O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O MINISTÉRIO DA CATEQUESE

O Ministério da Catequese

1. Ministério e Catequese
Como bons administradores da multiforme graça de Deus, cada um coloque à disposição dos outros o dom que recebeu” (1Pd 4,10).

A palavra ministério tem um amplo significado. Ela condensa toda a ação de Jesus que veio servir a humanidade e inaugurar o Reino, concretizando a vontade divina de que “todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10). Da missão de Jesus, “pro-segue” a Igreja, chamada a servir o mundo e proclamar a libertação e a salvação para todos.

Ministério é “um carisma em forma de serviço reconhecido pela Igreja” (Bruno Forte). O ministério é um compromisso dado pela Igreja aos fiéis que desejam servir com responsabilidade a missão que lhes é confiada.

A Igreja reconhece que, “no conjunto de ministérios e serviços com os quais ela realiza a sua missão evangelizadora, ocupa lugar destacado o ministério da catequese” (DNC 39).

O ministério da catequese nasce e cresce dentro de uma comunidade eclesial e da necessidade de preparar os cristãos para dar uma resposta de qualidade ao seguimento de Jesus.
Paulo catequista e servidor da Igreja aconselha:
Temos, porém, dons diferentes segundo a graça que nos foi dada, seja a profecia, de acordo com a fé, seja o ministério, para servir. Se for o dom de ensinar, que ensine; se for o dom de exortar, que exorte. Se o de distribuir esmolas, faça-o com simplicidade. Se o de presidir, presida com zelo. Se o de exercer misericórdia, que o faça com alegria” (Rm 12,6-8).

O ministério do catequista ocupa uma importante missão dentro da Igreja, na obra da evangelização, onde se diferencia dos outros ministérios, pois o catequista é um educador da fé, que utiliza a pedagogia do Mestre de Nazaré, respeitando o tempo, a idade e a capacidade de cada catequizando.

A missão catequética é exercida em nome da Igreja, o que significa que o catequista deve orientar não a seu bel prazer, mas de acordo com as orientações da Igreja. Quem fala em nome da Igreja deve também ser reconhecido por ela. O papa João Paulo II, dizia: “Mesmo com a multiplicação dos serviços eclesiais e extra-eclesiais, o ministério dos catequistas permanece ainda necessário e tem características peculiares: os catequistas são agentes especializados, testemunhas diretas, evangelizadores insubstituíveis, que representam a força basilar das comunidades cristãs” (RM 73).

A catequese é uma dimensão que deve estar presente em todos os campos da ação evangelizadora da Igreja. Ela também é itinerário e processo de educação da fé. Deus chama seus filhos e filhas para exercerem o múnus (serviço) profético, sacerdotal e real a serviço da construção do Reino.

O termômetro de uma comunidade está na dedicação máxima ao serviço catequético, no zelo pela formação de qualidade dos seus catequistas, pois na realidade cultural, social e histórica em que vivemos, necessitamos de cristãos qualificados para transmitir a mensagem cristã, na formação de novos seguidores de Jesus, que sejam capazes de dar a vida pelo Evangelho. É o que diz o Diretório Nacional de Catequese: “A catequese consolida a vida da comunidade. Por isso, a Igreja é convidada a consagrar à catequese os seus melhores recursos de pessoal e energias, sem poupar esforços, trabalhos e meios materiais, a fim de a organizar melhor e de formar, para a mesma, pessoas qualificadas” (DNC 235).

Hoje há uma forma de reconhecimento e compromisso mais oficial com a instituição do ministério do catequista, não só como ministério reconhecido, mas instituído: “Aos catequistas reconhecidamente eficientes como educadores da fé de adultos, jovens e crianças, e dispostos a se dedicarem por um tempo razoável à atividade catequética na comunidade pode ser conferido oficialmente o ministério da catequese” (DNC 245).

Contudo isso não quer de forma alguma trazer uma conotação de poder e status. Como o próprio Senhor alertou seus discípulos: "Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos" (Mc 10, 42-45).

Aquele que não recebeu oficialmente o ministério também continua sendo ministro da Palavra e da Catequese, porque é um servidor da comunidade. Pois seu mandato continua brotando do testamento espiritual do Senhor na última ceia: “Dei-vos o exemplo para que façais o mesmo que eu vos fiz. (...) Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,15.35).

Há quem diga que o ministério da catequese foi instituído para acabar com a problemática da rotatividade dos catequistas. Será que isso será suficiente para sanar essa lacuna? Outros problemas também emergem e desafiam a catequese na vida da Igreja. É o que veremos a seguir.

Proposta de atividade em grupo:

Re-inventar a catequese com o entusiasmo de quem descobriu o tesouro e quer ser um discípulo apaixonado pelo Reino.

Proclamação do Evangelho segundo Mateus (Mt 13,44-46):

O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo. Alguém o encontra, deixa-o lá bem escondido e, cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e compra aquele campo.

O Reino dos Céus é também como um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, ele vai vende todos os bens e compra aquela pérola.

Para refletir:

“Há uma história de um homem que corre ao encontro de um monge que está passando pela aldeia: ‘Dê-me a pedra, a pedra preciosa!’ O monge diz: ‘De que pedra você está falando?’ O homem: ‘Ontem à noite, Deus me apareceu em sonho e disse: ‘Um monge estará passando pela aldeia ao meio-dia de amanhã, e se ele lhe der uma pedra que leva consigo, você será o homem mais rico do país. Então, dê-me a pedra!’ O monge remexeu no saco e tirou um diamante. O maior diamante do mundo, do tamanho da cabeça de um homem! E disse: ‘É essa pedra que você quer?
Eu a encontrei na floresta. Tome-a’ O homem agarrou a pedra e saiu correndo para casa. Mas não pôde dormir aquela noite. Na manhã seguinte, muito cedo, foi onde o monge estava dormindo, debaixo de uma árvore, acordou-o e disse: ‘Aqui está o seu diamante de volta. Quero a riqueza que o torna capaz de jogar a riqueza fora’. Isso é o que temos de descobrir se quisermos achar a alegria”
(Anthony de Mello).

Partilhar em grupo:

1. Qual é o seu verdadeiro tesouro, sua alegria?

2. A partir das parábolas, o que é catequizar? Nossos encontros, nosso ministério e nossa vida revelam que somos pessoas que encontraram a verdadeira alegria?

3.Qual a maior riqueza da catequese? O que fazer para ajudar catequista e catequizando a encontrar a verdadeira alegria?

4. Uma frase que sintetize a ideia do grupo sobre esse texto. “O segredo da vida não é correr atrás das borboletas. Mas cuidar do jardim, de modo que elas venham até você” Mário Quintana

2. Desafios para o ministério do Catequista

Adormeci e sonhei que a vida era alegria; despertei e vi que a vida era serviço; servi e vi que o serviço era alegria” (R. Tagore).

Um dos maiores problemas enfrentados pela catequese hoje é a formação permanente. Muitos não participam ativamente, inserindo-se na comunidade e em comunhão com a Igreja que conferiu o mandato de catequista. A conseqüência da falta de compromisso com a formação continuada será a educação de cristãos desvinculados da vida e da comunidade, para uma prática descompromissada e individualista.

Além da problemática da formação, encontramos diversas realidades que a catequese se depara:

Crianças e jovens que encontraram na família um ambiente propício para a iniciação cristã e outras não.
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Catequizandos que foram iniciados aos sacramentos, mas não foram devidamente iniciados à vida comunitária.
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Diversidade quanto à realidade vivida pelos catequizandos.
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Famílias em situações irregulares diante das leis da Igreja.
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Pessoas cada vez mais sedentas de Deus e de um caminho de fé.
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Pluralidade de religiões e seitas numa sociedade cada vez mais global e excludente.
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Grande rotatividade de catequistas.
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Faltam catequistas preparados para o ministério na Igreja.
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Falta de um maior conhecimento bíblico e teológico.

É muito comum ouvir nas ruas que as pessoas não querem compromisso. Mas isto vira filme de terror, quando ouvimos da boca de um catequista: “se for pra exigir algo mais sério eu desisto de ser catequista!”. Se for um trabalho que exige tempo, disponibilidade e perseverança as pessoas e até os catequistas tentam dar um jeitinho para saírem de fininho. Não querem, não gostam, não se sentem autenticamente motivados.

Numa conversa bastante franca pode-se dizer que não é só a catequese que empenha sacrifício, capacidade para aprender e uma boa dose de motivação. Tudo na vida requer isso, inclusive o trabalho e o casamento. Será que as pessoas estão realmente conscientes disso? Muitos fazem suas opções sem terem consciência das conseqüências de suas escolhas.

A maioria das pessoas hoje quer optar por uma vida fácil, descomprometida e sem muita dor de cabeça. Será que a nossa fé cristã admite sustentar uma visão dessas? Ser cristão, não só de nome, implica em assumir pra valer o mesmo caminho de Jesus, um caminho que dá sentido à vida, que traz felicidade, mas que tem as suas renúncias, que requer doação, discernimento e coragem. Só quem ama verdadeiramente, está disposto a correr todos os riscos para oferecer maior qualidade de vida para os outros. Isto fez Jesus: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Quem não segue este mesmo caminho, trai a sua fé e engana a si próprio num caminho de aparências e desventuras.

Em meio aos desafios, as Diretrizes Gerais para a Catequese já apontam para a catequese como uma ação prioritária na Igreja: “a formação catequética é prioridade absoluta, e qualquer atividade pastoral que não conte para a sua realização, com pessoas realmente formadas e preparadas, coloca em risco a sua qualidade” (DGC 234).

O ministério do catequista não pode ser de modo algum uma atividade improvisada, espontânea e momentânea. Para responder aos desafios faz-se necessário elencar alguns critérios importantes para ser catequista na Igreja:

Ser jovem (acima de 15 anos) ou adulto, que tenha recebido os sacramentos de iniciação cristã.

Alguém que tenha passado por uma formação inicial para ser catequista.

Uma pessoa bem integrada consigo mesma, equilibrada em sua afetividade e sexualidade.

Seja uma pessoa aberta e disponível para viver a comunhão com os demais membros da comunidade que atuam em pastorais, movimentos e ministérios na Igreja.

Tenha discernimento e boa conduta, habilidade para corrigir e humildade para servir.

Saiba exercitar a paciência, por meio do respeito e da tolerância ao diferente.

Seja uma pessoa alegre, com coração de discípulo para aprender e um místico para experimentar a presença de Deus pela oração.

Seja membro ativo de sua comunidade, que participa e celebra a sua fé, testemunha a caridade e a esperança.

Seja um pessoa de fácil convivência, de bom relacionamento e bonita amizade com os demais catequistas.

Saiba acolher os catequizandos e conviver com a diferença, sem perder sua identidade de pessoa, cristão e ministro da Igreja.

Esteja aberto e atento à formação permanente, para crescer cada dia a mais no discipulado missionário
de Jesus.

Tenha grande estima pela catequese, deixando transparecer sua paixão pela catequese no anúncio-testemunho da Palavra de Deus.

3. O ministério da coordenação na Catequese

Não tem sentido pensar o ministério se não refletir também a necessidade de haver uma coordenação na catequese. Justamente por contar com inúmeros voluntários no serviço da catequese, é importante que haja um trabalho de coordenação das atividades e das pessoas envolvidas neste processo, a fim de que todos caminhem em busca de um mesmo objetivo e coloquem seus esforços numa mesma direção.

O que sugere a palavra coordenar? Qual seu significado? Coordenar é:

Exercer a missão de pastor que conduz, orienta e encoraja (cf. Jo 10,10)

Articular pessoas, estruturas e atividades.

Servir, em lugar de dominar.

Buscar os pontos comuns em função da unidade.

Incentivar a participação e a colaboração de todos.

Saber administrar conflitos e tensões.

Amar e doar seu tempo com prazer.

Saber trabalhar em equipe.

Abrir espaço para o diálogo.

Saber dividir tarefas e responsabilidades.

Segundo o Diretório Nacional de Catequese, a coordenação é uma “co-operação”, uma ação em conjunto, de co-responsabilidade conforme os diversos ministérios. Jesus é a fonte inspiradora na arte de coordenar. Ele não assumiu a missão sozinho. Fez-se cercar de um grupo (...) Em Jesus, o ministério da coordenação e animação caracteriza-se pelo amor às pessoas e pelos vínculos de caridade e amizade. Ele conquista confiança e delega responsabilidades” (DNC 314).

Todo catequista acaba realizando a missão de ser um líder, um coordenador entre os seus catequizandos. Contudo queremos apontar para o trabalho de uma equipe de coordenação de catequese em uma paróquia ou comunidade. O bom desempenho da catequese depende sempre de uma boa coordenação. Isto quer dizer que o coordenador não pode caminhar sozinho, decidindo tudo sem contar com a participação do seu grupo.

A coordenação procura integrar todos os participantes do processo catequético: catequistas, pais, catequizando e a comunidade. Esse bom entrosamento é importante para que a catequese cresça quanto à formação, relacionamento humano-afetivo, escuta, diálogo, espiritualidade, comunhão e comunicação.

Quais as qualidades essenciais para a o serviço da coordenação? São elas:

Humildade para assumir este ministério como missão que brota da experiência de vida cristã comunitária (DNC 318).

Gratuidade (Não é o coordenador que se escolhe, ele é escolhido pela comunidade).

Responsabilidade e consciência de suas funções e atribuições.

Vontade de aprender: seguindo a metodologia do aprender a fazer fazendo.

Sabedoria para valorizar os que os outros catequistas têm de especial, suas capacidades, virtudes, dons e carismas.

Capacidade de escutar, animar e contagiar a todos pelo entusiasmo.

Discernimento para tomar decisões e criatividade para ter iniciativas.

Capacidade para aprender, buscar treinamentos e formação.

Vejamos também as ações concretas da coordenação de catequese na paróquia:

Estar em sintonia com as orientações e encaminhamentos da coordenação diocesana e setorial.

Estar integrada e presente no Conselho Paroquial de Pastoral (CPP).

Promover momentos de estudo, semana catequética, confraternização, retiros.

Fazer chegar à coordenação setorial e arquidiocesana decisões, problemas, conflitos, reivindicações e conquistas.

Conhecer a realidade da catequese (crianças, adolescentes, jovens, pessoas com deficiência e adultos).

Planejar a catequese (inscrição, turmas, temas para formação).

Promover encontros de formação com catequistas e partilha das experiências.

Encontros com os pais.

Dinamizar o trabalho catequético na comunidade paroquial.

Estar em sintonia com os coordenadores das comunidades e o padre responsável.

Abrir espaços para planejamento de atividades e avaliação da caminhada.

Participar dos encontros da coordenação setorial e arquidiocesana.

Integrar a catequese na caminhada da paróquia, especialmente com outras pastorais afins (Pastoral Familiar, da Criança, da Juventude, Vocacional, Coroinhas e Acólitos, etc).

4. A arte de liderar

A palavra liderar significa, em sua raiz, “ir, viajar, guiar”. Liderança implica sempre num movimento. Os líderes “vão primeiro”, são pioneiros. Iniciam a busca de uma ordem. Aventuram-se em território inexplorado e nos guiam em rumo a lugares novos e desconhecidos. O papel do líder é nos conduzir a lugares onde nunca estivemos antes.

 Ser líder não é uma herança genética, nem determinação do destino. É algo que se pode aprender, exercitar e aperfeiçoar pela prática. Trabalhando com valores, confiança e desafios, é possível criar oportunidades no contexto do desempenho cotidiano e fazer delas seu campo de treinamento. E, com a prática poder até transformar a liderança em um novo modelo de vida, como fez Jesus.

Liderar não é uma tarefa fácil, é algo que exige muita paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso. Desta forma, pode-ser definir liderança como o processo de dirigir e influenciar as atividades relacionadas às tarefas da equipe.

No início do século quando se pensava em liderança a primeira coisa que vinha a mente era algo do tipo mandar, exigir, em outras palavras uma liderança autocrática. Em nossos dias mencionada a palavra liderança associamos a uma trabalho singular.

Alguns teóricos sobre o estudo de liderança procuraram verificar a influência causada por três diferentes estilos de liderança nos resultados de desempenho e no comportamento das pessoas.
Os autores abordaram três estilos básicos de liderança: a autocrática, a liberal e a democrática.

Liderança autocrática: o líder centraliza totalmente a autoridade e as decisões. Os subordinados não têm nenhuma liberdade de escolha. O líder autocrático é dominador, emite ordens e espera obediência cega dos subordinados. Os que se sujeitam à liderança autocrática tendem a apresentar maior volume de trabalho produzido, mas com evidentes sinais de tensão, frustração e agressividade. O líder é temido pelo grupo, que só trabalha quando ele está presente. A liderança autocrática enfatiza somente o líder. Este tipo de
liderança na vida eclesial é desastrosa, porque só traz medos e inseguranças. Para a catequese também não ajudaria por que essa liderança não gera protagonistas!
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Liderança liberal: o líder permite total liberdade para tomada de decisões individuais ou grupais, participando delas apenas quando solicitado pelo grupo. O comportamento do líder é sempre “em cima do muro” e sem firmeza. Os que se sujeitam à liderança liberal podem apresentar fortes sinais de individualismo, divisão do grupo, competição, insatisfação, agressividade e pouco respeito ao líder. O líder é ignorado pelo grupo. A liderança liberal enfatiza somente o grupo. Esse tipo de liderança também só tem a prejudicar a caminhada da comunidade. A catequese também não funcionaria desse modo.
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Liderança democrática: o líder é extremamente comunicativo, encoraja a participação das pessoas e se preocupa igualmente com o trabalho e com o grupo. O líder atua como um facilitador para orientar o grupo, ajudando na definição dos problemas e nas soluções, coordenando as atividades e sugerindo idéias. Os que se sujeitam à liderança democrática apresentam boa quantidade de trabalho e qualidade surpreendentemente melhor, acompanhadas de um clima de satisfação, integração grupal, responsabilidade e comprometimento das pessoas. Esse é o tipo de liderança que se espera florescer no ambiente eclesial e catequético.
James C. Hunter, autor da obra “O Monge e o Executivo” traz propostas que é chamada de liderança servidora, que tem como teoria: liderar significa servir. Jesus sempre exercia liderança por meio de autoridade e não de poder, ou seja, as pessoas seguiam Jesus por livre espontânea vontade. Quando se usa o poder você obriga as pessoas a fazerem sua vontade, mas quando se usa a autoridade, as pessoas fazem o que quer de boa vontade, por sua influência pessoal.

 Outro princípio bíblico é aprender a servir, que requer do líder humildade de encarar as mesmas tarefas feitas por seus subordinados. Na prática, ao serem incorporadas essas atitudes como liderança servidora, partilhar poder e valorizar o desempenho das pessoas na equipe tudo isso leva as pessoas a ter um bom êxito em tarefas desafiantes. Isso faz toda a diferença.

Atividade em grupo:

1. Fazer a leitura do texto: Ex 18,13-27.
2. De que trata o texto? Qual o problema a ser solucionado?
3. Quais a atitudes de Moisés e de Jetro?
4. O que aprendemos com o texto?

Uma ajuda para o grupo:

Aqui encontramos dois princípios fundamentais para uma liderança bem-sucedida:

a) O texto aponta para a necessidade de uma autoridade exercida de forma participativa, com a
organização de grupos menores e com a escolha de lideranças experientes.
b) O sogro alerta Moisés que se ele não mudar a metodologia, todo o povo vai morrer. O
caminho é descentralizar. Concentrar poder é matar-se a si mesmo e matar o povo!
c) O que este texto e estas afirmações têm a dizer para a nossa catequese?

QUADRO COMPARATIVO

.. Você sabe qual a diferença básica entre um chefe/gerente e um líder?

CHEFE / GERENTE LÍDER
Existe para controlar as decisões que vêm de cima para baixo.
Existe para articular as funções e responsabilidades de cada um através do
diálogo e da partilha.
Os chefes são obedecidos. Os líderes são respeitados.
Busca o controle. Busca a mudança e a inovação.
Trabalha o presente, olhando para o passado. Trabalha o presente, olhando para o futuro.
Mantém o “sistema”. Inova o “sistema”.
Enxerga funções e estruturas. Enxerga pessoas e aptidões.
Segue projetos e idéias estabelecidos. Estabelece novos projetos e idéias.
Vê as coisas como estão funcionando. Busca novos caminhos para a organização.
Faz certo as coisas – eficiente. Faz as coisas certas – eficaz.
Trabalha baseando na obrigação. Serve baseando na motivação.
Se interessa pelo que as pessoas podem fazer. Se interessa pelo que as pessoas são.
Trabalha pensando na remuneração e no dinheiro.
Trabalha voluntariamente em vista do bem comum.
Busca a produtividade no trabalho. Busca a felicidade dos outros no serviço.
Movido pelos interesses da corporação. Movido pela fé.
Preza regras e regulamentos. Preza os relacionamentos inter-pessoais.
Prima pela competição. Prima pela compaixão.
Adora subserviência. Ele ama a humildade.
Exalta as conquistas pessoais. Exalta as conquistas do grupo.
Trabalha sozinho, tendo poder sobre os outros.
Trabalha em equipe, em comunhão com o grupo.

.. O catequista é mais chefe/gerente ou mais líder? Isto se verifica concretamente em nossa
realidade?

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