Jo 19,31-37 "Um soldado abriu-lhe o lado
com uma lança, e logo saiu sangue e água".
Onde a mesquinhez parecia levar
a melhor, num zelo pela 'festa', há espaço para o sinal de um amor até o fim: o
coração aberto. A lança que traspassa o lado daquele que já havia entregue o
espírito, indica a radicalização do desejo de morte. Só um desejo de amor
infinito poderia fazer frente àquele desejo. Não é somente com a morte que
Jesus nos ama; ele nos ama na vida: o coração aberto na cruz é somente o
desfecho de um coração sempre aberto a todos. Se a vida de Jesus nos faz
conhecer a Deus, como Deus é - e é isso que nós cremos - então, realmente, ele
nos convence que Deus é amor.
Jesus, manso e humilde de coração, fazei nosso coração semelhante ao vosso!
Jesus, manso e humilde de coração, fazei nosso coração semelhante ao vosso!
Lc 2,41-51 "Jesus desceu então com seus
pais para Nazaré, e era-lhes obediente".
A palavra de hoje é uma escola de
vida familiar. Diante de uma situação difícil, a perda do filho, a família
permanece unida pra resolver o problema. A possível desatenção em relação ao
filho, não gera acusações pra se desculpar: os pais voltam juntos para
Jerusalém. Há diálogo respeitoso e sincero, com perguntas e respostas que
iluminam o acontecido. O desfecho é a obediência de Jesus: sua obediência ao
seu Pai é mediada pela obediência a José e Maria.
Mc 4,26-34: “A TERRA POR SI MESMA PRODUZ FRUTO.”
Esta metáfora do Reino nos liberta do orgulho de construirmos o Reino; aliás,
atrás desta pretensão está escondido o veneno de Adão: tomar o fruto e não
estender a mão para recebê-lo. A nossa cooperação com Deus é sempre na resposta
ao dom que nos precede. Aqui, está o primado da graça, que não só não dispensa,
mas também exige todo nosso esforço ascético para deixar Deus agir em nós, não
impedi-lO com nossa pressa voraz e desejosa de tudo controlar. É Deus que tem de estar no controle! A essência do
pecado é nos distanciarmos da Verdade, da verdade radical do nosso ser
‘dependente de’. Não podemos buscar vida independente de Deus, por nós mesmos.
Busquemos confiar mais, orar mais, entregar-nos mais, depender mais, esperar
mais; preocupar-nos menos, agitar-nos menos, correr menos, estressar-nos menos.
Senhor, dá a mim e aos meus amigos a graça de não desanimarmos no cultivo do
grão de mostarda. Que creiamos que, pela Tua graça, quando quiseres, o Reino,
entre nós, será uma árvore frondosa. Que venha o Teu Reino e que eu o acolha. Amém!
Fonte: Pe José Otácio O. Guedes
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