O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

terça-feira, 9 de junho de 2015

REFLEXÃO DO EVANGELHO - SÃO MARCOS E SÃO MATEUS

São Marcos - Evangelista
REFLEXÃO DO EVANGELHO - SÃO MARCOS E SÃO MATEUS
Fonte: Pe. José Otácio O. Guedes

Mc 14,12-16.22-26 “Tomai, isto é o meu corpo...Isto é o meu sangue". 

Essas são palavras densas, carregadas do realismo de uma vida entregue. Como repeti-las sem se sentir comprometido com o dom de si pelos irmãos? Esta é a medida do 'amor maior', aquele que entrega a vida. Ao dispormos a comungar este Corpo doado e este Sangue derramado, aceitamos uma existência pascal como regra para nossa vida. Adoremos, festejemos e nos saciemos dAquele que se fez nosso alimento, para que vivendo dEle tenhamos a reserva de vitalidade para sermos dom para os irmãos.

Mc 12,35-37: “O PRÓPRIO DAVI O CHAMA SENHOR.” 

Em Jesus se cumpre a promessa feita a Davi de que o Seu filho sentaria eternamente no trono. Mas Jesus não cabe nas categorias estreitas dos escribas: Jesus é o Filho de Deus. Essa Palavra nos pede para estarmos sempre atentos ao nosso modo de entender e expressar as “coisas” de Deus, pois Ele também não cabe nas nossas categorias. Podemos afirmar concepções verdadeiras sobre Deus, mas tudo o que sabemos é bem menos do que o que não sabemos. Deus revelou o que basta para nossa vida de criaturas. Seria orgulho pretendermos dominar o conhecimento de Deus. Do que foi revelado requer de nós atitude de escuta para nos aprofundarmos. Inteligências brilhantes podem não entrar no mundo de Deus por quererem transportar para lá os mesmos instrumentos de observação utilizados nas pesquisas. Para ser bom médico não é necessário ter humildade, nem silêncio interior, nem moldar a vida com a própria ciência. Para sermos iniciados nas “coisas” de Deus, precisamos nos predispor durante toda a vida: inteligência, vontade, coração e afetos. Não esqueçamos: Deus não se dá a conhecer aos meramente curiosos.

Mc 12,38-44: “ESTA VIÚVA QUE É POBRE LANÇOU MAIS DO QUE TODOS.” 

Há um princípio que rege o Cristianismo: a disposição a ter, como única segurança, a Deus. A questão não é financeira, mas do coração, da confiança que sabe que pode abrir mão de tudo. O tesouro do templo representa as mãos de Deus. Estamos dispostos a colocar nas mãos de Deus tudo o que temos para viver? Não sejamos afoitos em responder, até porque a resposta adequada não é dada com os lábios. Oferecer “tudo” significa não reservar espaços na vida para cultivar sonhos loucos, ter zonas na vida em que não perguntemos o que Deus queira, ou se realmente Ele aprova o que estamos vivendo. Dar da pobreza é assumir o ônus de uma vida difícil, se o caminho alternativo for o da porta larga que não leva a Deus. Seremos tentados a apertar as duas moedas na mão para apostá-las em algo que nos dê algum retorno de felicidade. Aquela viúva também queria felicidade, queria vida e ela foi suficientemente inteligente para ver que nas mãos de Deus estava o melhor investimento a fazer. Ela se dispôs a perder para ganhar: eis a lógica pascal. Quem guarda sua vida para si corre o risco de perdê-la.

Evangelista - São Mateus

Mt 5,1-12: “BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS.” 

Afirmação como essa sinaliza a origem divina dos evangelhos. Quem de nós colocaria os aflitos dentre as pessoas felizes? Os pobres, os mansos e os aflitos estão aptos a receber a bênção do Reino, a plenitude de vida dada de forma não merecida. Os aflitos estão mais dispostos, pois sabem que não podem esperar do mundo a consolação. A felicidade do Evangelho nos alcança, quando não aguardamos “deste mundo” nosso consolo, quando nos convencemos de que não se trata somente de um erro de estratégia nossa insatisfação, mas de uma exigência que nada daqui possa atender. O cristão não espera deste tempo, nem neste tempo a realização do Reino. Realmente, não está de todo errado quem nos acusa de sermos “trasmundanos”, enquanto nos negamos a viver aqui como fonte última de vida. Nós vivemos o princípio paulino do ‘como se não’: os que compram, os que se alegram, os que se casam, como se não... Essa é a lógica do Evangelho; e não segundo a carne e o sangue. Deixemos que o Evangelho nos transforme, não mudemos o Evangelho, colocando-o nos limites da nossas conveniências mundanas. Em Jesus está a consolação, que já podemos experimentar.

Mt 5,13-16: “BRILHE A VOSSA LUZ DIANTE DOS HOMENS.” 

Brilhe para nos gloriar? Não! Para a glória do Pai. Somos como a lua, não temos luz própria, nossa energia interior depende da nossa ligação com Jesus, o Sol da justiça, que do alto nos veio visitar. Essa Palavra traz o testemunho, a vibração que gera em quem encontra Jesus. Sem a vivência com Jesus somos como sal que se iguala à areia, ou como a luz escondida embaixo do móvel. A glória do Pai, no mundo, fica diminuída se formos opacos. Que nossa face seja manifestação de fé na vitória de Jesus sobre a morte, do quanto nos sentimos cuidados pelo Pai e de que o Espírito habita em nós quais templos. Nossa intensidade de amor ao próximo sinalize que Jesus é o centro irradiador da nossa vida. Nosso estilo de vida desperte em quem encontrarmos a ação de graças ao Pai e que, através de nós, o nome de Deus seja honrado. Amém!
Fontes: Pe. José Otácio O. Guedes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário