O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

PRÉ-CATECUMENATO - JOVENS E ADULTOS- Catequeses bíblicas de apelo à Conversão de Vida e Costumes

I- ENCONTROS QUE PROVOCAM A FÉ EM JESUS
2ª Catequese: Jesus e Zaqueu (Lc 19,1-10)

"Eis que estou a porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos juntos, eu com ele e ele comigo." (Ap 3,20).

A Sagrada Escritura nos fala de um homem que optou por seguir pelos caminhos que o mundo nos apresenta para conseguir a felicidade. Este homem era Zaqueu, da cidade de Jericó. Homem que possuía uma vida "próspera", com muitas posses e prestígio, porém esta vida, assim como ainda acontece nos dias de hoje, gerava a repressão e a miséria do outro.

Pequeno e controvertido, a ele não faltava nada, exceto estatura. Tinha abundância de riquezas, de pecados e até de inimigos, que continuamente o criticavam.

Diante de todo o povo tinha o título de "publicano", sinônimo de traidor e pecador. Desde longa época tinha se proposto ser feliz e para isso optou pelo caminho de adquirir tudo o que o mundo oferece, porém jamais conseguiu a paz que brota como fruto da justiça, já que atrás de sua imensa fortuna se escondiam, clamando urgente vingança, o suor e a fome de muitos pobres que tinham sido explorados por sua cobiça, abusos e extorsões.

Zaqueu era chefe de um grupo de coletores de impostos. Em função de sua vida, Zaqueu se convertera num pecador empedernido (endurecido) e num herege sem remédio. Embora rico, ao pequeno Zaqueu, algo lhe fazia falta.

Jesus ao se dirigir à cidade de Jericó curou um cego. Este fato fez crescer o número dos curiosos e admiradores de Jesus. A multidão se comprimia na esperança de ver, falar ou tocar naquele homem que atraía os mais diferentes olhares e atenção de todos.

Todos os espaços estavam tomados pelo povo que queria ver Jesus. Zaqueu por ser de baixa estatura, não conseguia vê-lo, a única coisa que podia ver eram as costas e as cinturas dos que estavam adiante. Mas Zaqueu não desanimou. Queria ver jesus passar, por isso subiu até o alto de um sicômoro, uma frondosa árvore. Estava decidido, tirou o manto de seda importada e deixou-o estirado no chão, quer dizer, desprendeu-se de sua dignidade e de seus prestígios. Ao despojar-se do manto do respeito humano, deixou as aparências mundanas pelo chão.

A Sagrada Escritura diz que "ele procurava ver quem era Jesus (Lc 19,3). Ver é diferente de olhar. Pode-se entender olhar como apenas fixar os olhos em algo ou alguém. Contudo, ver significa conhecer ou perceber com a visão. Pode-se então concluir que Zaqueu tinha o desejo de conhecê-lo alimentado pela esperança de encontrar a vida comunicada por Jesus.

Jesus ao observá-lo naquela árvore foi ao seu encontro e conhecendo seu coração, teve certeza de que o Reino de Deus deveria ser manifestado através daquele cobrador de impostos. Ele que tudo sabe, nos ama e nos vê, mesmo que estejamos "no mais alto das montanhas ou nos mais profundos dos abismos". Ele nos prescruta e nos conhece (Sl 138). E eis que no meio daquela multidão soa uma voz imperativa: "Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje me tua casa" (Lc 19,5). Jesus expressa nesta palavra a verdadeira necessidade humana que é permiti-lo ficar em nossa casa, em nossa morada, em nosso coração.

Jesus chamou Zaqueu, que ironicamente significa "o justo, o puro". O pecador é chamado justo, porque aos olhos de Jesus não é um pecador, mas um redimido. Jesus justifica sempre o pecador.
Zaqueu já era fruta madura na árvore da conversão, tinha morrido a si mesmo para dar oportunidade a uma nova vida.
O Filho do homem foi enviado para buscar e salvar os pecadores. Alegremente, Zaqueu desceu da árvore, abriu as portas de sua morada e recebeu o Senhor. Quando um homem olha para Deus, em espírito e em verdade, consegue reconhecer o quanto "não é" diante d'Aquele que "é". As mulheres começaram a criticá-lo e os homens a zombar dele com sarcasmo. A Zaqueu nada disso importava mais.

Quando Jesus ouviu a confissão sincera e decidida de Zaqueu, lhe disse: "Hoje, a salvação entra em teu lar." (Lc 19,9). Jesus amou tanto o rico Zaqueu, que este renunciou livremente às suas riquezas. A casa de Zaqueu tornou-se morada de Deus, a Tenda da Palavra Encarnada, o Tabernáculo do Altíssimo, pois o santo dos Santos estava em sua residência.
A partir do momento em que Zaqueu entende isto, confessa diante de Jesus sua condição de pecador e a abandona. Isto implica em revogar sua decisão de viver segundo o que acreditava para acreditar na vida segundo Cristo.

Jesus não converteu Zaqueu quando estava empoleirado nos ramos da árvore. Jesus quis levá-lo até sua casa, ao lado de sua esposa e junto de seus filhos. O plano de Jesus não era apenas transformar o indivíduo, mas uma comunidade. Se a família não se convertesse, Zaqueu teria que voltar a roubar e trapacear nas contas, para satisfazer as exigências da vida que antes levavam.

Toda a transformação que Jesus ossa realizar em nossa vida acontecerá no momento em que como Zaqueu escutarmos o pedido do Mestre: desce dessa árvore! É o próprio Jesus que nos chama a "descermos da árvore" do egoísmo e da dureza do coração. O Senhor sabe de tudo o que há em nosso interior, assim como sabia o nome de Zaqueu mesmo sem nunca conhecê-lo. Diante desse exemplo, Ele chama a cada um de nós à abertura de coração pois Jesus quer entrar em nossa casa, e transformar nossa vida.

Para refletir em grupo:
Ler Lc 19,1-10
1- O que mais o sensibilizou neste Evangelho?
2- O que fez com que Zaqueu mudasse de vida?
3- Quem é Jesus para você?
4- Zaqueu ao conhecer Jesus mudou de vida. E você? O que mudou em sua vida desde que conheceu Jesus?
5- Em que área de sua vida você precisa se esforçar mais para que possa ver Jesus?

"A finalidade de todas as nossas obras é o amor. Este é o fim; é para alcançá-lo que corremos, é para ele que corremos; uma vez chegados, é nele que repousaremos" (Santo Agostinho).




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