O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Cont 17.01.2010 - 2º Domingo do tempo Comum

Recordando a Palavra:

Estamos ainda no espírito da epifania, da manifestação de Deus em Jesus. Na liturgia antiga, as festas dos Santos Reis, do Batismo do Senhor e das Bodas de Caná da Galileia, formavam a tríade da Epifania.
O evangelho deste domingo é um sumário que mostra o significado da obra, vida e morte de Jesus para a humanidade.
Sintetiza sua atividade terrestre como uma ação que provoca a chegada da salvação, revelando a glória do Pai.
O casamento em Caná é um anúncio convocador para a adesão a Cristo. É o primeiro dos sete sinais que João evangelista escolhe para apontar o significado mais profundo da missão de Jesus. Como primeiro sinal deve ser lido como início de uma série. Celebrava-se esse casamento, segundo a indicação do texto, no terceiro dia, dia simbólico, revelador da ressurreição do Senhor. Uma festa de casamento em uma aldeia sustenta e unifica um sistema de símbolos.
No primeiro Testamento o casamento é símbolo do amor de Deus pela comunidade, pelo povo. No segundo Testamento simboliza a união do Messias com a Igreja. Jesus Cristo amou a Igreja e se entregou por ela.
Lá estavam Maria, mãe de Jesus, Jesus e seus discípulos. Jesus, introduzido por sua Mãe, toma parte na festa de casamento, assume o comando, faz servir o melhor vinho, faz voltar a alegria àquela reunião de excluídos da Galillea. O vinho é dom do amor: "tua boca é um vinho generoso", diz o Cântico dos Cânticos (1,2.4;2,4;4,10;7,10;8,2) e se anuncia como dom messiânico: "plantarão vinhedos e beberão seu vinho" (Am 9,13-14). Jesus não muda apenas qualquer água em vinho, mas a água para purificações rituais: "Havia na festa seis talhas de pedra para a purificação dos judeus, com a capacidade de setenta a cem litros". O sinal é a judança da água da primeira Aliança em vinho abundante e da melhor qualidade da segunda Aliança realizada por Jesus.
Maria tem um papel importante nesse casamento, com autoridade de dar ordem aos que servem o vinho, alertando-os para obedecerem às instruções de Jesus. A sua função , conforme a tradição bíblica é de mãe do noivo. Jesus tem a função do noivo que era comandar e manter a festa. Com a mãe, Jesus se retirou, no final da festa para Cafarnaum.
As núpcias simbolizam a Aliança de Deus com o povo: Deus, o esposo; o povo, a amada, conforme diz a primeira leitura. Entre Deus e o povo do Primeiro Testamento, existia um pacto, uma aliança, como se fosse um casamento. O povo foi infiel por buscar vantagena materiais o que era considerado prostituição. Deus, porém, é sempre fiel.

A primeira leitura usando a imagem do casamento, nos revela a alegria que Deus, o Esposo sente por causa do povo, sua esposa e nos coloca no contexto o pós-exílio e a reconstrução de Jerusalém. Deus parece responder às reclamações de que Ele não está cumprindo suas promessas. Tudo ficará bem, porque o Senhor garantiu esse juramento.
Os que retornaram do exílio são incentivados a plantar e a reconstruir tudo o que foi devastado, confiando que os exploradores não mais roubarão o fruto do trabalho. A justiça, a salvação, a glória e a alegria concretizadas na união de Deus com seu povo consistem e se revelam na justiça e no direito de gozar plenamente do produto do próprio trabalho. É uma palavra de esperança para manter a confiança do povo e sua fé na fidelidade de Deus que ama seu povo como um esposo fiel.

O Salmo 96(95) expressa um clima de festa porque Deus governa o mundo c0om retidão, justiça e fidelidade. Este hino apresenta vários convites: aclamar, entrar no átrio do templo com ofertas e adorar; a terra que era chamada a cantar, agora deve tremer na presença do Senhor. São convites universais, porque o Senhor governa com retidão todos os povos.

A segunda leitura, da primeira Carta aos Coríntios, expressa que na diversidade de pessoas e de dons, a comunidade forma um só Corpo, no mesmo Espírito. A comunidade de Corinto apresentava divisões, preferências, sectarismos e por isso Paulo sublinha que a Comunidade cristã ú uma unidade que não exclui ninguém e supõe uma diversidade de dons e seerviços para a edificação do bem comum.
Pelo Batismo o Espírito anula distinções raciais, sociais, nacionais, e leva à fé comum e ao reconhecimento de que Jesus Cristo é o nosso Senhor e nós somos irmãos. A unidade não significa iniformidade, mas presume uma complementaridade rica e saudável, onde cada pessoa conserva sua originalidade, seu modo particular de ser, pensar, falar e agir. Cada pssoa tem sua história e uma função própria e especial na construção da comum-unidade.

Fonte:
Projeto Nacional de Evangelização
O Brasil na Missão Continental, nº 8
Ano C
Roteiros Homiléticos

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