentecostes)
145. Que faz o Espírito Santo na Igreja?
733-741
747
O Espírito edifica, anima e santifica a Igreja: Espírito de Amor, Ele torna a dar aos baptizados a semelhança divina perdida por causa do pecado e fá-los viver em Cristo da própria Vida da Santíssima Trindade. Envia-os a testemunhar a Verdade de Cristo e organiza-os nas suas mútuas funções, para que todos deem «o fruto do Espírito» (Gal 5,22).

146. Como atuam Cristo e o seu Espírito no coração dos fiéis?
738-741
Por meio dos sacramentos, Cristo comunica aos membros do Seu Corpo o Seu Espírito e a graça de Deus que produz os frutos de vida nova, segundo o Espírito. Finalmente, o Espírito Santo é o Mestre da oração.

JESUS SUBIU AO CÉU ESTÁ SENTADO À DIREITA DO PAI ONIPOTENTE

132. O que é que significa a Ascensão?
659-667
Passados os quarenta dias em que se mostrou aos Apóstolos sob as aparências duma humanidade normal que ocultavam a sua glória de Ressuscitado, Cristo sobe ao céu e senta-se à direita do Pai. Ele é o Senhor que agora reina com a sua humanidade na glória eterna de Filho de Deus e sem cessar intercede por nós junto do Pai. Envia-nos o Seu Espírito e tendo-nos preparado um lugar, dá-nos a esperança de um dia ir ter com Ele.

DE ONDE VIRÁ A JULGAR OS VIVOS E OS MORTOS

133. Como reina agora o Senhor Jesus?
668-674
680
Senhor do cosmos e da história, Cabeça da sua Igreja, Cristo glorificado permanece misteriosamente sobre a terra, onde o Seu Reino já está presente como germe e início na Igreja. Ele um dia voltará em glória, mas não sabemos quando. Por isso, vivemos vigilantes, rezando: «Vem, Senhor» (Ap 22,20).
134. Como se realizará a vinda do Senhor na glória?
675-677
680
Após o último abalo cósmico deste mundo que passa, a vinda gloriosa de Cristo acontecerá com o triunfo definitivo de Deus na Parusia de Cristo e com o Juízo final. Assim se cumprirá o Reino de Deus.
135. Como é que Cristo julgará os vivos e os mortos?
678-679
681-682
Cristo julgará com o poder adquirido como Redentor do mundo, vindo para salvar os homens. Os segredos dos corações serão revelados, bem como o procedimento de cada um em relação a Deus e ao próximo. Cada homem será repleto de vida ou condenado para a eternidade segundo as suas obras. Assim se realizará «a plenitude de Cristo» (Ef 4,13), na qual «Deus será tudo em todos» (1Cor 15,28).

JESUS CRISTO DESCEU AOS INFERNOS, RESSUSCITOU DOS MORTOS AO TERCEIRO DIA

125. O que são «os infernos», aos quais Jesus desceu?
632-637
Os «infernos» (não confundir com o inferno da condenação) ou mansão dos mortos, designam o estado de todos aqueles que, justos ou maus, morreram antes de Cristo. Com a alma unida à sua Pessoa divina, Jesus alcançou, nos infernos, os justos que esperavam o seu Redentor para acederem finalmente à visão de Deus. Depois de com a sua morte, ter vencido a morte e o diabo «que da morte tem o poder» (Heb 2,14), libertou os justos que esperavam o Redentor, e abriu-lhes as portas do Céu.
126. Que lugar ocupa a ressurreição de Cristo na nossa fé?
631, 638
A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo e representa, com a Cruz, uma parte essencial do Mistério pascal.
127. Que «sinais» atestam a ressurreição de Jesus?
639-644
656-657
Para além do sinal essencial constituído pelo túmulo vazio, a Ressurreição de Jesus é atestada pelas mulheres que foram as primeiras a encontrar Jesus e o anunciaram aos Apóstolos. A seguir, Jesus «apareceu a Cefas (Pedro) e depois aos Doze. Seguidamente, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez» (1 Cor 15,5-6) e a outros ainda. Os Apóstolos não teriam podido inventar a Ressurreição, uma vez que esta lhes parecia impossível: de facto, Jesus repreendeu-os pela sua incredulidade.
128. Porque é que a Ressurreição é ao mesmo tempo um acontecimento transcendente?
647
656-657
Embora seja um acontecimento histórico, constatável e atestado através dos sinais e testemunhos, a Ressurreição, enquanto entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus, transcende e supera a história, como mistério da fé. Por este motivo, Cristo ressuscitado não se manifestou ao mundo mas aos seus discípulos, fazendo deles as suas testemunhas junto do povo.
129. Qual é o estado do corpo ressuscitado de Jesus?
645-646
A Ressurreição de Cristo não foi um regresso à vida terrena. O Seu corpo ressuscitado é Aquele que foi crucificado e apresenta os vestígios da Sua Paixão, mas é doravante participante da vida divina com as propriedades dum corpo glorioso. Por esta razão, Jesus ressuscitado é soberanamente livre de aparecer aos seus discípulos como Ele quer, onde Ele quer e sob aspectos diversos.
130. De que modo a Ressurreição é obra da Santíssima Trindade?
648-650
A Ressurreição de Cristo é uma obra transcendente de Deus. As três Pessoas atuam conjuntamente segundo o que lhes é próprio: o Pai manifesta o Seu poder; o Filho «retoma» a vida que livremente ofereceu (Jo 10,17) reunindo a Sua alma e o Seu corpo, que o Espírito vivifica e glorifica.
131. Qual o sentido e a importância da Ressurreição?
651-655
658
A Ressurreição é o culminar da Encarnação. Ela confirma a divindade de Cristo, e também tudo o que Ele fez e ensinou, e realiza todas as promessas divinas em nosso favor. Além disso, o Ressuscitado, vencedor do pecado e da morte, é o princípio da nossa justificação e da nossa Ressurreição: a partir de agora, Ele garante-nos a graça da adoção filial que é a participação real na sua vida de Filho unigênito; depois, no final dos tempos, Ele ressuscitará o nosso corpo.

JESUS CRISTO PADECEU SOB PÔNCIO PILATOS, FOI CRUCIFICADO, MORTO E SEPULTADO

112. Qual é a importância do Mistério pascal de Jesus?
571-573
O Mistério pascal de Jesus, que compreende a sua paixão, morte, ressurreição e glorificação, está no centro da fé cristã, porque o desígnio salvífico de Deus se realizou uma vez por todas com a morte redentora do seu Filho, Jesus Cristo.
113. Quais as acusações para a condenação de Jesus?
574-576
Alguns chefes de Israel acusaram Jesus de agir contra a Lei, contra o templo de Jerusalém, e em particular contra a fé no Deus único, porque Ele se proclamava Filho de Deus. Por isso, O entregaram a Pilatos, para que O condenasse à morte.
114. Qual o comportamento de Jesus, em relação à Lei de Israel?
577-582
592
Jesus não aboliu a Lei, dada por Deus a Moisés no Sinai, mas levou-a à plenitude, dando-lhe a interpretação definitiva. É o Legislador divino que cumpre integralmente esta Lei. Além disso, Ele, o Servo fiel, oferece mediante a sua morte expiadora o único sacrifício capaz de redimir todas «as faltas cometidas durante a primeira Aliança» (Heb 9,15).
115. Qual a atitude de Jesus em relação ao templo de Jerusalém?
583-586
593
Jesus foi acusado de hostilidade em relação ao Templo. Contudo Ele venerou-o como «a morada do seu Pai» (Jo 2,16) e consagrou-lhe uma parte importante do seu ensino. Mas predisse também a sua destruição, em relação com a sua própria morte, e Ele mesmo se apresentou como a morada definitiva de Deus entre os homens.
116. Jesus contradisse a fé de Israel no Deus único e salvador?
587-591
594
Jesus nunca contradisse a fé num Deus único, nem sequer quando realizava a obra divina por excelência que cumpria as promessas messiânicas e o revelava igual a Deus: o perdão dos pecados. A exigência feita por Jesus de fé na sua pessoa e de conversão permite compreender a trágica incompreensão do Sinédrio que considerou Jesus merecedor de morte porque blasfemo.
117. Quem é responsável pela morte de Jesus?
595-598
A paixão e a morte de Jesus não podem ser imputadas indistintamente nem a todos os judeus então vivos, nem aos outros judeus que depois viveram no tempo e no espaço. Cada pecador, isto é, cada homem, é realmente causa e instrumento dos sofrimentos do Redentor, e culpa maior têm aqueles, sobretudo se são cristãos, que mais frequentemente caem no pecado ou se deleitam nos vícios.
118. Porque é que a morte de Cristo faz parte do desígnio de Deus?
599-605
619
Para reconciliar consigo todos os homens votados à morte por causa do pecado, Deus tomou a iniciativa amorosa de enviar o Seu Filho para que se entregasse à morte pelos pecadores. Anunciada no Antigo Testamento, em particular como sacrifício do Servo sofredor, a morte de Jesus acontece «segundo as Escrituras».
119. Com é que Cristo se ofereceu ao Pai?
606-609
620
Toda a vida de Cristo é oferta livre ao Pai para realizar o seu desígnio de salvação. Ele dá «a sua vida em resgate por muitos» (Mc 10,45) e deste modo reconcilia com Deus toda a humanidade. O seu sofrimento e a sua morte manifestam como a sua humanidade é o instrumento livre e perfeito do Amor divino que quer a salvação de todos os homens.
120. Como se manifesta na última Ceia a oferta de Jesus?
610-611
621
Na última Ceia com os Apóstolos, na vigília da paixão, Jesus antecipa, isto é, significa e realiza antecipadamente a oferta voluntária de Si mesmo: «este é o meu corpo entregue por vós», «este é o meu sangue, que é derramado...» (Lc 22,19-20). Ele institui assim ao mesmo tempo a Eucaristia como «memorial» (1 Cor 11,25) do seu sacrifício e os seus Apóstolos como sacerdotes da nova Aliança.
121. Que acontece na agonia do horto do Getsemani?
612
Apesar do horror que a morte provoca na humanidade santíssima d’Aquele que é o próprio «Autor da vida» (Act 3,15), a vontade humana do Filho de Deus adere à vontade do Pai: para nos salvar, Jesus aceita carregar sobre Si os nossos pecados no seu corpo, «fazendo-se obediente até à morte» (Fil 2,8).
122. Quais os efeitos do sacrifício de Cristo na cruz?
613-617
622-623
Jesus ofereceu livremente a Sua vida em sacrifício de expiação, isto é, reparou as nossas culpas com a plena obediência do Seu amor até à morte. Este «amor até ao fim» (Jo 13,1) do Filho de Deus reconcilia com o Pai toda a humanidade. O sacrifício pascal de Cristo resgata portanto os homens num modo único, perfeito e definitivo, e abre-lhes a comunhão com Deus.
123. Porque é que Jesus convida os discípulos a tomar a sua cruz?
618
Chamando os discípulos a «tomar a sua cruz e a segui-Lo» (Mt 16,24), Jesus quer associar ao seu sacrifício redentor aqueles mesmos que dele sãos os primeiros beneficiários.
124. Em que condições estava o corpo de Cristo no sepulcro?
624-630
Cristo conheceu uma verdadeira morte e uma verdadeira sepultura. Mas o poder divino preservou o seu corpo da corrupção.

JESUS CRISTO FOI CONCEBIDO PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO, E NASCEU DA VIRGEM MARIA

85. Porque é que o Filho de Deus se fez homem?
456-460
O Filho de Deus encarnou no seio da Virgem Maria pelo poder do Espírito Santo, por causa de nós homens e para nossa salvação, ou seja: para nos reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos fazer conhecer o seu amor infinito; para ser o nosso modelo de santidade; para nos tornar «participantes da natureza divina» (2 Ped 1, 4).
86. Que significa a palavra «Encarnação»?
461-463
483
A Igreja chama «Encarnação» ao mistério da admirável união da natureza divina e da natureza humana na única Pessoa divina do Verbo. Para realizar a nossa salvação, o Filho de Deus fez-se «carne» (Jo 1,14) tornando-se verdadeiramente homem. A fé na Encarnação é o sinal distintivo da fé cristã.
87. De que modo Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem?
464-467
469
Jesus é, inseparavelmente, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, na unidade da sua Pessoa divina. Ele, o Filho de Deus, que é «gerado, não criado, consubstancial ao Pai», fez-se verdadeiramente homem, nosso irmão, sem com isto deixar de ser Deus, nosso Senhor.
88. Que ensina acerca disto o Concílio de Calcedónia (ano 451)?
467
O Concílio de Calcedónia ensina a confessar «um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito na sua divindade e perfeito na sua humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro homem, composto de alma racional e de corpo, consubstancial ao Pai pela sua divindade, consubstancial a nós pela humanidade, “em tudo semelhante a nós, excepto no pecado” (Heb 4, 15); gerado pelo Pai antes de todos os séculos, segundo a divindade e, nestes últimos tempos, por nós homens e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria e Mãe de Deus, segundo a humanidade».
89. Como é que a Igreja exprime do mistério da Encarnação?
464-469
479-481
Exprime-o afirmando que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, com duas naturezas, a divina e a humana, que se não confundem, mas estão unidas na Pessoa do Verbo. Portanto, na humanidade de Jesus, tudo – milagres, sofrimento, morte – deve ser atribuído à sua Pessoa divina, que age através da natureza humana assumida.

«Ó Filho Unigénito e Verbo de Deus, Tu que és imortal, para a nossa salvação dignaste-Te encarnar no seio da santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria ( ... ). Tu que és Um da Santa Trindade, glorificado com o Pai e o Espírito Santo, salva-nos!» (Liturgia Bizantina de S. João Crisóstomo).

90. O Filho de Deus feito homem tinha uma alma com um conhecimento humano?
470-474
482
O Filho de Deus assumiu um corpo animado por uma alma racional humana. Com a sua inteligência humana, Jesus aprendeu muitas coisas através da experiência. Mas também, como homem, o Filho de Deus tinha um conhecimento íntimo e imediato de Deus seu Pai. Penetrava igualmente os pensamentos secretos dos homens e conhecia plenamente os desígnios eternos que Ele viera revelar.
91. Como se harmonizam as duas vontades do Verbo encarnado?
475
482
Jesus tem uma vontade divina e uma vontade humana. Na sua vida terrena, o Filho de Deus quis humanamente o que divinamente decidiu com o Pai e o Espírito Santo para a nossa salvação. A vontade humana de Cristo segue, sem oposição ou relutância, a vontade divina, ou melhor, está subordinada a ela.
92. Cristo tinha um verdadeiro corpo humano?
476-477
Cristo assumiu um verdadeiro corpo humano, através do qual Deus invisível se tornou visível. Por esta razão, Cristo pode ser representado e venerado nas santas imagens.
93. O que significa o Coração de Jesus?
478
Jesus conheceu-nos e amou-nos com um coração humano. O Seu coração trespassado para nossa salvação é o símbolo daquele infinito amor com o qual Ele ama o Pai e cada um dos homens.
94. «Concebido por obra do Espírito Santo...»: o que significa esta expressão?
484-486
Significa que a Virgem Maria concebeu o Filho eterno no seu seio, por obra do Espírito Santo e sem a colaboração de homem: «O Espírito Santo descerá sobre ti» (Lc 1, 35), disse-lhe o Anjo na Anunciação.
95. «…Nascido da Virgem Maria»: porque é que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus?
495
509
Maria é verdadeiramente Mãe de Deus porque é a mãe de Jesus (Jo 2,1; 19,25). Com efeito, Aquele que foi concebido por obra do Espírito Santo e que se tornou verdadeiramente Filho de Maria é o Filho eterno de Deus Pai. É Ele mesmo Deus.
96. O que significa «Imaculada Conceição»?
487-492
508
Deus escolheu gratuitamente Maria desde toda a eternidade para que fosse a Mãe de seu Filho: para cumprir tal missão, foi concebida imaculada. Isto significa que, pela graça de Deus e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Maria foi preservada do pecado original desde a sua concepção.
97. Como colabora Maria no desígnio divino da salvação?
493-494
508-511
Durante toda a sua existência, por graça de Deus, Maria conservou-se imune de todo o pecado pessoal. É a «cheia de graça» (Lc 1,28) e a «Toda Santa». Quando o Anjo lhe anuncia que dará à luz «o Filho do Altíssimo» (Lc 1,32), dá livremente o seu assentimento com a «obediência da fé» (Rm 1,5). Maria entrega-se totalmente à Pessoa e obra do seu Filho Jesus, abraçando com toda a alma a vontade divina de salvação.
98. Que significa a conceição virginal de Jesus?
496-498
503
Significa que Jesus foi concebido no seio da Virgem apenas pelo poder do Espírito Santo, sem intervenção de homem. Ele é o Filho do Pai celeste, segundo a natureza divina, e Filho de Maria segundo a natureza humana, mas propriamente Filho de Deus nas suas naturezas, existindo nele uma única Pessoa, a divina.
99. Em que sentido Maria é «sempre Virgem»?
499-507
510-511
No sentido de que Maria «permaneceu Virgem na concepção do seu Filho, Virgem no parto, Virgem grávida, Virgem mãe, Virgem perpétua» (Santo Agostinho). Portanto, quando os Evangelhos falam de «irmãos e irmãs de Jesus», trata-se de parentes próximos de Jesus, segundo uma expressão usual na Sagrada Escritura.
100. De que modo é que a maternidade espiritual de Maria é universal?
501-507
511
Maria tem um único Filho, Jesus, mas, n’Ele, a sua maternidade espiritual estende-se a todos os homens que Ele veio salvar. Obediente, ao lado do novo Adão, Jesus Cristo, a Virgem é a nova Eva, a verdadeira mãe dos vivos, que coopera com amor de mãe no seu nascimento e na sua formação na ordem da graça. Virgem e Mãe, Maria é a figura da Igreja e a sua realização mais perfeita.
101. Em que sentido toda a vida de Cristo é Mistério?
512-521
561-562
Toda a vida de Cristo é acontecimento de revelação: o que é visível na vida terrena de Jesus conduz ao seu Mistério invisível, sobretudo ao Mistério da sua filiação divina: «quem me vê, vê o Pai» (Jo 14, 19). Além disso, embora a salvação provenha plenamente da cruz e da ressurreição, toda a vida de Cristo é Mistério de salvação, porque tudo o que Jesus fez, disse e sofreu tinha como objectivo salvar o homem caído e restabelece-lo na sua vocação de filho de Deus.
102. Quais foram as preparações para os Mistérios de Jesus?
522-524
Antes de mais, houve uma longa preparação de muitos séculos, que nós revivemos na celebração litúrgica do tempo do Advento. Para além da obscura expectativa que colocou no coração dos pagãos, Deus preparou a vinda do seu Filho através da Antiga Aliança, até João Baptista que é o último e o maior dos profetas.
103. Que ensina o Evangelho sobre os Mistérios do nascimento e da infância de Jesus?
525-530
563-564
No Natal, a glória do Céu manifesta-se na debilidade dum menino; a circuncisão de Jesus é sinal da pertença ao povo hebraico e prefiguração do nosso Baptismo; a Epifania é a manifestação do Rei-Messias de Israel a todas as gentes; na sua apresentação no templo, em Simeão e Ana é toda a esperança de Israel que vem ao encontro do seu Salvador; a fuga para o Egipto e a matança dos inocentes anunciam que toda a vida de Cristo estará sob o sinal da perseguição; o seuregresso do Egipto recorda o Êxodo e apresenta Jesus como o novo Moisés: Ele é o verdadeiro e definitivo libertador.
104. O que é que nos ensina a vida oculta de Jesus em Nazaré?
533-534
564
Durante a vida oculta em Nazaré, Jesus permanece no silêncio duma vida normal. Permite-nos assim estar em comunhão com Ele, na santidade duma vida quotidiana feita de oração, de simplicidade, de trabalho, de amor familiar. A sua submissão a Maria e a José, seu pai putativo, é uma imagem da sua obediência filial ao Pai. Maria e José, com a sua fé, acolhem o Mistério de Jesus, ainda que nem sempre o compreendam.
105. Porque é que Jesus recebe de João o «baptismo de conversão para o perdão dos pecados» (Lc 3, 3)?
535-537
565
Para dar início à sua vida pública e antecipar o «Baptismo» da Sua morte: aceita assim, embora sendo sem pecado, ser contado entre os pecadores, Ele, «o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo» (Jo 1,29). O Pai proclama-O Seu «Filho predilecto» (Mt 3,17) e o Espírito desce sobre Ele. O baptismo de Jesus é a prefiguração do nosso baptismo.
106. O que revelam as tentações de Jesus no deserto?
538-540
566
As tentações de Jesus recapitulam a tentação de Adão no paraíso e as de Israel no deserto. Satanás tenta Jesus na sua obediência à missão que Lhe tinha sido confiada pelo Pai. Cristo, novo Adão, resiste, e a sua vitória anuncia a vitória da sua paixão, suprema obediência do seu amor filial. A Igreja une-se, em particular, a este Mistério, no tempo litúrgico da Quaresma.
107. Quem é convidado para o Reino de Deus, anunciado e realizado por Jesus?
541-546
567
Jesus convida todos os homens a tomar parte no Reino de Deus. Mesmo o pior pecador é chamado a converter-se e a aceitar a infinita misericórdia do Pai. O Reino pertence, já aqui sobre a terra, àqueles que o acolhem com coração humilde. É a eles que são revelados os seus Mistérios.
108. Porque é que Jesus anuncia o Reino com sinais e milagres?
547-550
567
Jesus acompanha a sua palavra com sinais e milagres para atestar que o Reino está presente n’Ele, o Messias. Embora Ele cure algumas pessoas, não veio para eliminar todos os males aqui na terra, mas, antes de mais, para nos libertar da escravidão do pecado. A expulsão dos demónios anuncia que a sua cruz será vitoriosa sobre o «príncipe deste mundo» (Jo 12,31).
109. Que autoridade confere Jesus aos seus Apóstolos, no Reino?
551-553
567
Jesus escolhe os Doze, futuras testemunhas da sua Ressurreição, e torna-os participantes da sua missão e da sua autoridade para ensinar, absolver os pecados, edificar e governar a Igreja. Neste colégio, Pedro recebe «as chaves do Reino» (Mt 16,19) e ocupa o primeiro lugar, com a missão de guardar a fé na sua integridade e de confirmar os seus irmãos.
110. Qual o significado da transfiguração?
554-556
568
Na Transfiguração aparece antes de mais a Trindade: «O Pai na voz, o Filho no homem, o Espírito na nuvem brilhante» (S. Tomás de Aquino). Evocando, com Moisés e Elias, a sua «partida» (Lc 9, 31), Jesus mostra que a sua glória passa através da cruz e antecipa a sua ressurreição e a sua vinda gloriosa, pois «transfigurará o nosso pobre corpo para transformá-lo no seu corpo glorioso» (Filp3, 21).

«Transfiguraste-Te sobre a montanha e, na medida em que disso eram capazes, os teus discípulos contemplaram a Tua glória, Cristo Deus, para que, quando te vissem crucificado, compreendessem que a Tua Paixão era voluntária, e anunciassem ao mundo que Tu és verdadeiramente a irradiação do Pai» (Liturgia Bizantina).

111. Como se deu a entrada messiânica em Jerusalém?
557-560
569-570
No tempo estabelecido, Jesus decide subir a Jerusalém para sofrer a sua paixão, morrer e ressuscitar. Como Rei Messias que manifesta a vinda do reino, Ele entra na sua cidade montado num jumento. É acolhido pelos humildes, cuja aclamação é retomada no Sanctus eucarístico: «Bendito aquele que vem no nome do Senhor! Hossana (salva-nos)» (Mt 21,9). A liturgia da Igreja inicia a Semana Santa com a celebração desta entrada em Jerusalém.

CREIO EM "JESUS CRISTO, SEU ÚNICO FILHO, NOSSO SENHOR"

O que significa o nome "Jesus"?
Dado pelo Anjo no momento da Anunciação, o nome "Jesus" significa "Deus salva". Ele exprime a sua identidade e a sua missão, "pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados" (Mt 1,21). Pedro afirma que "não existe debaixo do céu outro nome dados à humanidade pelo qual devamos ser salvos" (At 4,12).

Por que Jesus é chamado "Cristo"?
"Cristo" em grego, "Messias" em hebraico, significa "ungido".
Jesus é o Cristo porque está consagrado por Deus, ungido pelo Espírito Santo para a missão redentora.
É o Messias esperado por Israel, enviado ao mundo pelo Pai. Jesus aceitou o título de Messias, esclarecendo, porém, seu sentido: "Descido do Céu" (Jo 3,13), crucificado e depois ressuscitado, ele é o Servo Sofredor que "dá sua vida em resgate por muitos" (Mt 20,28). Do nome Cristo é que nos veio o nome de Cristãos.

Em que sentido Jesus é o "Filho Único de Deus?
É em sentido único e perfeito. No momento do Batismo e da Transfiguração, a voz do Pai designa Jesus como seu "Filho bem-amado". Apresentando a si mesmo como o Filho que "conhece o Pai" (Mt 11,27), Jesus afirma a sua relação única e eterna com Deus, seu Pai. Ele é o "Filho único de Deus" (1Jo 4,9), a segunda Pessoa da Trindade. É o centro da pregação apostólica: os Apóstolos viram "a sua glória, glória como do filho único da parte do Pai" (Jo 1,14).

O que significa o título "Senhor"?
Na Bíblia, esse título designa habitualmente Deus Soberano. Jesus o atribui a si mesmo e revela a sua soberania divina mediante o seu poder sobre a natureza, sobre os demônios, sobre o pecado e sobre a morte, sobretudo com a sua Ressurreição. As primeiras confissões cristãs proclamam que o poder, a honra e a glória devidos a Deus Pai o são também a Jesus: Deus "lhe deu o Nome que está acima de todo nome" (Fl 2,9). Ele é o Senhor do mundo e da história, o único a quem o homem deve submeter totalmente a própria liberdade pessoal.

CREIO EM JESUS CRISTO, FILHO ÚNICO DE DEUS - Boa Nova

Qual a Boa Nova para o homem?
É o anúncio de Jesus Cristo, "o Filho do Deus vivo" (Mt 16,16), morto e ressuscitado. No tempo do rei Herodes e do imperador César Augusto, Deus realizou as promessas feitas a Abraão e à sua descendência, enviando "seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei, para resgatar os que eram sujeitos à Lei, e todos nós recebêssemos a dignidade de filhos" (Gl 4,4-5).

Como se difunde essa Boa Nova?
Desde o início, os primeiros discípulos tiveram o ardente desejo de anunciar Jesus Cristo, com o objetivo de levar todos à fé nele. Também hoje, do amoroso conhecimento de Cristo nasce o desejo de evangelizar e catequizar, ou seja, de ensinar o Cristo, desvendar na sua pessoa todo o desígnio de Deus e pôr a humanidade em comunhão com Ele.


A QUEDA

Como se compreende a realidade do pecado?
Na história do homem está presente o pecado. Essa realidade se esclarece plenamente apenas à luz da Revelação divina e sobretudo à luz de Cristo Salvador de todos, que fez superabundar a graça onde abundou o pecado.

O que é a queda dos anjos?
Com esta expressão indica-se que satanás e outros demônios de que falam a Sagrada Escritura e a Tradição da Igreja, de anjos criados bons por Deus transformaram-se em maus, porque com livre e irrevogável escolha rejeitaram a Deus e o seu Reino, dando assim origem ao inferno. Eles tentam associar o homem à sua rebelião contra Deus; mas Deus afirma em Cristo a sua vitória segura sobre o maligno.

Em que consiste o primeiro pecado do homem?
O homem, tentado pelo diabo, deixou que se apagasse em seu coração a confiança em relação a seu Criador e, desobedecendo-o, quis se tornar "como Deus" sem Deus, e não segundo Deus (Gn 3,5). Assim, Adão e Eva perderam imediatamente para si e para todos os seus descendentes a graça da santidade e da justiça originais.

O que é o pecado original?
O pecado original, no qual todos os homens nascem, é o estado de privação da santidade e da justiça originais. É um pecado por nós "contraído", não "cometido"; é uma condição de nascimento e não um ato pessoal. Em virtude da unidade de origem de todos os homens, ele se transmite com a natureza humana aos descendentes de Adão, "não por imitação, mas por propagação". Essa transmissão permanece um mistério que não podemos compreender plenamente.

Que outras consequências provoca o pecado original?
Em consequência do pecado original, a natureza humana, sem ser totalmente corrompida, está ferida em suas forças naturais, submetida à ignorância, ao sofrimento, ao poder da morte e inclinada ao pecado. Essa inclinação é chamada concupiscência.

Depois do primeiro pecado, o que fez Deus?
Depois do primeiro pecado, o mundo foi inundado pelos pecados, porém Deus não abandonou o homem ao poder da morte, mas, ao contrário, prognosticou-lhe de modo misterioso - no Porto-evangelho" (Gn 3,15) - que o mal seria vencido e o homem elevado a queda. é o primeiro anúncio do Messias redentor. Por isso, a queda será chamada de feliz culpa, porque "mereceu tal e tão grande Redentor" (Liturgia da Vigília Pascal).



O HOMEM

Em que sentido o homem é criado à "imagem de Deus"?
O homem é criado à imagem de Deus no sentido de que é capaz de conhecer e de amar, na liberdade, o próprio criador. É a única criatura nesta terra que Deus quis em si mesma e que chamou a partilhar, no conhecimento e no amor, a sua vida divina. Criado à imagem de Deus, ele tem a dignidade de pessoa: não é alguma coisa, mas alguém, capaz de se conhecer, de se doar livremente e de entrar em comunhão com Deus e com as outras pessoas.

Para qual fim Deus criou o homem?
Deus criou tudo para o homem, mas o homem foi criado para conhecer, servir e amar a Deus, para oferecer-lhe, neste mundo, toda a criação em ação de graças e ser elevado à vida com Deus no céu. Somente no mistério do Verbo encarnado encontra a verdadeira luz o mistério do homem predestinado a reproduzir a imagem do Filho de Deus feito homem, que é a perfeita "imagem do Deus invisível" (Cl 1,15).

Por que os homens formam uma unidade?
Todos os homens formam a unidade do gênero humano pela comum origem que têm em Deus. Além disso, Deus de um só homem fez toda a espécie humana" (At 17,26). Todos, pois, têm um único Salvador e todos são chamados a partilhar da eterna felicidade de Deus.

Como a alma e o corpo formam no homem uma unidade?
A pessoa humana é um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual. O espírito e a matéria, no homem, formam uma única natureza. Essa unidade é tão profunda que, graças ao princípio espiritual que é a alma, o corpo, que é material, torna-se um corpo humano e vivo, e participa da dignidade de imagem de Deus.

Quem dá a alma ao homem?
A alma espiritual não vem dos pais, mas é criada diretamente por Deus e é imortal. Ao separar-se do corpo por ocasião da morte, ela não perece; unir-se-á novamente ao corpo no momento da ressurreição final.

Que relação estabeleceu Deus entre o homem e a mulher?
O homem e a mulher foram criados por Deus numa igual dignidade como pessoas humanas e, ao mesmo tempo, numa recíproca complementaridade como homem e mulher. Deus os quis um para o outro, para uma comunhão de pessoas. Juntos, são também chamados a transmitir a vida humana, formando no matrimônio "uma só carne" (Gn 2,24), e a dominar a terra como "intendentes" de Deus.

Qual era a condição originária do homem segundo o desígnio de Deus?
Deus, ao criar o homem e a mulher, tinha lhes dado uma especial participação na própria vida divina, em santidade e justiça. No desígnio de Deus, o homem não deveria nem sofrer nem morrer. Além disso, reinava uma harmonia perfeita no homem em si mesmo, entre criatura e criador, entre homem e mulher, bem como entre o primeiro casal humano e toda a criação.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O CÉU E A TERRA

O que Deus criou?
A Sagrada Escritura diz: "Deus criou o céu e a terra" (Gn 1,1). A Igreja, na sua profissão de fé, proclama que Deus é o criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, de todos os seres espirituais e materiais, ou seja, dos anjos e do mundo visível e, de modo particular, do homem.

Quem são os anjos?
Os anjos são criaturas puramente espirituais, não-corpóreas, invisíveis e imortais, seres pessoais dotados de inteligência e de vontade. Eles, contemplando Deus face a face incessantemente, glorificam-no e são seus mensageiros no cumprimento da missão de salvação para todos os homens.

De que modo os anjos estão presentes na vida da Igreja?
A Igreja se une aos anjos para adorar a Deus, invoca a assistência deles e celebra liturgicamente a memória de alguns.

"Cada fiel tem ao próprio lado um anjo como protetor e pastor, para o conduzir à vida" (São Basílio Magno).

O que ensina a Sagrada Escritura acerca da criação do mundo visível?
Por meio da narração dos "seis dias" da criação, a Sagrada Escritura nos faz conhecer o valor da criação e a sua finalidade de louvor a Deus e de serviço ao homem. Todas as coisas devem a própria existência de Deus, do qual recebe a própria bondade e perfeição, as próprias leis e o próprio lugar no universo.

Qual é o lugar do homem na criação?
O homem é o cume da criação visível, porquanto é criado à imagem e semelhança de Deus.

Que tipo de ligação existe entre as coisas criadas?
Existe entre as criaturas uma interdependência e uma hierarquia queridas por Deus. Ao mesmo tempo, existe uma unidade e solidariedade entre as criaturas, pois todas têm o mesmo criador, são por ele amadas e estão ordenadas à sua glória. Respeitar as leis inscritas na criação e as relações que derivam da natureza das coisas é, portanto, princípio de sabedoria e fundamento da moral.

Que relação há entre a obra da criação e a da redenção?
A obra da criação culmina na obra ainda maior da redenção. Com efeito, esta dá início à nova criação, na qual tudo encontrará seu pleno sentido e seu cumprimento.

O que significa que Deus é todo-poderoso?

Deus se revelou como "Forte e Poderoso" (Sl 24,8), aquele ao qual "nada é impossível" (Lc 1,37). A sua onipotência é universal, misteriosa, e se manisfesta ao criar o mundo do nada e o homem por amor, mas sobretudo na Encarnação e na Ressurreição do Seu Filho, no dom da adoração filial e no perdão dos pecados. Por isso a Igreja dirige a sua oração ao "Deus todo-poderoso e eterno" (Omnipotens sempitenrne Deus...).

Por que é importante afirmar: "Deus criou o céu e a terra" (Gn 1,1)?
Porque a criação é o fundamento de todos os divinos desígnios salvíficos; manifesta o amor onipotente e sapiente de Deus; é o primeiro passo para a Aliança do único Deus com o seu povo; é o início da história da salvação que culmina em Cristo; é uma primeira resposta às interrogações fundamentai do homem acerca da própria origem e do próprio fim.

Quem criou o mundo?
O Pai, o Filho e o Espírito Santo são o princípio único e indivisível do mundo, ainda que a obra da criação do mundo seja particularmente atribuída a Deus Pai.

Para que o mundo foi criado?
O mundo foi criado para a glória de Deus, que quis manifestar e comunicar a sua bondade, verdade e beleza. O fim último da criação é que Deus, em Cristo, possa ser "tudo em todos" (1Cor 15,28), para a sua glória e para a nossa felicidade.

"A Glória de Deus é o homem vivo e a vida do homem é a visão de Deus" (Santo Irineu).

Como Deus criou o universo?
Deus criou o universo livremente com sabedoria e amor. O mundo não é o produto de uma necessidade, de um destino cego ou do acaso. Deus criou "do nada" (ex nihilo: 2Mc 7,8) um mundo ordenado e bom, que ele transcende de modo infinito. Deus conserva no ser a sua criação e a sustenta, dando-lhe a capacidade de agir e levando-a a sua realização, por meio do seu Filho e do Espírito Santo.

Em que consiste a Providência divina?
Consiste nas disposições com que Deus conduz as suas criaturas para a perfeição última, para a qual ele as chamou. Deus é o autor soberano do seu desígnio. Mas para a sua realização se serve também da cooperação das suas criaturas. Ao mesmo tempo, dá às criaturas a dignidade de agirem elas mesmas, de serem causa uma das outras.

Como o homem colabora com a Providência divina?
Ao homem Deus concede e pede, repeitando a sua liberdade, a colaboração de suas ações, de suas orações, mas também seus sofrimentos, suscitando nele "tanto o querer como o fazer, conforme o seu agrado" (Fl 2,13).

Se Deus é todo-poderoso e providente, por que existe o mal?
A essa interrogação, tão dolorosa quanto misteriosa, pode dar resposta somente o conjunto da fé cristã. Deus não é de modo algum, nem direta nem indiretamente, a causa do mal. Ele ilumina o mistério do mal em seu Filho, Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou para vencer aquele grande mal moral que é o pecado dos homens e que é a raiz dos outros males.

Por que Deus permite o mal?
A fé nos dá a certeza de que Deus não permitiria o mal se do mesmo mal não tirasse o bem. Deus já realizou isso de modo admirável por ocasião da morte e ressurreição de Cristo: com efeito, do maior mal moral, a morte do seu Filho, ele auferiu os maiores bens, a glorificação de Cristo e a nossa redenção.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

CREIO EM DEUS PAI TODO-PODEROSO, CRIADOR DO CÉU E DA TERRA

Por que a profissão de fé começa com "Creio em Deus"?
Porque a afirmação "Creio em  Deus" é  mais importante, a fonte de todas as outras verdades sobre o homem e sobre o mundo, e de toda a vida de cada um que nele crê.

Por que professamos um só Deus?
Porque ele se revelou ao povo de Israel como o Único, quando disse: "Ouve Israel! O Senhor  nosso Deus é o único Senhor" (Dt 6,4), "eu é que sou Deus e outro não há" (Is 45,22).
O próprio Jesus o confirmou: Deus é "um só" (Mc 12,29).
Professar que Jesus e o Espírito Santo são também Deus e Senhor não introduz nenhuma divisão no Deus Único.

Com que nome Deus se revela?
A Moisés Deus se revela como o Deus vivo, "o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó" (Ex 3,6). Ao mesmo Moisés, Deus revela o seu Nome misterioso: "Eu Sou Aquele que Sou (YHWH). O nme inefável de Deus, já nos tempos do Antigo Testamento, foi substituído pela palavra Senhor. Assim, no Novo Testamento, Jesus, chamado Senhor, mostra-se como verdadeiro Deus.

Somente Deus "É" ?
Somente Deus é em si mesmo a plenitude do ser e de toda perfeição, ao passo que as criaturas receberam dele tudo o que são e têm. Ele é "Aquele que É", sem origem e sem fim. Jesus revela que também ele leva o Nome divino: "Eu Sou" (Jo 8,28).

Por que é importante a revelação do nome de Deus?
Ao revelar o seu Nome, Deus dá a conhecer as riquezas contidas no seu mistério inefável: somente ele é, desde sempre e para sempre, aquele que transcende o mundo e a história. É dele que fez o céu e a terra. É o Deus fiel, sempre próximo a seu povo para o salvar. É o Santo por excelência, 'rico em misericórdia' (Ef 2,4), sempre pronto a perdoar. É o Ser espiritual, transcendente, onipotente, eterno, pessoal, perfeito. É verdade e amor.

"Deus é o ser infinitamente perfeito que é a Santíssima Trindade" (São Turíbio de Mongrovejo).

Em que sentido Deus é verdade?
Deus é a própria Verdade e como tal não se engana e não pode enganar. Ele "é luz e nele não há trevas" (1Jo 1,5). O Filho eterno de Deus, Sabedoria encarnada, foi enviado ao mundo "para dar testemunho da verdade" (Jo 18,37).

De que modo Deus revela que ele é amor?
Deus se revela a Israel como aquele que tem um amor mais forte do que o de um pai ou de uma mãe pelos seus filhos, ou de um esposo por sua esposa. Ele, em si mesmo, "é amor" (1Jo 4,8.16), que se doa completa e gratuitamente, "que amou tanto o mundo que deu o seu Filho único para que todo o que nele crer seja salvo por ele" (Jo 3,16-17). Enviando seu Filho e o Espírito Santo, Deus revela que ele próprio é eterna troca de amor.

O que comporta crer num só Deus?
Crer em Deus, o Único, comporta: conhecer sua grandeza e majestade; viver em ação de graças; confiar nele sempre, mesmo nas adversidades; reconhecer a unidade e a verdadeira dignidade de todos os homens, criados à imagem de Deus; usar corretamente as coisas criadas por ele.

Qual é o mistério central da fé e da vida cristã?
O mistério central da fé e da vida cristã é o mistério da Santíssima Trindade. Os cristãos são batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

O mistério da Santíssima Trindade pode ser conhecido pela pura razão humana?
Deus deixou alguns vestígios do seu ser trinitário na criação e no Antigo Testamento, mas a intimidade do seu Ser como Trindade Santa constitui um mistério inacessível à pura razão humana e até mesmo à fé de Israel antes da Encarnação do Filho de Deus e da missão do Espírito Santo. Esse mistério foi revelado por Jesus Cristo e é a fonte de todos os outros mistérios.

O que Jesus Cristo nos revela do mistério do Pai?
Jesus Cristo nos revela que Deus é "Pai", não somente porque é Criador do universo e do homem, mas sobretudo porque gera eternamente em seu seio o Filho, que é o seu Verbo, "resplendor da glória do Pai, expressão de seu ser" (Hb 1,3).

Quem é o Espírito Santo revelado a nós por Jesus Cristo?
É a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. É Deus, uno e igual ao Pai e ao Filho. Ele "procede do Pai" (Jo 15,26), o qual, princípio sem princípio, é a origem de toda a vida trinitária. E procede também do Filho (Filioque), pelo dom eterno que o Pai faz ao Filho. Enviado pelo Pai e pelo Filho encarnado, o Espírito Santo conduz a Igreja ao conhecimento "da verdade plena" (Jo 16,13).

Como a Igreja exprime a sua fé trinitária?
A Igreja exprime a sua fé trinitária ao confessar um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. As três Pessoas divinas são um só Deus porque cada uma delas é idêntica à plenitude da única e indivisível natureza divina. Elas são realmente distintas entre si pelas relações que as põem em referência umas com as outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede do pai e do Filho.

Como operam as três Pessoas divinas?
Inseparáveis na sua única substância, as Pessoas divinas são inseparáveis também em suas operações: a Trindade tem uma só e mesma operação. Mas no único agir divino cada Pessoa está presente segundo o modo que lhe é próprio na Trindade.

" Ó meu Deus, Trindade que adoro... pacifica a minha alma; faz dela o teu céu, a tua morada amada e o lugar do teu repouso. Que eu não te deixe jamais só, mas que eu esteja ali, toda inteira, completamente vigilante na minha fé, toda adorada, toda entregue à tua ação criadora" (Bem-aventurada Elisabete da Trindade).