4ª Catequese - Parábola do semeador (Mt 13).
"O que ceifa recebe o salário e ajunta fruto para a vida eterna; assim o semeador e o ceifador juntamente se regozijarão" (Jo 4,36).
Naquele dua, saiu Jesus e sentou-se à beira do lago. Acercou-se dele, porém, uma tal multidão, que precisou entrar numa barca. Nela se assentou, enquanto a multidão ficava à margem. E seus discursos foram uma série de parábolas.
Disse ele: "...Um semeador saiu a semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e comeram. Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque era pouco profunda. Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes. Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram. Outras, enfim, caíram em terra boa: deram bons frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um. Aquele que tem ouvidos, ouça".
"Ouvi, pois, o sentido da parábola do semeador: quando um homem ouve a palavra do reino e não a entende, o maligno vem e arranca o que foi semeado no seu coração. Este é aquele que recebeu a semente à beira do caminho. O solo pedregoso em que ela caiu é aquele que acolhe com alegria a palavra ouvida, mas não tem raízes, é inconstante; sobrevindo uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, logo encontra uma ocasião de queda. O terreno que recebeu a semente entre os espinhos representa aquele que ouviu bem a palavra, nele os cuidados do mundo e a sedução das riquezas a sufocam e a tornam infrutuosa. A terra boa semeada é aquele que ouve a palavra e a compreende, e produz fruto: 100 por 1, 60 por 1, 30 por 1."
Na parábola do semeador, Jesus retrata as diferentes formas como o recebem cada um daqueles aos quais o Evangelho é anunciado, de acordo com sua má ou boa vontade na aceitação da palavra de Deus, e a maneira como procedem após tê-la ouvido, na qual os homens podem ser classificados como "beira do caminho", "pedregal", "espinheiro" ou "terra boa".
O ensinamento é oferecido a todos, apesar das diferentes condições do "solo", ou seja, das pessoas que irão recebê-lo. Todos nós tivemos e temos acesso à mensagem cristã, o que difere, é a maneira como a utilizamos em nossa vida. Algo interessante que se pode notar é que a "semente", que significa a mensagem divina, não muda, mas sim a "qualidade do solo", que somos nós. Muitas vezes, ao semearmos encontramos pessoas que apresentam características semelhantes aos solos descritos e até características de mais de um dos tipos citados.
Os que se enquadram na figura de:
À beira do caminho são aqueles que ouvem, mas não se atentam à mensagem recebida estando seus corações ainda insensíveis a qualquer apelo de ordem mais elevada.
O termo solo pedregoso são aqueles que recebem a mensagem com alegria, ou seja, ao se lhes falar do Evangelho o aceitam prontamente e com júbilo. Entretanto, por não terem raízes - que pode ser representada por uma determinação interior para vencer o comodismo, os vícios, os maus desejos etc. - sentem-se incapazes, ou ainda, não acreditam que seja possível haver uma transformação de seus hábitos, uma melhora de seus sentimentos e acabam sucumbindo diante das tribulações e perseguições.
Os espinhos são aqueles que, embora já tenham tido "notícias" dos ensinamentos evangélicos, os admirem e até os louvem, sentem-se, todavia, demasiadamente presos às coisas materiais, que consideram mais importantes do que a formação de uma consciência espiritual. A ausência de terra representa a falta de profundidade de algumas pessoas, que ficam sempre na superfície das situações, sem se envolverem efetivamente; não dão frutos, pois não conseguem apresentar raízes profundas.
E por fim, a terra boa ou fértil diz respeito àquele que acolhe a semente e permite que ela germine dando-lhe condições para que cresça e frutifique. Representa aqueles que possuem corações generosos, dispostos a contribuir e a se transformarem em auxiliares na construção de um mundo novo.
Os frutos são obtidos em diferentes quantidades, o que vem a representar capacidades diferenciadas para que a semente se desenvolva.
Estes são aqueles que abraçam o ideal cristão de corpo e alma, e se esforçam para pô-lo em prática, e embora sofram tropeços e fracassos algumas vezes, perseveram animosos e de seus trabalhos abençoados resultam frutos de benemerência e de amor ao próximo.
Entendemos, pois, que a qualidade da terra está associada "ao diferente estágio de abertura do coração no qual cada um de nós se encontra", e que a quantidade dos frutos demonstra o quanto estamos dispostos e nos doando em maior ou menor intensidade.
Dependerá, enfim, do abuso de que dispomos e que propomos, efetivamente, a oferecer.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!
Para FIXAR:
1- Como você se encaixa na Parábola do Semeador?
2- Fale sobre o seu processo de conversão.
"Não te afaste da Igreja: Nada é mais forte do que ela. Ela é tua esperança, o teu refúgio. Ela é mais alta que o céu e mais vasta que a terra. Ela nunca envelhece" (São João Crisóstomo)
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