O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

CRUCIFIXO - OBRIGADO JESUS, OBRIGADO SENHOR!

Olhando Jesus na sua paixão, nós vemos como num espelho os sofrimentos da humanidade e encontramos a resposta divina ao mistério do mal, da dor e da morte. Tantas vezes, sentimos horror pelo mal e pela dor que nos circunda e nos perguntamos como Deus permite o sofrimento e a morte, principalmente dos inocentes. Quando vemos as crianças sofrerem, é uma ferida no coração. E Jesus toma todo este mal, este sofrimento sobre si. 
Nós esperamos que Ele, na sua onipotência, derrote a injustiça, o mal, o pecado e o sofrimento com uma vitória divina triunfante. Ao contrário, Deus nos mostra uma vitória humilde, que humanamente parece uma falência.

Mas, aceitando esta falência por amor, supera-a e vence-a. “Vence na falência”, explicou o Papa. Trata-se de um mistério desconcertante Se, depois de todo o bem que realizara, não tivesse existido esta morte tão humilhante, Jesus não teria mostrado a medida total do seu amor. A falência histórica de Jesus e as frustrações de muitas esperanças humanas são a estrada mestra, por onde Deus realiza a nossa salvação. É uma estrada que não coincide com os critérios humanos; pelo contrário, inverte-os: pelas suas chagas fomos curados. 

Quando tudo parece perdido, é então que Deus intervém com a força da ressurreição. 

A ressurreição de Jesus não é o final feliz de uma linda fábula, mas a intervenção de Deus Pai, quando toda a esperança humana já tinha desmoronado. E também nós somos chamados a seguir Jesus por este caminho de humilhação. 

Quando acontecer que, mergulhados na mais densa escuridão, não vemos qualquer via de saída para as nossas dificuldades, então é o momento da nossa humilhação e despojamento total, é a hora em que experimentamos como somos frágeis e pecadores. “Nesse momento, não devemos mascarar a nossa falência, mas, cheios de confiança em Deus, abrir-nos à esperança, como fez Jesus”, prosseguiu.

Conselho:

Queridos irmãos e irmãs, nesta semana nos fará bem pegar o crucifixo nas mãos e beijá-lo muitas vezes. E dizer: obrigado Jesus, obrigado Senhor.
Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2014/04/16/audi%C3%AAncia:_na_semana_santa,_nos_far%C3%A1_bem_beijar_o_crucifixo_e/bra-791279
do site da Rádio Vaticano 



Nestes dias, vemos Jesus percorrer, de livre vontade, o caminho da humilhação e do despojamento, que atinge o ponto mais profundo na morte de cruz: morre como um derrotado, um falido! Mas, aceitando esta falência por amor, supera-a e vence-a. Se, depois de todo o bem que realizara, não tivesse existido esta morte tão humilhante, Jesus não teria mostrado a medida total do seu amor. A falência histórica de Jesus e as frustrações de muitas esperanças humanas são a estrada mestra, por onde Deus realiza a nossa salvação. É uma estrada que não coincide com os critérios humanos; pelo contrário, inverte-os: pelas suas chagas fomos curados. Quando tudo parece perdido, é então que Deus intervém com a força da ressurreição. A ressurreição de Jesus não é o final feliz de uma linda fábula, mas a intervenção de Deus Pai, quando já toda a esperança humana se tinha desmoronado. E também nós somos chamados a seguir Jesus por este caminho de humilhação. Quando acontece que, mergulhados na mais densa escuridão, não vemos qualquer via de saída para as nossas dificuldades, então é o momento da nossa humilhação e despojamento total, é a hora em que experimentamos como somos frágeis e pecadores. Pois bem! Nesse momento, não devemos mascarar a nossa falência, mas, cheios de confiança em Deus, abrir-nos à esperança, como fez Jesus.
Vatican-Va.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

CATEQUESE - DONS DO ESPÍRITO SANTO - SABEDORIA

PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 9 de Abril de 2014
Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje damos início a um ciclo de catequeses sobre os dons do Espírito Santo. Vós sabeis que o Espírito Santo constitui a alma, a linfa vital da Igreja e de cada cristão: é o Amor de Deus que faz do nosso coração a sua morada e entra em comunhão com cada um de nós. O Espírito Santo está sempre connosco, em nós, no nosso coração.
O próprio Espírito é «o dom de Deus» por excelência (cf. Jo 4, 10), um pressente de Deus e, por sua vez, transmite vários dons a quantos o acolhem. A Igreja identifica sete, número que simbolicamente significa plenitude, totalidade; são aqueles que aprendemos quando nos preparamos para receber o sacramento da Confirmação e que invocamos na antiga prece da chamada «Sequência ao Espírito Santo». Os dons do Espírito Santo são os seguintes: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade temor de Deus.
Portanto o primeiro dom do Espírito Santo, de acordo com este elenco, é a sabedoria. Mas não se trata simplesmente da sabedoria humana, que é fruto do conhecimento e da experiência. Na Bíblia narra-se que, no momento da sua coroação como rei de Israel, Salomão tinha pedido o dom da sapiência (cf. 1 Rs 3, 9). E a sapiência consiste precisamente nisto: é a graça de poder ver tudo com os olhos de Deus. É simplesmente isto: ver o mundo, as situações, as conjunturas e os problemas, tudo, com os olhos de Deus. Nisto consiste a sabedoria. Às vezes nós vemos a realidade segundo o nosso prazer, ou em conformidade com a situação do nosso coração, com amor ou com ódio, com inveja... Não, este não é o olhar de Deus. A sabedoria é aquilo que o Espírito Santo realiza em nós, a fim de vermos todas as realidades com os olhos de Deus. Este é o dom da sabedoria.
E obviamente ele deriva da intimidade com Deus, da relação íntima que temos com Deus, da nossa relação de filhos com o Pai. E quando mantemos esta relação, o Espírito Santo concede-nos o dom da sabedoria. Quando estamos em comunhão com o Senhor, é como se o Espírito Santo transfigurasse o nosso coração, levando-o a sentir toda a sua veemência e predilecção.
Assim, o Espírito Santo torna o cristão «sábio». Mas isto não no sentido que ele tem uma resposta para cada coisa, que sabe tudo, mas no sentido que «sabe» de Deus, sabe como Deus age, distingue quando algo é de Deus e quando não o é; tem aquela sabedoria que Deus infunde nos nossos corações. O coração do homem sábio, neste sentido, tem o gosto o sabor de Deus. E como é importante que nas nossas comunidades haja cristãos assim! Neles tudo fala de Deus, tornando-se um sinal bonito e vivo da Sua presença e do Seu amor. É algo que não podemos improvisar, que não conseguimos alcançar sozinhos: é um dom que Deus concede àqueles que se tornam dóceis ao Espírito Santo. O Espírito Santo está dentro de nós, no nosso coração; podemos ouvi-lo, podemos escutá-lo. Se prestarmos ouvidos ao Espírito, Ele ensinar-nos-á o caminho da sabedoria, incutir-nos-á a sabedoria, que consiste em ver com os olhos de Deus, ouvir com os ouvidos de Deus, amar com o Coração de Deus, julgar com o juízo de Deus. Esta é a sabedoria que nos confere o Espírito Santo, e todos nós podemos tê-la. Só devemos pedi-la ao Espírito Santo.
Pensai numa mãe, em casa com os seus filhos; quando um deles faz algo, o segundo pensa noutra travessura e a pobre mãe vai de um lado para o outro, com os problemas das crianças. E quando as mães se cansam e repreendem os filhos, qual é a sabedoria? Ralhar com os filhos — pergunto-vos — é sabedoria? O que dizeis: é sabedoria ou não? Não! Ao contrário, quando a mãe pega no seu filho e o repreende docilmente, dizendo-lhe: «Não faças isto, por este motivo...», explicando-lhe com muita paciência, isto é sabedoria de Deus? Sim! É quanto nos dá o Espírito Santo na vida! Além disso, por exemplo no matrimónio, os dois cônjuges — o esposo e a esposa — brigam e depois não se olham no rosto, ou quando se olham fazem-no de cara torta: isto é sabedoria de Deus? Não! Ao contrário, quando dizem: «Bem, passou a tempestade, façamos as pazes», e retomam o caminho em frente, em paz: isto é sabedoria? [o povo: sim!]. Eis no que consiste o dom da sabedoria! Que haja em casa, com as crianças e com todos nós!
E isto não se aprende: trata-se de um dom do Espírito Santo. Por isso, devemos pedir ao Senhor que nos conceda o Espírito Santo e nos confira a dádiva da sabedoria, daquela sapiência de Deus que nos ensina a ver com os olhos de Deus, a sentir com o Coração de Deus e a falar com as palavras de Deus. E assim, com esta sabedoria, vamos em frente, construamos a família, edifiquemos a Igreja santificando-nos a todos. Hoje peçamos a graça da sabedoria. E peçamo-la a Nossa Senhora, que é a Sede da sabedoria, deste dom: que Ela nos conceda esta graça. Obrigado!

Saudações e Apelo
Queridos peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! A todos vos saúdo, especialmente aos fiéis brasileiros de Belém e de Rio Bonito e aos universitários de Portugal, desejando-vos que prospereis na sabedoria que vem de Deus, a fim de que, tornados peritos nas coisas de Deus, possais comunicar aos outros a sua doçura e o seu amor. Desça, sobre vós e vossas famílias, a abundância das suas bênçãos.
Na segunda-feira passada em Homs, na Síria, foi assassinado o Reverendo Padre Frans van der Lugt, meu irmão de hábito jesuíta holandês de 75 anos; tendo chegado à Síria há cerca de 50 anos, sempre fez o bem a todos, com gratuidade e amor, e por este motivo era amado e estimado tanto por cristãos como por muçulmanos.
A sua morte brutal encheu-me de dor profunda, levando-me a pensar de novo em todas as pessoas que sofrem e morrem naquele país martirizado, a minha amada Síria, já há demasiado tempo vítima de um conflito sanguinolento, que continua a ceifar morte e destruição. Penso também nas numerosas pessoas raptadas, cristãs e muçulmanas, sírias e de outros países, entre as quais até Bispos e Sacerdotes. Oremos ao Senhor para que possam voltar depressa para junto dos seus entes queridos, para as suas famílias e comunidades.
Convido todos vós de coração a unir-vos à minha prece pela Síria e naquela região, enquanto lanço um apelo urgente aos responsáveis sírios e à Comunidade internacional: por favor, calem-se as armas, ponha fim à violência! Nunca mais a guerra! Nunca mais a destruição! Respeitem-se os direitos humanitários, ajude-se a população necessitada de assistência humanitária, alcance-se a almejada paz através do diálogo e da reconciliação. À nossa Mãe Maria, Rainha da Paz, peçamos-lhe que nos conceda este dom para a Síria, e agora oremos todos juntos: Ave Maria...
Dirijo um pensamento especial aos jovens, aos doentes e aos recém-casados. Vivemos agora o tempo da graça da Quaresma. Caros jovens, não vos canseis de pedir na Confissão o perdão de Deus! Queridos doentes, uni as vossas dores aos sofrimentos da cruz de Cristo. E vós, amados recém-casados, competi no perdão e na entreajuda. Obrigado!


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SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO - Papa Francisco


PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 2 de Abril de 2014

Caros irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje concluímos o ciclo de catequeses sobre os Sacramentos, falando sobre o Matrimónio. Este Sacramento leva-nos ao cerne do desígnio de Deus, que é um plano de aliança com o seu povo, com todos nós, um desígnio de comunhão. No início do livro do Génesis, o primeiro livro da Bíblia, coroando a narração sobre a criação, afirma-se: «Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher... Por isso, o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne» (Gn 1, 27; 2, 24). A imagem de Deus é o casal no matrimónio: o homem e a mulher; não só o homem, não somente a mulher, mas os dois juntos. Esta é a imagem de Deus: o amor, a aliança de Deus connosco está representada na aliança entre o homem e a mulher. Isto é muito bonito! Somos criados para amar, como reflexo de Deus e do seu amor. Na união conjugal o homem e a mulher realizam esta vocação no sinal da reciprocidade e da comunhão de vida plena e definitiva.

Quando um homem e uma mulher celebram o sacramento do Matrimónio, Deus, por assim dizer, «espelha-se» neles, imprime neles os seus lineamentos e o carácter indelével do seu amor. O matrimónio é o ícone do amor de Deus por nós. Com efeito, também Deus é comunhão: as três Pessoas do Pai, Filho e Espírito Santo vivem desde sempre e para sempre em unidade perfeita. É precisamente nisto que consiste o mistério do Matrimónio: dos dois esposos Deus faz uma só existência. A Bíblia usa uma expressão forte e diz «uma só carne», tão íntima é a união entre o homem e a mulher no matrimónio! Eis precisamente o mistério do matrimónio: o amor de Deus reflecte-se no casal que decide viver junto. Por isso, o homem deixa a sua casa, a casa dos seus pais, e vai viver com a sua mulher, unindo-se tão fortemente a ela que os dois se tornam — reza a Bíblia — uma só carne.

Na Carta aos Efésios, São Paulo frisa que nos esposos cristãos se reflete um mistério grandioso: a relação instaurada por Cristo com a Igreja, uma relação nupcial (cf. Ef 5, 21-33). A Igreja é a esposa de Cristo. Esta é a relação. Isto significa que o Matrimónio corresponde a uma vocação específica e deve ser considerado uma consagração (cf.Gaudium et spes, 48; Familiaris consortio, 56). É uma consagração: o homem e a mulher são consagrados no seu amor. Com efeito, em virtude do Sacramento, os esposos são revestidos de uma autêntica missão, para que possam tornar visível, a partir das realidades simples e ordinárias, o amor com que Cristo ama a sua Igreja, continuando a dar a vida por ela na fidelidade e no serviço.

No sacramento do Matrimônio há um desígnio deveras maravilhoso! E realiza-se na simplicidade e até na fragilidade da condição humana. Bem sabemos quantas dificuldades e provas enfrenta a vida de dois esposos... O importante é manter viva a união com Deus, que está na base do vínculo conjugal. E verdadeira unidade é sempre com o Senhor. Quando a família reza, o vínculo mantém-se. Quando o esposo reza pela esposa, e a esposa ora pelo esposo, aquela união revigora-se; um reza pelo outro. É verdade que na vida matrimonial existem muitas dificuldades, muitas; que o trabalho, que o dinheiro não é suficiente, que os filhos enfrentam problemas. Tantas dificuldades! E muitas vezes o marido e a esposa tornam-se um pouco nervosos e brigam entre si. Discutem, é assim, sempre se alterca no matrimónio, e às vezes até voam pratos! Mas não devem entristecer-se por isso, pois a condição humana é mesmo assim! E o segredo é que o amor é mais forte do que o momento do litígio, e é por isso que eu aconselho sempre aos cônjuges: não deixeis que termine o dia em que discutistes, sem fazer as pazes. Sempre! E para fazer as pazes não é necessário chamar as Nações Unidas, que venham a casa para instaurar a paz. É suficiente um pequeno gesto, uma carícia... E até amanhã! E amanhã tudo recomeça! Esta é a vida. É preciso levá-la adiante assim, levá-la em frente com a coragem de querer vivê-la juntos. E isto é grandioso, é bonito! A vida matrimonial é realmente bela, e devemos preservá-la sempre, cuidando dos filhos. 

Outras vezes eu já disse nesta Praça algo que contribui muito para a vida matrimonial. Trata-se de três palavras que é necessário pronunciar sempre, três palavras que devem existir sempre em casa: com licença, obrigado, desculpa. Eis as três palavras mágicas. Com licença: para não se intrometer na vida dos cônjuges. Com licença, como te parece isto? Com licença, permite-me. Obrigado: agradecer ao cônjuge; obrigado por aquilo que fizeste por mim, obrigado por isto. A beleza da gratidão! E dado que todos nós erramos, há outra palavra um pouco difícil de pronunciar, mas necessária: desculpa. Com licença, obrigado e desculpa. Com estas três palavras, com a oração do esposo pela esposa e vice-versa, voltando a fazer as pazes sempre antes que o dia termine, o matrimónio irá em frente. As três palavras mágicas, a oração e fazer as pazes sempre! Que o Senhor vos abençoe e orai por mim!


Saudações
Dou as boas-vindas a todos os peregrinos de língua portuguesa, nominalmente aos grupos escolares de Portugal e à delegação ítalo-brasileira. Rezemos por todas as famílias, especialmente por aquelas que passam por dificuldades, na certeza de que estas são um dom de Deus nas nossas comunidades cristãs. Que Deus vos abençoe!
Saúdo os jovens, os doentes e os recém-casados, recordando com a liturgia são Francisco de Paula. Estimados jovens, especialmente vós, do Grupo juvenil de Maddaloni, aprendei dele que a humildade é força, não debilidade! Amados doentes, não vos canseis de pedir na oração a ajuda do Senhor. E vós, queridos recém-casados, competi na estima recíproca e na entreajuda.

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SACRAMENTO DA ORDEM - Papa Francisco

PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 26 de Março de 2014


Estimados irmãos e irmãs
Já tivemos a ocasião de recordar que os três Sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia, juntos, constituem o mistério da «iniciação cristã», um único e grande acontecimento de graça que nos regenera em Cristo. Esta é a vocação fundamental que irmana todos na Igreja, como discípulos do Senhor Jesus. Além disso, há dois Sacramentos que correspondem a duas vocações específicas: eles são o da Ordem e do Matrimônio. Eles constituem dois caminhos grandiosos através dos quais o cristão pode fazer da própria vida um dom de amor, a exemplo e no nome de Cristo, cooperando assim para a edificação da Igreja.
Cadenciada nos três graus de episcopado, presbiterado e diaconado, a Ordem é o Sacramento que habilita para o exercício do ministério, confiado pelo Senhor Jesus aos Apóstolos, de apascentar a sua grei, no poder do Espírito e segundo o seu coração. Apascentar o rebanho de Jesus não com o poder da força humana, nem com o próprio poder, mas com o poder do Espírito, e segundo o seu coração, o coração de Jesus, que é um coração de amor. O sacerdote, o bispo e o diácono devem apascentar a grei do Senhor com amor. Se não o fizerem com amor é inútil. E neste sentido, os ministros que são escolhidos e consagrados para este serviço prolongam no tempo a presença de Jesus, se o fizerem com o poder do Espírito Santo, em nome de Deus e com amor.

Um primeiro aspecto. Quem é ordenado é posto como chefe da comunidade. No entanto, é «chefe», mas para Jesus significa pôr a própria autoridade ao serviço, como Ele mesmo demonstrou e ensinou aos seus discípulos com estas palavras: «Vós sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade. Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, seja vosso servo. E quem quiser tornar-se o primeiro entre vós, seja vosso escravo. Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos» (Mt 20, 25-28; Mc 10, 42-45). O bispo que não está ao serviço da comunidade não pratica o bem; o sacerdote, o presbítero que não está ao serviço da sua comunidade não faz bem, erra.

Outra característica que deriva sempre desta união sacramental com Cristo é o amor apaixonado pela Igreja. Pensemos naquele trecho da Carta aos Efésios, onde são Paulo diz que Cristo «amou a Igreja e se entregou por ela, para a santificar, purificando-a pela água do baptismo com a palavra, e para a apresentar a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante» (5, 25-27). Em virtude da Ordem, o ministro dedica-se inteiramente à própria comunidade, amando-a com todo o seu coração: é a sua família. O bispo e o sacerdote amam a Igreja na sua comunidade, amam-na fortemente. Como? Como o próprio Cristo ama a Igreja. São Paulo dirá a mesma coisa acerca do matrimónio: o esposo ama a sua esposa como Cristo ama a Igreja. Trata-se de um grande mistério de amor: do ministério sacerdotal e do matrimónio, dois Sacramentos que constituem a vereda pela qual, habitualmente, as pessoas se encaminham rumo ao Senhor.

Um último aspecto. O apóstolo Paulo recomenda ao discípulo Timóteo que não descuide, aliás, que reavive sempre o seu dom. A dádiva que lhe foi confiada mediante a imposição das mãos (cf. 1 Tm 4, 14; 2 Tm 1, 6). Quando não se alimenta o ministério, o ministério do bispo, o ministério do sacerdote com a oração, com a escuta da Palavra de Deus e com a celebração quotidiana da Eucaristia, mas também com uma frequentação do Sacramento da Penitência, acaba-se inevitavelmente por perder de vista o sentido autêntico do próprio serviço e a alegria que deriva de uma profunda comunhão com Jesus.
O bispo que não reza, o prelado que não escuta a Palavra de Deus, que não celebra todos os dias, que não se confessa regularmente e, do mesmo modo, o sacerdote que não age assim, a longo prazo perdem a união com Jesus, adquirindo uma mediocridade que não é positiva para a Igreja. Por isso, devemos ajudar os bispos e os sacerdotes a rezar, a ouvir a Palavra de Deus, que é pão quotidiano, a celebrar todos os dias a Eucaristia e a confessar-se de maneira habitual. Isto é muito importante porque diz respeito precisamente à santificação dos bispos e dos presbíteros.

Gostaria de concluir com um pensamento que me vem à mente: mas como se deve fazer para ser sacerdote, onde se vende o acesso ao sacerdócio? Não, não se vende! Trata-se de uma iniciativa que o Senhor toma. É o Senhor que chama. E chama cada um daqueles que Ele deseja como presbíteros. Talvez aqui haja alguns jovens que sentiram no seu coração este apelo, o desejo de se tornar sacerdotes, a vontade de servir os outros em tudo aquilo que vem de Deus, o desejo de estar durante a vida inteira ao serviço para catequizar, baptizar, perdoar, celebrar a Eucaristia, curar os enfermos... e assim durante a vida inteira! Se algum de vós sentiu isto no seu coração, foi Jesus que o pôs ali. Esmerai-vos por este convite e rezai a fim de que ele prospere e dê frutos na Igreja inteira.

Saudações
Queridos amigos de língua portuguesa, que hoje tomais parte neste encontro: obrigado pela vossa presença e sobretudo pelas vossas orações! A todos saúdo, especialmente ao grupo de Brasília, encorajando-vos a apostar em ideais grandes de serviço, que engrandecem o coração e tornam fecundos os vossos talentos. Sobre vós e vossas famílias desça a Bênção do Senhor!
Dirijo uma sentida saudação aos irmãos e irmãs de expressão árabe, de modo especial aos provenientes da Jordânia e do Iraque: os ministros sagrados são homens para o povo, segundo o Evangelho. Oremos pelos bispos, sacerdotes e diáconos, a fim de que vivam fielmente na Igreja do Senhor esta sua vocação, ao serviço da humanidade, seguindo o exemplo do Bom Pastor, que lavou os pés aos seus discípulos e ofereceu a sua vida na Cruz, para a salvação do mundo. O Senhor abençoe todos os seus ministros, restituindo coragem a quantos se sentem desanimados!
Dirijo um pensamento especial aos jovens, aos doentes e aos recém-casados. Ontem pudemos celebrar a Solenidade da Anunciação do Senhor à Virgem Maria. Estimados jovens, particularmente vós escoteiros aqui presentes, sabei pôr-vos à escuta da vontade de Deus, a exemplo de Maria; amados doentes, não percais a coragem nos momentos mais difíceis, conscientes de que o Senhor não dá uma cruz superior às próprias forças; e vós, queridos recém-casados, edificai a vossa vida matrimonial na rocha sólida da Palavra de Deus.



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DOMINGO DE RAMOS Mateus 21,1-11 "Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor"

HOSANA AO FILHO DE DAVI! HOSANA AO FILHO DE DAVI! Bendito o que vem em nome do Senhor!
Com o Domingo de Ramos iniciamos a semana santa, recordando a entrada de Jesus em Jerusalém para celebrar a sua Páscoa.
Como o povo da Antiga Aliança, que durante a Festa das Tendas, levava ramos nas mãos, significando a esperança messiânica, renovamos hoje nossa adesão a Cristo, Senhor da história.
A leitura do evangelho de Mateus, capítulo 21, versículos de 1 a 11 (Mt 21,1-11) narra a entrada triunfal de Jesu em Jerusalém: "... Os discípulos trouxeram a jumenta e o jumentinho e puseram seus mantos em cima, e Jesus montou. A numerosa multidão estendeu seus mantos no chão, enquanto outros cortavam ramos de árvores e os espalhavam no caminho. As multidões na frente e atrás dele clamavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus...".

O clima do Domingo de Ramos é de alegria. Jesus entra em Jerusalém debaixo de vivas, aplausos e rodeado de grande multidão.
Simbolizando vitória, a multidão carrega nas mãos ramos de palmeira. Todos querem fazer de Jesus um rei, para a tristeza de alguns fariseus, que se sentem incomodados com a grande aceitação de Jesus.

Jesus entra em Jerusalém montado em um jumentinho. O jumento simboliza a humildade e a mansidão. Os exércitos usavam cavalos, que simbolizavam a força. Jesus é o rei que serve humildemente. O povo que acompanha Jesus traz nas mãos palmas, simbolizando alegria e vitória.

Cumprindo sua missão salvadora, Jesus entra em Jerusalém. É a hora decisiva. Ele sabia que nesta cidade estavam os que queriam vê-lo morto. Jesus não retrocede e cumpre sua missão até o fim.

De seu gesto de doação e entrega por todos surge a vida plena com a salvação para o mundo inteiro. A atitude de Jesus é modelo que devemos imitar: é seguindo seus passos e percorrendo o seu caminho que somos de fato cristãos.

Nós vamos perceber também um grande contraste entre a leitura da entrada em Jerusalém e o Evangelho da missa. Este mostra a paixão de Jesus. O mesmo povo que aplaudiu Jesus foi manipulado por seus inimigos. E alguns dias depois grita e exige sua crucificação.

Vamos procurar meditar sobre a nossa vida, a razão de estarmos neste mundo, se a nossa vida realmente está comprometida com a mensagem de Jesus.
Com folhas nas mãos, o povo de Jerusalém saúda alegremente Jesus, à medida que ele entra na cidade. Além de Jesus, outro personagem é o jumentinho, que se tornou figura na história (sinal de pobreza e humildade aos seus discípulos e sua Igreja), está ligado para sempre a Jesus na entrada e aclamação em Jerusalém.

É um momento muito forte e propício para meditarmos sobre a nossa vida.
ORAÇÃO:
Ó Deus, com ramos de oliveira, crianças e pobres aclamaram Jesus ao entrar na cidade santa. Abençoa nossas famílias e dá-nos a graça de frutificarmos em obras de justiça e paz. Amém!

PARA REFLETIR:
Jesus escolhe um animal simples para sua entrada em Jerusalém; sem beleza aparente, mas de grande força. O evangelho nos convida a meditar sobre a posição que tomamos diante do plano da salvação. Será que buscamos somente a beleza, as coisas exteriores, e nos tornamos fracos espiritualmente ou nos deixamos ser usados por Jesus naquilo que é realmente necessário para que o seu Reino possa crescer?
Fontes: Bíblia de Jerusalém; Diário Bíblico; Evangelho Dominical.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

quarta-feira, 2 de abril de 2014

EVANGELHO Jo 11,1-45 (5º Domingo da Quaresma)

Estamos no final da primeira parte do Evangelho de João (caps. 1 a 12). A hora de Jesus se inicia a partir do capítulo 13: 
É chegada a hora para o Filho do Homem ser glorificado.

Em verdade, em verdade vos digo, se o grão de trigo caído na terra não morrer, fica só; se morrer, produzirá muitos frutos.
O relato da ressurreição de Lázaro é um sinal que proclama Jesus como a Ressurreição e a Vida. Quem nele crê tem a vida autêntica: se está morto ressuscita, se está vivo nunca morrerá. 
O encontro de Jesus com Lázaro é o milagre e o espelho do encontro de Jesus com os homens e com as mulheres: pela fé em Jesus a vida do homem e da mulher torna-se autêntica, abrindo-se para  de um amigo e diante de sua própria a vida de Deus.
Lázaro é a figura de todos nós e de nossa situação. Jesus está diante da morte de um amigo e diante de sua própria morte. 
Jesus se entristece, chora e reage, revelando-nos a força de Deus, que estava nele, para beneficiar a todos nós.
As três pessoas: Lázaro, Marta e Maria - são a própria humanidade envolta em situações de morte.
A doença dele é a doença do mundo, suas amarras são as amarras de todas as pessoas impossibilitadas de andar e viver.
Jesus ressuscita Lázaro não apenas por uma questão de amizade, mas para mostrar que a vitória sobre a morte faz parte do plano salvífico do Pai.
Jesus é o instrumento dessa vontade do Pai.
Quem nele crê participa já de sua Vida e de sua Ressurreição.
Para Jesus, a morte não é o fim. Há dois modos de ver a morte: um representado por Maria e Marta e o outro por Jesus. Para elas a morte é uma barreira insuportável, intransponível.
Para Jesus se assemelha a um sono, do qual será fácil despertar.
A finalidade do milagre é revelar algo de Jesus: que "Ele é a Ressurreição e a Vida".

PAPA REFLETIR:
Quantos de nós estamos "mortos" para a vida. Sem perspectivas, sem projetos, sem sonhos...
Mas Jesus insiste em nos dar a vida. Estamos nós dispostos a recebê-la?
fonte: 5º Domingo da Quaresma - 06.04.2014 - DB - Ed.AM.