O SENHOR TE CHAMA


"Gostaria de dizer àqueles e àquelas que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos indiferentes:
O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e o faz com grande respeito e amor!" EG, n.113.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Evangelho Jo 9, 1.6-9.13-17.34-38 (4º Domingo da Quaresma)

Jesus abre os olhos ao cego de nascença, pelas águas de Siloé.
Jesus cura um cego, mas a cura só é completa na profissão de fé:
é preciso ver Deus em Jesus Cristo.

O evangelho narra:
1) a cura (9,1-7);
2) o amadurecimento da fé no confronto com a incredulidade e a repressão (9,8-34);
3) a autorevelação de Cristo, como resposta à busca do cego, e a profissão de fé deste (9,35-39).
A autorevelação de Cristo é: "Eu sou a luz do mundo" (cf. 8,12). O cego vê esta luz e torna-se "filho da luz" (cf. 12,36).

Os fariseus dizem que vêem, mas se recusam a ver a luz que veio ao mundo: eles são os verdadeiros cegos. Assim, a luz se transforma, para eles em julgamento e condenação. Eles não querem fazer o que faz o cego: adorar a Deus em Jesus Cristo.

Jesus "unge" os olhos do cego de nascença. (Para a catequese, o fato de ele ser cego de nascença faz pensar no pecado original: uma cegueira que acompanha a vida da gente). Depois de ter untado os olhos do cego, Jesus manda-o lavar-se (o "banho da regeneração"!) no " Siloé, que quer dizer Enviado" (a piscina de Siloé é uma  da luz figura de Cristo). Então, ele recebe a luz dos olhos. O batismo é aqui evocado como unção e iluminação.

O sentido profundo disso tudo é que o batizado deve ser uma testemunha da luz que recebeu. O cego de nascença nos dá o exemplo: ele testemunha o Cristo, com convicção e firmeza sempre crescentes. O batizado é um homem da luz ("filho da luz"), alguém que enxerga com clareza, e que anda na luz. Pois a luz não é só para ser contemplada, mas para caminharmos nela, realizando as obras que ela nos permite enxergar e levar a termo.
"Outrora éreis trevas, mas agora sois luz do Senhor... Desperta, tu que andas dormindo, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará."

REFLEXÃO:
Como é que se realiza este testemunho cristão hoje?
Quais são as grandes cegueiras que devem ser iluminadas?
Vamos assumir o nosso testemunho, mesmo para aqueles que não querem ver.
fonte: Lit.domin. Ed Vozes.Konnings.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Homilia do 3o. Domingo da Quaresma – Beber água do poço - CATEQUESE E BÍBLIA

A água é um elemento vital para o ser humano, assim como a comida. Quando Jesus utiliza estas imagens, comunica-nos algo muito além do visível, do palpável. O mais importante não é o pão de trigo ou a água do poço, mas o alimento e a bebida da vida eterna. A água é o sentido da vida, é a graça divina, o dom da salvação, o Espírito...
O Senhor nos deseja dar da água viva, mas nem sempre estamos abertos para receber este dom. Somos resistentes. No AT, o povo quer voltar para trás, duvida do êxodo, deixa morrer a esperança no Deus que salva, pois percebe que o deserto é árido. A consequência é a murmuração. Hoje também murmuramos diante das circunstâncias, deixamos a fé e a esperança morrer, com facilidade. Deus, por sua vez, convida-nos a arriscar. A samaritana também manifesta sua descrença: “é você que me dará de beber?” Deus nos concede a água viva como um dom genuíno. Mesmo diante de nossas resistências e murmurações, Ele quer nos saciar. Mas fica o alerta: sem o consentimento humano, a graça não pode acontecer.
O Evangelho deste domingo revela muitas riquezas. Apresenta um encontro entre Jesus e uma mulher samaritana. Primeiramente, observamos que se trata de um encontro que acontece no cotidiano da vida. Estavam à beira de um poço para beber água. Jesus se manifesta no comum da vida. Para encontrar o Senhor, não podemos ficar preso às regras, ao lugar correto para o culto, aos preconceitos em relação à mulher ou ao estrangeiro. É preciso assumir o verdadeiro culto “em espírito e verdade”, superando os ritualismos vazios.
A samaritana fez um conhecimento gradual de Jesus: considerado inicialmente como um desconhecido, passa a judeu inimigo, depois um homem desconcertante, mais tarde um profeta e, por fim, o Messias. Somos convidados a avançar no conhecimento do Senhor, acolhendo o dom da água viva. Não o conhecemos de uma vez só, mas ao longo de toda a nossa existência, por um processo de conversão constante.
O encontro transforma a vida da pessoa. A samaritana não seria a mesma depois do diálogo com Jesus. Quando encontramos o Senhor, a nossa vida ganha novo sentido, passa a ser uma nova vida, somos “nova criatura”. O encontro afetivo proporciona uma nova visão do mundo, da realidade... O encontro também leva à missão, por isso, a samaritana se vê impelida a ir ao encontro dos demais para proclamar que ela viu o Messias. Quem encontra o Senhor não o guarda para si, não se satisfaz com algumas experiências de satisfação espiritual, não se contenta com a prática de ritos. O encontro necessariamente nos leva à adesão do seu Reino, da missão. Quem encontrou o Senhor, deseja, sem proselitismos, fazer com que outros também o encontrem.
Junto com os catecúmenos que se preparam para os sacramentos da iniciação, recebemos o convite para escrutinar nosso coração, ou seja, olhar para dentro de si mesmo à luz do projeto divino, percebendo se estamos vivendo de acordo com a proposta do Evangelho: acolhemos a água viva e deixamos de lado as resistências? O nosso encontro com o Cristo é profundo e verdadeiro? Somos conduzidos à missão?
Quem tiver sede, venha a mim e beba. Do seu interior brotará fontes de água viva!

Pe. Roberto Nentwig
Em Catequese e Bíblia.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Evangelho Jo 4,5-42 - JESUS E A SAMARITANA - 3º Domingo da Quaresma

Jesus e a Samaritana, S.Petersburg Autor: Vitor Toniolo
A temática da água, transforma-se em um fio condutor com que se descreve o itinerário do homem, desde sua sede até a fonte que contém água viva, a Vida.
A finalidade desse texto é quebrar as barreiras que impedem os homens de se relacionarem. Essas barreiras podem ser de ordem religiosa, política e econômica ou de qualquer outra ordem.

A samaritana somos todos nós, sedentos em busca da fonte de onde podemos "tirar água". Ela conhece o dom de Deus, acolhe a água viva, tem fé em Jesus, tem o amor de Deus derramado em seu coração na medida em que passa por uma transformação e conversão profunda.
Do diálogo de Jesus com a samaritana, brotam afirmações básicas para quem quer segui-lo de perto:

a) Jesus é novidade absoluta. Não veio apenas para aperfeiçoar ou corrigir o que existia, mas proclamar o início de uma relação nova e profunda entre Deus e o homem;

b) Jesus traz a verdade, isto é, a realidade anunciada por essa figura. O culto autêntico e definitivo revela-se na pessoa de Jesus;

c) o primeiro passo da fé é reconhecer a superioridade de Jesus sobre leis, patriarcas e profetas de ontem e de hoje.

Essa presença de Jesus perto do homem é viva e até incômoda, porque ele questiona a vida humana e não permite que o homem pergunte por Deus sem se interrogar sobre o próprio modo de viver.

A samaritana optou pelo dom de Deus, pela vida, experiência que a marcou a ponto de transformá-la em testemunha e missionária dessa mesma vida junto de seus concidadãos.

Para refletir:
Jesus não tem distinção de pessoas. Ama e serve a todos. Não é fácil amar os inimigos, mas o Evangelho nos pede. Como me comporto diante daqueles que me são de difícil convivência?

Salmo 94(95),8 - Vinde, manifestemos nossa alegria no Senhor, aclamemos o rochedo de nossa salvação.
Fonte: Diário Bíblico 2014. Ed.AM.