O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

EVANGELHOS DA QUARESMA - REFLEXÕES

Mt 4,1-11 - 09.03.2014. 1º Domingo da Quaresma

Muita paz e alegria a você que está vivenciando esta Quaresma, conosco e a toda a sua família! No 1º domingo da quaresma. Nesses quarenta dias que precedem a Páscoa, recordamos os quarenta anos do povo hebreu no deserto e os quarenta dias em que Jesus fez a experiência de deserto, preparando-se para sua missão.
O mais importante da quaresma é a Páscoa: a festa central do cristianismo e o ponto alto do tempo litúrgico. Mais do que simples preparação da Páscoa, a quaresma constitui ensaio de vida nova no Espírito.
Quaresma é tempo de deixar tudo o que é velho em nós, tempo de abrir-nos à vida sempre nova que brota da cruz, tempo de converter-nos ao projeto de Deus, ouvindo e acolhendo sua Palavra, que nos propõe buscar primeiro o Reino de Deus e sua justiça, retomando a opção fundamental de nossa fé, feita no Batismo.
O Evangelho deste domingo, em Mateus, capítulo 4, versículos de 1 a 11, fala das tentações de Jesus. Mais do que tentações, o que acontece com Jesus nesta passagem deve ser chamado de provações.
Tal como o povo de Israel que, saindo do Egito e sendo guiado por Moisés, é posto à prova por quarenta anos, assim Jesus, guiado pelo Espírito, enfrenta as provações do deserto por quarenta dias.
No entanto, ao contrário do povo, que tantas vezes sucumbiu às murmurações e aos ídolos, Jesus supera e vence todas as provas.
A cada proposta do demônio, Jesus responde citando a Escritura e manifestando sua total e plena adesão e obediência a ela.
Este é o caminho oferecido para esta quaresma: tornar a Palavra de Deus o critério fundamental que nos orienta e nos firma no meio dos confrontos entre o Reino de Deus e o que o ameaça. Portanto,, ser discípulo de Jesus é aprender da Palavra e ser sustentado por ela.
Oração
Ó Deus, escuta as preces de teus filhos e filhas que iniciam a caminhada quaresmal. Dá-nos a graça de estarmos mais atentos aos teus desígnios de amor, para que possamos celebrar, na alegria do Espírito Santo, a santa Páscoa de Jesus Cristo. Amém.
(Salmo 50) Piedade, ó Senhor, tende piedade, pois pequei contra vós.

2º DOMINGO DA QUARESMA - ANO A - REFLEXÃO Mt 17,1-9 - 16.03.2014.

Celebramos nesta data o domingo da Transfiguração do Senhor. Em nossa caminhada em preparação à Páscoa, vamos subir a montanha com Jesus e três de seus discípulos, para fazermos a experiência da intimidade com ele, recebermos a visão de sua glória e o mandamento de escutar sua Palavra.
O trecho de Mateus, capítulo 17, versículos de 1 a 9, lido na liturgia deste segundo domingo da quaresma, tem como objetivo nos ensinar que a Transfiguração de Jesus serve para nos mostrar que ele é o novo Moisés, o Servo de Javé e o Profeta por meio do qual chega a nós o Reino da Justiça.
O texto afirma que o rosto de Jesus brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Isso significa que a Justiça do Reino vai triunfar: "Os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai".
Moisés e Elias representam, respectivamente, a Lei e os Profetas; foram pessoas que falaram diretamente com Deus no monte Sinai. Agora estão falando com Jesus.
A Transfiguração de Jesus é sinal de sua ressurreição, vencendo a morte e a sociedade violenta que o matou. Ela se torna, assim, anúncio da vitória da justiça sobre a injustiça.
A reação dos discípulos é de medo: "Eles ficaram muito assustados e caíram com o rosto em terra". Na Bíblia, essa é a reação característica dos que receberam grandes revelações divinas.
Em nossa vida, carregada de nuvens e sofrimentos, não faltam momentos de transfiguração, nos quais sentimos a presença amorosa de Deus e experimentamos seu convívio.
Estes momentos de experiência viva de Deus não são ilusão. Tornam-se possíveis particularmente quando os entregamos à oração, como o foi para Jesus que subiu ao monte para rezar.
ORAÇÃO:
Ó Deus de toda luz, tu manifestaste tua glória no rosto transfigurado do teu Filho Jesus, tua presença para sempre no meio de nós. Escuta nossas preces e cobra-nos com o mesmo Espírito que o animava. Amém.
(Salmo 32: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, venha a nossa salvação.

3º DOMINGO DA QUARESMA - Jo 4,5-15.19b-26.39a.40-42 ou Jo 4,5-42 - 23.03.2014

Na narrativa do evangelho de João capítulo 4, versículos de 5 a 42, temos o encontro de Jesus com uma mulher samaritana. Tudo começa ao redor de um poço. O poço recorda muitos fatos do Antigo Testamento, entre eles o poço em que o servo de Abraão encontrou Rebeca, futura esposa de Isaac; o poço onde Jacó se encontrou com Raquel etc. O poço de Sicar é, pois, o lugar onde a humanidade encontra seu esposo e líder.
Uma mulher sem nome se aproxima, ao meio-dia, para buscar água. Ela não tem nome porque é a própria humanidade que está procurando, no sufoco do calor, algo que sacie, de uma vez por todas, sua sede.
Jesus tem sede como qualquer ser humano, e pede de beber. Com isso está começando a quebrar o preconceito racial.
Judeus e samaritanos se detestavam mutuamente. Os judeus mais radicais haviam decretado o estado permanente de impureza das mulheres samaritanas.
Jesus está com sede, mas quem pede água é a mulher, pois ele tem água capaz de saciar para sempre a sede de todos: "Se você conhecesse o dom de Deus e quem é que está lhe dizendo: Dê-me de beber, você é que lhe pediria... Aquele que beber da água que eu vou lhe dar nunca mais terá sede".
Jesus é o presente de Deus que a humanidade precisa conhecer. Os judeus acreditavam se aproximar de Deus mediante o conhecimento e a prática da Lei. Jesus, aquele que revela o Pai, mostra que Deus está presente nas relações de fraternidade e gratuidade.
A água que Jesus dá é o Espírito, a força que vem de dentro  e jorra para a vida eterna. A mulher-humanidade tem sede dessa água, e por isso pede: "Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede...".
Os samaritanos aguardavam um messias diferente do esperado pelos judeus. Além do preconceito racial, tinham também preconceito religioso. Jesus acaba com esses preconceitos.
ORAÇÃO:
Ó DEUS, FONTE DE ÁGUA VIVA, FAZE QUE DEDIQUEMOS ESTE TEMPO QUARESMAL À FRATERNIDADE E À ORAÇÃO, PARA QUE SEJAMOS RECRIADOS PARA UMA VIDA NOVA. AMÉM.
Salmo 94: Hoje não fecheis o vosso coração, mas ouvi a voz do Senhor!

4º DOMINGO DA QUARESMA - Jo 9,1.6-9.13-17.34-38 ou Jo 9,1-41 - 30.03.2014

Que o Deus da misericórdia nos dê a graça de crescer, ao longo desta quaresma, no seguimento de Jesus Cristo, e de corresponder ao seu amor com uma vida digna, vivendo os valores do Evangelho.
No evangelho de hoje, em João, capítulo 9, versículos de 1 a 41, temos a cura do cego de nascença; é o chamado domingo da alegria. Somos convidados a deixar para trás qualquer atitude de tristeza e assumir uma atitude de alegria, pela consolação que nos vem do amor de Deus.
No tempo de Jesus, os doentes eram considerados pecadores e impuros. No dia de sábado, havia a proibição de fazer qualquer trabalho. Essa ideologia reforçava a dominação sobre os mais pobres.
O contexto deste milagre da cura do cego é o da festa das Tendas, ocasião em que o povo recordava o tempo que Israel passou no deserto. Era um acontecimento festivo que suscitava esperança de vida aos sofredores. Nesse dia o sacerdote ia tirar água da piscina de Siloé para purificar o altar. À noite acendiam-se tochas sobre os muros do templo a fim de iluminar a cidade.  
A cura do cego de nascença mostra que Jesus é a água que nos lava das cegueiras da alienação e a luz que faz brilhar os olhos da fé.
A cegueira lembra a alienação e o pecado, e o lavar-se na piscina recorda a imersão na água, sendo a luz símbolo da fé. Na Igreja primitiva o batismo era conhecido como iluminação. De fato, a cura do cego tornou-se uma parábola da iluminação batismal.
A iluminação é progressiva: primeiro, o cego chama Jesus de homem; depois, de profeta; finalmente, de Senhor. O Batismo não é um título, mas um caminho. Na experiência do cego, essa evolução coincide com o processo de iniciação no caminho de Jesus.
O texto descreve as dificuldades que a pessoa deve enfrentar até proferir a fé de modo pessoal e profundo; e mostra que a libertação não acontece sem a nossa efetiva participação, deixando as obras das trevas e assumindo gradativamente as obras da luz.
ORAÇÃO:
Deus, luz da vida, tu partilhas conosco tua claridade. Olha teu povo reunido nesta quaresma, atende nossas preces e unge-nos com o teu Espírito. Amém.
Salmo 22: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

5º DOMINGO DA QUARESMA - REFLEXÃO - Jo 11,1-45

Neste evangelho, vamos refletir sobre a ressurreição de Lázaro, conforme o livro de João, capítulo 11, versículos de 1 a 45. Junto com Marta e Maria, professamos nossa fé em Jesus, ressurreição e vida, fazendo, com Lázaro, a experiência de sermos arrancados do túmulo, conduzidos à vida e desamarrados de tudo o que nos prende.
A ressurreição de Lázaro é um sinal que aponta para uma realidade maior e mais profunda: a vitória de Jesus sobre a morte e sua glorificação. Este é o sentido do texto: "Esta doença não é para a morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela".
Lázaro, Marta e Maria são a própria humanidade envolta em situações de morte. A doença é a doença do mundo; suas amarras são as amarras de todas as pessoas impossibilitadas de andar e viver.
Para todos eles Jesus dá a mesma ordem: "Desamarrem-no e deixem que ele ande!..." Marta e Maria recordam o sofrimento, a esperança e a fé de todos os sofredores de hoje.
Entre Jesus, Lázaro, Marta e Maria, isto é, entre ele e a comunidade cristã, vigoram relações de amor e fraternidade. Maria foi aquela que ungiu o Senhor com perfume e que tinha enxugado os pés dele com seus cabelos. Ungir com perfume é gesto de amor.
O texto sublinha ainda que Lázaro é amigo de Jesus e que Jesus ama Lázaro! Amor gera confiança e solidariedade em situações difíceis.
A ressurreição de Lázaro é apenas um sinal que aponta para a realidade profunda do Evangelho, isto é, a revelação de que a morte-ressurreição de Jesus é a prova maior do amor que Deus tem pelos seus.
Jesus vai à Judeia a fim de ressuscitar seu amigo. Isso acarretará a morte de Jesus, que é expressão máxima da solidariedade com os sofrimentos humanos. Mas o Pai o ressuscitará, e sua ressurreição é a prova definitiva de que a vida vence a morte.
ORAÇÃO:
Deus da vida, por quem tudo existe, tu não deixas morrer em nós a vida que nos ofereces. Tu, que fizeste Lázaro sair do túmulo, atende a nossa prece e devolve a vida aos teus filhos e filhas do mundo inteiro. Amém.


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