O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Reflexão: Evangelho - Jo 10,1-10; Jo 10,22-30; Jo 12,44-50; Jo 13,16-20; Mt 13,54-58; Jo 15,1-8; Jo 14,21-26

Jo 10,1-10 "As ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz".

Por que as ovelhas se desencaminham, se seguem a voz do Pastor e não a dos ladrões? Os ladrões se especializam em imitar a voz do pastor. Quem não se interessa pela felicidade? E pela busca da liberdade total? Quem não se encanta com o amor? As propostas originárias de Jesus são recolocadas de forma a serem conseguidas sem esforço. Não nos iludamos, sem cruz não há Páscoa; sem o dom de si não há amor verdadeiro; como ser livre se o 'homem velho' mandar em nós? Senhor, que a suave e forte melodia da tua voz alcance nossos ouvidos!

Jo 10,22-30: “SE TU ÉS O CRISTO, DIGA-O A NÓS ABERTAMENTE”. 

Por que querem arrancar uma 'confissão' de Jesus? Para quem está fechado, de nada serve dizer abertamente. Na fé há luz suficiente para quem quer ver e trevas suficientes para quem não quer ver (Pascal). Para que dizê-lo abertamente? Para satisfazer a curiosidade? O que buscam, verdadeiramente? É indigno aproximar das coisas de Deus por mero desejo de saber, sem a disposição de abertura de coração. Deus não se deixa conhecer por quem não se deixa converter. Quem somos nós para pedir provas a Deus? Abramos o coração e veremos, na simplicidade das coisas, a manifestação (epifania) de Deus. Deus é simples e se esconde na complexidade, dando-se a conhecer na simplicidade. Com a sua vida, morte e ressurreição Jesus já nos disse tudo que tinha para nos dizer sobre si; a nós cabe a acolhida humilde da adesão crente.

Jo 12,44-50 "Eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo". 

Em tensão com as palavras duras de João Batista, Jesus fala de misericórdia e da paciência de Deus: o machado é tirado da raiz; mais um tempo é dado à figueira. Mas diante da 'palavra' de Jesus, ou melhor, da palavra que é o próprio Jesus, alguma decisão deve ser tomada: adesão, rejeição ou indiferença. Jesus, em quem 'habita a plenitude da divindade', se apresenta hoje e pede de nós uma escolha: ou Ele ou nós mesmos. Nossa vida se define pelas escolhas que fazemos. Que nossa vida tenha a forma do mistério da Páscoa: vida fecunda, porque foi doada.

Jo 13,16-20 "O mensageiro não é maior que aquele que o enviou". 

O contexto desta fala é o lava-pés. Nós somos os enviados, não temos autonomia em relação ao Evangelho: o que se espera do enviado é que repasse a mensagem de quem o enviou. Temos que voltar à vida de Jesus, ao seu jeito, aos seus valores. É natural que se junte uma "pátina" na vida da comunidade cristã. O Evangelho está aí para que seja recuperada a imagem original de Cristo em nossas faces de discípulos. Fazer um cristianismo ao nosso modo será sempre uma tentação. Lembremo-nos: Jesus não aceitou nem a espada de Pedro, nem o fogo do céu de João e Tiago. Ele aceitou o alabastro de perfume rompido e derramado aos seus pés.


"Ó Deus, criador do universo, que destes aos homens a lei do trabalho, concedei-nos, pelo exemplo e a proteção de São José, cumprir as nossas tarefas e alcançar os prêmios prometidos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo". (Oração Coleta da missa de São José Operário)

Mt 13,54-58 "Não é ele o filho do carpinteiro?". 

Hoje refletimos sobre o lugar do trabalho na vida. Ao homem expulso do paraíso, o trabalho está ligado à maldição: o suor do rosto e a luta com a terra. Jesus assume também o trabalho e o redime. O homem 'em Cristo' continua lutando com a terra, mas o suor do rosto e ocasião para dar glória a Deus e fazer a terra participar da glória de sua filiação. Que o nosso trabalho seja redimido pela oferta sobrenatural que dele fazemos a Deus.

Jo 15,1-8 "Eu sou a videira e vós os ramos". 

A imagem fala por si. Jesus não é só um exemplo bom para nós, ele é a fonte de vitalidade da nossa existência. A tentação de querer produzir fruto 'por si mesmo' deve ser vencida. Nosso dinamismo pascal, a passagem da vida 'fútil' para a vida plena, só acontece em Cristo. A vida dEle deve se tornar a seiva do ramo que somos nós. Como isso se dá? Vivendo da Palavra, aceitando a mediação sacramental como acesso à humanidade ressuscitada de Jesus; vivendo da escuta da vontade de Deus. Que nossa vida manifeste a vida de Jesus!

Jo 14,21-26 "O Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”. 

O Espírito ensina e recorda: ensina recordando e recorda ensinando. O Espírito é quem ativa a memória da Igreja. Ele recorda o que foi dito por Jesus. Jesus nos falou com palavras e gestos. As ações de Jesus, tal como narradas nos evangelhos, são "palavras" que aos crentes de todos os tempos deverão ser recordadas. É fato: nós somos seres que esquecem! O que esquecemos no nosso tempo e que o Espírito precisa nos recordar? Escutemos o que o Espírito diz à Igreja em nosso tempo! Ninguém está dispensado dessa escuta. Para os cristãos, essa escuta é feita na comunhão da Igreja.

Fonte. Pe.José Otácio Oliveira Guedes.



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